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Lembretes para 2022

Esperança

Certa vez algo surpreendente aconteceu. Era essa mesma época do ano, estava no quintal da casa de minha avó quando reparei que estava nascendo um broto em uma antiga goiabeira que já não dava mais frutos. Achei aquela cena bastante simbólica, já que aquele ano tinha sido bastante difícil. 

E agora, mais um fim de ano, bastante difícil para todos nós, me lembrei novamente da cena da goiabeira e um versículo saltou em minha mente: 

“Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, — pela graça sois salvos, e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus”  Ef 2:4-6

Mas Deus

O que chamou minha atenção foi a palavra “mas”. Ao longo de toda a História o Senhor sempre agiu na humanidade com o seu “mas”.  Uma demonstração da sua infinita bondade, justiça e misericórdia conosco, o Seu povo. 

Ele sempre fez e faz brotar beleza e vida de lugares inusitados. Vemos isto em muitas passagens bíblicas. Por exemplo, quando Agar e o seu filho Ismael estavam no deserto de Berseba e a água havia acabado. Eles já estavam em uma situação terrível, quando Agar clamou ao Senhor por água. Milagrosamente um poço apareceu em sua frente. 

Além disso, vemos as inúmeras vezes que o povo de Israel estava no deserto com fome e o Senhor proveu alimento. Quando achavam que iam perecer, o Senhor intervinha. 

Recebemos o maior milagre que foi o sacrifício de Jesus na Cruz. A Queda no Éden parecia o fim para toda humanidade, mas não era. O Senhor proveu um cordeiro. Este cordeiro já havia sido morto desde a fundação do mundo (Ap. 13:8). Afinal de contas, o Senhor não é surpreendido. Nada é inesperado para Ele. Nós é que nos surpreendemos com o curso da História. Assim, o Senhor permanece imutável, sustentando todas as coisas pela palavra do Seu poder. 

Ancorados em Cristo

Então, neste fim de ano podemos nos apegar no Senhor que sustenta todas as coisas; Naquele que age em toda a realidade e está liderando as nossas vidas. Podemos descansar  nas verdades da Sua Palavra.

Por mais que o futuro e o próximo ano possam gerar ansiedade e medo, temos o Bom Pastor que conhece todas as coisas e épocas.  

Para nós, cristãos, quando dizemos sobre ter esperança no futuro não é algo místico e tampouco uma positividade que é vendida nas redes sociais. A esperança para a fé cristã é o próprio Jesus. Estamos ancorados Nele. Temos acesso às suas Palavras de vida eterna que fortalecem o nosso interior, nos guiam e ajudam a passar pelos vales e dificuldades.  

Lembretes para o próximo ano

Em 2022 se apegue e confie nas Palavras de vida eterna. Confie na liderança do bom Pastor, por mais que possa parecer confuso e sem sentido as circunstâncias de nossa vida. Lembre-se que Ele é rico em misericórdia e cheio de bondade. Esses são os seus atributos. Além disso, descanse Naquele que pode mudar realidades, abrir caminhos no deserto,  rios no ermo e até mesmo fazer brotar novos frutos de uma árvore – aparentemente – sem vida. 

Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o Senhor, o Criador dos fins da terra, nem se cansa nem se fatiga? É inescrutável o seu entendimento. Dá força ao cansado, e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor. Os jovens se cansarão e se fatigarão, e os moços certamente cairão; Mas os que esperam no Senhor renovarão as forças, subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão; caminharão, e não se fatigarão. Isaías 40:28-31

Obrigada por acompanhar o blog fhop durante este ano. Esperamos que Ele tenha edificado sua fé e encorajado você a permanecer ancorado em Jesus.

Feliz 2022,

Deus te abençoe! 

++leia mais sobre vida de oração

Metas e sonhos, como anda a sua motivação para cumprir suas metas? Ou até mesmo como está sua proatividade para viver seus sonhos? 

Primeiramente, precisamos entender que metas e sonhos tem uma diferença de significados: 

Metas são os passos que você dá para viver seus sonhos. 

Sonhos são os objetivos que queremos alcançar tais como: faculdade, casamento, uma viagem, falar um certo idioma, a casa própria etc. 

Quero compartilhar com você uma palavra que tem me edificado nesses dias e me feito pensar sobre metas, sonhos e o que temos feito para viver isso. 

Portanto, ao compartilhar nesse texto essa palavra, quero te contar o que me levou a ela. 

Estava diante de um momento de transição e não conseguia tirar meus olhos das dificuldades e elas estavam parecendo maiores do que realmente eram. Geralmente aquilo que focamos toma uma proporção maior do que tudo o mais.  

Se focamos em nossos sonhos, as nossas metas serão um impulso para vivermos o cumprimento deles. 

Portanto, se olharmos somente para as dificuldades do caminho, a caminhada até os sonhos se tornará muitas vezes mais árdua do que realmente é.  

Antes de mais nada, vamos a palavra na qual Deus instrui  Moisés a enviar homens para espiar a terra que Ele tinha dado ao seu povo: 

E o Senhor disse a Moisés: “Envie alguns homens em missão de reconhecimento à terra de Canaã, terra que dou aos israelitas. Envie um líder de cada tribo dos seus antepassados”. Números 13: 1,2 

Evidentemente,  o que vemos aqui é que eram líderes de tribos, ou seja, homens de autoridade e maturidade. 

Com efeito, Deus não vai chamar você enquanto não houver colocado tudo o que é necessário dentro de você para viver este sonho. 

Moisés dá metas claras aos espias 

Esses homens eram capazes de olhar a terra ou o sonho do jeito correto, mas se você como eu, já leu essa história, sabe que apenas dois deles viram as dificuldades mas escolheram não focar nisso da maneira  errada. 

Quando Moisés os enviou para observarem Canaã, disse: 

Enviou-os, pois, Moisés a espiar a terra de Canaã; e disse-lhes: Subi por aqui para o lado do sul, e subi à montanha:
E vede que terra é, e o povo que nela habita; se é forte ou fraco; se pouco ou muito.
E como é a terra em que habita, se boa ou má; e quais são as cidades em que eles habitam; se em arraiais, ou em fortalezas.
Também como é a terra, se fértil ou estéril; se nela há árvores, ou não; e esforçai-vos, e tomai do fruto da terra. E eram aqueles dias os dias das primícias das uvas. Números 13: 17-20

Ademais, Moisés foi um grande líder que sempre procurou seguir as instruções de Deus. 

Aliás, aqui vemos ele dando instruções claras para os líderes que iriam observar a terra. 

Da mesma forma, se buscarmos ao Senhor para saber qual é a sua vontade, recebemos instruções assertivas sobre qualquer área da nossa vida. 

Muitos sonhos dependem da forma como encaramos-os e entendemos o processo para viver isso. 

Portanto, observe abaixo a forma como os espias  retornaram e o que relataram. 

Sua ótica irá determinar como você vai enxergar seus sonhos

Ao fim de quarenta dias eles voltaram da missão de reconhecimento daquela terra. Eles, então, retornaram a Moisés,  a Arão e a toda a comunidade de Israel em Cades, no deserto de Parã, onde prestaram relatório e lhes mostraram os frutos da terra. E deram o seguinte relatório a Moisés: “Entramos na terra à qual você nos enviou, onde mana leite e mel! Aqui estão alguns frutos dela.Mas o povo que lá vive é poderoso, e as cidades são fortificadas e muito grandes. Também vimos descendentes de Enaque. Os amalequitas vivem no Neguebe; os hititas, os jebuseus e os amorreus vivem na região montanhosa; os cananeus vivem perto do mar e junto ao Jordão”. Então Calebe fez o povo calar-se perante Moisés e disse: “Subamos e tomemos posse da terra. É certo que venceremos! “Mas os homens que tinham ido com ele disseram: “Não podemos atacar aquele povo; é mais forte do que nós”. E espalharam entre os israelitas um relatório negativo acerca daquela terra. Números 13:25-33 

Nos versículos anteriores vemos um resumo da diferença na ótica daqueles que foram espiar a terra. 

