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A Parábola das dez virgens

Uma das parábolas de Jesus mais conhecidas é a Parábola das dez virgens, descrita em Mateus 25:1-13. Essa parábola está localizada entre outras duas – a parábola do servo bom e do servo mau e a parábola dos talentos. Como a Bíblia está dividida em capítulos e versículos, temos a impressão que há um corte na narrativa entre a parábola dos dois servos e a parábola das dez virgens. Porém, essa interrupção não acontece, e precisamos ler a narrativa destas três parábolas em sequência, pois elas são complementares e enfatizam aspectos diferentes da mesma lição que Jesus está ensinando.

O que a Parábola das dez virgens nos ensina

Ao longo da história da Igreja, muitas teorias surgiram (e ainda surgirão) sobre a descoberta do período específico em que acontecerá a Segunda Vinda de Cristo. Na sequência dessas três parábolas o próprio Jesus reafirma o que está escrito um pouco antes em Mt 24:36 – que o dia e a hora do seu retorno ninguém sabe – e nos proíbe de fazermos tal presunção.

Enquanto a parábola do servo bom e do servo mau nos ensina que não devemos supor que Cristo voltará de forma antecipada ao que esperamos, mas que devemos estar prontos para Ele a qualquer momento, a parábola das dez virgens nos ensina o contrário, ou seja, que não devemos ser pegos de surpresa se, de fato, Ele se atrasar. Isso nos ensina que devemos estar com a nossa expectativa ajustada e equilibrada, vivendo em prontidão, enquanto aguardamos o Seu retorno.

Viver em prontidão, significa que precisamos permanecer pacientes, fiéis e diligentes por mais que nos pareça que Cristo possa estar adiando o seu retorno. A parábola das dez virgens nos ensina que precisamos estar preparados, quer ele volte agora quer espere outros mil anos. E enquanto esperamos, precisamos permanecer fiéis às nossas responsabilidades.

 A festa nupcial

Jesus conta a história de um casamento grandioso, que terá um grande banquete nupcial, sugerindo que os noivos provêm de famílias nobres e que se trata de um evento muito importante. Esse é um casamento judaico – é muito diferente do casamento que conhecemos em nossa cultura – e acontece em três fases: a promessa (firmado entre os pais dos noivos mediante um contrato), o noivado (promessa pública e troca de presentes entre os noivos, a partir daí o casamento só seria desfeito mediante divórcio) e a festa nupcial (é a celebração do casamento, que poderia acontecer até 1 ano após o noivado, podendo durar vários dias).

A história relata o primeiro dia da festa nupcial. A chegada do noivo marcaria o início e o ápice da celebração do casamento, o momento mais glorioso. Na tradição judaica, as dez virgens são as madrinhas (afinal, era um casamento judaico e não um casamento poligâmico –as virgens não são para o noivo – aliás, você reparou que a noiva não aparece na história?). Cabe aqui uma desmistificação: a palavra “virgens” utilizada no texto, era utilizada na época de Jesus para indicar castidade e pureza, mas também tinha seu uso muitas vezes em referência a jovens solteiros, a exemplo de 1 Corintios 7:25.

O papel das madrinhas na festa nupcial

As madrinhas têm uma função muito nobre: sairiam para receber o noivo e acompanhá-lo com as suas lâmpadas em seu trajeto pelas ruas até o seu destino, iluminando a sua entrada triunfal na festa nupcial. As madrinhas deveriam trazer glória para o noivo!

Geralmente, não se sabia qual a hora que o noivo chegaria ao casamento. A responsabilidade das virgens era muito grande, pois o casamento acontecia à noite, e era iluminar a chegada do noivo ao casamento garantiria a honra e a glória dele. Entretanto, cinco delas não se prepararam adequadamente para este dia, e não levaram óleo extra, o que seria óbvio, pois para manter uma tocha acesa era necessário o óleo. Elas não fizeram o óbvio, não usaram o senso, foram insensatas. Ora, o que poderíamos esperar de uma madrinha de casamento? Que ela, ao menos, vestisse uma roupa adequada à cerimônia. Mas a atitude dessas madrinhas, seria equivalente a elas irem ao casamento vestindo pijamas! Ou seja, não cumpriram com o mínimo que era esperado delas!

O resultado da insensatez

Mas, voltemos à história. Algo acontece, e o noivo se atrasa muito. As virgens apagam suas lâmpadas e adormecem. Ao ouvirem o anúncio de que o noivo estava a caminho, elas despertam e preparam as suas lâmpadas para sair ao encontro do noivo. Neste momento, a realidade é dura com as cinco madrinhas insensatas. Elas percebem que não poderão cumprir com sua responsabilidade e poderiam atrapalhar toda a cerimônia! Elas saem em busca de óleo e acabam perdendo o cortejo e a oportunidade de honrar e glorificar o noivo.

Agora, nada mais poderia ser feito. O noivo chega, entra na festa nupcial, juntamente com as virgens prudentes, e a porta foi fechada. Porém, a história nos relata que as cinco madrinhas insensatas retornam, e batem à porta, suplicando para que o noivo as deixasse entrar. Porém, elas perderam sua chegada, por isso, foram excluídas da festa nupcial. Elas deveriam ter se preparado para um possível atraso, mas foram insensatas, e descumpriram seu único dever como madrinhas, e agora, estavam atrapalhando a celebração.

A resposta do noivo

A resposta do noivo é assustadora: “A verdade é que não as conheço”. Isso é um eco assombroso daquilo que Jesus dirá aos hipócritas religiosos no juízo final: “Nunca os conheci. Afastem-se de mim vocês, que praticam o mal!” conforme o que está escrito em Mateus 7:23. A resposta dele também remete a Lucas 13:24-28, onde Jesus fala sobre a porta estreita. Nesta parábola Jesus fala sobre o Reino que será semelhante às dez virgens, nos mostrando que há uma sentença de juízo para aqueles que são infiéis quando chegar o dia do retorno do nosso Senhor.

É uma resposta à pergunta dos discípulos – “quando Senhor?”. Por fim, Jesus deixa claro:

“Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora”.

Pode ser que Sua vinda seja rápida, pode ser que demore. O fato é que precisamos estar preparados. As parábolas enfatizam a justiça e o juízo contra os infiéis, as também revelam que, para aqueles que foram fiéis, há um reino que foi preparado como herança desde a criação do mundo! Não há somente juízo na mensagem das parábolas! Há também um banquete preparado pelo noivo!

A grande questão é: será que somos como as madrinhas prudentes?

