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A Parábola da vinda do filho do homem

Vida Cristã

No mundo moderno o uso da linguagem tem sido expressado de forma cada vez mais criativa. Pode-se entender que linguagem é um fenômeno humano e, por conseguinte, está intrinsecamente relacionada com práticas sociais. Mesmo em uma era de complexa informação o ser humano permanece usando a linguagem verbal como forma principal de se expressar, ora de forma direta, ou de maneira indireta.

Observando o texto sagrado podemos perceber o uso de parábolas tanto no Velho como no Novo Testamento. É uma forma literária que devemos ter cuidado na sua interpretação como narrativa histórica, ou na excessiva espiritualização de cada elemento determinado pela parábola. 

As parábolas escatológicas

Existem diversos tipos de parábolas nos evangelhos. Neste momento o foco está sobre as parábolas escatológicas ou parábolas preparatórias. Destas, temos 7 nos evangelhos.  Antes da análise das mesmas é preciso ser traçado um esboço mínimo da expectativa de Jesus ao comunicar seu método didático-pedagógico peculiar. As narrativas feitas por Jesus, utilizando as parábolas escatológicas, têm como “background pessoal” a certeza de um Juízo sobre os seus contemporâneos, sua morte, sua ressurreição e posteriormente a vinda do Filho do Homem em glória para trazer a salvação e o Juízo Final. 

No capítulo 16 de Mateus, Jesus fala que seria necessário sua morte e sua ressurreição. Em Mateus capítulo 20, Ele prediz novamente a sua morte e sua ressurreição. E a partir disso, pressupõe-se o entendimento de que Jesus tinha a sapiência de todo o plano Divino e dos estágios anteriores e vindouros. Essa informação é importante, pois seria necessário seu conhecimento para que as parábolas escatológicas ou preparatórias tivessem êxito em seu propósito.

Dito isso, a leitura das parábolas de modo algum podem ser interpretadas como mito, lenda ou fábula. Também não é apropriado identificá-las como histórias reais, ainda que apresentem aspectos cotidianos terrenos da vida do ouvinte. A parábola é o meio de transmitir uma mensagem, mas não é, geralmente, a mensagem em si. 

 A Parábola da vinda do filho do homem 

O registro desta parábola aparece nos 3 evangelhos: Mateus 24:32-44, Marcos 13:28-37 e Lucas 21:29-36. O texto é exposto dentro de um contexto escatológico, no qual, de forma didática, Jesus sinaliza aos discípulos os sinais do fim dos tempos e da sua vinda.

Jesus tinha acabado de ter um embate teológico com os escribas e fariseus no templo.  Ele havia denunciado a negligência deles no cumprimento da lei e como eles influenciavam o povo de forma negativa levando os mesmos a pecarem contra o Eterno. Além de não reconhecerem Jesus como o Messias, atitude que era fruto de uma religiosidade vazia. Após o embate, Jesus e seus discípulos se retiraram do Templo.

Então, Jesus aproveita para ensinar os seus que a corrupção religiosa era tão grande em Israel que até o templo, que naquele momento recebia a admiração dos discípulos, iria sucumbir.  Isso gerou questionamento entre eles com a afirmação do mestre – este é um recurso, como um gatilho, que Jesus usa para chamar a atenção dos seus discípulos para falar sobre o futuro.

Para onde vocês estão olhando?

Depois de ter dito aos seus discípulos que a estrutura suntuosa do templo iria ruir, e de ter aguçado a curiosidade dos seus seguidores, Jesus começa sua narrativa escatológica que está contida em Mateus 24:3. 

E, estando assentado no Monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos em particular, dizendo: Dize-nos, quando serão essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo? Mateus 24:3

Ali ele chama a atenção dos seus discípulos sobre a necessidade de não se permitirem serem enganados. Ora, se o mestre diz que existe a necessidade de estarem atentos para não serem enganados, é porque o engano era algo possível.  Prova é que, mesmo depois de um embate teológico com os mestres da lei registrado em Mateus 25, os discípulos ainda mantinham um olhar romântico acerca do sistema litúrgico da época. E, apesar de serem testemunhas oculares da mensagem do Cristo, ainda tinham o entendimento obscurecido. 