Claramente não devemos desmerecer as dificuldades para alcançar nossos objetivos, mas também não podemos somente enxergar as dificuldades. 

Sim, elas existem, mas são parte do processo para termos êxito. 

Prosseguir com metas para não desistir dos sonhos

Para finalizar quero deixar uma porção das escrituras que é parte da continuação da história e fala sobre um dos espias que foi enviado para observar a terra. 

Eu lhe dei um relatório digno de confiança,mas os meus irmãos israelitas que foram comigo fizeram o povo desanimar-se de medo. Eu, porém, fui inteiramente fiel ao Senhor, ao meu Deus. Por isso naquele dia Moisés me jurou: ‘Certamente a terra em que você pisou será uma herança perpétua para você e para os seus descendentes, porquanto você foi inteiramente fiel ao Senhor, ao meu Deus’.“Pois bem, o Senhor manteve-me vivo, como prometeu. E foi há quarenta e cinco anos que ele disse isso a Moisés, quando Israel caminhava pelo deserto. Por isso aqui estou hoje, com oitenta e cinco anos de idade! Ainda estou tão forte como no dia em que Moisés me enviou; tenho agora tanto vigor para ir à guerra como naquela época. Josué 14: 6-15 

Evidentemente, Calebe foi um homem que soube que perseverar e ter a ótica certa eram parte do sucesso para alcançar os sonhos. 

Quero encorajar você, hoje, para que continue a lutar. Coloque metas para alcançar os sonhos e não desista independente de quais dificuldades estejam à sua frente. 

Olhe além dos gigantes que querem amedrontar você nestes dias. 

Deus abençoe 

 

Ansiedade, uma palavra que tem sido muito falada nos últimos tempos. Em face de uma pandemia, muitas pessoas não conseguiram aguentar as situações de mudanças e medos. 

Acredito que terapeutas, psicólogos e até mesmo médicos psiquiatras foram um dos  que mais trabalharam nestes últimos meses.

Ansiedade, nada mais é do que medo, preocupação, apreensão e um sentimento de extrema aflição.  

Quando a ansiedade já me dominava no íntimo, o teu consolo trouxe alívio à minha alma. Salmos 94:19 

Este versículo abaixo, pode ser um indicativo de que alguns de nós iríamos enfrentar ansiedade e que isso seria uma luta a ser vencida. 

Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus. Filipenses 4:6 

Eu quero repartir um pouco da minha experiência com ansiedade e como tenho lidado com isso. 

Para poder te contar o hoje, preciso repartir o que me levou a buscar tratamento profissional para ansiedade. 

Um pouco da minha história 

Eu cresci em um lar completamente destruído, um abandono materno aos 3 anos e um pai alcoólatra me levou a ter ansiedade desde que era criança. 

Quando tinha 14 anos, eu tive depressão e síndrome de pânico. Fiz tratamento e  consegui vencer a síndrome, mas a depressão me acompanhou por longos anos. 

Junto com tudo isso, tinha crises de ansiedade com fortes sintomas físicos, como falta de ar, sudorese, tremores e náusea.  

Durante muito anos lutei sozinha com isso porque não achava que precisava de ajuda profissional para isso. 

Por conhecermos a Deus e servi-lo, muitas vezes pensamos que não precisamos cuidar de nossa saúde emocional

Deus me curou de muitas dores durante minha vida, me amou e me ama sem medida.  Mas, existem algumas coisas que podemos e devemos procurar ajuda de pessoas que estudaram para isso para que possamos ter uma luz e uma direção. 

Em primeiro lugar, acredito que enfrentamos um preconceito muito grande em assumir nossas fraquezas e até mesmo nossas dores.

Muitas vezes nos cercamos de palavras como: “eu preciso ser forte”, existem pessoas que olham pra mim e esperam isso, que eu vença minhas guerras e seja forte o tempo todo. A palavra nos mostra tantas vezes que nunca foi exigido de nós essa força em lutar só, mas sempre nos foi mostrado através da palavra que Deus é a nossa força e também o nosso refúgio, diante dele podemos depositar nossas cargas e receber alívio

Homens comuns e vulneráveis 

Eu tenho pensando na minha luta contra a ansiedade e no exemplo da vida de Davi, Paulo, Pedro.  Tenho refletido o quanto esses homens se colocaram em um lugar vulnerável para que o poder de Deus fosse real a todos os que viessem a saber das histórias destes homens. 

Muitos acham que Davi falhou como pai, muitas vezes como líder.  Mas ao ler a história de Davi, acredito que uma de suas maiores características era que ele se colocava num lugar vulnerável diante de Deus para aprender com seus erros ou suas dores e mudar. 

Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto. Salmos 51:10 

Sabemos que Paulo carregava dores e lutava contra elas.  Até hoje não sabemos o que era o espinho na carne do qual Paulo nos contou. 

Para impedir que eu me exaltasse por causa da grandeza dessas revelações, foi-me dado um espinho na carne, um mensageiro de Satanás, para me atormentar.

Três vezes roguei ao Senhor que o tirasse de mim.

Mas ele me disse: “Minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”. Portanto, eu me gloriarei ainda mais alegremente em minhas fraquezas, para que o poder de Cristo repouse em mim.

Por isso, por amor de Cristo, regozijo-me nas fraquezas, nos insultos, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias. Pois, quando sou fraco é que sou forte. 2 Coríntios 12; 7-10 

Pedro, não foi diferente, eu imagino o quanto este homem lutou contra seus rompantes de temperamento, suas falhas de caráter, sua boca pronta a falar e tão tardia a calar-se. 

Estes homens, assim como você e eu, querem  transformação, cura, seja através de um milagre ou por meio de profissionais.

O que eu tenho feito na luta contra ansiedade: 

1- Em primeiro lugar admiti que tinha um problema na minha saúde emocional 

2- Busquei ajuda profissional para entender o que estava acontecendo comigo.  Procurei uma psicóloga cristã, tenho feito terapia há alguns meses,  e isso tem me ajudado muito no processo de cura. 

3-Quando as crises chegam eu busco refúgio na Palavra e coloco louvores para me lembrar daquilo que pode me dar esperança de dias melhores. 

4-Tenho feito caminhadas sempre que posso ou exercícios e isso é de grande ajuda na melhora da saúde emocional. 

Que o Deus da esperança os encha de toda alegria e paz, por sua confiança nele, para que vocês transbordem de esperança, pelo poder do Espírito Santo. Romanos 15:13 

Vamos orar? 

Senhor, pedimos hoje que nos ajude nas nossas situações, sejam elas quais forem. Pedimos teu alívio e tua cura para que sejamos emocionamente  saudavéis para podermos viver uma jornada plena em Ti. Que cada um de nós encontre forças em Tua Presença para uma vida em plenitude de alegria e paz. Amém 

Deus te abençoe 

Esperança tem sido uma palavra tão difícil de carregarmos nos corações nestes dias. Você também tem sentido isso? E sente o desejo de tê-la renovada? 

Quando ela começou a aparecer em meus pensamentos eu sabia que deveria escrever, então numa noite escutei um daqueles sussurros de Deus que tanto amo e Ele me disse: 

“Escreva sobre esperança, pessoas precisam ler sobre isso.” 

Então, espero que você seja uma dessas pessoas e que ao final deste texto seu coração seja completamente invadido por essa verdade e tenha sua esperança renovada. 