Nossa vida e nossos frutos atestam nossa prudência ou a nossa tolice? O apóstolo Pedro conclui o que aprendeu neste dia – ele foi um dos que fez a pergunta a Jesus – e registra em 2 Pedro 3:11-12 que tipo de pessoa devemos ser enquanto aguardamos a vinda do nosso Senhor: “vivam de maneira santa e piedosa, esperando o dia de Deus e apressando a sua vinda”.

Que nossos corações anseiem enquanto aguardamos o Grande Dia do Senhor, e que estejamos empenhados para sermos encontrados por Ele em paz, imaculados e inculpáveis. Estejamos preparados!

A história das Parábolas

As parábolas de Jesus revelavam histórias extremamente simples, e por meio destas metáforas, Ele transmitia lições espirituais profundas. Havia motivos pelos quais Jesus falava por meio de parábolas, e em Mateus 13:10-15, temos a explicação do próprio Cristo acerca disso. Nesta passagem Jesus nos traz a informação de que havia uma profecia feita em Isaías 6:9-10 e que seria cumprida através das suas parábolas. Em 1 Corintios 2:7-8, Paulo nos traz uma informação que está intimamente ligada ao uso de parábolas: Jesus falou em parábolas, também, para que os poderosos não entendessem a sua mensagem, pois se a compreendessem, não o teriam crucificado.

Portanto, elas ilustravam e traziam a verdade para aqueles que tinham ouvidos para ouvir, mas tinham o efeito contrário para aqueles que se opunham e rejeitavam a Cristo. As parábolas traziam o juízo divino para os descrentes, o que continua sendo válido nos dias de hoje. E também demonstram a grande misericórdia de Deus ao viabilizar a nossa redenção através da sua graça, mediante a obra da cruz.

Em muitas oportunidades Jesus explicou as suas parábolas justamente porque aqueles que ouviam não conseguiam compreendê-las. E quantos questionamentos e interpretações diferentes surgem acerca delas até os dias de hoje! Atualmente, temos uma barreira ainda maior para a compreensão das parábolas, pois vivemos na contemporaneidade, em uma grande distância cultural e histórica do texto, dificultando ainda mais a sua interpretação. Por isso, é muito importante ao lermos as parábolas, buscarmos compreender o que elas realmente estão informando, pesquisando o seu contexto histórico-cultural e sua mensagem.

 

Em toda a Bíblia vemos exemplos da Palavra sendo comparada a algo que preenche nosso interior. Para Jesus, a Palavra era seu alimento. Nos salmos era comparada com o mel, para o salmista é o seu prazer e deleite. Para Jeremias, gozo e alegria no coração e para os discípulos, era a vida eterna. Mesmo com tantos exemplos, é possível estarmos em um contexto no qual apelidamos nossa leitura bíblica devocional de “pão diário” e não levarmos a sério seu significado. Se a Palavra é nosso alimento diário, significa que temos que abri-la e lê-la como se nossa vida dependesse disso – e depende! Precisamos nos alimentar, ou então morreremos espiritualmente. 

Metas e planos de leitura

De fato, em meio a planos e metas de leitura bíblica, podemos cair em um lugar de desânimo. Se não organizamos bem nosso tempo, as circunstâncias podem facilmente nos roubar desse lugar de devoção. A leitura se torna um peso e uma obrigação ou uma tarefa a ser cumprida na longa lista de afazeres diários. Começamos a buscar várias maneiras de nos manter instigados pela Palavra. Adotamos diferentes métodos e recorremos a fontes externas de ânimo para continuar em nosso propósito. 

Apesar de não ser errado se ater a planos de leitura bíblica (inclusive, é altamente recomendável), o que nos motivará a ler a Bíblia diariamente não será nossa força de vontade. O que nos mantém fiéis ao nosso compromisso de leitura – porque é um compromisso sério – é saber o porquê a leitura da Palavra é importante para nós como cristãos e discípulos de Cristo. 

Não é apenas um livro

A Bíblia é mais do que o livro sagrado do cristianismo, é a fonte do conhecimento daquele que é a nossa esperança. Na carta aos Romanos, Paulo nos revela algo impressionante sobre a Palavra: ao lermos as Escrituras não somente obtemos informações ou adquirimos conhecimento sobre algum assunto, mas estamos nos alimentando de ânimo, perseverança e esperança (Rm 15:4). 

Pode parecer estranho dizer que livros como Crônicas ou Números podem proporcionar esperança. A questão é que toda a Bíblia se trata de uma narrativa, na qual um livro complementa o outro, criando uma linha de raciocínio que aponta para Jesus. Não são apenas histórias para conhecermos ou sabermos de cor, mas são Palavras que nos orientam no caminho da justiça e retidão. 

 

Fonte de esperança

Em João 1, a Palavra é uma pessoa: a pessoa de Jesus. Ele é o Verbo que estava desde o princípio com Deus. Ele é aquele que era, é e há de vir. Essa é a nossa esperança e esse é o assunto da Bíblia. De Gênesis a Apocalipse, tudo o que foi escrito foi inspirado por Deus para nos fazer perseverar até que Ele volte, inclusive perseverar na leitura das próprias Escrituras.

“Pois tudo o que foi escrito no passado, foi escrito para nos ensinar, de forma que, por meio da perseverança e do bom ânimo procedentes das Escrituras, mantenhamos a nossa esperança.”
Romanos 15:4

 

Fonte de vida

A Palavra é viva e eficaz em nos sondar e alinhar nosso interior ao dele (Hb 4:12). É mais do que um arrepio, mais do que um quentinho no coração, é o próprio Deus se fazendo acessível a todos. É o próprio Deus iluminando nosso conhecimento para termos revelação de quem Ele é (2 Co 4:6). O desafiador não é saber que á Bíblia é a Palavra de Deus e tem autoridade em nossas vidas – não temos dúvidas disso. Também não é possuir uma Bíblia ou ler um dia ou outro – temos fácil acesso às Escrituras no nosso país e todos gostamos de ler a Palavra. O desafiador é ler a Palavra em busca de vida; ler para viver. 

Quando nos posicionamos para ler a Palavra, precisamos ter em mente que não estamos apenas cumprindo uma meta de leitura. Estamos nos achegando à nossa fonte de vida. O ser humano se torna facilmente religioso quando se trata da sua relação com a Bíblia. Não é difícil para nós colocarmos a leitura bíblica como uma obrigação ou colocar a Bíblia num pedestal (literalmente). Entretanto, é difícil interagirmos ou nos relacionarmos com o Deus que inspirou a Palavra através da Sua Palavra.

 

Palavras que falam

A voz de Deus é audível nas Escrituras, pois o mesmo Deus que falou no passado fala aos nossos corações hoje, seja qual for nosso contexto. Temos que nos achegar às Escrituras com o entendimento e o desejo de sermos transformados pela palavra do nosso Deus. Ele é o nosso pastor e é fiel em nos guiar no caminho da justiça, mas para isso é preciso que reconheçamos a Sua voz.

