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Série Ekklesia: Cristo edifica a sua Igreja

devocional

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Jesus é capaz de trabalhar em nossas vidas e nos sustentar dentro da ekklesia, o corpo de Cristo. Deus é o construtor e usa várias maneiras para nos moldar ao caráter de Jesus. E, é sobre isso que iremos refletir nesse texto

“Assim, não sois mais estrangeiros, nem imigrantes; pelo contrário, sois concidadãos dos santos e
membros da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas,
sendo o próprio Cristo Jesus a principal pedra de esquina.
Nele, o edifício inteiro, bem ajustado, cresce para ser templo santo no Senhor, no qual também
vós, juntos, sois edificados para morada de Deus no Espírito” Efésios 2:19-22

 

A Igreja é um edifício, não no sentido literal, como um prédio de quatro paredes; mas um edifício formado por  pessoas. Quando Jesus afirmou que “edificaria a sua igreja” (Mt 16:18), isso significava que Ele iria edificar as pessoas que pertencerão à Igreja.

Pedras vivas

O grande propósito de Deus, ao longo dos séculos, é edificar um povo para si. Por toda a terra, Cristo reúne congregações locais de cristãos que foram chamados para a unidade da adoração.

Nós todos somos pedras vivas (1 Pe 2:5) e estamos sendo edificados como casa para Deus. Mesmo sendo diferentes umas das outras, em variados tamanhos e formatos, nas mãos de Deus somos encaixados perfeitamente.

O ponto principal de construções antigas, feitas com pedras desiguais, era a resistência e fortaleza que esse tipo de construção trazia.

Da mesma forma, Deus pode colocá-lo em meio a pedras diferentes, no meio de pessoas diferentes. Porque, para que uma parede seja forte, é preciso pedras de todas as formas, pesos e tamanhos. Todos estes tipos de pedras são importantes para Deus, o construtor principal, que está construindo um edifício – a família de Deus.

O Senhor criou cada um de nós com habilidades únicas. Portanto, perceba como você se encaixa neste edifício que Deus está construindo.

Alinhando as expectativas

A Igreja é um edifício em construção, uma obra em andamento. Ela é composta de pessoas comuns, que estão vivendo um processo contínuo de redenção e santificação.

Muitas vezes o padrão que esperamos da igreja local não é o mesmo que usamos para o nosso caráter. Precisamos nos livrar das expectativas perfeccionistas a respeito da Igreja. Devemos enxergá-la como um hospital para pecadores (Agostinho), onde todos estão passando por um processo de recuperação.

Compreender isso torna mais fácil ter expectativas saudáveis sobre a igreja local.

A Igreja é como um canteiro de obras.

Em qualquer congregação de cristãos, existem reparos a serem feitos, no sentido espiritual. Mas Jesus está em nosso meio como o construtor que está trabalhando. E onde está havendo uma obra, haverá disrupção, bagunça e sujeira. A evidência da presença de Cristo no meio da Igreja é uma obra em construção: vemos o caráter das pessoas sendo transformado, desafios nos relacionamentos, arrependimento e perdão.

Somos edificados para sermos morada de Deus. A promessa do Novo Testamento é que o Pai e o Filho
virão, por meio do Espírito Santo, para habitar em cada um de nós. Deus não habita em um prédio ou
um local sagrado, mas dentro de nós (Gl 2:20). E quando dois ou três cristãos se reúnem, cada um
deles traz a presença de Cristo para o lugar de adoração.

Deus escolheu usar a igreja, esse ambiente imperfeito, para moldar nosso caráter. Muitos fogem do
lugar onde Deus os plantou, mas “o cristão precisa da igreja, tanto para suas bençãos quanto para seus
problemas”. É assim que o construtor, através do cinzel, lasca as arestas e bordas das pedras vivas que
somos para que possamos nos encaixar com as demais.

Estar em uma igreja “perfeita” não nos faria bem algum, porque ali não há obras sendo feitas. É por
meio das provações da vida em meio à família de Deus, por meio de relacionamentos que nos
confrontam e moldam que o Senhor, o construtor, nos lapida e santifica.

 

Texto originalmente postado em 24 de nov de 2020

Nessa breve reflexão abordaremos as diferenças entre uma igreja missional e a igreja missionária. E como o Senhor Jesus nos chama a sermos discípulos que possuem o encargo de proclamar as boas novas em qualquer lugar e momento.

Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não
ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem
enviados? Como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam o evangelho de
paz; dos que trazem alegres novas de boas coisas. Rm 10: 14-15

Você sabe que temos a igreja missionária e a igreja missional? 

Mas o que significa a palavra “missionário”? Bom, ela  remete à ação, atitudes práticas. Ou seja,  tudo o que fazemos para a proclamação do evangelho, seja perto das nossas casas ou em outras nações, tem um cunho missionário;

A palavra “missional” remete a uma cultura, uma identidade estabelecida em nós;

Podemos ser indivíduos que possuem atitudes esporádicas missionárias, mas que não carregam uma identidade missional.

“Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém. “Mateus 28:19,20

Nesse sentido, a igreja contemporânea enfrenta dois conflitos principais, como igreja missional tendo atitudes missionárias: a omissão e a atribuição.

Em Mateus 28:19-20 Jesus comissiona a igreja, atribui uma uma função a ela.  Vemos no testemunho da igreja primitiva, os discípulos espalhando o evangelho de Cristo por causa da obediência à comissão. Ela foi tão impactante que eles foram chamados daqueles que estavam “causando alvoroço no mundo” (Atos 17:6).

Ao longo da história da Igreja, muitos homens e mulheres que abraçaram a cultura e identidade missional, gastaram-se pelo encargo da comissão.

Pois, devemos saber que diante do Senhor não iremos responder pelas gerações passadas, mas pela nossa. Por isso, alcançar a nossa geração é papel de todos nós.

A omissão é o contrário de comissão, é a ausência do cumprimento do dever e inércia. Sendo assim, temos que deixar de lado nossas justificativas parar de nos omitirmos da missão.