Sei que os dias ou até mesmo esse ano não tem sido nada fácil. Então, ao olharmos as circunstâncias ao nosso redor o natural seria não termos expectativa em dias melhores. 

Mas a questão é que não somos daqueles que vivem segundo o curso do que é natural. 

Talvez estejamos colocando nossa esperança no lugar ou em pessoas ao invés de colocarmos nossa espera por dias melhores Naquele que pode mudar o curso de tudo. 

 

Primeiro passo

Mesmo em meio a dor da incerteza, você precisa continuar depositando toda a sua confiança no Deus Vivo. Direcione sua espera para o Senhor, pois somente Ele pode responder à sua confiança depositada. 

Ponha a sua esperança no Senhor, ó Israel, desde agora e para sempre! Salmos 131:3 

Que a integridade e a retidão me protejam, porque a minha esperança está em ti. Salmos 25:21 

 

Segundo passo 

Alimente-se da palavra de Deus, então você verá dia a dia sua expectativa ser renovada e ver os frutos de uma vida de confiança na palavra da verdade. 

Espero no Senhor com todo o meu ser, e na sua palavra ponho a minha esperança. Salmos 130:5 

Tu és o meu abrigo e o meu escudo; e na tua palavra coloquei a minha esperança. Salmos 119:114 

Pois tudo o que foi escrito no passado, foi escrito para nos ensinar, de forma que, por meio da perseverança e do bom ânimo procedentes das Escrituras, mantenhamos a nossa esperança. Romanos 15:4 

 

Terceiro passo 

Tenha uma vida de devoção, isso incluí comunhão com o Espírito Santo e uma vida de busca Presença de Deus, uma caminhada diária de oração. 

Considero esse passo tão importante quantos os outros que já coloquei acima. 

Muitas vezes colocamos nossa confiança em Deus, estudamos sua palavra, mas não temos intimidade com seu Espírito e nem comunhão com Ele através de uma vida de oração. 

Que o Deus da esperança os encha de toda alegria e paz, por sua confiança nele, para que vocês transbordem de esperança, pelo poder do Espírito Santo. Romanos 15:13 

Alegrem-se na esperança, sejam pacientes na tribulação, perseverem na oração. Romanos 12:12 

 

Quarto passo 

Desfrute de uma vida de esperança, não somente nos dias bons, mas também quando chegar a escuridão dos dias maus. Seja em qual estação for, exerça a esperança e viva ela como Deus colocou a sua disposição para viver. 

Esperança em Deus, uma vida mergulhada na palavra, comunhão com o Espírito Santo, vida de oração, isso levará você a mergulhar em amor, , alegria, e ter renovada a sua confiança. 

Esperança renovada

Deixe Deus ser o Aquele que te dá esperança! Não somente por dias melhores, mas por algo muito maior, somos feitos para Aquele que é eterno. Olhe para eternidade hoje e deixe seu coração transbordar. 

Oro também para que os olhos do coração de vocês sejam iluminados, a fim de que vocês conheçam a esperança para a qual ele os chamou, as riquezas da gloriosa herança dele nos santos. Efésios 1:18 

 

Setembro amarelo. Chegamos ao mês de setembro e esse mês foi estipulado para prevenirmos e darmos uma maior atenção aos casos de suicídios que crescem a cada ano. É claro que isso não é apenas para tomar nossa atenção em um mês. Isso é sério e merece nossa atenção no nosso cotidiano. Quantos de nós conhecemos pessoas que estão dando sinais de querer desistir de suas vidas? Principalmente nesse ano de 2020 onde muitas pessoas perderam seus empregos, suas perspectivas e objetivos traçados. Suicídio é algo sério, precisamos estar atentos.

Segundo o site criado para falar sobre o tema setembro amarelo, cerca de 95% dos casos de suicídio ocorreram por motivos de depressão, transtorno bipolar e abuso de substâncias, ou seja, problemas de transtornos mentais. Nossa mente pode ser tão terrível a ponto de nos fazer desistir de viver. Será que era por isso que Paulo fala sobre o renovar de nosso mente?Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. Romanos 12.1-2

O fato é, em nosso dia a dia somos bombardeados de notícias ruins, falsas notícias inclusive, inúmeras mentiras entram em nossos ouvidos e mentes. Fora as nossas lutas e dificuldades que precisamos lidar diariamente e os muitos casos de abusos enfrentados. Como não sucumbir a tudo isso? Pois nossa mente está suscetível a esses ruídos diários, às muitas vozes que invadem nossos pensamentos e alcançam nossos desejos, medos e anseios. 

O processo do Espírito Santo em nós

A teologia reformada vai nos ajudar a entender sobre essas mudanças em nossa mente. Na queda da humanidade, onde os efeitos noéticos do pecado nos deixaram em um estado de prisão moral. A palavra noético, tem sua origem no grego nous, que é normalmente traduzido como “mente”. Logo, os efeitos noéticos são os efeitos da nossa mente, que são caídos, nossa própria capacidade de pensar foi gravemente enfraquecida pela queda humana. Toda nossa vontade humana está agora cativa aos desejos e impulsos maus do nosso coração. Dito isso, apenas para que possamos entender que não é por causa disso que agora não temos mais a capacidade de pensar corretamente. 

É claro que enquanto o pecado estiver em nós, nosso pensar não será perfeito. Mas o Espírito Santo está agora mesmo nos levando nessa jornada de amadurecimento e aperfeiçoamento espiritual, que culminará no retorno de Cristo, onde o Espírito Santo entregará uma igreja pura, santa e sem mácula. Nossa consumação final.

Aqui em nosso blog, temos feito uma série de escritos sobre o fruto do Espírito. Esse fruto, Paulo vai descrever em Gálatas 5, como sendo nove qualidades que são produzidas em nós por meio dessa ação que o Espírito Santo está operando naqueles que são guiados por Ele. Mas o quê tudo isso tem a ver com o setembro amarelo? Como conseguimos ajudar alguém, ou quem sabe, como eu consigo ajuda com esses problemas causados em minha mente?

Os mandamentos nos ajudam nessa jornada

 Jesus ao ser interrogado por um mestre da lei sobre a importância dos dez mandamentos, responde o seguinte: ”Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todo o seu entendimento e de todas as suas forças’. O segundo é este: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’. Não existe mandamento maior do que estes“. Marcos 12:30-31. Ao cumprir os dois mandamentos, seremos rigorosos em nossas tentativas de treinar nossas mentes. Amando o Senhor com todo nosso coração, nossa alma e nossa força, mas também com toda nossa mente.

E quanto ao segundo mandamento? Ame o próximo, em outro momento Jesus foi questionado: Quem é o meu próximo? ( Lucas 10:29). E Jesus vai lhes contar a parábola do Bom Samaritano. Logo, seja você o bom samaritano, seja você o próximo de quem precisa de ajuda. E se voltarmos para o fruto do Espírito de Gálatas 5:22, vemos que ao praticarmos amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade e  mansidão, precisamos do próximo. Pois como praticá-los sozinho? Mesmo o domínio próprio é algo que preciso da ajuda do Espírito Santo. Essas qualidades, esse fruto não é produzido por nós mesmos, mas é obra do Espírito.

Recebendo e dando ajuda

Ora, mas onde isso nos leva, afinal de contas? Eu quis relacionar tudo isso para termos em mente duas coisas: se no caso de, você e eu estivermos passando por isso, ou se somos nós que vamos ajudar alguém perto de nós. Porque sim, depressão, transtorno bipolar e vícios são doenças e nenhum, isso mesmo, nenhum de nós está livre disso. Mesmo os cristãos passam por essas doenças. Eu e você temos agora mesmo nomes vindos em nossa mente, ou se não, nós mesmos já passamos por isso.