Então, quando não tivermos ânimo para ler a Palavra, é justamente a ela que devemos recorrer, sabendo que precisamos dela para viver. Nesse lugar de disciplina, o Espírito Santo alcança nosso interior, renovando nossa mente e moldando nosso caráter à semelhança de Cristo. Quero te encorajar a perseverar na sua leitura bíblica, mesmo quando ela for mecânica. Deus nos encontra nesse lugar de devoção e somos transformados pela Sua Palavra – mesmo quando não percebemos de imediato. Que esse entendimento atravesse nossos corações e nos consuma de fome e amor pela Palavra.

“Se tua lei não fosse meu prazer, o sofrimento já teria me destruído. Jamais esquecerei dos teus preceitos, pois é por meio deles que preservas a minha vida”

Salmos 119:91-92

Temos a consciência de que os sentimentos de insatisfação e descontentamento são pecados. 

Leia:

Conservem-se livres do amor ao dinheiro e contentem-se com o que vocês têm, porque Deus mesmo disse: “Nunca o deixarei, nunca o abandonarei”.

Podemos, pois, dizer com confiança: “O Senhor é o meu ajudador, não temerei. O que me podem fazer os homens? “Hebreus 13:5,6 “

É possível crescermos em contentamento ao fazermos comparações saudáveis. Comparações essas que vão nos ajudar no crescimento do contentamento.

Observe algumas dessas comparações que pode ajudá-lo a crescer em contentamento: 

1- Compare a sua condição com o que você merece

Quando se trata da misericórdia e bondade de Deus é nos dado mais do que merecemos dEle. E quando se trata de dores e aflições, sabemos que o Senhor nos deu menos do que merecemos. (Esdras 9:13)

2- Compare a sua condição com os que têm menos

Quando olhamos para aqueles que têm mais, automaticamente a insatisfação cresce dentro de nós, então ao invés disso devemos olhar para os que têm menos, então agradecimento e ação de graças entre em nosso coração e isso nos fará gerar misericórdia e compaixão com relação aos que tem menos. 

3- Compare a sua condição com a de Cristo na Terra

Você está descontente com as coisas que você tem? Olhe para Jesus, ele não tinha nem onde reclinar a cabeça. (Mateus 8:20) Por isso, sempre que estivermos enfrentando dificuldades o que nos  ajudará  será  olharmos para Jesus e percebermos que Ele sabe muito mais sobre sofrimento do que nós jamais conheceremos. 

4- Compare a sua condição com o que você era antes

Nós éramos herdeiros de sofrimento eterno, juízo de inferno e essa era a nossa condição quando chegamos à Terra. Essa pode não ser a nossa condição de hoje, mas materialmente não tínhamos nada. Se nós não temos o que queremos deste mundo, certamente já temos muito mais do que quando entramos entramos neste mundo.

5- Compare a sua condição hoje com o que será muito em breve

Tudo o que você sempre quis, chegará em um momento que isso não será mais útil, não será mais satisfatório. Existe um reino vindouro, existe um tempo que logo se aproxima, logo o amanhã vem e então nada do que almejamos fará sentido algum. Nada teremos como herança daqui. Por isso, devemos colocar a nossa mente, coração, desejos e satisfação nas coisas de cima, nas coisas do alto onde Cristo está. Devemos sempre esconder nossa vida, coração em Deus e libertos do amor ao dinheiro. 

Por fim, existe uma promessa de que Ele nunca nos deixaria, nunca nos abandonaria e essa é a nossa motivação. Devemos manter a nossa vida livre da insatisfação e do descontentamento porque há um motivo maior: Ele disse que nunca nos deixaria, por isso o motivo e o poder está nesta promessa. Onde quer que nós estejamos, Deus não nos abandonará. Cristo foi abandonado na cruz para que não fôssemos abandonados na vida. Em Jesus nunca ficaremos sozinhos, buscaremos força e coragem em sua palavra. Deus sempre estará ali, e a presença de Cristo é a resposta cristã ao medo, ansiedade e preocupação. 

O Senhor é o nosso ajudador, e por isso não teremos medo, porque o espírito santo está dentro de nós. E por isso, o convite que Deus nos faz hoje é para sairmos da zona de conforto, caminharmos em fé, para vivermos uma vida livre do descontentamento, a partir de algumas das comparações e do entendimento de que encontremos satisfação naquilo que nós já temos. 

“Abrirei minha boca em parábolas; proporei enigmas da antiguidade” (Sl 78:2)
De acordo com os evangelhos cerca de um terço do ensino de Jesus foi por meio de parábolas. Mesmo elas sendo famosas, até hoje, na linguagem popular, são usadas expressões como “bom samaritano” e “filho pródigo”, poucas pessoas sabem porque Jesus contava parábolas.
“Jesus falou todas essas coisas às multidões por meio de parábolas, e nada lhes falava sem parábolas; para que se cumprisse o que havia sido falado pelo profeta: Abrirei a minha boca em parábolas; publicarei coisas ocultas desde a fundação do mundo” (Mt 13:34-35).

Por que Jesus contava parábolas?

Primeiro, é preciso notar que Jesus contava parábolas a fim de cumprir o que fora escrito a respeito dele. Ele veio para cumprir toda a Escritura. Jesus foi obediente até mesmo em relação àquilo que as escrituras apontavam que ele faria. Segundo, as parábolas sinalizavam que os mistérios do reino dos céus não eram dados a qualquer um. Porém, não era a complexidade das parábolas que dificultava as multidões a entenderem os mistérios do reino. O que as impedia era a incredulidade em seus corações que ficava evidente ao ouvirem essas histórias. Jesus fala sobre isso:
“Por isso eu lhes falo [às multidões] por meio de parábolas; porque, vendo, não veem; ouvindo, não ouvem nem entendem. E neles se cumpre a profecia de Isaías, que diz: Ouvindo, ouvireis, e nunca entendereis; vendo, vereis, e jamais percebereis. Porque o coração deste povo se tornou insensível, e com os ouvidos ouviram de má vontade, e fecharam os olhos para que não vejam, nem ouçam com os ouvidos, nem entendam com o coração, nem se convertam, e eu os cure” (Mt 13:13- 15).
A boa notícia é que Jesus não para por aí e diz:
“Mas bem-aventurados os vossos olhos [dos discípulos], porque veem, e os vossos ouvidos, porque ouvem” (Mt 13:16).