Princípio das dores

No decorrer de Mateus 24:5-7, Jesus vai pontuando acontecimentos que precederiam a vinda do Filho do Homem: falsos messias, guerras e rumores de guerra, fome, pandemias e terremotos. No verso 8, do mesmo capítulo, o Mestre dá uma pausa no relato dos acontecimentos e foca em informar seus discípulos que quando estes episódios narrados, neste mesmo capítulo, ocorrerem simultaneamente em escala global, então seria o início das dores.

A narrativa segue e aparece a informação de que os cristãos seriam perseguidos, presos, torturados, mortos e odiados em todas as nações – importante registrar que isso ainda é uma realidade em algumas nações… Jesus então sinaliza que neste período de perseguição global e apostasia aconteceria juntamente com traição e ódio.

Dando continuidade ao seu discurso ele sinaliza que se levantarão influenciadores que enganarão a muitos, o amor também será escasso e a maldade abundante: uma narrativa perturbadora que é apascentada pela promessa de que aquele que for fiel até o fim será salvo (Mateus 24:9-13).

Um funil de catástrofes 

Mateus 24 é um funil de acontecimentos catastróficos que devem ser entendidos de maneira progressiva e gradativa: à medida que se aproxima a vinda do Messias as dores aumentam em intensidade e em quantidade. Isolar o relato e tentar encaixá-lo em acontecimentos no mundo acarretam em interpretações erradas. Assim como falso discernimento da realidade escatológica, pode levar a histeria coletiva, descrédito ao texto escatológico e produção de material que não está alinhado com o verdadeiro significado proposto pelo autor bíblico.

Como Jesus resolve a problemática da interpretação errada?

Jesus propõe a parábola da figueira para ensinar os discípulos a identificar os fatos descritos de Mateus 24:5-32, evitando assim falhas de percepção dos eventos vindouros. 

O povo hebreu já havia vivenciado, em certa medida, alguns acontecimentos narrados por Jesus. Falsos salvadores, guerra, fome, crises econômicas e etc – por isso, a necessidade de uma técnica didática mais apropriada. 

A parábola da figueira precede mais outras 3 parábolas escatológicas presentes nos capítulos 24 a 25 de Mateus. Um destaque em Mateus 24:32 é o “Aprendei”. O próprio autor da parábola indica que é possível saber pontuar no tempo o início dos fatos precedentes à vinda do Filho do Homem. Os textos sagrados, de Gênesis a Apocalipse, não trazem a informação de tempo – “cronos”, dia e hora – porém eles revelam acontecimentos prévios, dando ao cristão diligente, a possibilidade da espera segura à era do advento final.

Figueira: uma árvore ou Israel 

Como já foi dito, a parábola usa de elementos comuns, conhecidos pelo público, para melhor assimilação da mensagem. Dentro do contexto de Mateus 24 identificar a figueira como uma árvore literal, de farta abundância em Israel, é mais coerente na hermenêutica do que aplicar simbologias fundamentadas em conjecturas pessoais na passagem. Aqui, a figueira é usada como exemplo para pontuar uma mudança de estação. Ajudando assim os discípulos a discernirem que os eventos relatados são como a troca das folhas da figueira. Os eventos predizem a troca de era, são o prelúdio do Dia do Senhor. 

Existe a interpretação de que a figueira é uma ilustração de Israel e do judaísmo. Elas usam dos acontecimentos de 1947, onde Israel volta a ser uma nação novamente, para explicar o brotar e o renovo das folhas da figueira. Em conexão a isso, surgiram diferentes interpretações de que a “geração” que foi testemunha do ressurgimento do Estado de Israel, seria a geração que testemunharia do advento final de Cristo. Neste sentido, alguns exegetas fundamentaram suas observações com cálculos matemáticos para confirmarem suas interpretações. Um destes cálculos define uma geração com o tempo de quarenta anos e marcaram a vinda de Jesus para o ano de 1988. Como Jesus não veio nessa data, reformularam o cálculo alegando que uma geração deve ter 70 anos. O ano de 1948 somando a 70 anos é igual a 2018, e hoje em 2020 percebemos que o cálculo não deu certo de novo.

Menos é mais

O objetivo de Jesus, no uso da parábola da figueira, era facilitar o entendimento e não complicar. Entender o contexto e o público para a qual esta parábola foi direcionada é o segredo para a compreensão da mesma. Em Mateus 24:36, Jesus é enfático em dizer que o dia e hora do retorno do Filho do Homem não serão possíveis de saber antecipadamente. Direcionando o entendimento dos discípulos mais uma vez aos eventos e não a segredos subliminares da parábola. 

