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Crescendo em oração: aplicando as orações apostólicas

devocional

Certa vez Jesus estava orando em um determinado lugar, quando terminou um dos seus discípulos pediu que Ele os ensinasse a orar (Lucas 11:1). Vemos aqui que aqueles homens que caminhavam com Jesus vendo-o em sua vida de oração se depararam com a necessidade de aprender a orar. Nós não vemos na Bíblia os discípulos pedindo que Jesus os ensinasse a pregar, realizar milagres, expulsar os demônios, mas o anseio que Jesus provocou no coração de seus discípulos foi “ensina-nos a orar”.

Segundo E. M. Bounds :

“Os homens são naturalmente avessos a aprender essa lição de oração. É uma lição de humildade. Ninguém senão Deus pode ensiná-la”.

Portanto, à medida em que crescemos na fé, somos convidados a crescer também em vida de oração, e este pedido dos discípulos nos mostra que é possível aprender a orar.

Tudo quanto pedirdes em meu nome vos será feito 

Dessa forma, imagine que você pudesse pedir o que quisesse e isso acontecesse, o que você pediria?  Em João 15:7, Jesus disse: “Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito”. Podemos encontrar aqui neste versículo uma chave para crescer em uma vida de oração. Observamos aqui que a condição para termos orações respondidas é permanecermos em sua palavra, em oração e unidade com Cristo. E. M. Bounds comenta sobre esse versículo: 

“Aqui temos um posicionamento de vida permanente como condição de oração. Não apenas um posicionamento de vida permanente em relação a grandes princípios ou propósitos, mas um posicionamento permanente e unidade de vida com Cristo Jesus. Viver nele, habitar nele, ser um com Ele, ter a fonte de toda sua vida nele, permitir que toda a vida dele flua através de nós – esse é o posicionamento de oração e habilidade de orar. O permanecer nele não pode ser separado da Sua palavra permanecendo em nós. Ela precisa estar viva em nós para que faça nascer e alimente a oração. O posicionamento da Pessoa de Cristo é a condição da oração”.

Portanto, para crescermos em oração, precisamos permanecermos nele e em suas palavras. Somente assim conheceremos o que está em seu coração para enfim podermos orar segundo a sua vontade na certeza de que crendo, iremos receber.

Aprendendo a orar 

Sendo assim, para orarmos segundo a vontade de Deus precisamos conhecer sua vontade, certo? Em sua palavra, o Senhor nos revelou a sua vontade, logo meditar nas Escrituras nos ajuda a desenvolver uma vida de oração. Logo, é muito importante colocarmos a Bíblia em nossa linguagem de oração. Corey Russel em seu livro “Oração” nos mostra que, “Quando oramos a Bíblia, nossos espíritos são edificados e podemos ter a certeza de que nossas orações serão respondidas”. 

Portanto,  uma forma prática para isso é utilizar as orações apostólicas das cartas de Paulo nos tempos de intercessão, pois são orações centradas em Deus e cheias da revelação do propósito e vontade de Cristo. Um exemplo de oração apostólica que temos utilizado constantemente em nossa Sala de Oração é a que Paulo faz em sua carta à igreja de Éfeso:

“…não deixo de dar graças por vocês, mencionando-os em minhas orações. Peço que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o glorioso Pai, lhes dê espírito de sabedoria e de revelação, no pleno conhecimento dele. Oro também para que os olhos do coração de vocês sejam iluminados, a fim de que vocês conheçam a esperança para a qual ele os chamou, as riquezas da gloriosa herança dele nos santos e a incomparável grandeza do seu poder para conosco, os que cremos, conforme a atuação da sua poderosa força”. (Efésios 1:16-19)

Como aplicar?

Podemos incluir essa poderosa oração de Paulo em nosso dia-a-dia devocional, ou nas reuniões de oração da igreja. À partir desse texto bíblico podemos orar por nós mesmos, pelos nossos familiares, amigos, pela própria igreja, e até mesmo para aqueles que não O conhecem. A fim de que o Senhor se revele, para que a luz da Sua face resplandeça, para que Ele compartilhe os seus pensamentos. Podemos rogar para que Ele abra os olhos do entendimento para que possamos ver claramente e compreender a esperança da Sua vocação, daquilo que Ele nos chamou, de qual o nosso destino nesta era e na que virá. 

Podemos pedir também para que Ele nos revele as riquezas da herança que temos com Ele, da família a qual fazemos parte e a força que existe em saber a quem pertencemos. E portanto, orar para que Ele nos faça conhecer a suprema e incomparável grandeza do seu poder. Tão grande que é capaz de ressuscitar mortos, soprar vida e esperança em causas impossíveis, poder que sustenta todas as coisas pela Sua palavra.

Sendo assim, orar a Palavra pode encher o nosso coração de fé e nos ajuda a crescer em nossa vida de devoção diária. Comece hoje a colocar isso em prática, peça ajuda ao Senhor pois certamente é de sua vontade que nossa vida de oração e comunhão com Ele cresça. Coloque-se hoje diante de Cristo e peça “Senhor, ensina-me a orar”. E busque meditar em Sua palavra e acesse as lições preciosas que existem ali sobre vida de oração.