Pedindo sabedoria ao Senhor

Jesus tem outra abordagem ao se dirigir aos seus discípulos. Ele diz que abriria os olhos e os ouvidos de seus seguidores para entenderem a mensagem e os mistérios do reino. Esse é o ponto de diferença entre os discípulos e a multidão. Isto é, a multidão ouve as parábolas de Jesus, se fascinam com sua sabedoria, seus sinais e milagres, mas continuam sem entender. Já os discípulos de Cristo ouvem e entendem. Entendem não por que são mais sábios e inteligentes (os primeiros discípulos eram indoutos e pessoas bem simples), mas porque eles se achegavam ao Mestre para que seus olhos e ouvidos fossem abertos.
“E não lhes ensinava [às multidões] sem usar parábolas, mas explicava tudo a seus discípulos em particular” (Mc 4:34).
A melhor forma de começarmos a entender as parábolas, os mistérios do reino, e toda a Palavra de Deus é nos achegando a Cristo com uma oração: “Abre meus olhos, meus ouvidos e cure meu coração para receber tua palavra.” É a dependência dEle que é a porta de entrada para entender sua palavra.

Como entender o significado das parábolas?

Diante disso, como podemos interpretar hoje as parábolas que Jesus contou há tantos anos atrás? Eis algumas sugestões:
– Seja humilde diante de Deus. As parábolas são a Palavra de Deus, portanto se achegue a elas com oração, temor e dependência do Espírito Santo;
– Seja humilde diante do povo de Deus. A igreja é o povo de Deus espalhado por todas as nações em todas as eras. Antes de nós, muitos cristãos mais piedosos (e também mais inteligentes) estudaram as parábolas. Eles cometeram acertos e erros que ao decorrer dos séculos foram se aperfeiçoando na maneira de interpretação. É completa
arrogância nossa, achar que podemos, por nós mesmos, chegar a entender tudo. O cristianismo é uma fé coletiva e não individualista;
– Preste atenção nas explicações do próprio Jesus. Em muitas parábolas o próprio Jesus traz a interpretação e a explicação aos seus discípulos;
– Não hesite em consultar comentários bíblicos. A não ser que você seja algum erudito em grego e hebraico, pode ser uma boa ideia consultar boas bibliografias elaboradas por cristãos que dedicaram alguns anos de suas vidas estudando esses textos;
– Gaste tempo nas aplicações coloque-as em prática.
A Bíblia deve ser entendida para ser obedecida. Lembre-se que na própria parábola do semeador (Mt 13) a boa semente está relacionada com aquele que ouve e as põe em prática.

A função da música no ensino da Igreja

Aquilo que a Igreja crê, muitas vezes, pode ser percebido através das suas canções. É interessante analisar aquilo que é cantado para perceber qual o seu entendimento a respeito de quem Deus é,  e de quem ela é diante Dele e a posição que ela ocupa no Reino. Uma igreja saudável conhece e crê na verdade das Escrituras. E assim, faz sentido que uma igreja saudável cante as Escrituras e transpareça sua esperança em forma de
canções.
Nada substitui a pregação expositiva da Palavra e não devemos diminuir a sua importância. Ainda assim é interessante notar a capacidade que a música tem de permanecer na nossa mente e por muito mais tempo do que as palavras de um sermão, por exemplo.
Quando percebemos essa realidade começamos a entender a importância de não apenas pregar. Mas cantar corretamente a respeito das verdades eternas das Escrituras, já que a música nos é dada também como uma ferramenta para doutrina do povo de Deus.

O aspecto escatológico das parábolas

Enquanto entendemos o tempo em que vivemos, somos lembrados de que a Igreja que espera pelo retorno de Jesus será preparada como uma Noiva e junto com o Espírito clamará pelo Seu retorno.
Com esse entendimento podemos notar o aspecto escatológico das parábolas contadas por Jesus. E então compreender a importância de interpretar corretamente aquilo que Ele desejava ensinar. A maioria das parábolas de Jesus foram contadas aos judeus, utilizando elementos do cotidiano e da cultura judaica nas histórias. Esse recurso não era algo novo ou exclusivo de Jesus, os próprios rabinos também utilizavam parábolas para o ensino.
Esse recurso utilizado pelos rabinos é conhecido como mashal. Seu registro pode ser encontrado na mishná, uma das principais obras que registra de forma escrita a tradição oral da interpretação.
As parábolas de Jesus utilizam a perspectiva e os conhecimentos culturais daqueles que ouviam para o ensino de uma mensagem mais profunda, que deve ser interpretada por quem as ouve. Então, ainda que para nossa perspectiva atual possa parecer algo místico, com muitos significados enigmáticos, a realidade é que apenas é necessário levar em consideração o contexto e o povo a quem essas parábolas foram contadas.
Ao contar a parábola das dez virgens ou das bodas, por exemplo, Ele se utiliza de elementos cotidianos da cultura do casamento para aqueles que lhe ouviam e aponta para si mesmo como o Noivo, como o Redentor escatológico por quem eles aguardavam.
Jesus fala a respeito do Reino e, através dessas pequenas narrativas fictícias, faz um convite à interpretação embora muitas vezes ao final da narrativa Ele esclareça a lição da parábola. De diferentes formas Ele retoma o cumprimento da Promessa aguardada pelos judeus e aponta para Si mesmo como a Esperança pela qual povo de Deus ansiava.

E quanto a nós, hoje?

É fascinante podermos hoje olhar para o conjunto de parábolas e perceber como o próprio Cristo anunciou o Seu reino entre os homens e ensinou sobre aquilo que devemos aguardar. Que belo quadro escatológico é pintado pelo Salvador. Ainda antes de Sua obra redentora na cruz, revelando a verdade eterna e o cumprimento das profecias em Si mesmo.
Entretanto, parece que esse quadro foi enxergado por quem O ouvia, (conforme Mc. 4:12 e Mt. 13:10-15) cumprindo-se neles a profecia de Is. 6:9-10. Mesmo os discípulos frequentemente precisavam que o Mestre lhes ajudasse a compreender.
Através das parábolas, o próprio Rei ensina sobre os valores do Seu Reino, e instrui a respeito de como aguardar pelo Seu Reino. Isso é o que vemos, por exemplo, através da parábola das Dez Virgens, dos talentos e da parábola das Bodas. Jesus fala sobre o Reino como uma realidade presente, já inaugurada com a Sua encarnação. Mas ainda como uma realidade futura, que entendemos que será consumada e estabelecida no Seu retorno, e
pela qual devemos aguardar preparados e vigilantes.