“Por isso vigiai, pois não sabeis em que dia o vosso Senhor vem”, isso ainda é válido para os cristãos nos dias de hoje. O compêndio bíblico nos dá informação suficiente para estarmos prontos para o dia do Senhor. Aquele que será pego desprevenido é o mesmo que não guardou a palavra do Senhor em seu coração. Quando o texto bíblico adverte que o Dia do Senhor será como a chegada de um ladrão à meia noite, tem como alvo aqueles que não se atentam para as parábolas, como a de Mateus 24. A simplicidade da literalidade do texto vale mais do que a elaborada interpretação escatológica fundamentada em mística e conjectura.

Uma figueira nos dias de hoje

O Senhor voltará para uma noiva acordada, que reconhecerá sua voz. Que observará nos eventos contemporâneos o perfume do seu amado, que fica mais forte à medida que ele se aproxima. Karl Barth, renomado teólogo suíço, dizia que o cristão deve carregar em uma das mãos a Bíblia e na outra o jornal. Para que, com sabedoria e sem medo, possa olhar para o hoje confiante de que haverá um amanhã. A parábola da figueira não tem como intuito amedrontar, mas trazer a certeza de que, no final, tudo irá dar certo.

Além disso, a parábola não deve estar sinalizando os tempos somente no texto bíblico. Mas, deve estar plantada no coração da noiva de Cristo, apontando, no hoje, o que o Eterno está preparando para o amanhã. 

As parábolas bíblicas já são bem familiares para os cristãos e nem precisa ser um há muito tempo para se deparar com elas principalmente ao ler os evangelhos sinóticos: Mateus, Marcos e Lucas. Pois ali é possível encontrar várias parábolas ensinadas por Jesus sobre diferentes temas, objetos e personagens.

Mas seria uma parábola somente uma metáfora para facilitar a compreensão das mentes humildes sobre verdades eternas?

Ao decorrer dos séculos estudiosos foram conceituando as parábolas como um melhor método de ensino do que o próprio sermão, trazendo a ideia de que a forma padrão de exposição das verdades bíblicas deveria ser sempre narrativa, ou seja, sempre uma história contada, afinal foi o que Jesus fez. Porém, o lugar de ensino, exposição e exortação é através de uma pregação bíblica, logo um não anula o outro.

É natural entre os estudiosos da bíblia a dificuldade de se definir uma parábola dentro de um gênero literário específico ou apresentar uma definição que se aplique a todas elas em suas variações.

Dificuldade presente para apresentar uma definição e exemplo de reducionismo

A primeiro momento pensamos nas parábolas como histórias. Vejamos um comentário bem interessante de distinção que John MacArthur faz entre uma parábola e uma história em seu livro sobre as parábolas de Jesus:

“..existe uma diferença clara e significativa entre parábola (uma história criada por Jesus para ilustrar um preceito, uma proposição ou um princípio) e história (uma crônica de eventos que de fato aconteceram). A parábola ajuda a explicar uma verdade; a história nos fornece um relato factual daquilo que aconteceu. Apesar de a história ser contada em forma narrativa, ela não é ficção ilustrativa, mas realidade.”

Partindo desse ponto sabemos que dificilmente ao ler uma definição de parábola ela acabará por ser verdade para todos os casos. Por esse motivo é recomendável que cada parábola seja abordada de modo singular e não em comparação com todas as demais existentes.

Muitas pessoas veem as parábolas como simples histórias terrenas com significados celestiais, apesar de existir um pouco de verdade sobre essa afirmação, ela não é suficiente para definir todas as parábolas, já que muitas são muito mais que ilustrações, e embora algumas tratem de escatologia, não estão falando apenas da vida futura mas sim sobre a vida nessa era. Essa redução que se faz de uma parábola bíblica a uma simples história é definida como um reducionismo.

Diversas definições ineficazes

Infelizmente quase todas as definições de parábola se mostram ineficazes, pois quase toda definição que se mostra ampla para abranger todas as parábolas, acaba por se mostrar imprecisa. Algumas conhecidas são, “A parábola é uma criação literária na forma de narrativa desenvolvida para retratar uma espécie de caráter por advertência ou exemplo, ou para encarnar um princípio do governo de Deus para com este mundo e com os homens”.