Um retrato da igreja moderna

A igreja moderna está satisfeita em estar salva,  bem alimentada com uma Palavra genuína e em viver a vida da igreja, mas isso não é o ponto final.

A palavra ekklesia também remete a agir e olhar para fora. Pois, os missionários não são apenas um grupo seleto de pessoas que são enviados em missões, mas todos nós, discípulos de Cristo, somos comissionados ao ide.

“Ide”, no original (poreuthentes) pode ser traduzido como “indo”, ou seja, enquanto você vive a sua vida, cumpra a comissão.

Todos nós somos essencialmente missionários

“Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele.” João 14:2

Mas, então, por que não temos uma identidade missional?

O termômetro do nosso amor por Jesus é a obediência. Talvez o problema não é que amamos pouco os perdidos, mas que amamos pouco a Jesus.

Quais são as características de um indivíduo, família ou de uma igreja missional:

1 . João 6:28-29 – Entende que missões não se trata de um departamento, mas um atributo divino – o ergon de Deus; a sua obra;

2. Isaías 21:11 – Se preocupa em saber o que Deus está fazendo no mundo e se engaja nisso;

3. Se posiciona como luz em um mundo de trevas. Influencia a sua geração com uma vida que aponta ao Reino de Deus.

4. Prepara a família para viver a sua missão – cria filhos que carregam uma causa, um propósito e sabem qual a sua identidade e vocação;

Há uma força liberada por Deus para o evangelho avançar em nossa geração. Como igreja contemporânea, devemos olhar para o outro lado da rua ou do mundo e fazer o nome de Cristo conhecido.

Minha oração é que possamos ser indivíduos, famílias e uma igreja que mergulha em uma cultura e em uma identidade missional. Amém!

 

 

 

Texto originalmente postado em 04 de nov de 2020

O que vem à sua mente quando ouve essa expressão: Disciplinas Espirituais? Talvez alguns já recuem só de ouvir, outros inconscientemente pense que “não é pra mim..”. Sendo assim, quero te convidar a continuar essa leitura tendo em mente que as Disciplinas Espirituais são como um presente da graça do Senhor.

Portanto, imagine você recebendo uma caixa cheia e completa de ferramentas para você realizar seu trabalho da melhor forma possível. Elas são isso. Deus nos convidou a ingressar na vida cristã e nos deu todo o aparato necessário para a obediência, por meio da graça para o esforço e disciplina. E além disso, a doce companhia do Espírito Santo. 

Então, hoje vamos pensar um pouco sobre a leitura bíblica. Não se hesite e nem saia da página, se você é cristão essa conversa é com você.

“As duas disciplinas espirituais pessoais mais importantes são a absorção da Palavra de Deus e a oração – e nessa ordem. Pois é muito mais importante ouvir de Deus através da Sua Palavra do que Deus ouvir de nós em oração.” Donald Whitney

O que é a Palavra?

Primeiramente precisamos encarar a verdade da motivação e consciência do nosso coração. A grande dificuldade que temos em nos apegar com firmeza às escrituras é pela baixa consciência sobre seu Autor. A Bíblia é a Palavra de Deus! Mas a resposta motivadora deve ser: Quem é Deus para mim? Essa resposta precisa ganhar força e a consciência da grandeza e majestade de Deus precisa ser expandida para que a valorização da Bíblia também seja.

Mas como eu posso ter mais consciência sobre a pessoa de Deus e assim me apegar mais a Bíblia? “A fé vem pelo ouvir, e ouvir a Palavra de Deus.” (Rm 10:17).

Logo, precisamos ler a Bíblia para conhecer a Deus e quanto mais conhecemos a Deus mais queremos ler a Bíblia.

A palavra de Deus é a mesma que criou todas as coisas, pela sua palavra tudo que existe foi feito e agora mesmo todas as coisas são sustentadas pela palavra do seu poder. (Jo 1:1-3; Hb 1:3). Essa mesma palavra se revelou a nós em forma encarnada em Cristo e também nos deixou um livro. 

Certamente, precisamos orar como o Salmista pedindo “Abre tu os meus olhos, para que veja as maravilhas da tua lei.” Salmos 119:18. Insira na sua rotina de oração fazer esse pedido, assim como pedir

“que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o glorioso Pai, lhes dê espírito de sabedoria e de revelação, no pleno conhecimento dele. […] que os olhos do coração de vocês sejam iluminados, a fim de que vocês conheçam a esperança para a qual ele os chamou, as riquezas da gloriosa herança dele nos santos e a incomparável grandeza do seu poder para conosco, os que cremos, conforme a atuação da sua poderosa força.” (Ef 1:17-19)

9 DICAS PARA A CONSTÂNCIA NA LEITURA BÍBLICA

Vamos para ações práticas que te ajudarão a melhorar sua relação com as Escrituras. Talvez  não há nada de novo para você nessas dicas, de fato elas só têm efeito se forem colocadas em prática. Então, a medida que você lê, te convido a ter em mãos um bloco de notas para fazer resoluções para a aplicação de cada uma delas, preparado?

Essas dicas servem para 3 coisas: 1) Constância na leitura; 2) Estruturar um rotina de alta exposição às Escrituras e 3) Introduzir a isso a estudo bíblico.

  1. Tenha um plano de leitura para se organizar;

Ter um plano de leitura torna mais sustentável ao longo dos dias sua rotina. Logo, você não precisa perder tempo diariamente escolhendo o que ler ou por onde começar, basta seguir o plano. O plano pode ser anual, semestral, por livro ou por tema. 

     2.  Faça um compromisso com um bom local e horário;

Defina qual o melhor momento do seu dia para a leitura. Autoconhecimento é importante nessa decisão, se você sabe que sua rotina ao longo do dia é agitada sem intervalos bons, escolha de manhã antes de começar o dia.

Assim, preciso deixar uma advertência aqui: muitas vezes travamos em seguir esse ponto por romantizamos ou colocarmos expectativas e idealizações irreais ou insustentáveis. Todavia, não comece se comprometendo a passar duas horas em um jardim com céu azul e sua bíblia e uma caixinha de som todos os dias se isso não for algo palpável no seu dia-a-dia. Seja simples e prático. Facilite sua vida. O objetivo central é ler a Bíblia – foque em cumprir isso, não se prenda no perfeccionismo dos meios.