Mas se isso for algo que está enfrentando, te digo: procure ajuda agora mesmo. Como já mencionado, tentativa de suicídio por quaisquer motivo é sim, indícios de alguma doença séria por trás. Deus não nos criou para vivermos sós, precisamos de pessoas, precisamos nos relacionar, precisamos encontrar com quem dividir nossos fardos, sejam familiares, amigos, liderança, nossa comunidade de irmãos.

E se estamos identificando sinais de depressão, ou alguma atitude de afastamento por parte de alguém próximo a nós, precisamos ser o bom samaritano na vida dessa pessoa. Estar perto, amar essa pessoa, servir no que for necessário. Seja levando a um médico ou, sendo útil em quê precisar.

Fortalecendo nossa fé

Por muito tempo nós cristãos tratamos a depressão como pecado ou algo de errado na vida da pessoa que estava passando por isso. Agora precisamos entender que, como qualquer outra doença, todos estão sujeito a passar por isso. E sim, precisamos de tratamento médico, precisamos ajudar quem está passando por isso a identificar o que causou essa depressão. Não os deixando só, mas trazendo para perto, ajudando em sua fé, levando-o a participar dos cultos, das nossas reuniões em grupos, de nossos momentos de comunhão. E entender, que é por um período e que vai passar. Que esse mês do setembro amarelo traga consciência em nós da gravidade que são essas doenças.

Portanto, que possamos crescer no fruto do Espírito, que possamos crescer em amar a Deus com toda nossa força e mente, que possamos crescer em amar nosso próximo, servindo e trilhando essa jornada em comunhão. Como servos de Cristo, somos levamos por sua graça a restaurar ruínas desse mundo caído. Somos o povo da esperança, estamos anunciando a esse mundo um novo reino, o reino de Deus, por isso precisamos de uma nova mentalidade. E essa nova mentalidade, essa nova vida com Deus, nos salva de um modo de vida pessoal e nos leva a um fim corporativo.

Setembro Amarelo – Oração

Minha oração por você que está passando por isso é que Deus coloque as pessoas certas para te ajudar a identificar o motivo, a causa dessa depressão, sejam amigos, familiares ou se preciso for, até médicos capacitados a identificar o quê seu corpo está precisando nesse momento. Sabemos que vários fatores podem levar alguém a uma depressão, até mesmo falta de hormônios e vitaminas podem gerar uma depressão.

Então, que o Senhor te conduza nesse tempo e que você seja alicerçado na Palavra de Deus, ela é a verdade e o fundamento que te ajudarão quando maus pensamentos vierem. E entenda, isso é passageiro, pode demorar até o tratamento fazer efeito, mas é passageiro, esse período não te define.


“Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração.” Colossenses 3.16

Hoje vamos conversar sobre o luto. Pois, muitas pessoas querem “cancelar” 2020, entendo muito bem as razões. Tantas lutas temos enfrentado, especialmente neste ano de pandemia. Nossa liberdade foi cerceada de cuidados e proteção e inúmeros são os nossos dilemas. Que saudade de abraçar sem restrições, não é mesmo?

Talvez tenhamos até perdido alguém e isto assolou o nosso ano e esteja sendo muito difícil lidar com o luto, eu sei. Mas, hoje também quero falar de esperança e orar com você para que o Espírito Santo possa nos ajudar nessas despedidas.

Perdi uma amiga muito especial e preciso aprender a lidar com a dor de não a tê-la por perto, mas não é fácil. Devemos reconhecer nossas limitações e que nossa força vem de Deus. Clichês e frases feitas não nos trarão alívio, mas o Cristo Vivo sim. E o Espírito do Senhor que habita em nós nos consolará.

Mesmo em meio ao nosso sofrimento podemos confiar no Senhor, pois sabemos que Deus é Aquele que restaura a nossa sorte. E quando as lágrimas verterem através dos nossos olhos haverá consolo.

Bem-aventurado os que choram 

“Bem-aventurado os que choram, porque serão consolados.” Mateus 5.4

A Bíblia é bem clara quando diz que neste mundo não estaríamos livres de aflições. Mas, há uma promessa sobre nós, uma bem-aventurança: os que choram serão consolados. Está realidade inunda a minha alma de paz e esperança, principalmente neste momento de dor.

Há um salmo que me recordo bem e que me vem à mente neste dia, ele também traz esperança em meio ao luto. É um cântico de romagem que tem como contexto histórico o exílio do povo de Israel. Você pode lê-lo a seguir:

“Quando o Senhor trouxe novamente restauração a Sião, nos sentimos como num sonho! Então, se nos encheu de riso a boca, e a nossa língua de alegres expressões de louvor. Até nas outras nações se comentava: “O Eterno fez maravilhas por esse povo!” Sim, realizações grandiosas fez o Senhor por nós, por esse motivo estamos felizes! Senhor, traze os nossos cativos de volta, assim como enches o leito dos ribeiros no deserto do Neguebe. Os que em lágrimas semeiam, em júbilo ceifarão! Aquele que parte chorando, enquanto lança a semente, retornará entoando cânticos de louvor, trazendo seus feixes.” Salmos 126.1-6

A morte de minha amiga gera um grande lamento em meu coração. Mas sei quem ela era e como ela amava a Jesus. Uma de suas marcas, além da intensidade em amar e servir as pessoas, era alegria que ela possuía. Nosso choro pode ser vertido como uma semente que não se perderá, mas no fim dará muitos frutos.

Respeitando o processo de luto

Nem sempre sabemos como nos comportar diante das perdas. Não gostamos de sofrer e temos a tendência de tentar ser forte o tempo todo. Mas, é importante respeitar os nossos processos e também o das pessoas que perderam um ente querido.

Mesmo sem saber direito o que dizer, é bom não usarmos apenas clichês e sim nos colocarmos verdadeiramente ao lado de quem perdeu quem amava. Nem que seja apenas para escutar, inclinar um ombro amigo e chorar junto.

Você já deve ter ouvido falar sobre as cinco fases do luto propostas pela psiquiatria, são elas: negação; revolta ou raiva; barganha; depressão e aceitação. O luto é uma experiência emocional e individual, não se resume apenas a morte, mas a perda. Cada pessoa pode reagir de forma diferente dependendo de suas vivências.

Jesus chorou pela morte de seu amigo

Quando Jesus esteve aqui na terra ele se deparou com a dor da humanidade, curou muitos enfermos e até chorou a morte de seu amigo Lázaro antes de ressuscitá-lo. Há muitos questionamentos quando nos deparamos com a morte e nosso papel não é julgar. É preciso voltar nossos olhos as Escrituras e nos mover com o exemplo de Jesus. E Jesus, não era superficial em seu trato com o ser humano, muito pelo contrário, Ele tocava as pessoas.

Eclesiastes nos afirma que há sabedoria em ir à casa do luto: “Portanto, o coração dos sábios está na casa onde há luto, mas o coração dos insensatos, nos banquetes e em lugares de muito riso.” (Eclesiastes 7.4). Na casa do luto haverá ponderação e nós poderemos nos perguntar: Que legado temos deixado para as próximas gerações? Qual é a marca de nossas vidas? Na morte há oportunidade de reflexão sobre a história que temos vivido e que rumo daremos ao nosso futuro. Lembre-se:

“Mais vale ir a uma casa em luto do que ir a uma casa em festa, porquanto este é o fim de todo ser humano; e deste modo, os vivos terão uma grande oportunidade para refletir.” Eclesiastes 7.2

Cartas vivas: Um testemunho missionário

“Vós mesmos sois a nossa carta, escrita em nosso coração, conhecida e lida por todos. Vós mesmos tendes demonstrado que sois uma carta de Cristo, resultante de nosso ministério, escrita não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de corações humanos!” 2 Coríntios 2.2

Conheci a Jake em 2010 quando fui fazer um curso de cura interior na base de Jocum Almirante Tamandaré. Ela foi chave para que eu retornasse para missões. Dividimos apartamento até que ela se casou com o Edu. Jake era daquelas pessoas irresistível porque tem o próprio perfume de Cristo. Carregava em si uma alegria genuína, tão intensa em amar, nos tornamos família e eu não fui a única que ela adotou no Brasil e até em outras nações.