As parábolas ensinam sobre Esperança

Cantamos as parábolas porque elas instruem sobre a Esperança que sustenta os nossos corações.  A chegada do Noivo, o retorno do Rei, a Grande Colheita do Semeador. O encontro no regresso à casa do Pai, o encontro com o Bom Pastor, o julgamento diante do Justo Juiz, a sentença paga pelo nosso Resgatador e Libertador. Essas e tantas outras narrativas revelavam aos judeus a já presente realidade daquilo que seus pais aguardavam. E hoje elas apontam para a nossa esperança, incendeiam o nosso coração em amor por Aquele que prometeu e é fiel para consumar a promessa.
É um privilégio poder ler e buscar compreender a teologia do próprio Cristo a respeito do Reino através das parábolas. Maior privilégio ainda é poder ter essas verdades enraizadas em nossos corações através de canções que gravam, em melodia, a riqueza do conhecimento de Deus.

Jesus, o filho de Deus, veio ao mundo e resolveu ensinar contando simples histórias. Durante o tempo em que esteve fisicamente na Terra, Jesus, com toda a sua sabedoria, poderia ensinar de diversas formas, você concorda? O curioso é que, na maioria das vezes, ele se expressava por meio de histórias, conhecidas como parábolas, que eram carregadas de simplicidade e profundeza.

Vamos, com muito cuidado, afirmar que as parábolas de Jesus eram simples metáforas bem formuladas. Entretanto, mesmo sendo simples, elas transmitiam grandes lições espirituais de uma forma compreensível para o público da época. E ao contrário do que a maioria dos leitores das parábolas definem, nunca foi sobre explicar algo complexo de forma simples, mas aprofundar uma história simples em um ensinamento muitas vezes complexo, reflexivo, e acima de tudo, contendo a verdade do cristianismo em suas diversas aplicações.

Jesus com certeza é um mestre em elaborar parábolas e em expor as mesmas. Qualquer assunto ou ensinamento, por mais complexo que fosse, seria passível de Jesus transformar em uma simples parábola, de fácil compreensão, que gerasse curiosidade para o seu ouvinte, retendo a sua sabedoria e profundidade sobre o assunto. Isso é com certeza fascinante! Ao ler e ouvir as parábolas você é atraído pela simplicidade, porém, mergulha em um oceano profundo de verdades que te levam a moldar o seu comportamento a partir dessa reflexão inicialmente simples. 

O conceito popular sobre o ensino através de parábolas

Sem dúvidas, as parábolas ensinadas por Jesus são bastante conhecidas. Certamente, ao pensar rapidamente sobre elas, você provavelmente lembrará do nome de pelo menos uma delas, e virá à sua mente aquela que mais lhe chamou a atenção. Porém, infelizmente, existe um engano muito comum acerca do motivo pelo qual Jesus ensinou por meio de parábolas, que expõe um pensamento incompleto sobre o assunto.

Muitas pessoas falam que o único motivo pelo qual Jesus ensinou por meio das parábolas foi para tornar a compreensão dos seus ensinamentos mais fáceis e agradáveis para o ouvinte. Esta informação não está completamente equivocada, até porque elas realmente eram de fácil compreensão, e repletas de características comuns da época: metáforas agrícolas, pastorais, pessoas comuns, etc.  Contudo, a fácil compreensão não era o único, nem o principal, objetivo das parábolas. 

Mas afinal, por que Jesus ensinava por parábolas?

Antes de entrar na resposta, se você compartilha do mesmo pensamento que foi exposto acima não se sinta mal, ele não está totalmente errado, porém, está incompleto. Dito isso, a resposta para essa pergunta não está tão oculta, como alguns podem imaginar. Pois esta também foi uma pergunta feita pelos discípulos, e que o próprio Jesus respondeu no evangelho de Mateus, na conhecida Parábola do Semeador: 

“Então os discípulos se aproximaram de Jesus e lhe perguntaram: — Por que o senhor fala com eles por meio de parábolas? Ao que Jesus respondeu: — Porque a vocês é dado conhecer os mistérios do Reino dos Céus, mas àqueles isso não é concedido.  Pois ao que tem, mais será dado, e terá em abundância; mas, ao que não tem, até o que tem lhe será tirado. Por isso, falo com eles por meio de parábolas: porque, vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem, nem entendem. Assim, neles se cumpre a profecia de Isaías: “Ouvindo, vocês ouvirão e de modo nenhum entenderão; vendo, vocês verão e de modo nenhum perceberão. Porque o coração deste povo está endurecido; ouviram com os ouvidos tapados e fecharam os olhos; para não acontecer que vejam com os olhos, ouçam com os ouvidos, entendam com o coração, se convertam e sejam por mim curados.” Mateus 13:10-15

Para alguns, que “tem ouvidos para ouvir”, as parábolas esclarecem a verdade. Ao passo que, para outros, que rejeitam a Cristo e não dão ouvidos à elas, as parábolas têm efeito contrário no entendimento da verdade. As metáforas presentes nas parábolas escondem a verdade daqueles que não desejam procurar o real significado delas ao serem expostas por Cristo. Foi por isso que Jesus adotou essa forma de ensinar. Era uma forma de trazer juízo divino instantâneo para àqueles que não recebiam seus ensinamentos com o devido respeito e crença. Era uma forma de chegar a todos, não simplificando, mas identificando a real intenção do coração de cada ouvinte.

Neste texto de Mateus vemos a maior prova de que as parábolas não são somente uma simplificação dos mistérios do Reino dos Céus. Mas sim um convite a reflexão e a oportunidade da iluminação do coração ao ler e ouvir as parábolas. Ofereça atenção ao versículo 13, onde Jesus diz “Por isso, falo com eles por meio de parábolas: porque, vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem, nem entendem”.  Ora, as parábolas não eram histórias que simplificam os ensinamentos? Ao atentarmos para esta afirmação de Jesus percebemos que ele torna a parábola complexa aos ouvidos dos que não creem.

O mistério das parábolas

Os que não querem ouvir e não querem aprender, simplesmente as receberão como histórias rotineiras e fictícias. Mas os “que tem ouvidos”, ou seja, os que reconhecem a voz do mestre e estão atentos, ouvirão, e serão aperfeiçoados à luz da palavra de Deus. Richard Chenevix Trench (1878) disse em sua obra:

Se o nosso Senhor tivesse falado a verdade espiritual nua e crua, muitas de suas palavras, em parte devido à falta de interesse por parte dos seus ouvintes, em parte devido à falta de compreensão, teriam desaparecido de seus corações e de suas memórias, sem deixar qualquer traço. Mas por ter sido compartilhada com eles na forma de alguma imagem vívida, de alguma sentença sucinta e aparentemente paradoxal ou de alguma narrativa breve, mas interessante, ela chamou atenção, incentivou curiosidade e encontrou, mesmo que a verdade não fosse entendida de imediato, com a ajuda da ilustração usada, uma entrada para a mente, e as palavras assim se fixaram em sua memória e permaneceram ali. (Richard Chenevix Trench. Noteson the Parables of Our Lord. Nova York: Appleton, 1878, p. 26).