Leia mais sobre oração aqui

“Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte. E, também, ninguém acende uma candeia e a coloca debaixo de uma vasilha. Ao contrário, coloca-a no lugar apropriado, e assim ilumina a todos os que estão na casa. Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus.” MT 5:14 – 16 (NVI)

Foi no monte das bem-aventuranças que Jesus fez tal declaração aos discípulos e o povo que estava ali reunido. No início do capítulo 5, Jesus começa ensinando o famoso Sermão do Monte, explicando uma série de condutas que os seguidores de Cristo deveriam ter como prática de vida. Interessante observar que, logo após Jesus nos desafiar a termos tal estilo de vida, Ele define Seu povo como sal da terra e luz do mundo.

O que é ser luz do mundo?

Hoje, nessa breve reflexão, quero me deter ao que Jesus fala sobre sermos luz do mundo, nos versos 14 a 16. Convido você a pensarmos juntos sobre o que de fato significa ser luz em nossa sociedade? O que outros versículos da Bíblia falam sobre isso? De onde vem tal Luz? E como podemos expressá-la?

Ao pesquisar no dicionário Strong o termo luz, expresso nos versos do capítulo, encontramos as seguintes definições: brilhar ou tornar manifesto, especialmente por emitir raios; fogo: porque brilha e espalha luz.
Deus é luz porque a luz tem a qualidade de ser extremamente delicada, sutil, pura e brilhante.

Em tua Luz vemos a luz

O que podemos compreender do significado da palavra luz empregado nos versos é que o próprio Senhor é a Luz que se manifesta através de nós. Em dezenas de trechos da Bíblia encontramos versículos que definem o próprio Deus como Luz:

“Eu sou a luz do mundo. Quem me segue, nunca andará em trevas, mas terá a luz da vida” (João 8:12).

“Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, que não muda como sombras inconstantes” (Tiago 1:17).

“E esta é a mensagem que dele ouvimos e vos anunciamos: que Deus é luz, e não há nele treva nenhuma.” 1 João 1:5

Observamos em Gênesis que a primeira criação de Deus foi a luz. Por meio da palavra de Deus, Ele disse: “Haja Luz, e houve luz. E Deus viu que a luz era boa, e separou a luz da escuridão” (Gn 1:3-4). O escritor e pastor, Brian Schwertley, diz:“como a luz foi a primeira coisa na criação original, a luz de Cristo é o fundamento da recriação salvadora”. Por intermédio da Luz a condição do nosso coração é exposta. Ela revela o mais profundo do nosso interior, mostrando todos os nossos pecados e transgressões. A luz de Cristo também nos chama ao arrependimento e a trilhar o caminho da santificação.

A Luz que ilumina o entendimento

Além de Cristo ser a própria Luz, vemos que o termo também se refere a revelação escrita de Deus. As sagradas Escrituras são a luz que traz o conhecimento sobre quem Deus é, aprendemos através dela a Lei do Senhor e como devemos viver dignamente o propósito para o qual o Senhor nos designou.

“Das trevas resplandecerá a luz – Ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo” (2Co 4.4-6).

Em nós mesmos não há nada de bom. Mas, como vimos o versículo de Tiago 1:17, toda boa dádiva vem do Senhor, o Pai das luzes. Conforme crescemos no entendimento dessa verdadeira Luz, começamos a compreender o Seu coração e seus planos. Dia após dia, o caráter de Cristo vai sendo formado em nós e o fruto do Espírito começa a transbordar em nossas atitudes e palavras.

Manifestando a Sua Luz

A Palavra de Deus se torna tão viva em nós, mediante a graça do Senhor, que buscamos a ter uma vida reta e obediente aos olhos dele. A Palavra de Cristo precisa encarnar em nossos sentidos e afetar toda a nossa existência, a ponto de que aqueles que estão ao nosso redor possam sentir o perfume de Cristo. No versículo de Mateus 5:14b, Jesus diz que “é impossível escondermos uma cidade construída no alto de um monte” e “ninguém acende uma candeia e a coloca debaixo de uma vasilha”
Ele utiliza tais frases justamente para reforçar a ideia de que é inevitável, impossível, escondermos do mundo a Luz de Cristo que habita em nós.

Nós manifestaremos a Luz de Cristo ao mundo, através da proclamação das boas-novas de salvação, por meio das nossas atitudes e palavras que demonstrem o fruto do espírito em nós – bondade, mansidão, amor, fidelidade, amabilidade, alegria, paz, paciência e domínio próprio – por meio do serviço ao próximo e nos locais que estamos inseridos; sabendo que tudo é para a glória dele, até que o mundo reconheça que Jesus Cristo é o Senhor.

Originalmente publicado em 19 de fevereiro de 2020

Ao longo da semana temos conversado aqui no blog sobre sermos casa de oração. Neste devocional, vamos falar um pouco sobre a relação entre a nossa identidade eterna como casa de oração e o fim dos tempos.

Em Isaías 56:6-7 diz assim:

“E os estrangeiros que se unirem ao SENHOR para cultuá-lo e amar o nome do SENHOR, tornando-se assim seus servos, todos os que guardarem o sábado, sem profaná-lo, e os que abraçarem a minha aliança, eu os levarei ao meu santo monte e os alegrarei na minha casa de oração; os seus holocaustos e os seus sacrifícios serão aceitos no meu altar; porque a minha casa será chamada casa de oração para todos os povos.”