    3. Esforce-se para cumprir o planejamento e leia.

 Sim, exige esforço! Alguns dias mais que outros. Mas a verdade é que nós somos os únicos responsáveis em guardar e zelar pela efetividade disso. Então, se você abrir mão e trocar seu momento por qualquer coisa, ninguém será levado a respeitar. Deixe as pessoas que moram com você cientes do seu compromisso. 

Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade, e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecediço, mas fazedor da obra, este tal será bem-aventurado no seu feito.”  Tiago 1:25

4. Esteja preparado para fazer anotações

Não é um requisito obrigatório, mas com certeza é muito útil, tanto para aprendizagem e fixação quanto para o registro da sua jornada com o Senhor. Assim, esteja lendo atento às perguntas, orações, percepções e insights que possam surgir durante a leitura. 

      5. Ouça a Bíblia ao longo do dia

Pode parecer estranho, mas lembra do versículo de Romanos 10:17, ”a fé vem pelo ouvir”? Portanto, precisamos nos expor às verdades da palavra ao longo do dia, isso nos ajudará a voltar para o Senhor constantemente. Você pode fazer isso com bíblia em áudio, os aplicativos da bíblia no seu smartphone tem essa opção, ou até mesmo ouvindo músicas bíblicas que são feitas baseadas em trechos da bíblia por exemplo. Sendo assim, escolha bem o que você consome durante o dia.

Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido. Josué 1:8

    6.  Use a Bíblia para orar

A leitura Bíblica não pode estar desacompanhada da oração. Você já deve ter ouvido que cada uma é a asa de um pássaro, precisamos das duas para voar na vida cristã. Logo, as Escrituras podem servir de linguagem e direção sobre o que orar e como orar. Sendo assim, pegue o trecho que você leu, coloque nas suas palavras e devolva para Deus em oração ou em louvor. 

     7 .  Converse sobre o que você está lendo 

Você sabia que a melhor maneira de aprender é ensinando? Aproveite isso e comente com alguém, um amigo ou na mesa de jantar em família sobre o que você leu e o que Jesus falou com você. Afinal, isso vai enriquecer de várias maneiras possíveis sua absorção dessas verdades.

   8.  Separe um dia para estudo

A leitura bíblica devocional é diferente do estudo. Sendo assim, para esse último você também precisa separar um tempo local e ter um plano. No estudo você vai mergulhar em questões mais profundas sobre o texto, vai buscar observar: o autor, o destinatário, a geografia, a história, o tipo de narrativa, os personagens, o cenário, cada um desses elementos fornecem uma chave para o entendimento do que o autor quis comunicar. Aqui você pode contar com bons panoramas bíblicos, comentários, dicionários. Mas pode começar usando e selecionando apenas as informações que a própria bíblia já nos dá.

O Método Indutivo do Estudo Bíblico pode ser feito em três fases: Observação (o que o texto diz); Interpretação (o que o texto significou para os ouvintes primitivos); e Aplicação (o que o texto significa para nós hoje).

  1. Conte com o Espírito Santo

Não poderia deixar de ser clara quanto a isso. Nós temos um ajudador e auxiliador para a Verdade o Espírito Santo de Deus. Então, não tente fazer isso sem a Sua companhia, Ele é o maior guia e a pessoa ideal para nos ajudar a usar bem as ferramentas que são as Disciplinas Espirituais. Ele também te sinalizará o caminho de volta quando as coisas não saírem como o planejado.

Lembre-se diariamente

Todas as Disciplinas Espirituais não são nosso castigo ou nossa “cruz”, elas são os meios graciosos do Senhor nos tornar parecidos com Eles, ou seja, voltarmos ao nosso projeto original. Então, comece a desfrutar desse presente logo.

Antes tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite. Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto no seu tempo; as suas folhas não cairão, e tudo quanto fizer prosperará.  Salmos 1:2,3

Você tem o costume de meditar na palavra? Eu tenho quase certeza de que você que está lendo esse texto conhece a maioria das histórias da Bíblia. Você já deve saber que no princípio, Deus criou todas as coisas. Assim como já deve saber a história de Adão e Eva, sabe como o pecado entrou no mundo, certo?

E a história daquele pastor de ovelhas que derrubou um gigante? Você também deve conhecer os belos salmos e os provérbios, as histórias dos reis e dos profetas. Como também a vida de Jesus na terra e sua morte e ressurreição.

Portanto, não tenho como objetivo aqui fazer uma checklist de todas as histórias e textos bíblicos que você conhece, a questão que tento levantar aqui é: o quanto da Bíblia você conhece profundamente?

Se aprofundando na Bíblia

Quando falamos de conhecer a Palavra de maneira profunda, isso vai muito além de adquirir conhecimento para se tornar “expert” naquilo. É portanto, sobre aprofundar o relacionamento com as Escrituras e Aquele que se faz conhecido por meio de sua Palavra.

A Bíblia nos diz que o homem que tem o seu prazer na Lei do Senhor e nela medita dia e noite será como uma árvore plantada junto a fontes de águas, tal árvore que frutifica no tempo certo e suas folhas jamais caem (Salmos 1). Deste modo, gostaria de trazer aqui três motivos para você começar a meditar na Palavra hoje.

  1. A Palavra nos santifica

“Santifica-os pela verdade, a tua palavra é a verdade” (João 17:17)

Sabe quando você se olha no espelho em um lugar bem iluminado e ali você observa todas as imperfeições do seu rosto que você não gostaria de ver? Eu costumo dizer que quando meditamos na Palavra nos damos conta dos nossos erros e falhas, porque ali está o padrão que devemos seguir. A Bíblia nos mostra onde não estamos, onde deveríamos estar e onde vamos chegar. Em Salmos 119:9 vemos “Como o jovem guardará puro o seu caminho? Vivendo de acordo com a tua Palavra”, e o verso 11 nos diz “Guardei a tua palavra no meu coração para não pecar contra ti”.