O duplo propósito das Parábolas

Está claro que os seus ensinamentos através das parábolas tinham um propósito duplo: elas escondiam as verdades dos incrédulos e infiéis, ao passo que revelavam os ensinos às pessoas que tinham ouvidos prontos para ouvir e que eram fiéis. Como dito anteriormente, essa característica não foi obra do acaso. Mas foi uma estratégia do próprio Jesus Cristo, que adotou esse estilo de ensino para esconder a verdade dos descrentes e dos que queriam apenas gerar ambiguidades em seus ensinamentos, beneficiando a si mesmos, assim como faziam com a interpretação dúbia da lei.

As parábolas são imensamente profundas e complexas, porém apaixonantes. Elas são aplicáveis em várias situações do nosso cotidiano, e ao lermos elas em nossos dias, precisamos extrair das mesmas toda a sabedoria contida. Para isso, temos a graça de poder contar com o Espírito Santo, que hoje nos ilumina, para entender e absorver dessa revelação que é a Palavra de Deus ministrada a nós por meio das parábolas.

A Bíblia está repleta de histórias de pessoas que enfrentaram situações de sofrimento e esses exemplos podem nos ensinar muito. Mas, afinal, como permanecer perseverante quando as dificuldades parecem gritar mais alto do que as respostas para elas? E como a Bíblia pode transformar o coração em meio aos momentos de desespero?

Saiba, a Bíblia continua infalível e poderosa para operar na vida das pessoas. Em meio a tantas preocupações ou mesmo à falta de vontade de perseverar na fé, a Bíblia revelará quem é Deus e as verdades que Ele coloca dentro do coração do cristão.

É por causa desta verdade que permanece em nós e que estará conosco para sempre. 2 João 2,3.

É necessário selar a Palavra do Senhor no coração. É necessário guardá-la profundamente no seu interior. Entender quem realmente o ser humano é, dói, mas é importante para este depender do Senhor e se manter alerta.

 

A verdade é eterna

A Bíblia revela que sua verdade não é passageira. Ela não se limitou ao passado, mas continua autêntica, infalível e com a mesma autoridade até os dias de hoje. Jesus disse a respeito de si mesmo se revelando como a resposta que o coração humano precisa para viver. 

Eu sou o caminho, a verdade e a vida. João 14:6

Jesus é a verdade à respeito do que a vida deveria realmente ser: verdadeira e eterna.

E a vida eterna é esta: que te conheçam a Ti, o Único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste. João 17:3

Este versículo mostra que a vida eterna é conhecer a Cristo, o único Deus verdadeiro enviado ao mundo. Portanto, a verdade da Bíblia não é um paliativo para as situações de dores, porém ela estabelece a vida no seu interior. 

Se trata do caminho que a cultura não é capaz de lhe proporcionar. Se trata da verdade que não será necessário criar para si. E do mesmo modo, se trata da vida que a liberdade por si só não é capaz de lhe suprir. Mas a vida eterna está em conhecer a Cristo, e portanto, conhecer sua obra na cruz. Para isso é importante crer no que Deus fez ao vir ao mundo e em quem Ele é.  

 

A verdade da Bíblia é viva e eficaz

Se não fosse a verdade da Palavra de Deus, a fé não teria valor. Ela não é passageira como os sentimentos humanos, mas é viva e poderosa para falar à alma humana. 

Porquanto a Palavra de Deus é viva e eficaz, mais cortante que qualquer espada de dois gumes; capaz de penetrar até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é sensível para perceber os pensamentos e intenções do coração. Hebreus 4:12

É um privilégio poder contar com a verdade de Deus todos dias e saber que as suas misericórdias são eternas e incontáveis. Elas permanecem como jóias sobre o interior, são mais preciosas do que o ouro que perece (1 Pedro 1:7).

E a ressurreição de Cristo é a comprovação de que Jesus tem poder até sobre a morte e que o fato de Ele ter vindo ao mundo e morrer, Ele, sim, é capaz de amar como ninguém nunca já fez.

A ressurreição e a vida estão nas mãos dele, e portanto, Ele é a salvação para o perdido.

 

A verdade produz novidade de vida

A Palavra de Deus, a bíblia, produz vida abundante. Deus promete bem aventuranças por meio de um arrependimento sincero. A comunhão e intimidade com Deus são possíveis através de uma vida de oração fundamentada na Palavra, tendo-a como alicerce.

Por isso, mesmo em meio às aflições ou também aos momentos alegres, Jesus continua a ministrar sua vontade aos relacionamentos, e continua suprindo as necessidades do coração humano frágil. Mesmo diante de uma sociedade cética, Ele continua a despejar graça comum.

Mas esta mesma sociedade carece de referência cristã em amor e em atitudes que exalam a graça de Cristo ao mundo, pessoas que vivem uma nova vida em Cristo Jesus.

O mais importante na vida é conhecer a Cristo. É conhecer seu caminho, a fonte de todo o caminhar, para que seja possível uma vida em comunidade e em abundância. Não existe outro caminho melhor, então, continue sempre estudando e meditando nas Escrituras até o dia do Seu retorno. A Bíblia sempre terá muito a ensinar.

É natural sentirmos desanimados diante das adversidades da vida. E quando afligidos podemos interpretar de várias formas os tipos de palavras que ouvimos. Algumas, enchem o nosso coração de esperança. Outras, porém, podem despertar mais pesar e desânimo.

Há força em nossas palavras para construir e destruir e, precisamos nos perguntar se temos edificado nossos irmãos quando abrimos os nossos lábios para opinar sobre suas histórias e questões.

Você já recebeu sentenças negativas? Como se sentiu? E quando alguém te elogia e encoraja o que isso desperta em teu coração? Não pense que falamos sobre bajulação ou não sermos verdadeiros, mas precisamos entender o poder das palavras e aprender a domarmos nossa língua e nossos instintos naturais agindo com sabedoria ao aconselharmos ou mesmo ao exortamos uns aos outros.

O Livro de Provérbios nos inspira a falarmos de forma positiva e precisamos refletir sobre essas verdades. Se quiser aprender mais sobre Provérbios, leia nossa série: Descobrindo Provérbios. Vejamos três formas de usar nossa boca para curar ao invés de ferir.

  1. Palavras podem curar

“Palavras agradáveis são como favo de mel: doces para a alma e medicina para o corpo.” Provérbios 16.24

Não sei que tipo de afirmativa você tem recebido desde sua tenra infância. Algumas pessoas foram amaldiçoadas ainda no ventre materno e essas prerrogativas negativas foram reafirmadas ao longo de momentos traumáticos da história. Satanás sabe muito bem como destruir uma alma, mas o Senhor é aquele que veio para curar.