Somos casa de oração

Como dissemos nos devocionais anteriores, uma das identidades primárias da igreja no Novo Testamento é como casa de oração. A igreja nunca foi feita para existir separada da sua identidade eterna de casa de oração. Inclusive, o próprio Jesus falou sobre isso em Mateus 21:13, citando a promessa de Isaías:

E disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração;

Todo este movimento que tem surgido na igreja global, de resgatar o espírito profético de oração e intercessão do tabernáculo de Davi, não é algo novo e não é exclusivo de alguns ministérios. Segundo Mike Bickle, Deus está estabelecendo um novo paradigma em sua igreja, que na verdade é tão antigo quanto Isaías 56. É uma resposta da igreja ao que o Espírito Santo está gerando no lugar de intimidade, jejum e oração.

A igreja está despertando para a sua identidade eterna de casa de oração. Não é algo somente para esta era, mas algo que faremos no Milênio e na eternidade: a comunhão com Deus e a participação nos seus planos. Isso é o que Deus sempre desejou para Sua Igreja.

O lugar de oração no fim dos tempos

Qualquer cristão atento percebe que estamos vivendo em tempos próximos do fim. Porém, não precisamos nos desesperar, pois fazemos parte de um povo que não será pego de surpresa. À medida que a perversidade, a iniquidade e as trevas aumentam, Deus chama a sua igreja para ser a luz na escuridão e participar do que Ele deseja derramar sobre a terra nos últimos dias. E como faremos isso?

Nosso primeiro impulso como seres frágeis e amedrontados é tentar buscar soluções humanas para a crise. Isto é, queremos respostas práticas, queremos encontrar uma nova abordagem ou uma nova solução. Queremos algo inédito e que nos ajude a sair dessa crise vitoriosos.

Entretanto, quanto mais lemos as Escrituras, vemos que Deus tem a mesma ideia desde Isaías. Ele deseja que a sua igreja caminhe em jejum e oração, vigiando e sendo sentinela sobre os muros. Seremos luz na escuridão, sustentando a Grande Comissão a partir de uma vida de intimidade como casa de oração.

Quando o próprio Deus promete que seremos casa de oração, Ele não está falando sobre algumas igrejas locais ou ministérios específicos. Deus estava falando sobre toda a sua igreja, o corpo de Cristo, profetizando que caminharíamos em um estilo de vida de profunda intimidade e cooperação com o Espírito Santo na terra.

A igreja no fim dos tempos estará vigilante às profecias bíblicas e à voz do Senhor, não se desesperando, mas buscando a Deus intimamente e acima de tudo. Além disso, Deus nos promete que encontraremos alegria neste lugar. Ou seja, é caminhando em nossa verdadeira identidade como igreja que experimentamos a alegria do Senhor. Essa alegria nos sustentará para permanecermos com Ele até o fim.

Perdoar não é tarefa fácil para seres caídos. Eu sinceramente entendo sua dor e indignação ao se sentir injustiçado. Mas vamos um pouco mais profundo no coração humano no tema do perdão? Quero sinceramente que com a ajuda do espírito santo você chegue a se perguntar: por que não perdoar? Que pareça o caminho mais óbvio ainda não seja o mais fácil. Minha oração e desejo é que você receba e sinta o amor e o perdão de Deus, pois quem muito é perdoado muito ama. 

Portanto, eu lhe digo, os muitos pecados dela lhe foram perdoados, pelo que ela amou muito. Mas aquele a quem pouco foi perdoado, pouco ama“.  Lucas 7:47

O QUE É O HOMEM? – AMADO & PECADOR

Primeiro, vamos começar nos definindo. O salmista faz uma pergunta que nos cabe: Senhor, que é o homem para que te importes com ele, ou o filho do homem para que por ele te interesse? Salmos 144:3. Quem somos nós? O que Deus vê quando nos vê?

Quando se trata de definição do homem duas coisas paradoxais se destacam das escrituras. Logo em Gênesis vemos a cúpula da trindade reunida criando o homem: “Então disse Deus: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança. (Gn 1:26). O homem é em primeiro lugar a imagem e semelhança de Deus. É uma verdade imutável e que não podemos não destacar. Seu amor e desejo pela criação foi tanto que Ele colocou seus próprios atributos comunicáveis no homem. 

A imensidão disso é que  em João Jesus fala que da mesma forma que Deus Pai ama Deus Filho, Ele nos ama. Consegue mensurar isso? Deus ama o ser humano com o mesmo amor que ama Deus. O homem foi criado para sua glória, para representar Deus a criação. Fomo feitos de modo especial e admirável, como diz o salmista. Essa é uma verdade irrefutável sobre nós: somos profundamente amados!

Como o Pai me amou, assim eu os amei; permaneçam no meu amor. João 15:9

“Que eles sejam levados à plena unidade, para que o mundo saiba que tu me enviaste, e os amaste como igualmente me amaste. João 17:23

PORÉM

Porém, já em Gênesis 3 o homem ganha uma nova marca, certamente você conhece a história: Eva e Adão caem na conversa da serpente, desobedecem a Deus e como Paulo bem destaca, “o pecado entrou no mundo por um homem, e pelo pecado a morte, assim também a morte veio a todos os homens, porque todos pecaram;” (Rm 5:12). O pecado não retirou a imagem e semelhança de Deus do homem, mas a deformou, redirecionou os afetos e buscas do coração para algo que não era Deus. 