Sim, as parábolas falam de Deus e da humanidade, mas nem todas elas são narrativas. “No nível mais básico, a parábola é uma metáfora ou imagem tirada da natureza ou da vida comum que prende o ouvinte pelo seu caráter vivo ou esquisito, que deixa a mente com um nível suficiente de dúvida acerca da sua aplicação precisa a ponto de lhe lançar pensamentos ativos”.

Uma parábola é muito maior que uma metáfora ou imagem. E apesar de para alguns textos ela ser útil, para outros ela se mostrará inútil. Outra definição de parábola é “a conjunção de uma forma narrativa com um processo metafórico”. Como já foi escrito antes essa definição pode se mostrar útil para alguns textos, mas para outros não, devido a abrangência de variedades e aplicações que são abordados por Jesus em cada contexto que ele ensina através de parábolas.

Fatores contra

Uma parábola não é simplesmente uma analogia. É uma metáfora prolongada com uma lição espiritual específica contida na analogia. Mas, apresentar uma definição técnica que se aplique a todas as parábolas de Jesus é notoriamente difícil. Um dos fatores que dificultam a definição é a variedades de parábolas.

Em Mateus 15:15, por exemplo, Pedro pede que Jesus explique “esta parábola” presente no versículo 11 “O que torna o homem impuro não é o que entra pela boca, mas o que sai dela; é isso que o torna impuro”, mas na verdade o que está presente nesse versículo é simplesmente um par de proposições simples, algo como um provérbio, mesmo assim trata-se de uma parábola. Além do problema por causa das várias parábolas ocorre também o problema decorrente da tradução.

Em Lucas 4:23, por exemplo. “Jesus lhes disse: “É claro que vocês me aceitaram este provérbio: ‘Médico, cura-te a ti mesmo!’ Faze aqui em tua terra o que ouvimos que fizeste em Cafarnaum”. No texto grego a palavra que é usada para se referir a provérbio é parabolē, palavra que é traduzida normalmente como parábola. Ao ver isso fica aparente que a ideia bíblica de parábola é mais abrangente que as definições sugeridas pelos comentaristas, e essa é a razão pela qual é difícil chegar a um número exato de parábolas.

Etimologia da palavra Parábola

A palavra grega traduzida como “parábola” nos Evangelhos sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas) é parabolē e é usada cinquenta vezes em 48 versículos do Novo Testamento. Duas vezes, a palavra é usada em Hebreus para indicar uma fala figurativa: “[O primeiro tabernáculo] é uma ilustração [parabolē] para os nossos dias” (9:9) e “Abraão levou em conta que Deus pode ressuscitar [Isaque]; e, figuradamente [parabolē], recebeu Isaque de volta dentre os mortos” (11:19). Todas as outras 48 ocorrências do termo no Novo Testamento se encontram nos Evangelhos sinóticos, nos quais a palavra é traduzida sempre como “parábola” ou “parábolas”, sempre se referindo às histórias de Jesus.

A palavra deriva das raízes gregas: para (“ao lado”) e ballō (“lançar”). Literalmente, significa “colocar ao lado”, sugerindo uma comparação entre duas coisas que são semelhantes em algum aspecto. A derivação da palavra parábola, portanto, se refere à analogia entre algum lugar comum da realidade e uma verdade espiritual profunda.
  

O objetivo das Parábolas

As parábolas são como lentes que ao ver através delas nos é possível enxergar a verdade para assim conseguirmos corrigir aquilo que outrora não era possível. O objetivo imediato de uma parábola é ser algo bastante atraente para assim chamar a atenção do leitor, seu objetivo final é despertar uma compreensão mais aprofundada sobre ela e assim estimular o leitor a uma mudança de ação. As parábolas bíblicas revelam o caráter de Deus e a sua maneira de agir. Revelam também como a sua criação deve agir.

As parábolas não simples histórias informativas. Elas capturam a atenção do leitor, provocam a reflexão e geram a mudança, elas buscam voltar as pessoas para atitudes dignas do evangelho e exigidas no Reino de Deus. Elas não ensinam passividade, mas nos instigam a fazer algo, buscam uma resposta radical das pessoas para serem imitadores de Cristo. 

Conclusão

Portando, uma parábola não é simplesmente uma analogia. Uma parábola é uma figura de linguagem ilustrativa com fins de comparação e tem como fim ensinar uma lição espiritual. Ela pode ser grande ou pequena. Podem ocorrer diversos tipos de figuras de linguagem, metáforas, provérbios, entre outros. Mas ele sempre faz uma comparação de algo comum a realidade a alguma verdade espiritual mais profunda.