Não devemos emprestar nossa boca ao diabo para reafirmar mentiras sobre as pessoas à nossa volta, nem tão pouco taxá-las como isto ou aquilo outro. Mas, devemos exercer cura falando sobre a verdade de Deus registrada na Bíblia. Que possamos ouvir o coração do Senhor sobre elas e que proferimos cura e libertação.

  1. Palavras que alegram o coração

“A ansiedade no coração do homem o abate, mas a boa palavra o alegra.” Provérbios 12.25

Tive um avô alcoólatra e quando eu era criança, muitas vezes, o escutava xingar as palavras mais horrendas. A verdade é que todo o ambiente se tornava pesado diante de todos aqueles palavrões e o medo tinha uma expressão de poder.

Mas, também me lembro de pessoas que marcaram a minha história por carregarem em seu falar ternura e amor. E você, também recebeu alguma palavra que alegrou a sua alma?

  1. Palavras que dão vida

“A morte e a vida estão no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto.” – Provérbios 18.21

“Quando um não quer, dois não brigam”, dizia sempre a minha mãe inspirada pelo dito popular. Violência sempre gera mais violência e o furor só pode ser apagado com sabedoria e paciência.

Sei que geralmente respondemos da mesma forma como fomos tratados. Se amado, amamos e quando odiados, a tendência carnal é também odiar. Pagamos com a mesma moeda, não é mesmo?

Mas, o homem que é guiado pelo Espírito não age assim. Pois, Jesus nos ensinou a oferecermos a outra face e amar até mesmo os nossos inimigos. Devemos nos lembrar que: “A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira.” Provérbios 15:1. Além disso, esse é o modelo da cruz, ser levado ao matadouro sem abrir a boca.

Usando nossa boca para gerar vida 

Neste tempo, em que a maioria de nós tem vivido recluso em ambiente familiar, é tempo de usarmos nossas palavras para gerar vida e cura no lugar onde estamos plantados. É um tempo de conversão de coração de pais aos filhos e de filhos aos pais. Vamos destilar favos de mel?

Quando foi a última vez que você recebeu uma palavra de encorajamento? E quando foi que você encorajou alguém ao seu redor? Compartilhe conosco sua experiência e como isso beneficiou seu coração e relacionamentos.

Deus pode transformar o deserto em um lugar de refúgio. Sim, o Senhor tem o poder de mudar qualquer circunstância que está trazendo medo ou dor sobre sua vida.

Para muitos, estamos atualmente vivendo dias de deserto (estamos em tempos de pandemia por causa do Covid-19). Quem, durante este tempo que estamos enfrentando, não se deparou com sentimentos de ansiedade, medo e depressão de alguma forma?!

Preciso repartir com você que tenho tido dias e dias, e eu tenho colocado cada um deles diante de Deus. 

Tenho feito um clamor como este do versículo abaixo: 

Compadece-te de mim, Senhor, porque me sinto atribulado; de tristeza os meus olhos se consomem, e a minha alma e o meu corpo. Salmos 31:9

Nesse tempo muitos de nós ao redor do mundo estamos em quarentena, vivendo dias de isolamento e distanciamento social. Nestes meses em que nossas vidas foram completamente mudadas, podemos encarar essa estação de muitas formas e sair dela perseverantes ou abalados. 

Muitas vezes nestes dias me deparei com questionamentos que me foram feitos sobre o que Deus pensa sobre tudo isso, e sobre qual é o papel de nós, como cristãos, no meio desta crise que assola o mundo? 

Muitos anos atrás eu entendi que mesmo naquilo que ainda estamos enfrentando dificuldades em geral, se tornará aquilo no qual iremos muitas vezes ser uma voz. 

Deus muitas vezes quer que possamos ministrar, mesmo sem ainda não termos vencido completamente aquela parte da nossa vida. 

Acredito que neste tempo, até mesmo aqueles que nunca enfrentaram problemas como crises de medo, ansiedade ou depressão, devem ter se deparado com situações como essas neste momento. 

Deus não desampara seus filhos

Saiba, você não está sozinho, Deus tem estado com você a cada passo. 

Um dia de cada vez, sem pressão, Deus quer transformar este tempo, que para muitos pode ser encarado como um deserto, em um lugar de refúgio para outros. 

Nossos maiores desafios tendem a se transformar em uma poderosa ministração se deixarmos Deus transformar-nos neste tempo. 

Para quem consegue superar os desafios do deserto é possível encontrar Nele um refúgio crucial. 

Deus não perdeu o controle de nada, e Ele é maior que este tempo e isso que está assolado toda a humanidade. 

Inegavelmente, vamos ver Deus nos dar um novo tempo no qual iremos olhar para trás e estaremos mais fortes e nossa fé estará maior. Teremos aprendido a encontrar nosso refúgio em Deus. 

Aliás, em nenhum momento da história nos foi dito que a jornada seria fácil, mas se cremos em Deus, Ele irá nos fortalecer e sairemos destas situações. 

Leia isso:

Porque Deus, que disse: “Das trevas resplandeça a luz”, ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Jesus Cristo.

Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que se veja que a excelência do poder provém de Deus, não de nós.

Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; ficamos perplexos, porém não desanimados;

somos perseguidos, porém não abandonados; somos derrubados, porém não destruídos.

Levamos sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a vida dele se manifeste em nosso corpo.

Porque nós, que vivemos, somos sempre entregues à morte por causa de Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste em nossa carne mortal.

De modo que em nós opera a morte; em vocês, a vida. 2 Corintios 4: 6-12

Seja fortalecido com as palavras abaixo:

Tendo, porém, o mesmo espírito de fé, como está escrito: “Eu cri, por isso falei”, também nós cremos e, por isso, também falamos,

sabendo que aquele que ressuscitou o Senhor Jesus também nos ressuscitará com Jesus e nos apresentará juntamente com vocês.

Porque tudo isso é para o bem de vocês, para que a graça, multiplicando-se, torne abundantes as ações de graças por meio de muitos, para a glória de Deus.

Por isso não desanimamos. Pelo contrário, mesmo que o nosso ser exterior se desgaste, o nosso ser interior se renova dia a dia.

Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um eterno peso de glória, acima de toda comparação,

na medida em que não olhamos para as coisas que se veem, mas para as que não se veem. Porque as coisas que se veem são temporais, mas as que não se veem são eternas. 2 Coríntios 4: 13-18 

 

Vamos orar

Senhor, eu oro por cada pessoa que está lendo este texto, que essa pessoa seja fortalecida nestes dias, que seja suprida em todas as suas necessidades e que cada um dos seus sentimentos sejam sarados por Ti. Eu oro em teu nome Jesus para que corpo, alma e espírito estejam debaixo da Sua Soberania e Autoridade e a Tua cura se estabeleça sobre a vida do meu amado irmão (a). Que hoje este coração seja cheio de esperança em Ti e seu vigor seja renovado para os dias à frente. Amém. 

 

Diante de uma leitura rápida as parábolas parecem simples e de fácil interpretação — mas esta é apenas a primeira impressão e não é totalmente a verdade. Para pastores, mesmo sendo experientes, traduzi-las em sermões é uma grande dificuldade. Já para os estudiosos, ao se dedicarem sobre o tema da interpretação das parábolas, percebem que se encontram no meio de um grande desafio.

Pregar uma parábola é o sonho de pregador novato, mas, com frequência, o pesadelo do pregador experiente. Thomas O. Long

Tipos de interpretação

Duas linhas principais de interpretação surgiram já no fim do século 19: alegorização de cada detalhe de uma parábola e a interpretação da parábola à luz de uma única ideia central. As parábolas de Jesus apresentam uma ideia central para cada personagem principal da história.

A palavra parábola é “parabole” (em grego) – e significa dizer “colocar de lado”. Portanto, nas escrituras, uma parábola compara ou contrasta uma realidade natural com uma verdade espiritual. É assim quando lemos os evangelhos e vemos Jesus dizendo coisas como: “O Reino dos céus é semelhante…” (Mateus 13:24) ou “Com que se parece o Reino de Deus? Com que o compararei?” (Lucas 13:18).

Temos a impressão de ter sido Jesus quem criou as parábolas, mas não, por mais que em grande parte dos seus discursos ele tenha utilizado de parábolas, elas já existiam no Antigo Testamento. Os rabinos já usavam este método de ensino, mas suas parábolas só se assemelham às de Jesus no formato. Os religiosos usavam parábolas para explicar a Lei, os versículos das Escrituras ou uma doutrina, ou seja, para falar de questões que haviam sido estabelecidas, enquanto Cristo utilizava as parábolas para ensinar novas verdades.

Mas por que Jesus fez uso de parábolas?

Uma explicação popular, ainda que equivocada, é que Jesus as usou para que seus seguidores compreendessem as verdades espirituais de forma mais fácil. Porém, afirmar isto não está correto.

E sabemos disso, pois as escrituras nos revelam que os próprios discípulos não entendiam nem mesmo a parábola que fundamentava as demais. Após contar-lhes a parábola do semeador em Marcos 4:2-9, seus discípulos chegaram até ele e, no versículo 10, pediram a interpretação: “Quando ele ficou sozinho, os Doze e os outros que estavam ao seu redor lhe fizeram perguntas acerca das parábolas”. Eles simplesmente não compreendiam o que Jesus lhes falava.

Mas qual o propósito das parábolas, se nem mesmo seus discípulos entendiam?

Haviam duas reações principais das pessoas diante das parábolas de Jesus: a primeira era a rejeição, as pessoas se voltavam contra o ensinamento (Marcos 12:12); “Então começaram a procurar um meio de prendê-lo, pois perceberam que era contra eles que ele havia contado aquela parábola”. A segunda reação era a transformação: as pessoas aprendiam o ensinamento, passando a enxergar que poderiam mudar de vida e seguir Jesus.

Em Marcos 4:12, Jesus diz: “aos de fora, tudo se ensina por meio de parábolas, para que vendo, vejam, e não percebam; e, ouvindo, ouçam, e não entendam; para que não se convertam, e lhes sejam perdoados os pecados.” Possivelmente, isso é acerca das pessoas que demonstraram incredulidade e endureceram o coração perante os ensinamentos. Dessa forma, não conseguem extrair a lição das parábolas, mesmo que as escutem.

As parábolas contadas por Jesus possuem características marcantes: elas mencionavam elementos do cotidiano, como natureza e costumes populares. Jesus também recorria ao suspense, provocando os ouvintes a pensarem nas atitudes dos personagens com antecedência ao relato. Conflitos eram recorrentes em suas narrativas. Assim como uma soma de personagens principais na mesma história, como a parábola do filho pródigo. Algumas parábolas apresentavam alguma vantagem no início, porém, na sequência Jesus demonstrava que existia uma inversão de valores. O mais importante das parábolas de Jesus sempre surgia no final; utilizando-se de perguntas retóricas que usava para confrontar os ouvintes fazendo-os pensar sobre o assunto, seu discurso é direto e sua conclusão é enfática.

Jesus costumeiramente usava de hipérbole

Hipérbole: as histórias que parecem ser situações comuns no início, mas que se revelam algo surpreendente e fora do comum no final. E fazia isto com exagero: como por exemplo, a soma astronômica de dinheiro usada na parábola dos dez mil talentos (Mateus 18:24). Há uma característica muito importante a ser considerada na interpretação das parábolas: elas não possuem muitos detalhes, por isso precisamos manter o princípio de nunca questionar o que a parábola não responde para nos mantermos livres de interpretações erradas. Para tanto, busque sempre pensar no que Jesus quis dizer, não no que as pessoas querem ouvir.

Seguir alguns critérios podem aumentar sua compreensão e auxiliar sua interpretação de forma coerente:
– A primeira delas é buscar a verdade. Não permita que preconceitos interfiram na sua avaliação e comprometam seu resultado;
– Estude o contexto histórico da parábola, considerando a vida social, religiosa, política e geográfica; não deixe de fora a cultura, afinal as parábolas são histórias a respeito de pessoas que viveram em determinado tempo e lugar; analise o texto original (exegese) e não somente qualquer versão traduzida;
– Leve em conta a estrutura literária e gramatical do texto; e nunca perca de vista o foco central que Jesus quis ensinar naquela narrativa.

Por fim, te encorajo a estudar acerca das parábolas de Jesus, pois não existe forma mais estimulante de conhecer a sua teologia sobre o reino dos céus do que examinando sua coleção de parábolas. Cada parábola apresenta um aspecto desse reino. Por vezes Jesus fala do reino como uma realidade presente (parábola do grão de mostarda) e outras como uma realidade futura (a parábola da rede). Algumas parábolas apontam para a pessoa e a obra do rei Jesus (parábola dos lavradores maus); outras expressam a atitude cristã dos súditos do seu reino (bom samaritano; do tesouro e da pérola). Suas histórias expressam verdades acerca do reino dos céus. E muito do seu tempo foi gasto na pregação do evangelho do reino. E, definitivamente, em Sua pessoa e obra, o reino dos céus se manifestou entre os homens.