Essa é a nova condição do ser humano: caído, pecador. Se por um instante você for franco sobre seu próprio coração reconhecerá, como Paulo que “nada de bom habita em mim, isto é, em minha carne. Porque tenho o desejo de fazer o que é bom, mas não consigo realizá-lo.” (Rm 7:18)

A PERCEPÇÃO ERRADA BLOQUEIA O PERDÃO

A falta de nos percebermos, ou seja, de reconhecer a nossa condição de pecadores, injustos e maus, nos distancia de oferecermos perdão a quem nos fez mal.

Lembro-me que certa vez relutava com uma questão de perdão, e em uma conversa pastoral eu insistia em dizer que já havia perdoado uma pessoa, mas o pastor percebia como no fundo minhas palavras e afirmações me denunciavam. Foi aí que ele me perguntou: – Você acredita que a outra pessoa tem mais culpa do que você na situação? Você se sente melhor [moralmente] do que ela? – Ele queria saber se na minha mente a dívida dela era maior que a minha.

Eu não poderia fugir da resposta automática do meu coração ali, eu estava convicta que a outra pessoa tinha mais “culpa no cartório” do que eu. Meu erro foi esse: achar que na minha condição de criatura pós-queda haveria a possibilidade de ser melhor ou mais santa que a pessoa que eu precisava perdoar. 

“Todos se desviaram, igualmente se corromperam; não há ninguém que faça o bem, não há nem um sequer.” Salmos 14:3

NÃO HÁ UM JUSTO SEQUER

Diante de Deus todos pecamos e carecemos da glória de Deus. Não existe um justo sequer, somos todos – igualmente – dignos de juízo e castigo severo, mas recebemos do único que poderia nos condenar, graça e misericórdia. Misericórdia de não receber o que merecemos – castigo, juizo e morte. E Graça de recebermos o que não merecemos – amor, perdão e salvação. É constrangedor e humilhante. Porque isso me diz que no pior cenário não recebemos o que realmente merecemos receber, lembra que a cruz de cristo e tudo que acompanhou seu sofrimento era nosso E no melhor cenário que podemos viver estamos usufruindo do que não erámos dignos de receber, é puramente graça do Senhor..

Talvez na situação prática você foi mais prejudicado, mais ferido, mais afetado do que o lado que você precisa perdoar. Mas a verdade sobre todos nós é que isso não nos justifica. Em moral e santidade diante do Senhor não somos melhores que o agressor, abusador, traidor, ladrão, infiel, acusador. Todos carregamos em nós o mesmo potencial de pecado e maldade, acredite! 

ORAÇÃO POR ARREPENDIMENTO

Sugiro que antes de tentar  fazer uma oração liberando perdão para seu opositor, coloque seu próprio coração em arrependimento. Confesse ao Senhor o orgulho e prepotência de acreditar que possa ser melhor que alguém, reconheça a maldade de guerreia em seu coração e até mesmo as más intenções e desejos provocados pela raiva que resiste em perdoar. 

Deixe humildemente que o Senhor te dê perdão, porque quem muito é perdoado, muito ama e quem pouco é perdoado, pouco ama.  A nossa capacidade de perdoar será proporcional à percepção do tanto de perdão que nos foi oferecido. Quem muito é perdoado consegue oferecer perdão, Então, tenha em mente que você é pior do que imagina, porém mais amado do que pode imaginar, mas perdoado do que merecia ser. Olhe para a cruz e perceba: o que nos define é o Senhor em sua Graça. 

Nessa breve reflexão vamos estudar um pouco sobre o Salmo 27 e o que a vida de Davi nos ensina sobre contemplar a beleza de Deus.

O SENHOR é a minha luz e a minha salvação; a quem temerei?
O SENHOR é a força da minha vida; de quem terei medo?
Quando os malfeitores me atacaram para me destruir,
eles, meus adversários e meus inimigos, tropeçaram e caíram.
Ainda que um exército se acampe contra mim, meu coração não temerá;
ainda que a guerra se levante contra mim, ficarei confiante.
Pedi uma coisa ao SENHOR, e a buscarei: que eu possa morar na casa do SENHOR todos os dias da
minha vida, para contemplar o esplendor do SENHOR e meditar no seu templo.
Pois no dia da adversidade ele me esconderá na sua habitação;
no interior do seu tabernáculo me esconderá; sobre uma rocha me elevará. (…) Salmos 27:1-14

Observando o contexto

Ao lermos o salmo 27, notamos que o coração de Davi está cheio de temores por causa dos grandes desafios pelos quais vinha passando. Mas ao elevar os seus olhos para o Senhor, ele encontrou a forma de ter um coração não temente às más notícias e tribulações. Assim, ele permaneceu confiante ao contemplar a beleza do seu Deus.

Davi possuía um histórico de contemplar a narrativa de Deus ao longo da história. Quando ele afirma que verá a bondade do Senhor na terra dos viventes (v. 13), ele não tem em vista as suas circunstâncias, e sim, a ação do Senhor na história. Deste modo, ele põe a sua fé e confiança naquilo que Deus irá fazer.