Ademais, ao meditarmos na Palavra estamos contemplando as verdades de quem Deus é, seu caráter perfeito, seus atributos, glória e santidade. E quando meditamos na beleza do Senhor nos tornamos cada vez mais parecidos com Ele, e começamos a caminhar rumo a sua vontade para nós de sermos santos e irrepreensíveis

“Para que aproveis as coisas superiores, a fim de serdes sinceros e irrepreensíveis até o dia de Cristo” (Filipenses 1:10)

 

  1. A Palavra nos sustenta no dia mau

“Este é o consolo da minha angústia: tua promessa me vivifica” Salmos 119:50

Lembro-me de uma estação em minha vida em que as circunstâncias estavam realmente difíceis, o mundo estava no início de uma pandemia e as incertezas e a angústia me rodeavam. Em meio às lágrimas, e antes que pudesse entrar em desespero senti o Espírito Santo soprando em meu coração: “você sabe o final da história!” Neste momento abri a minha Bíblia nas últimas páginas.

Sabe quando você está lendo um livro ou vendo um filme e o personagem principal está em meio a uma situação impossível? Eu não sei você, mas geralmente eu pesquiso logo o que vai acontecer, e isso me deixa mais tranquila. Foi o que eu fiz quando abri a Bíblia nas últimas páginas, eu encontrei a tranquilidade que eu precisava ao me lembrar de que no final:

“Ele enxugará dos olhos toda lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem lamento, nem dor, porque as primeiras coisas já passaram; O que estava assentado sobre o trono disse: Eu faço novas todas as coisas!” (Apocalipse 21:4-5a)

Portanto, meditar na palavra que é fiel e verdadeira é o que nos sustenta quando as estações difíceis chegam. Além disso, saber que a tribulação leve e passageira produz para nós uma glória de valor incomparável (2 Co. 4:17) nos ajuda a perseverar e a entender os tempos difíceis em uma perspectiva bíblica.

  1. Existe prazer em meditar na Palavra

“Alegro-me tanto no caminho dos teus testemunhos quanto em todas as riquezas” (Salmos 119:14)

Acredito que um dos maiores prazeres é poder ouvir a voz do Senhor. A meditação é uma forma de entrarmos na alegria da presença de Deus, uma vez que em sua presença existem delícias eternas, e vale mais um dia com Ele do que mil outros dias em outro lugar. Quando nos debruçamos sobre as Escrituras, ali está a oportunidade de um encontro com o próprio Deus e não há nada mais prazeroso do que isso.

Logo, quando meditamos na Bíblia, estamos meditando nas palavras de vida eterna, neste lugar descobrimos que essa é a melhor parte assim como Maria que escolheu se assentar aos pés de Jesus e ouvir os seus ensinamentos.

Conclusão

A meditação na Palavra nos leva a um lugar mais profundo no conhecimento de Deus, logo precisamos encontrar o prazer de estar nesse lugar. Quando meditamos e oramos as Escrituras estamos construindo a nossa história com Deus, nesse lugar Ele fala a nosso coração. E uma vez ouvi alguém dizer que a Bíblia é o único livro em que o autor está conosco 24 horas por dia, então se surgir alguma dúvida, basta perguntar!

 

Qual é o impacto da Páscoa para nós, seguidores de Cristo? Aqui, nesse terceiro texto da série da Páscoa, vamos compreender o ministério da reconciliação em Jesus Cristo, por meio da Cruz do Calvário, e refletir sobre qual deve ser o nosso papel hoje diante dessa realidade.

“E tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação; Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus. Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus.” 2 Co 5:18-21

A gloriosa doutrina da reconciliação é digna da nossa atenção pois trata da obra de Cristo.

Vemos que a entrada do pecado resultou numa morte prematura, a separação de Deus e o que era totalmente harmonioso e unido foi quebrado.

Porém, Deus estende sua graça e estabelece reconciliação, e portanto, é glorioso ver o ofendido procurando o ofensor. E isso somente foi possível por meio Cristo. Além do mais, Ele foi o único capaz de reconciliar a humanidade e toda a criação com Deus.

Assim, reconciliar significa a troca de valores equivalentes. Portanto, Deus olhou para o Seu Filho com valor supremo e trocou Jesus por nós, para Ele foi uma troca equivalente.

Além disso, a dívida que nós tínhamos era impagável, mas o ofendido chega até nós e limpa a nossa dívida – o que é colocado sobre nós é a justiça de Deus.

Então, na cruz, Deus trata Jesus como se ele tivesse vivido a nossa vida de pecado, e agora Ele nos trata como se vivêssemos a de Cristo.  Já pensou em que magnífica a obra da substituição?

Fomos reconciliados num lugar em que éramos inimigos e agora somos da família de Deus e filhos de Dele!

O significado da Páscoa

Assim, a Páscoa é a grande oportunidade para que aqueles que são inimigos de Deus, se tornem amigos de Deus. Além do mais, na reconciliação, alguém nos substituiu, alguém morreu por nós. E assim, Jesus é o único e vivo caminho para redenção. É essa mensagem da reconciliação que o mundo precisa conhecer.

Assim, não é compatível carregamos uma mensagem de reconciliação e não sermos reconciliadores.

Portanto, todo cristão tem o ministério da reconciliação, por isso precisamos anunciar que Deus quer se reconciliar com o mundo.

As disciplinas espirituais são praticadas pelo povo de Deus há muito tempo. Para os patriarcas, Deus aparecia, se manifestava e os orientava em como prosseguir, como orar e jejuar. Naquela época a palavra era transmitida oralmente, então vemos Deus orientando como ensinar aos filhos e como memorizar a palavra (Dt 6: 4-10). Ao longo de toda a história do povo de Deus,  nós vemos que esses recursos ajudavam as pessoas a se relacionarem com ele. Depois foi ficando mais estruturado.