A Jake esteve presente em muitos momentos especiais de minha carreira missionária. Quando me mudei para Florianópolis a fim de me tornar uma missionária intercessora, ela e o Edu me levaram junto com a minha pequena mudança.

Jake e Edu são líderes de King’s Kids, é um ministério de Jocum que trabalha com crianças e adolescentes. Eles influenciaram gerações em cerca de 11 anos em missões. Além disso, ela era uma contadora de história que usava arte para evangelizar. Tivemos que nos despedir de Jake de forma repentina após ela ser acometida por um câncer e não resistir a cirurgia para a retirada do tumor. Tem sido muito difícil lidar com a sua partida, muito doloroso dizer adeus a essa amiga tão querida e cheia de energia, vivacidade e principalmente de Jesus. Mas, ela deixa um legado: ser uma carta viva, escrita não por letras humanas, mas pelo próprio Deus.

A Eternidade é real

Não posso deixar de dizer que a eternidade é real. E mesmo neste misto de sentimentos de dor pela despedida também há uma alegria tão plena em saber que Jake está com o Pai e eu tive o privilégio de ser marcada pela sua vida. Um dia estaremos com Cristo e Ele enxugará de nossos olhos toda lágrima.

“E ouvi uma forte voz que procedia do trono e declarava: “Eis que o Tabernáculo de Deus agora está entre os homens, com os quais Ele habitará. Eles serão o seu povo e o próprio Deus viverá com eles, e será o seu Deus. Ele lhes enxugará dos olhos toda a lágrima; não haverá mais morte, nem pranto, nem lamento, nem dor, porquanto a antiga ordem está encerrada!” Apocalipse 21.3-4

Nós podemos lidar com o luto com esperança porque quando Jesus ressuscitou, ele venceu a morte. Ele é quem nos dá a verdadeira vida: Esclareceu-lhe Jesus: “Eu Sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, mesmo que morra, viverá;(João 11.25) O nosso choro dura um momento, mas temos a promessa da eternidade.

Devorada foi a morte

Meu coração se aquece ao ler 1 Coríntios 15.50-57:

“Contudo, irmãos, eu vos afirmo que carne e sangue não podem herdar o Reino de Deus, nem o que é perecível pode herdar o imperecível. Eis que eu vos declaro um mistério: nem todos adormeceremos, mas certamente, todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta. Porquanto a trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis e nós seremos transformados.

Pois é impreterível que este corpo que perece se revista de incorruptibilidade, e o que é mortal, se revista de imortalidade. No momento em que este corpo perecível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal, for revestido de imortalidade, então se cumprirá a palavra que está escrita: “Devorada, pois, foi a morte pela vitória!” “Onde está, ó Morte, a tua vitória? Onde está, ó Morte, o teu aguilhão?” Porquanto, o aguilhão da Morte é o pecado, e o poder do pecado é a Lei. Contudo, graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo!” 1 Coríntios 15.50-57

Que este ano de luto também seja um ano de convicção e fé na Palavra de Deus. Pois, em um piscar de olhos, ouviremos o som da trombeta. Os mortos ressuscitarão e seremos transformados. Que nosso coração seja consolado pelo Espírito e nossos olhos estejam fitos na eternidade!

A parábola dos talentos traz continuidade aos ensinos de Jesus, iniciado na parábola das dez virgens, no capítulo 25 do livro de Mateus. Essas duas parábolas estão ligadas a um comportamento de espera, onde percebe-se que cada parábola tem em seu contexto elementos semelhantes, mas intenções diferentes.

Na parábola das dez virgens Jesus nos mostra a necessidade da atenção com caráter interno, mas na parábola dos talentos Jesus nos fala da prática externa. Herbert Lockyer fala sobre a vigilância e ação, utilizando como exemplo o texto de Neemias 4:18.

“E os edificadores cada um trazia a sua espada à cinta, e assim edificavam, mas o que tocava a trombeta, estava junto de mim.” Hebert Lockyer

Loycker explica que esta é a combinação fornecida por essas duas parábolas: a parábola das dez virgens nos ensina a necessidade de vigilância e a dos Talentos, o dever do trabalho.

Esse contexto é importante para o melhor entendimento da parábola dos talentos. No antigo oriente, no tempo de Jesus, os ricos tinham uma prática bastante comum: quando esses senhores precisavam se ausentar da cidade, eles chamavam seus servos de maior confiança. E faziam deles os administradores de toda sua terra e seu dinheiro. Estes tinham liberdade para negociar e gerar lucro para o seu senhor no período que ele estivesse fora. É com base neste costume que a parábola dos talentos é contada. E não é difícil entendermos a sua mensagem: o senhor rico é o Senhor Jesus Cristo, e sua viagem se trata do período compreendido entre a sua primeira e a segunda vinda.

Mas o que eram esses talentos? O que Jesus estava querendo ensinar com essa parábola?

A palavra “talento” utilizada na parábola vem do termo grego “talanton” e no mundo romano do primeiro século, um talento era uma moeda de mais alto valor, o equivalente a 20 anos de trabalho recebendo um salário mínimo mensal. Contudo, apesar de estar mencionando essa quantia grande de dinheiro, Jesus não está aqui ensinando teoria econômica, mas ele está transmitindo uma mensagem. Há uma grande influência dos textos judaicos no ensino sobre a fidelidade ao Senhor e esta é parte da base para o princípio usado nessa parábola, como veremos a seguir.

Encontramos similaridades entre a parábola e um escrito judaico chamado “Ahiqar 192”: “Se o teu senhor te confiar água para que guardes, e não te mostrares confiável nesta tarefa, como ele poderá deixar ouro na tua mão?” Claramente o ensino de Jesus deixa transparecer a influência judaica – Jesus era judeu e praticava o judaísmo – e seus discípulos, aos quais ele contou essa parábola eram judeus e esse discurso não era algo desconhecido de suas realidades.

Outro exemplo de influência de literatura judaica

Está relacionada à expressão encontrada nos textos de Mateus 25:29 e Lucas 19:26. Existe uma semelhança destes textos com o texto judaico “m ‘Abot 4.2”:

“Corre para cumprir o menor dos teus deveres como se fosse o maior deles e foge da transgressão; pois um dever traz outro depois dele e uma transgressão traz outra depois dela; mas o prêmio de dever cumprido, é outro dever a ser cumprido, e o prêmio de uma transgressão é outra transgressão.”

Este texto está relacionado com o ensino de Jesus sobre a recompensa que teremos no dia do seu retorno. Os talentos nada mais são do que os dons dados por Deus para a edificação de sua Igreja a fim de prepará-la para o dia das bodas do Cordeiro, assim como o evangelho da salvação, a graça, seu amor, sua revelação descrita nas Sagradas Escrituras. São dons dados por Deus, nada do que usufruímos é nosso, portanto todo o resultado produzido com o que recebemos do Senhor pertence a Ele.

Por isso Paulo nos diz:

“Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus” 1 Coríntios 10:31

Cabe salientar que dons espirituais são aqueles listados em Efésios 4:11-12 e servem para o aperfeiçoamento do corpo de Cristo. Enquanto que habilidades são capacidades naturais inerentes à cada um de nós e que podem ser cognitivas, sociais ou físicas.