Além disso, Davi não esperou a chegada dos momentos de crise para cultivar uma vida de devoção. Ele cultivou
esse estilo de vida desde sua juventude, ao estudar e meditar na história do seu povo. Ali ele contemplava a beleza da liderança de Deus.

Existe sempre uma oportunidade para começarmos a cultivar esta vida de contemplação.

Os diferentes aspectos da beleza de Deus

Existem várias facetas da beleza de Deus. Podemos contemplar a cruz e sermos fascinados pela beleza da sua obra nas nossas vidas. Gálatas 6:14 diz que devemos nos gloriar na cruz de Cristo; devemos nos fortalecer naquilo que foi conquistado na cruz, para assim perseverarmos até o fim.

Podemos contemplar a beleza da aparência física de Jesus, bem como o seu caráter. Apocalipse 5 descreve o Cristo glorificado que é adorado dia e noite por anjos fascinados pela Sua beleza.

Podemos contemplar a beleza da liderança do Senhor sobre nossas vidas. O salmo 23 nos revela que
Ele é um bom pastor que guia nossas almas, nos faz descansar e nos cerca de bondade e
misericórdia.

Como podemos perseverar?

Acima de tudo, contemplar a beleza de Deus é a chave para permanecermos fiéis até o fim, e perseverar em
tempos de crise e escuridão que ainda virão sobre a terra. Por isso, devemos escolher olhar para a beleza que
existe no Senhor, a beleza que existe na sua forma de liderar a história, e a beleza que Ele produz em
nós, mesmo em meio à dor, tribulação e perseguições.

Morar na casa do Senhor significa ter comunhão espiritual e pessoal com Ele, tendo garantia do Seu favor, do Seu amor e da Sua bondade. Devemos ansiar por habitar na Sua presença, habitar em comunhão com Ele. Como resultado, quando habitamos em Sua casa, nos tornamos familiares do Senhor e conhecemos o Seu coração. Ele está disposto a se revelar por meio de relacionamento com aqueles que desejam ser seus amigos.

Assim, a revelação de quem Deus é precisa ser real na nossa vida; precisa fazer parte do nosso dia a dia.
Em outras palavras, devemos diariamente nos examinar à luz de quem Ele é; à luz da Sua palavra e da Sua vontade. Essa é a única forma de conseguirmos caminhar na luz e perseverar até o fim: contemplando quem Ele é,
contemplando os seus feitos e contemplando a sua boa, perfeita e agradável vontade.

Perdoar nem sempre é uma tarefa fácil, porque não se trata de um impulso natural. Pelo contrário, o ato de perdoar nos custa algo. Ele exige a nossa iniciativa de reaver o relacionamento, passar por cima dos problemas, buscar fazer as pazes e principalmente de abrirmos mão até de termos razão muitas vezes.

Jesus nos ensinou a buscar o perdão em uma época que não valorizava esse tipo de atitude, e o fez de uma maneira revolucionária. Ele ensinou seus discípulos a orar “e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores” (Mateus 6:12).

Perdoa-nos as nossas dívidas

A oração do Pai Nosso foi um modelo precioso que Cristo nos deixou para orarmos a Deus e nos relacionarmos com Ele. Ela é fundamental para reconhecermos a Deus como Pai e sua vontade para o nosso relacionamento com Ele e com outras pessoas. 

O que pode nos estranhar, por um momento, é que sua vontade também é perdoarmos as ofensas que recebemos. É muito comum buscarmos o contrário e fazermos justiça. Porém, Jesus valoriza o auto sacrifício, até mesmo quando isso não gera uma recompensa. Por mais que não seja algo natural dos seres humanos, o poder de Deus pode ser visto até mesmo nessas circunstâncias.

Jesus estava ensinando vivermos segundo a realidade divina que é muito superior à nossa humanidade corrompida pelo pecado. Estávamos cegos para esta realidade, mas pela fé em Cristo agora podemos ver. Mesmo que a justiça também seja parte do caráter de Deus e certamente Ele fará justiça em sua segunda vinda, a misericórdia e o poder de Deus estavam sendo revelados àquele tempo.

Jesus nos ensina a agirmos como Ele, segundo a nova natureza redimida em Cristo. Ele quer que vivamos segundo sua vontade, iluminando o mundo com o amor de Deus que escapa de todo conhecimento do mundo.

“Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida pelos seus amigos.” João 15:13

Assim como temos perdoado

A realidade divina nos revela o poder de Deus e não o nosso próprio poder, porque agora somos como imagem e semelhança de Cristo, capazes, no poder do Espírito Santo, de perdoar.

Perdoar é algo que buscamos, porque Cristo nos perdoou muito além do que podíamos imaginar. Ele deseja que oremos desta forma, para que o nosso coração seja transformado neste processo. Através desta oração, também reconhecemos nossas limitações e facilmente podemos nos colocar no lugar de outras pessoas e não julgá-las. É neste momento que reconhecemos quem somos diante de Deus e o porquê o buscamos.

Esta pandemia nos mostrou o quanto somos dependentes da graça, propósito, vontade e misericórdia de Deus. Ela também nos ajudou a nos colocar no lugar de outros que passavam por necessidades e nos mobilizarmos em favor deles.