Acompanhando a narrativa bíblica, vemos que as sinagogas e os cultos surgem. E depois, com Jesus, fica ainda mais claro, pois ele mesmo praticava essas disciplinas no seu dia a dia. Ele se retirava para orar sozinho, participava na sinagoga (Mc 1:21), ouvia a leitura do pergaminho, dos rolos e meditava nessas palavras. Vemos os próprios discípulos perguntando a ele como deveriam orar. Nas cartas de Paulo temos muitas orientações para nos esforçarmos em ter uma vida de devoção, na meditação, na oração, no ensino da palavra, no servir ao próximo e por aí em diante (Col. 1:9-12). Dessa forma, percebemos que as disciplinas estão presentes e são necessárias na vida dos cristãos desde sempre.

A prática das disciplinas espirituais enquanto esperamos em Deus

A maioria de nós pensa erroneamente que Deus irá nos transformar e que nós não precisamos fazer nada. E é por pensar assim que vemos tantos cristãos infrutíferos, imaturos e com uma fé superficial. Precisamos ver a relação que há na vida prática com a nossa fé.  E é aqui que as disciplinas entram. Para nos ajudar a trazer o foco do nosso dia a dia para Deus e a nos lembrar de uma maneira muito mais intencional que Ele existe. E nesse processo, o Espírito Santo irá nos transformar, mas agora conosco intencionalmente buscando isso. Você percebe a diferença?

As disciplinas espirituais nos ajudam em nossos momentos de espera. O que fazemos enquanto esperamos em Deus? As disciplinas são recursos que nos ajudam a ver que Deus está conosco enquanto esperamos nele. Estamos sendo formados a imagem de Cristo nessa espera. E as disciplinas espirituais são recursos que nos colocam intencionalmente em contato com Deus. Então enquanto esperamos nele, nós não ficamos sem fazer nada e apenas esperamos a ação do Espírito Santo. Não! É uma espera ativa.

Usamos nosso tempo, nossa energia, nossa mente. Nós nos submetemos à ação do Espírito Santo, consciente disso. Qual é o mínimo que se espera de um cristão? Que ele ao menos leia a bíblia e tenha uma vida de oração. Essas duas são as principais disciplinas espirituais de onde todas as outras se desenvolverão.  Não há desculpas para o exercício das disciplinas espirituais. 

Disciplinas Espirituais individuais e coletivas

Existem disciplinas que praticamos individualmente, como o silêncio. Para uma boa leitura e meditação da palavra, precisamos do silêncio. A solitude, onde nos retiramos para um tempo de oração a sós. Vemos no evangelho de Lucas, Jesus fazer muito isso. Uma disciplina que eu acho muito interessante é a simplicidade. Ela tem a ver com escolhas que fazemos. Porque temos a tendência de complicarmos e nos ocuparmos com tantas coisas ao invés de simplificar. O descanso é também uma disciplina que muitas vezes ignoramos.  

Temos disciplinas que praticaremos em conjunto, como o servir e a submissão. Praticamos elas quando ajudamos e nos submetemos uns aos outros no serviço mútuo. A memorização  e o estudo da palavra também são disciplinas que praticamos no coletivo. Enfim, são muitas opções para nos ajudar a abranger uma vida de devoção para todo o nosso dia, para toda a nossa semana. E não apenas no domingo ao irmos para o culto, por exemplo. Tem a ver com a nossa rotina de vida. Afinal, somos cristãos em tempo integral e não apenas aos domingos.

Exercer as disciplinas de forma errada

O que dá sentido ao nosso tempo? Como enxergamos a realidade de nossa vida? O que buscamos para trazer felicidade à nossa vida? Se essas questões não estiverem baseadas na revelação de Deus na palavra, tudo o que fazemos ao longo do nosso dia estará distorcido. E a nossa prática das disciplinas estará também. Sabe como? Quando praticamos as disciplinas como barganha com Deus. Por exemplo: vou fazer jejum porque eu quero que Deus faça tal coisa por mim.  

Essas distorções nas práticas espirituais estão ligadas a uma compreensão errada. Talvez hajam pensamentos assim: eu sou uma pessoa boa, então vou fazer tal disciplina porque Deus vai se comprometer comigo no que eu quero. Em retorno ao que eu faço, Ele me dá algo. Como se as nossas obras mudassem a ação de Deus e o desejo dele em nos abençoar ou não. Corrija esse pensamento. Pois as disciplinas são recursos que usamos para nos moldar ainda mais a imagem de Cristo. Jesus é o nosso exemplo. Ele nos ensinou como nos relacionarmos com o Pai através de sua vida aqui. 

A prática das disciplinas nos molda à imagem de Cristo

A palavra nos ensina que Deus é Senhor sobre tudo e que Ele está agindo agora mesmo, redimindo todas as coisas, inclusive a nós mesmos.  Que Jesus veio, invadiu nossa realidade, morreu e ressuscitou e está à direita do Pai já reinando com poder sobre todas as coisas. Deus não está distante. Então até a redenção total, cada ação nossa importa porque está relacionada com a ação de Deus no mundo hoje. 

Por isso, praticar as disciplinas no dia a dia, nos molda à imagem de Cristo. Deus está conosco ao longo do nosso dia. Compreender isso é o primeiro passo para uma grande mudança em nossa renovação de mente. Não fazemos isso sozinhos, isso nos leva ao segundo passo, a nossa participação em uma comunidade de fé. A comunhão dos santos, pessoas que compreendem essa narrativa, essa realidade de vida, que ensinam umas às outras e incentivam umas às outras. Com o encorajamento mútuo, o carregar os fardos uns dos outros. Nos levando às práticas das disciplinas espirituais e assim estamos sendo moldados à imagem de Cristo. Refletindo a sua imagem ao servir a ele e ao próximo.

Que Deus ajude todos a viverem de forma digna ao chamado dele. Que possamos refletir sua imagem, sendo moldados pelo Espírito Santo. Deus está ativo nesse processo de nos transformar. Que alegria saber disso.