De acordo com a parábola, na distribuição dos talentos, um recebe cinco, outro dois e o outro um talento, e podemos perceber que os dons surtem efeitos em uns mais do que em outros. Não podemos esquecer que as verdades de Deus são reveladas a todos servos, mas alguns servos recebem entendimentos espirituais diferentes. Cada um recebe os talentos na medida correta, nunca vamos receber de Deus mais do que aquilo que vamos usar. O critério da divisão dos dons que recebemos do Senhor está intimamente ligado à capacidade de cada um. Isso nos informa que existem pessoas com capacidades maiores do que outras. Entretanto, não podemos olhar para essa informação e afirmar que Deus está fazendo acepção de pessoas ao distribuir os dons. G. H. Lang diz:

“Deus não tenta colocar um lago dentro de um balde”.

O homem que tem uma capacidade maior de entendimento ou de desenvolver algo, tem privilégio maior quanto ao servir e tendo uma carga mais pesada em carregar.

Talvez, esse entendimento relacionado à distribuição dos dons possa trazer desconforto à alguns, por inferir que alguns são melhores do que outros. No livro de 1 Coríntios, Paulo fala claramente como os dons são distribuídos e qual o objetivo de todos eles (1Co 12:7) “A cada um de nós é concedida a manifestação do Espírito para o benefício de todos”, e Paulo continua no mesmo capítulo. Mas agora falando como essa distribuição se dá (1Co 12:11):

“Todas essas coisas, porém, são realizadas pelo mesmo e único Espírito, e ele as distribui individualmente, a cada um, conforme quer”.

Quando observamos o servo que recebera apenas um talento, não podemos de maneira nenhuma desconsiderá-lo! É preciso entender que sua capacidade de administrar era limitada a um talento somente! Imagine se o Senhor lhe confiasse algo além das suas capacidades? Seria um desastre e provavelmente um motivo de grande frustração para este servo.

Paulo fala sobre os diferentes dons em 1 Coríntios 12, e no versículo 28 ele fala sobre o dom de socorrer. Se analisarmos o dom como “somente socorrer” estaremos sendo precipitados, pois esse dom não é menor ou maior do que os outros. Mas juntos edificam o corpo de Cristo e farão com que a igreja desempenhe seu papel central.

A distribuição desigual dos dons tem muito a nos ensinar

Isso porque vamos perceber que o Senhor sempre sabe o que faz e nunca nos confia uma missão a qual não poderemos realizar. Aqueles que têm o privilégio de receber cinco talentos, a exemplo dos grandes pregadores, evangelistas e mestres, pessoas com grande capacidade de ensinar a outros, portadores de habilidades para comunicar as verdades espirituais, são pessoas que possuem grandes responsabilidades e se espera muito mais desses do que dos outros.

Aqueles que possuem dois talentos estão em uma posição mais discreta, onde possuem habilidades limitadas e não estão muito em evidência, recebendo do Senhor essa porção. Quanto ao servo que recebeu um talento, ele mesmo desprezou aquilo que recebeu do Senhor e não cumpriu com sua missão. Atitude que denuncia que este servo não conhecia ao seu senhor.

Honra e recompensa

Contudo, aqueles dentre nós que menos têm, recebem a responsabilidade de servir ao Senhor com o que possuem. E se o servirem fielmente com o pouco que ele concedeu, serão honrados e recompensados. A verdadeira arte de viver é aceitar nossas limitações que foram concedidas por Deus, e não lutar contra elas murmurando ou mostrando insatisfação com aquilo que recebeu do Senhor.

No serviço para Deus, é melhor estar em último, com fidelidade, do que ser o primeiro com deslealdade, entendendo que sempre se esperará mais do que possui mais talentos. Um exemplo claro dessa responsabilidade está no livro de Tiago (3:1), quando ele afirma que aqueles que ensinam terão uma responsabilidade maior que outros e ainda serão julgados de uma forma mais severa. Em nossa caminhada cristã, aquilo que será recompensado não se refere às nossas capacidades intelectuais ou o nosso brilhantismo em gerenciar os dons. Seremos recompensados pela devoção e pela fidelidade ao Senhor. Como falou Herbert Lockyer: “Se não podemos ser um Moisés, sejamos semelhantes a Arão ou a um levita inferior e leal”.

Outro aspecto importante

Além da responsabilidade, outro aspecto importante é a diligência. Ao lermos o texto com atenção, observaremos que os dois servos que receberam mais talentos “saíram imediatamente”. Isso demostra a importância dada à diligência e a preocupação dos servos em fazer com que o talento recebido gerasse lucro, pois não sabiam quando seria o retorno do seu Senhor.

Mais uma vez, Jesus nos ensina acerca do seu retorno através do texto de uma parábola. Os cristãos de hoje parecem não estar preparados para lidar com a escatologia de Jesus, como estavam os cristãos do passado. Com isso os sermões dessa parábola na era moderna, estão mais ligados ao tempo presente, firmados naquilo que chamamos de pensamento do sucesso “quanto mais tenho mais favorecido por Deus eu sou”. Porém, o sucesso que essa parábola está se referindo está relacionado com uso que se faz da mensagem do reino.

A fidelidade deve estar associada ao ensino de Jesus sobre o tempo presente e o futuro, e o conhecimento do Reino nos traz uma responsabilidade adicional. O fato da demora da “parousia” não nega a fé escatológica, mas reforça a questão da fidelidade. Esses dois servos eram diferentes quanto aos talentos recebidos, mas idênticos quanto à obediência, diligência e fidelidade ao seu senhor; entretanto, receberam uma recompensa idêntica, independente do número de talentos recebidos. O que irá conquistar a aprovação do Senhor quando ele retornar, não é a fama que conquistamos com os talentos, mas a fidelidade que mostraremos enquanto O aguardamos.

Que nosso coração possa ansiar mais do que tudo o dia em que nos encontraremos com o nosso Senhor!

Que possamos ter uma vida de diligência e fidelidade sabendo que o Senhor é galardoador daqueles que o buscam! Apocalipse 22:12 diz: “Eis que venho em breve, a minha recompensa está comigo, e eu retribuirei a cada um de acordo com o que fez”. Em sua graça, o Senhor nos deu dons e talentos para que possamos realizar as boas obras, e estas serão recompensadas! Este é o galardão da graça, que cada um de nós receberá de maneira completamente justa e apropriada! Naquele dia, todo santo será recompensado por Deus, por causa das suas obras, de forma que a obra iniciada nesta vida será finalizada. E a glória de Deus brilhará em cada santo para o louvor do Seu nome.

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Você já se questionou sobre a soberania de Deus? Como Deus pode ser soberano se coisas ruins acontecem com pessoas boas e coisas boas acontecem com pessoas ruins?

Uma certeza é que, apesar do pecado e da maldade existirem, Deus é soberano, é justo e a sua bondade vai muito além do que se pode imaginar.

Como, então, pode-se afirmar que coisas ruins poderiam acontecer mesmo Deus sendo extremamente bom? Você verá como confiar na soberania do Senhor. 

Quando você olhar para os momentos difíceis e não entender o que Deus está fazendo ou onde ele está, tente se lembrar que é necessário alinhar a sua visão com a sabedoria e com a Palavra do Senhor.

 

Confiar em Deus pelo que Ele é

Crer em Deus quando tudo ao redor não faz nenhum sentido, o conselho é confiar pelo que Ele é. Você deve acreditar em Deus simplesmente pelo que ele é, e então você compreenderá que Ele é sábio.

E o que isto quer dizer? Isto quer dizer que os atributos de Deus são inseparáveis. Ao mesmo tempo em que Ele é soberano, Ele também é justo e amoroso.

É verdade que Deus é soberano sobre todas as coisas e manifesta a sua vontade por si mesmo e não é induzido por ninguém. A Bíblia dá a direção correta, dizendo que:

“Porque todas as coisas são dele, por ele e para ele. A ele seja a glória eternamente! Amém.” Romanos 11: 36

A soberania do Senhor se manifesta em sua vontade. E ao exercer sua vontade sobre toda a vida, propósito, presente e futuro, Ele o faz porque governa segundo os conselhos da sua vontade.