Por que devemos perdoar?

O perdão não se trata de auto sacrifício como um fim em si mesmo. Mas de nos tornarmos seres humanos melhores, pessoas que amam a Deus e vivem segundo o seu propósito, isto é, revelando o amor dele ao mundo.

Fazemos isso porque a maior expressão do amor de Deus aconteceu na Cruz, onde fomos profundamente amados mesmo sendo pecadores. Buscar a glória de Deus é algo que conduz as nossas decisões até mesmo quando recebemos ofensas. 

E assim como Cristo, perdoamos, porque sabemos que mesmo sendo pecadores fomos aceitos pelo Pai Celestial e recebemos o tesouro celestial que é sua presença.

Onde quer que fosse, uma grande multidão seguia Jesus. No entanto, esta multidão não tinha os mesmos privilégios dos discípulos. Apenas os discípulos tinham o privilégio de pedir explicações mais profundas, de ouvir sobre seus planos, de vê-lo se alegrar em uma refeição, ou chorar com o Pai em uma oração.

Poucos eram os que de fato deixavam de ser multidão e eram chamados discípulos. Isso porque, ao chamar seus discípulos, Jesus tinha uma condição um tanto difícil e até ofensiva para alguns. O chamado de Jesus era para seguir o caminho da cruz, o mesmo que Ele iria trilhar.

E disse: “É necessário que o Filho do homem sofra muitas coisas e seja rejeitado pelos líderes religiosos, pelos chefes dos sacerdotes e pelos mestres da lei, seja morto e ressuscite no terceiro dia”.
Jesus dizia a todos: “Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida a perderá; mas quem perder a vida por minha causa, este a salvará. (Lucas 9:22-24)

 

Aquele que chama já carregou a cruz

O peso da cruz pode parecer esmagador, mas Aquele que chama a carregá-la o torna leve. Sendo assim, só conseguimos trilhar o caminho do discipulado, porque estamos imitando o Mestre. Apesar de falar como e se parecer com os mestres judeus, esse Mestre não é qualquer um, é o Filho de Deus encarnado. Aquele que através da sua morte e ressurreição tornou possível trilhar o mesmo caminho.

Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.
Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve. (Mateus 11:29-30)

Jesus tem um jugo a ser levado por aqueles que são chamados, mas Ele afirma que seu jugo é suave e seu fardo é leve. De fato, é leve à medida que nos apropriamos da sua graça para percorrermos o caminho da cruz. O que nos faz capazes de carregar a nossa cruz não é a nossa força de vontade, mas a graça que Ele nos dá ao obedecermos e respondermos ao chamamento.

 

A liberdade do discipulado

Na Bíblia, vemos que Jesus chamou seus discípulos a renunciar aquilo de mais precioso para eles, mas principalmente, renunciar a si mesmos. A liberdade oferecida pelo discipulado está em nos submetermos ao senhorio de Cristo. Jesus é nosso Mestre, mas também é nosso Senhor. Ainda assim, na sua natureza plenamente divina e plenamente humana, Ele serviu a todos. Seu jugo não é escravizante, mas libertador. Logo, encontramos a verdadeira liberdade e graça quando nos submetemos ao jugo e ao fardo do nosso Senhor: a cruz. 

Pode parecer contraditório dizer que estamos livres ao nos submetermos. Mas o verdadeiro discípulo de Jesus entende que para encontrar a vida deve perdê-la. Ou seja, Jesus nos oferece uma vida que não busca seus próprios interesses e sim os interesses do Pai e do próximo. O discípulo encontra vida dessa forma, pois é para esta vida que ele foi criado. A cruz não é pesada quando nela se encontra o verdadeiro sentido da existência.

Portanto, o convite de Jesus é para encontrar a redenção pelo caminho da cruz. É um caminho mais estreito e difícil, pois participamos do sofrimento de Cristo. Porém, é também nessa participação que encontramos alegria e temos revelação da Sua glória (1 Pedro 4:13). Que pessoa ao encontrar tamanha alegria pode guardá-la para si mesma?

 

Ensinar a obedecer

Sendo assim, faz parte do discipulado também ensinar outras pessoas a obedecer ao Mestre. Disto se trata a Grande Comissão: fazer discípulos de todas as nações. Um discípulo faz outros discípulos batizando-os e ensinando-os a obedecerem tudo o que nosso Senhor Jesus nos ensinou (Mateus 28:18). A promessa é que Ele estará conosco todos os dias. Que belo é esse caminho de redenção a ser trilhado, na companhia daquele que já o trilhou e daqueles que estão dispostos ao mesmo!

Abraçar o discipulado significa carregar a nossa cruz e negarmos a nós mesmos. Assim, encontramos a graça para praticar seus mandamentos e ensinar outros a fazê-lo. A promessa da leveza e da suavidade não está na cruz em si, mas naquele que trilhou este caminho primeiro, nosso Mestre e Senhor, Jesus Cristo.

“No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de seu manto enchiam o templo. Acima dele havia serafins; cada um tinha seis asas; com duas cobriam o rosto, com duas cobriam os pés e com duas voavam. E clamavam uns aos outros: Santo, santo, santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória. E as bases das portas tremeram à voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça.