Originalmente publicado em 06 de Agosto de 2021

Ter perseverança é de extrema importância para a nossa jornada de vida, e como cristãos, recebemos um convite continuo e diário a perseverar diante do Senhor.

Ao falar sobre esse assunto, Deus me lembrou da jornada do povo de Israel após a saída do Egito. Aquele povo estava peregrinando pelo deserto rumo a terra prometida. Sendo guiados por uma nuvem durante o dia e uma coluna de fogo durante a noite.

E o Senhor ia adiante deles, de dia numa coluna de nuvem para os guiar pelo caminho, e de noite numa coluna de fogo para os iluminar, para que caminhassem de dia e de noite. Nunca tirou de diante do povo a coluna de nuvem, de dia, nem a coluna de fogo, de noite. (Ex 13:21,22)

Em primeiro lugar, o povo estava sob a direção de Deus e só poderia se mover a medida que a nuvem se movia. Quando a nuvem (ou a coluna) paravam, eles também paravam e ali tinham que permanecer.
Fiquei imaginando como foi essa viagem e acredito que houveram momentos onde o tédio tomou conta do povo. E se a nuvem demorasse muito para se mover? E se demorasse meses ou anos pra eles saírem do lugar?
Por fim, eles estavam em uma jornada buscando chegar em um lugar específico, uma terra prometida e ali iniciar uma nova vida. É muito provável que no coração deles havia pressa em viver tudo isso.

Perseverança também fala de permanecer fiel 

Assim como o povo de Israel no deserto foi chamado a obedecer a Deus e Suas direções, da mesma maneira devemos ter perseverança e sermos fiéis ao Senhor durante a nossa jornada.
De maneira idêntica isso ocorre conosco hoje, Deus nos chama a permanecermos fiéis a Ele independente de situações, lugares ou circunstâncias pela qual passarmos ou onde Ele nos levar. Devemos florescer onde o Senhor nos plantar, isso nos trará uma recompensa futura.

“O qual recompensará cada um segundo as suas obras; a saber: A vida eterna aos que, com perseverança em fazer bem, procuram glória, honra e incorrupção.” (Rm 2:6,7)

Como podemos permanecer?

Talvez você se pergunte, mas o que eu posso fazer para conseguir permanecer em momentos de dificuldade? Assim como devemos cuidar de nossa saúde para não adoecermos, também precisamos cuidar da nossa vida espiritual e de intimidade com Deus, em nossa rotina diária de oração e leitura bíblica. Certamente isso nos fortalecerá e nos ajudará a continuarmos fiéis quando circunstâncias contrárias surgirem.
Ademais, devemos seguir o exemplo do Apóstolo Paulo que perseverou até mesmo em suas prisões. Ele foi fiel ao seu encargo, e mesmo muitas vezes preso ou em tribulações, evangelizou, ensinou e doutrinou várias igrejas no primeiro século, bem como a igreja dos dias atuais com seus escritos.

No final da sua vida, vemos Paulo fazer a seguinte declaração:

“Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda.” (2 Tm 4:7,8

Devemos perseverar nos lugares onde Deus nos colocar

Visto que o povo que entrou na terra prometida, foi o povo que perseverou e foi fiel durante toda a trajetória pelo deserto podemos assumir que essa é a chave essencial que nos liga ao cumprimento das promessas de Deus em nossas vidas. Pois aquele povo enfrentou adversidades durante caminho, e somente aqueles que não murmuraram e honraram a Deus desfrutaram do cumprimento da Sua promessa.
Independente do local onde estamos, se no início, meio, ou quase no fim da nossa jornada rumo a terra prometida, devemos permanecer fiéis e honrar ao Senhor em cada ciclo da nossa vida.

Por consequência, chegará o momento onde a nuvem irá se mover, e estaremos aptos a continuar a caminhada pois lições preciosas foram aprendidas na estação passada. Afinal de contas, são as lições dos lugares onde o Senhor nos coloca que vão nos dar força e capacidade para entrarmos em nossa “Canaã”.

Assim também, que possamos perseverar na nossa jornada cristã, e viver os nossos dias aqui na terra, com os nossos olhos no porvir. Nossa esperança é certa, e aquele que foi fiel até a morte espera que permaneçamos fiéis até o fim!

Apocalipse 2:10b: “Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.”

 

Thais Neves –  missionária intercessora e facilitadora da Fhop School

 

 

 

Sabe aquele elefante no meio da sala? Aquele assunto que quando tocado pode deixar o ar mais rarefeito e pesado? Capaz de instigar a hostilidade ou defesas em algumas pessoas? O papel, a visão e a dinâmica da mulher no meio cristão e não cristão, é um desses assuntos. Homens falam “pisando em ovos” para não se expressarem de maneira que desagrade o sexo oposto. Mulheres, por outro lado, se armam mantendo a defensiva e esperando que alguém diga algo que as inferioriza pelo seu gênero. 

Todavia, precisamos falar de algo superior a visões e interpretações sobre a feminilidade contemporânea e nossa própria opinião. 

E essa conversa é diretamente para nós, mulheres. Para comemorarmos esse dia, resta a pergunta: 

O que ainda nos ofende com relação a quem somos? Qual realmente é o problema com o papel que Deus nos deu na história Dele?

Esse texto é um convite para sondar o coração, fazer as pazes com a forma como você foi criada e te chamar à liberdade de estar satisfeita com o olhar do Senhor 

É inegável que a mulher durante a história da humanidade tenha sido abusada, agredida, e diminuída – é realmente lamentável. Logo, isso causou um efeito rebote que nos traz o senso que precisamos nos defender, que seremos atacadas e não seremos vistas. Porém, alguns cenários bíblicos tem grande potencial de trazer paz sobre isso. 

 

O PONTO DE TENSÃO

Primeiramente vamos identificar qual o ponto de tensão nesse assunto. Quando se trata da visão sobre o que é a mulher, a Bíblia nos dá características como: ajudadora, virtuosa, maternal e auxiliadora. Foram as mulheres que mais apareceram abençoando o ministério de Jesus. Elas também são convidadas a submissão, enquanto são amadas e zeladas por seus maridos. As mulheres também foram as escolhidas para gerarem filhos, por causa disso uma mulher carregou Deus Filho em seu ventre, e as descrições ainda vão longe.