O bom de saber isso é poder sempre confiar que Deus está no controle. Ele continua governando e oferecendo providência. Mas então, por quê pessoas precisam sofrer?

 

A soberania de Deus na morte de Cristo

Se Deus está no controle, por quê pessoas boas sofrem? Na realidade, “houve apenas uma pessoa boa a quem coisas ruins aconteceram: Jesus. Surpreendentemente, ele se voluntariou para ser maltratado e desprezado pela humanidade.” (Livro Deus é, de Mark Jones).

Você e Deus, certamente, acreditam que foi para um bem maior Jesus ter sofrido e ter morrido na cruz. Se Deus permitiu que a maldade recaísse sobre seu único filho para redimir toda a criação e salvar a muitos, Ele realmente sabe o que está fazendo. Ele não poupou nem o seu próprio filho!

Deus conhece as dores que as pessoas passam. E ele está governando e dominando todas as coisas da forma mais bela.

O homem é o verdadeiro autor da maldade, e se as dificuldades levarem-no a reconhecer sua necessidade de Deus, você verá que Deus o ama, mesmo passando por situações que lhe pareçam injustas.

 

Há esperança na soberania de Deus

Se Deus não fosse soberano sobre todas as coisas, de fato não haveria esperança para ninguém. Mas porque Ele está no controle, a certeza de que Ele distribui providência e graça é verdade confiável.

As obras do Senhor são boas mesmo as nossas sendo más. Mas como Cristo, você também pode encontrar conforto em Deus quando os tempos difíceis lhe sobrevierem. Mark Jones novamente ajuda a perceber o seguinte:

“Cristo encontrou conforto na vergonhosa cruz porque cumpria os gloriosos propósitos de seu Pai para redimir a humanidade do pecado e da miséria.”

Ficar bravo contra Deus não adiantará em nada, porque Ele é a resposta que você precisa. As pessoas sempre precisaram conhecer a Deus para entender que sem Ele não há esperança para o presente, nem para o passado, nem para o futuro. 

Então utilize de sua fé para glorificar a Deus em tempos difíceis, e assim você verá com alegria a soberania e a sabedoria do Senhor se manifestando, enquanto a sabedoria deste mundo se mostrará ineficiente.

Provavelmente, você tem acompanhado nas recentes crises as atitudes de generosidade que têm acontecido ao redor do mundo nos lugares afetados pelo coronavírus. São muitas pessoas se comovendo e mobilizando uma força-tarefa de solidariedade incrível.

As pessoas estão vivendo algo diferente de tudo o que poderiam imaginar e as inevitáveis limitações e restrições fazem parte da vida de todos em algum nível hoje. E apesar não existirem respostas para todas as perguntas, há pessoas que têm visto oportunidade para oferecer ajuda.

Os cristãos carregam a revelação de Deus ao mundo e são transformados nas tribulações a operarem ainda mais alegres e perseverantes na fé.

 

Suportem as fraquezas uns dos outros nas crises

A Palavra diz aconselha a ajudar uns aos outros em suas fraquezas. É dessa maneira que vivemos em comunidade, é sendo igreja primeiro para os dento de casa. Ajudar os da comunidade da fé e a própria família. 

“Nós, que somos fortes, temos o dever de suportar as fraquezas dos fracos, em vez de agradar a nós mesmos.” Romanos 15:1

Devido à pandemia, os idosos são o grupo mais vulnerável. Eles estão mais limitados do que os demais, e portanto mais isolados também. A necessidade de atenção e de respaldo, seja para deslocamento ou ajuda em alguma outra área diminuiria o risco de saúde e de vida.

Neste momento, os idosos e o restante das pessoas que se encontram no grupo de risco são aqueles cujas fraquezas estão expostas e as ações de benevolência a essas pessoas faz toda a diferença na sociedade.

 

As tribulações revelam sua verdadeira espiritualidade

Na vida cristã, passar por tribulações e crises é um meio de Deus trabalhar no interior do cristão. Além disso, nesses momentos em que as pessoas se sentem mais frágeis, impotentes e limitadas é quando elas percebem o quanto precisam de Deus.

É nas tribulações que a verdadeira espiritualidade é revelada. As dificuldades mostram onde a fé realmente está. Deus quer moldar nos seus filhos o caráter de Cristo por meio da perseverança

É nesses momentos que a fé é testada, de ver se sua fé está sendo colocada em prática, se você está vivendo-a o tempo todo. Esta é a verdadeira espiritualidade.

Meus irmãos, considerem motivo de grande alegria o fato de passarem por diversas provações, pois vocês sabem que a prova da sua fé produz perseverança. E a perseverança deve ter ação completa, a fim de que vocês sejam maduros e íntegros, sem lhes faltar coisa alguma. Tiago 1:2-4

A Igreja foi chamada para brilhar. Isto significa que Deus está separando uma igreja que se alegra em meio às tribulações e que resplandece a graça de Deus em um mundo de trevas.

 

Compaixão e bondade como respostas do amor de Deus

Jesus teve um testemunho impecável diante dos homens e diante de Deus e ensinou os seus discípulos a viverem e propagarem as boas novas, que envolvia conhecer a vontade de Deus. E durante todo o Antigo Testamento os profetas também alertaram o mesmo. 

O que Deus queria não eram sacrifícios como um fim em si mesmos, mas que os corações fossem convertidos a Ele e estendessem misericórdia aos necessitados.

O jejum que desejo não é este: soltar as correntes da injustiça, desatar as cordas do jugo, pôr em liberdade os oprimidos e romper todo jugo? Não é partilhar sua comida com o faminto, abrigar o pobre desamparado, vestir o nu que você encontrou, e não recusar ajuda ao próximo? Aí sim, a sua luz irromperá como a alvorada, e prontamente surgirá a sua cura; a sua retidão irá adiante de você, e a glória do Senhor estará na sua retaguarda. Isaías 58:6-8

Jesus veio àqueles que eram necessitados e cujas vidas passavam por crises. Ele alcançou e continua operando a partir de sua poderosa misericórdia. A bondade de Deus é real mesmo em meio às dificuldades. E sua bondade pode ser vista através de uma Igreja que ama como Ele amou primeiro.

Esta Igreja é capaz de iluminar o mundo com alegria, porque ela vive na presença do seu Senhor e pode demonstrar a sua fé em compaixão e bondade, como agrada a Deus. Isto é viver uma fé que é praticada o tempo todo, provando e testemunhando que Deus existe e que é poderoso e continua interessando pelas pessoas e por suas dores.

Uma das parábolas de Jesus mais conhecidas é a Parábola das dez virgens, descrita em Mateus 25:1-13. Essa parábola está localizada entre outras duas – a parábola do servo bom e do servo mau e a parábola dos talentos. Como a Bíblia está dividida em capítulos e versículos, temos a impressão que há um corte na narrativa entre a parábola dos dois servos e a parábola das dez virgens. Porém, essa interrupção não acontece, e precisamos ler a narrativa destas três parábolas em sequência, pois elas são complementares e enfatizam aspectos diferentes da mesma lição que Jesus está ensinando.

O que a Parábola das dez virgens nos ensina

Ao longo da história da Igreja, muitas teorias surgiram (e ainda surgirão) sobre a descoberta do período específico em que acontecerá a Segunda Vinda de Cristo. Na sequência dessas três parábolas o próprio Jesus reafirma o que está escrito um pouco antes em Mt 24:36 – que o dia e a hora do seu retorno ninguém sabe – e nos proíbe de fazermos tal presunção.