Então eu disse: Ai de mim! Estou perdido; porque sou homem de lábios impuros e habito no meio de um povo de lábios impuros; e os meus olhos viram o rei, o SENHOR dos Exércitos! Então, um dos serafins voou até mim, trazendo na mão uma brasa viva, que havia tirado do altar com uma tenaz; e tocou-me a boca com a brasa e disse: Agora isto tocou os teus lábios; a tua culpa foi tirada, e o teu pecado, perdoado. Depois disso, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei? Quem irá por nós? Eu disse: Aqui estou eu, envia-me.” Isaías 6:1-8

A visão de Isaías

A morte do rei Uzias veio acompanhada de tristeza e incertezas para o povo de Israel. No ano em que este grande rei morreu, Isaías teve uma visão do Senhor, o Rei dos reis, o Rei soberano cujo reinado jamais terá fim.

Aquele que Isaías viu era o próprio Jesus (João 12:41) em toda a sua glória. Jesus se assenta eternamente no trono como o Rei que reina sobre todas as coisas. Ele permanece sempre o mesmo.

As vestimentas do rei representam o seu poder e autoridade. O manto daquele que se assenta no trono dos céus é tão imenso que ocupa toda a sua habitação (v. 1); não há um único centímetro quadrado em toda a criação que não esteja sob o domínio e autoridade de Cristo.

Como seres celestiais criados para estar na presença de Deus, suas seis asas tinham sua finalidade (v.2):

a) a glória de Deus é intensa a ponto de ofuscar o brilho do sol (Apocalipse 21:3) e por isso os serafins
precisam cobrir os seus rostos.

b) como habitam no lugar da plenitude da glória de Deus, os serafins cobrem os seus pés, vigiando e cuidando onde eles os colocam.

c) eles voavam ao redor do trono, de modo que contemplavam todo o esplendor da glória de Deus.

Os serafins exaltam o Senhor a um lugar mais alto e separado de tudo e de todos, declarando a verdade suprema da Sua santidade (v. 3).

A Santidade de Deus

Santidade diversas vezes se refere a algo separado única e exclusivamente para o uso de Deus, tornando-o santo, sagrado. Porém, quando a Palavra se refere ao Senhor como Santo, significa que Ele é acima de tudo e de todos. Ele é incomparável.

A glória de Deus é a manifestação dos Seus atributos; é a forma como conseguimos contemplar aspectos do Seu caráter. Quando nós entendemos que o Senhor é bom, podemos dizer que vimos a Sua glória pois Ele nos revelou um aspecto da Sua santidade.

Ao olharmos para Cristo, também contemplamos a glória de Deus. Cristo é a imagem do Deus invisível, a expressão exata de quem Deus é.

Quando contemplamos a glória de Deus e compreendemos quem Ele é, somos constrangidos a ponto de gerar temor em nossos corações (v.5). Ninguém pode permanecer em Sua presença sem se tornar consciente da sua própria miséria e pecaminosidade.

Um chamado para nós: Rasgue o coração e não as vestes

Em Joel 2:12-14, o profeta exorta o povo a rasgar não as suas vestes, mas a rasgar o seu coração. Assim, o nosso encontro com o Senhor deve nos levar ao arrependimento, reconhecendo nossa pequenez diante dele e a necessidade de sermos transformados.

Então, a vida cristã se trata de conversão após conversão. À medida que o Senhor revela as áreas da nossa vida onde precisamos nos arrepender, nós vamos sendo transformados de glória em glória.

É impossível conhecer o Senhor e permanecer o mesmo (1 João 1:8-9). Porque  quando contemplamos Sua glória, somos constrangidos ao arrependimento; se não somos é porque não conhecemos a Deus. Se o Senhor tem nos visitado, isso deve gerar um santo temor nos nossos corações. O que resultará também em nós uma mudança interior e exterior.

O que a história de Bartimeu tem em comum com a nossa? Quais são as lições que podemos extrair dessa narrativa? Na reflexão de hoje vamos entender de que forma podemos crescer em intimidade e desejo por mais de Deus.

“…E Jesus lhe perguntou: Que queres que eu te faça? O cego respondeu: Mestre, que eu
volte a ver. Jesus lhe disse: Vai, a tua fé te salvou. Imediatamente ele recuperou a visão e foi
seguindo Jesus pelo caminho. ” Mc 10:46-52 

A cura do cego Bartimeu foi a última realizada por Jesus, antes que ele subisse ao calvário. Jesus estava passando por Jericó, a caminho de Jerusalém, onde ele sabia que seria crucificado.

Na grande multidão havia não apenas seguidores de Jesus, mas outros judeus a caminho de Jerusalém para celebrarem a Páscoa, a fim de não passarem por Samaria. Nessa mesma cidade Jesus encontra-se com Zaqueu, o cobrador de impostos, assim como o cego Bartimeu.

Histórias semelhantes

Do mesmo modo que o cego Bartimeu, todos nós nascemos com uma cegueira espiritual. Até que o Senhor brilhou sua luz sobre nós e através do Espírito Santo recebemos a revelação de Jesus e do seu amor.  Nos trazendo a consciência de que antes éramos cegos e que não percebíamos que necessitamos de Deus.