Porém, mesmo com uma longa lista de qualidades, ainda existem mulheres que se ofendem com o fato de não terem recebido os encargos e características que os homens têm. Ou seja, ofendem-se com o fato de que existe uma outra lista de caracteristicas que Deus decidiu distribuir ao sexo masculino. Mas nem A Bíblia e nem mesmo Deus, classifica essas características como superiores ou inferiores. Pelo contrário, são complementares, interdependentes e divinamente orquestradas.

 

O ORGULHO DA FEMINILIDADE FERIDA

Se analisarmos bem, a ofensa e a tensão podem surgir de um lugar de orgulho e prepotência em sermos auto suficientes e completas em nós mesmos. Mas, esse não é o plano e o padrão de Deus, nem para homens e nem para as mulheres. Nesse anseio, regredimos à tentação do Éden de querermos ser iguais a Deus. A frustração nasce da insatisfação de achar que Deus não nos criou suficientes e nem nos deu a melhor parte – isso é nitidamente uma mentira.

Em outras palavras, o que essa ofensa aponta é a crença prepotente que Deus errou. Pensar que  foi injusto e que faríamos melhor decisão se estivéssemos no lugar Dele. Atitude bem parecida com a que levou Eva comer o fruto e dar para Adão. 

O que nosso ego vazio e orgulhoso tem dificuldade de lidar é com a ideia de que exista algo melhor ou superior a nós. E como cristãs, devemos rejeitar essa tendência egóica que nos faz crer que para o nosso valor ser validado precisamos ser superiores.

Dessa forma, o principal problema que isso nos causa é o peso de termos que lutar por nós mesmas e sermos redentoras de nós mesmas. Isso não funciona!

 

JESUS E AS MULHERES

Frequentemente, vemos nos Novo Testamento as histórias dos encontros de Jesus com algumas mulheres.  E sabe o que não vemos em nenhum momento? Ele as inferiorizando, abusando ou oprimindo. Jesus é o homem perfeitamente de acordo com o plano original de masculinidade, tratando mulheres imperfeitas perfeitamente de acordo com o plano original de feminilidade. 

Jesus é amigo de mulheres das quais ele ama (como Marta e Maria). Ele dá lugar a Maria junto a Ele (Lc 10:42), o vemos defendendo uma mulher das más línguas (Jo 8:1-11). Como filho, provê  companhia para sua mãe na hora da cruz (Jo 19:26-27). Ressurreto, aparece primeiramente as mulheres e ainda as envia a proclamar boas novas (Jo 20:11-18). Jesus se emociona junto com a emoção delas (Jo 11:33), aponta seus erros para transformação (Jo 4), lhe cura de doenças femininas sem envergonhá-la – como a mulher do fluxo de sangue (Mc 8:28-34).

E sabe o que não acontece em nenhum desses episódios? Ele não milita em favor da valorização das mulheres, ele não justifica seus atos por estar agindo em favor de mulheres. Porque parece ser muito óbvio para ele a forma como ele as vê e como elas devem ser tratadas. Ele se encarrega de valorizá-las sem ter que superiorizá-las. Elas são únicas, pessoalmente especiais e dignas por causa de quem as criou. Ele não justifica o óbvio, apenas o vive e expressa seu lugar.

O OLHAR DE JESUS É SUFICIENTE?

Para combater a ofensa egoísta, o convite hoje é se satisfazer com o olhar do Senhor sobre você, mulher. Ele tem uma opinião tão doce e firme sobre a forma como ele  criou você. Que tal abrir mão do orgulho e do encargo de se auto afirmar e se satisfazer na suficiência do seu olhar? A opinião dele te basta? Paulo aprendeu sobre isso e descreve:

 

Pouco me importa ser julgado por vocês ou por qualquer tribunal humano; de fato, nem eu julgo a mim mesmo. Embora em nada minha consciência me acuse, nem por isso justifico a mim mesmo; o Senhor é quem me julga. 1 Coríntios 4:3,4

Nos episódios em que Maria é criticada por estar aos pés de Jesus ou ouvindo suas palavras (Lucas 10:39-42) ou lavando seus pés (João 12:3), ela não abre a boca para se defender. Seus críticos achavam que ali não era o lugar dela, ela deveria ir pra cozinha ajudar na refeição e também não deveria desperdiçar o perfume caro daquela maneira. Todavia, quem a defende é Cristo. E seu olhar e validação sobre ela é suficiente para que ela permaneça onde estava, sem se ofender com os que a criticavam.

VOCÊ NÃO PRECISA SER SUFICIENTE

O convite aqui não é uma negligência às lutas sociais contra feminicídios, abusos e opressões direcionados às mulheres. Isso é injustiça e o Senhor se compadece e luta contra isso. O chamado é para que se tratando do seu valor, você descanse no olhar daquele que te criou e se deleita em você. 

É um chamado para não mais lutar pela autopreservação do seu ego. É um encorajamento a desfazer amizade com a ofensa e fazer amizade com o plano de Deus para a forma como você foi criada.

Nosso valor e dignidade não estão em sermos mulheres ou homens, em sermos superiores ou inferiores, nosso valor consiste em Quem nos criou – homem ou mulher. É obra da Graça e não do nosso gênero. Não precisamos ser suficientes, porque Ele já é.

Como falar com Deus quando as coisas não estão bem? Quando o que temos não são palavras de louvor e gratidão devemos nos calar diante de Deus? Deus vai se irar e nos rejeitar se questionarmos e reclamarmos com ele sobre as nossas dores? Existe um lugar de lamento na vida cristã?

A BOA NOTÍCIA

A Bíblia inteira é uma boa notícia! O evangelho preenche as Escrituras de capa a capa, porque é a verdade de Deus. O oferecimento de salvação e redenção de Deus ao seu povo durante toda a bíblia nos ensina a como viver a vida como um todo, inclusive nos ensina a sofrer. 