Enquanto a parábola do servo bom e do servo mau nos ensina que não devemos supor que Cristo voltará de forma antecipada ao que esperamos, mas que devemos estar prontos para Ele a qualquer momento, a parábola das dez virgens nos ensina o contrário, ou seja, que não devemos ser pegos de surpresa se, de fato, Ele se atrasar. Isso nos ensina que devemos estar com a nossa expectativa ajustada e equilibrada, vivendo em prontidão, enquanto aguardamos o Seu retorno.

Viver em prontidão, significa que precisamos permanecer pacientes, fiéis e diligentes por mais que nos pareça que Cristo possa estar adiando o seu retorno. A parábola das dez virgens nos ensina que precisamos estar preparados, quer ele volte agora quer espere outros mil anos. E enquanto esperamos, precisamos permanecer fiéis às nossas responsabilidades.

 A festa nupcial

Jesus conta a história de um casamento grandioso, que terá um grande banquete nupcial, sugerindo que os noivos provêm de famílias nobres e que se trata de um evento muito importante. Esse é um casamento judaico – é muito diferente do casamento que conhecemos em nossa cultura – e acontece em três fases: a promessa (firmado entre os pais dos noivos mediante um contrato), o noivado (promessa pública e troca de presentes entre os noivos, a partir daí o casamento só seria desfeito mediante divórcio) e a festa nupcial (é a celebração do casamento, que poderia acontecer até 1 ano após o noivado, podendo durar vários dias).

A história relata o primeiro dia da festa nupcial. A chegada do noivo marcaria o início e o ápice da celebração do casamento, o momento mais glorioso. Na tradição judaica, as dez virgens são as madrinhas (afinal, era um casamento judaico e não um casamento poligâmico –as virgens não são para o noivo – aliás, você reparou que a noiva não aparece na história?). Cabe aqui uma desmistificação: a palavra “virgens” utilizada no texto, era utilizada na época de Jesus para indicar castidade e pureza, mas também tinha seu uso muitas vezes em referência a jovens solteiros, a exemplo de 1 Corintios 7:25.

O papel das madrinhas na festa nupcial

As madrinhas têm uma função muito nobre: sairiam para receber o noivo e acompanhá-lo com as suas lâmpadas em seu trajeto pelas ruas até o seu destino, iluminando a sua entrada triunfal na festa nupcial. As madrinhas deveriam trazer glória para o noivo!

Geralmente, não se sabia qual a hora que o noivo chegaria ao casamento. A responsabilidade das virgens era muito grande, pois o casamento acontecia à noite, e era iluminar a chegada do noivo ao casamento garantiria a honra e a glória dele. Entretanto, cinco delas não se prepararam adequadamente para este dia, e não levaram óleo extra, o que seria óbvio, pois para manter uma tocha acesa era necessário o óleo. Elas não fizeram o óbvio, não usaram o senso, foram insensatas. Ora, o que poderíamos esperar de uma madrinha de casamento? Que ela, ao menos, vestisse uma roupa adequada à cerimônia. Mas a atitude dessas madrinhas, seria equivalente a elas irem ao casamento vestindo pijamas! Ou seja, não cumpriram com o mínimo que era esperado delas!

O resultado da insensatez

Mas, voltemos à história. Algo acontece, e o noivo se atrasa muito. As virgens apagam suas lâmpadas e adormecem. Ao ouvirem o anúncio de que o noivo estava a caminho, elas despertam e preparam as suas lâmpadas para sair ao encontro do noivo. Neste momento, a realidade é dura com as cinco madrinhas insensatas. Elas percebem que não poderão cumprir com sua responsabilidade e poderiam atrapalhar toda a cerimônia! Elas saem em busca de óleo e acabam perdendo o cortejo e a oportunidade de honrar e glorificar o noivo.

Agora, nada mais poderia ser feito. O noivo chega, entra na festa nupcial, juntamente com as virgens prudentes, e a porta foi fechada. Porém, a história nos relata que as cinco madrinhas insensatas retornam, e batem à porta, suplicando para que o noivo as deixasse entrar. Porém, elas perderam sua chegada, por isso, foram excluídas da festa nupcial. Elas deveriam ter se preparado para um possível atraso, mas foram insensatas, e descumpriram seu único dever como madrinhas, e agora, estavam atrapalhando a celebração.

A resposta do noivo

A resposta do noivo é assustadora: “A verdade é que não as conheço”. Isso é um eco assombroso daquilo que Jesus dirá aos hipócritas religiosos no juízo final: “Nunca os conheci. Afastem-se de mim vocês, que praticam o mal!” conforme o que está escrito em Mateus 7:23. A resposta dele também remete a Lucas 13:24-28, onde Jesus fala sobre a porta estreita. Nesta parábola Jesus fala sobre o Reino que será semelhante às dez virgens, nos mostrando que há uma sentença de juízo para aqueles que são infiéis quando chegar o dia do retorno do nosso Senhor.

É uma resposta à pergunta dos discípulos – “quando Senhor?”. Por fim, Jesus deixa claro:

“Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora”.

Pode ser que Sua vinda seja rápida, pode ser que demore. O fato é que precisamos estar preparados. As parábolas enfatizam a justiça e o juízo contra os infiéis, as também revelam que, para aqueles que foram fiéis, há um reino que foi preparado como herança desde a criação do mundo! Não há somente juízo na mensagem das parábolas! Há também um banquete preparado pelo noivo!

A grande questão é: será que somos como as madrinhas prudentes?

Nossa vida e nossos frutos atestam nossa prudência ou a nossa tolice? O apóstolo Pedro conclui o que aprendeu neste dia – ele foi um dos que fez a pergunta a Jesus – e registra em 2 Pedro 3:11-12 que tipo de pessoa devemos ser enquanto aguardamos a vinda do nosso Senhor: “vivam de maneira santa e piedosa, esperando o dia de Deus e apressando a sua vinda”.

Que nossos corações anseiem enquanto aguardamos o Grande Dia do Senhor, e que estejamos empenhados para sermos encontrados por Ele em paz, imaculados e inculpáveis. Estejamos preparados!

A história das Parábolas

As parábolas de Jesus revelavam histórias extremamente simples, e por meio destas metáforas, Ele transmitia lições espirituais profundas. Havia motivos pelos quais Jesus falava por meio de parábolas, e em Mateus 13:10-15, temos a explicação do próprio Cristo acerca disso. Nesta passagem Jesus nos traz a informação de que havia uma profecia feita em Isaías 6:9-10 e que seria cumprida através das suas parábolas. Em 1 Corintios 2:7-8, Paulo nos traz uma informação que está intimamente ligada ao uso de parábolas: Jesus falou em parábolas, também, para que os poderosos não entendessem a sua mensagem, pois se a compreendessem, não o teriam crucificado.

Portanto, elas ilustravam e traziam a verdade para aqueles que tinham ouvidos para ouvir, mas tinham o efeito contrário para aqueles que se opunham e rejeitavam a Cristo. As parábolas traziam o juízo divino para os descrentes, o que continua sendo válido nos dias de hoje. E também demonstram a grande misericórdia de Deus ao viabilizar a nossa redenção através da sua graça, mediante a obra da cruz.

Em muitas oportunidades Jesus explicou as suas parábolas justamente porque aqueles que ouviam não conseguiam compreendê-las. E quantos questionamentos e interpretações diferentes surgem acerca delas até os dias de hoje! Atualmente, temos uma barreira ainda maior para a compreensão das parábolas, pois vivemos na contemporaneidade, em uma grande distância cultural e histórica do texto, dificultando ainda mais a sua interpretação. Por isso, é muito importante ao lermos as parábolas, buscarmos compreender o que elas realmente estão informando, pesquisando o seu contexto histórico-cultural e sua mensagem.