“Porque todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus;” Romanos 3:23

Não somente cegos, mas também pobres, nascemos destituídos da glória de Deus. Fomos criados para um propósito específico. Porém, o pecado adentrou na humanidade e devido a ele fomos separados de Deus, o que nos coloca em um estado de pobreza.

Essa cegueira é “tratada” de glória em glória, por mais que nossos olhos tenham sido abertos pelo Senhor, ainda não o conhecemos em sua plenitude. Portanto precisamos que o Espírito Santo ilumine o nosso entendimento para que possamos conhecer mais de Deus.

Por mais que fisicamente ele fosse cego, Bartimeu espiritualmente via bem o suficiente para entender que era o próprio Messias que passava diante dele. Por entender quem estava ali, ele clamava.

Ao chamá-lo de “filho de Davi”, ele reconhecia que Jesus era o Messias, uma vez que está ligada a promessa de que o trono de Israel seria entregue a descendência de Davi. Foi a fé de Bartimeu que o fez clamar cada vez mais alto.

Como desejar por mais de Deus?

Assim como as pessoas que passavam, tentavam calar a voz de Bartimeu, muitas coisas na nossa vida tentam calar o nosso clamor, a fim de nos tirar do lugar de busca ao Senhor. Por mais que conheçamos a Cristo, muitas vezes nos vemos distantes de Jesus. Devido a situações e circunstâncias, pensamentos e ideias na nossa mente, o sentimento de vergonha ao nos sentirmos impuros, todas essas coisas nos fazem parar de clamar, nos afastando de Deus.

Bartimeu nos ensina em sua situação, que por mais que ele estivesse sujo, era a esse estado que ele se encontrava, era a necessidade que ele possuía que o fez clamar para que Cristo se revelasse a ele.

Da mesma forma que Bartimeu sabia que sua maior necessidade era ter os olhos abertos, precisamos acima de qualquer coisa que possamos pedir do Senhor, ter os nossos olhos abertos para que possamos ver a Ele e conhecê-lo.

Ao conhecermos quem Deus é, todas as outras coisas tomam o seu devido lugar.

Amém!

O que podemos aprender com a igreja primitiva? Quais são as marcas de uma igreja saudável? No texto de hoje, vamos refletir sobre os versículos bíblicos de Atos, o impacto da unidade e a forma como devemos expressá-la.

“E perseverando de comum acordo todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam com alegria e simplicidade de coração, louvando a Deus e contando com o favor de todo o povo. E o Senhor lhes acrescentava a cada dia os que iam sendo salvos” At 2:46-47

Lucas enfatiza a união, a harmonia, a alegria e a sinceridade dos crentes como elementos dos frutos do Espírito Santo atuando no coração das pessoas. Os frutos do espírito fluíam em meio a comunidade e a união entre todo era algo real e verdadeiro.

A verdadeira unidade

Todavia, o autor (Lucas) compara a união e harmonia dos crentes no templo e em sua intimidade com as refeições comuns nos lares, deixando implícito de que agiam de igual modo tanto a vista de todos e quanto no lugar secreto.

Ou seja, a união precisa ser cultivada nos lares entre familiares, antes que seja proliferada na comunidade. Uma vez que ela será apenas o reflexo daquilo que é vivido nos lares. Uma casa sem união não pode prosperar.

O reino dividido não pode prevalecer, assim como a igreja não pode subsistir de tal forma, seja essa divisão perceptível aos olhos ou não.

A igreja se vê ausente da graça em pregar o evangelho com eficácia, pois a indiferença é presente em seu interior e a pretensão de reproduzir algo que não veio a existência no cotidiano.

“Como é bom e agradável os irmãos viverem em união! É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce para a barba, a barba de Arão, e desce sobre a gola de suas vestes; como o orvalho do Hermom, que desce sobre os montes de Sião. Ali o SENHOR ordena a benção e a vida para sempre”. Sl 133

O significado do óleo e o orvalho

O salmista utiliza dois elementos para explicar a beleza da união: o óleo e o orvalho. O óleo em seu sentido natural se trata de algo com teor terapêutico, de suavidade e propriedades de cura

Ao se referir no orvalho, a região no qual foi citado (Hermom), possui uma geografia extremamente árida onde a vegetação não subsistiria senão pelo orvalho que recai sobre a terra durante a noite, trazendo vida sobre tudo em que repousa. Essa analogia diz respeito a prosperidade, uma das consequências que a unidade gera.

Outra marca da igreja primitiva que atraía pessoas era o compartilhar de bens e a união. As pessoas queriam viver e experimentar a realidade que a igreja e sua comunidade viviam.

“Nisto todos saberão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros”. Jo 13:35

As pessoas que faziam parte dessa igreja e haviam sido transformadas, demonstravam tamanho amor mútuo a ponto de serem usadas para realizar maravilhas e sinais.

Igreja Gloriosa

Em suma, ao meditarmos em Atos e nos relatos da igreja primitiva, podemos extrair lições valiosas sobre o modo como viviam. E isto serve como um modelo para a igreja nos dias de hoje.

Assim, devemos nos lembrar também que a unidade é uma das marcas da igreja gloriosa. A noiva que Cristo irá buscar será cheia do Espírito Santo, movida por compaixão e com um estilo de vida que trará profundo impacto.