Sem dúvida a vida que sonhamos é controlada, calma e sem choro, porém habitamos em um mundo onde Deus não governa plenamente. Isso nos diz que estamos expostos ao sofrimento, à injustiça, à dor e ao pecado (a raiz de todo o mal). Sendo assim a vida de oração nem sempre se figura em um lugar pacífico de conversa tenra, equilibrada e romântica com Deus. E saiba que Ele tem plena consciência disso, nada o surpreende.

Davi em vários salmos nos expõe seu lugar de diálogo com Deus sendo dramático, intenso e doloroso. Essas orações são o que a Bíblia chama de poemas de lamento. É sobre isso que esse texto vai falar. Primeiro fortalecendo a ideia que há espaço na vida cristã para o lamento e segundo ressaltando sua importância.

Até quando, Senhor? Acaso te indignarás para sempre? Arderá o teu zelo como fogo? Salmos 79:5

O LAMENTO

O termo lamento, no mundo hebraico antigo, é a forma especializada da palavra “grito”, “pedido de socorro”. Ao longo da história de Israel, o lamento se tornou uma prática litúrgica fundamental – tanto na devoção pessoal quanto no culto público.

Por que estás ao longe, SENHOR? Por que te escondes nos tempos de angústia? Salmos 10:1

 

Ó Deus, por que nos rejeitaste para sempre? Por que se acende a tua ira contra as ovelhas do teu pasto? Salmos 74:1,2

 

Lamentar nada mais é do que oferecer honestidade a Deus, deixar de lado a censura quando falamos da dor, do sofrimento, preocupação e angústia. Deus não se relaciona com nossas máscaras, sendo assim Ele lida diretamente com o coração real e desnudo como é. Sempre é melhor “reclamar” de Deus com Deus do que para outra pessoa – a segunda opção é a característica da murmuração, que Deus abomina.

O LUGAR DO LAMENTO NA VIDA CRISTÃ

A melhor decisão na hora da dor é correr para Deus. Davi, Jó e o próprio Jesus já se sentiram abandonados por Deus, questionaram seus planos, se perguntaram se Deus os tinha rejeitado e clamaram para que Deus não fizesse isso. Possivelmente, esse sentimento não é estranho para você também. O que eles fizeram diante desses sentimentos que o sofrimento causa, foi correr em lágrimas para o Senhor e transbordar sua indignação e dor diante do trono da Graça

Chegue a minha oração perante a tua face, inclina os teus ouvidos ao meu clamor;

Porque a minha alma está cheia de angústia, e a minha vida se aproxima da sepultura.

Estou contado com aqueles que descem ao abismo; estou como homem sem forças, Salmos 88:2-4

 

O lamento do crente o aproxima de Graça, Deus nunca rejeitou o coração quebrantado e contrito, com certeza nem eu e nem você seremos os primeiros.  O lamento representa um “lugar” onde os cristãos podem trazer suas emoções diante de Deus, mesmo que essas não sejam muito “agradáveis” e cordiais. 

QUAL A FUNÇÃO DO LAMENTO? 

O lamento expressa: (a) súplica, pedido de ajuda ou oração por socorro;  (b) intercessão; e c) confissão de pecado ou de insuficiência diante de Deus. Além de servir como forma de protesto, no sentido de chamar a atenção de Deus, inquirindo sobre suas promessas feitas anteriormente, o lamento é um lugar para processar emoções, derramar o coração e ver a dor do lado de fora da nossa mente através de palavras e lágrimas. Esse tipo de oração é também o lugar de expormos questões de confusão e incredulidade sobre aspectos do caráter de Deus.

 Assim, o lamento existe para ensinar nosso coração a depender de Deus. E a correr para a única fonte de socorro possível. Existem situações onde não existirá outra opção além de chorar, clamar por misericórdia, reconhecer que não somos capazes de algo e deixar que nossa dor encontre com a face de Deus. Lamentar não é se rebelar, pelo contrário, é correr pra Deus e trazê-lo para dentro da minha dor. Ao invés de virar as costas, ficar indiferente ou simplesmente nos afundarmos em reclamação para todos os lados sem recorrer a quem pode resolver o problema

Podemos vê-lo como o contraponto do louvor ou ação de graças e, juntamente com este, constitui a totalidade da devoção: louvor e gratidão a Deus, por um lado, confissão e petição, por outro.  

A RESPOSTA DE DEUS AO LAMENTO

A Bíblia nos ensina que aqueles homens que lamentaram com o Senhor, foram os mesmos que experimentaram as afeições de Deus. Colheram do coração do criador amor, lágrimas, resposta e acolhimento. Leia na íntegra alguns salmos de lamento e veja como a maioria deles se encerram com oração de louvor e gratidão. Davi teve o coração de Deus. Assim como Maria que o questiona sobre a morte de seu irmão Lázaro e a reação de Jesus é se juntar ao choro dela, mesmo sabendo que a ressurreição viria.

Então esse é o Deus para o qual você ora. Acredite, Ele não só escuta como se revela em meio a dor. Ele é o bom pastor no dia bom, no alto da montanha e mas também no dia mau e no vale da sombra da morte. 

Assim, comece agora mesmo! “Bem-aventurados os que choram pois serão consolados” (Mt 5:4)  

USANDO A BÍBLIA PARA LAMENTAR

Você pode usar a Bíblia como linguagem de oração e exemplo de lamento. Deixou a seguir uma lista com os principais salmos de lamento divididos em individuais e comunitários. Você pode devolver essas palavras do Salmista ao Senhor novamente e fazer dessas palavras como suas.

Comunitário – Salmos 12, 44, 58, 60, 74, 79, 80, 83, 85, 89*, 90, 94, 123, 126, 129

Individual – Salmos 3, 4, 5, 7, 9-10, 13, 14, 17, 22, 25, 26, 27*, 28, 31, 36*, 39, 40:12-17, 41, 42-43, 52*, 53, 54, 55, 56, 57, 59, 61, 64, 70, 71, 77, 86, 89*, 120, 139, 141, 142