A parábola pode estender a comparação e a transformar em uma história mais longa. Ou em uma metáfora mais complexa, e o significado (sempre alguma verdade espiritual) não é necessariamente óbvio. A maioria das parábolas de Jesus exigia algum tipo de explicação.

Essa semana, (19 de fevereiro de 2020), eu vou celebrar o aniversário de um ano do meu primeiro filho. Eu olho para trás e vejo o incrível crescimento dele, de um bebê que engatinhava para um menino andando, descobrindo a própria independência e explorando o mundo ao seu redor.

A transformação é incrível e eu já estou contando na minha cabeça e percebendo que, provavelmente, eu só tenho mais 17 ou 18 desses momentos e “anos” com ele em minha casa.

Maternidade: um mix de emoções

Embora de maneira mais sutil, eu estou refletindo sobre o meu próprio crescimento e transformação nesse novo ano mas, para sempre, papel de “mãe”. Percebendo que só estou no começo do maior trabalho que terei, e consciente que há um mix de emoções tanto boas como ruins, para mim e para ele, que vem com esse título.

Se tornar uma mãe muda tudo. Não que nós éramos egoístas antes, mas rapidamente o “eu” vem em segundo lugar em razão dos nossos filhos e suas necessidades. Como mãe, de repente, você conhece a profunda satisfação da dependência de uma criança em relação a você. E, no momento seguinte, pode sentir a exaustão e a exasperação de uma criança depender de você! 

Tarefas simples se tornam muito mais difíceis, podemos nos encontrar tirando um tempo de soneca como se isso fosse uma viagem a um resort all-inclusive (com tudo incluso). Então, no momento seguinte, a tarefa mais rotineira se torna cheia de alegria à medida que você a experimenta através dos olhos de seu filho. 

Os extremos da maternidade se assemelham a montar em um touro mecânico nos primeiros meses.  Apesar de tudo que fazia, me encontrava desajeitadamente sendo jogada de um lado para o outro como em um empurrão, exatamente quando pensei que tinha entendido o ritmo.

A completa rendição

A maternidade me ensinou a ter uma dependência maior de Cristo que eu jamais tinha conhecido antes disso. Ser uma ótima mãe, vai custar algo mais do que o sacrifício de um árduo trabalho, custará toda a minha rendição. A cada dia, momento por momento, eu vou encarar uma escolha de ter que arregaçar as mangas e passar por isso com minha própria força ou expirar e deixar que a consciência da minha necessidade dEle me leve a uma conversa que Ele sempre quis comigo.

“E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. “Mateus 22:37

Jesus nos manda, em Mateus 22:37, amar a Ele de todo o nosso coração, mente, alma e força – literalmente com tudo que existe em nós. Embora isto possa parecer uma ordem difícil ou mais uma tarefa religiosa para nos sobrecarregar, isso não é verdade. Quando vemos um comando de Jesus nas Escrituras, nós sempre podemos descansar que existe uma promessa para nos habilitar a cumpri-lo; “Não na nossa força mas pelo Seu espírito.” (Zc 4:6)

Nós fomos feitos para amar, fomos moldados, formados e trazidos à existência por causa do amor. Nos tornamos vivos no amor. Amar a Jesus primeiro, antes das tarefas e exigências da maternidade, nos leva a rendição. Isso nos lembra o que realmente importa. Nos conecta novamente com o que fomos criados para fazer – para amar a Ele e ser amado por Ele. 

Nosso sucesso como mães não será o quão bem nossos filhos se comportam ou quão altas são suas notas, mas em nossa capacidade de viver e respirar na realidade de nosso relacionamento de amor com Jesus primeiro.

Nossa identidade em Cristo

Ser ‘empurrado’ para este papel de mãe pode ser desgastante e exige tudo de nós. De repente uma nova descoberta sobre a nossa personalidade começa a emergir, à medida que nos lançamos nos cuidados dessas pequenas vidas que fomos chamados para guardar. E assim, como qualquer outra área da nossa identidade, de esposa para missionária (no meu caso), ou médica para mãe e dona de casa, existem dois caminhos diante de nós: a tentação de nos esforçarmos com nossa própria força para produzir o resultado desejado ou um convite para descansar primeiro em  nossa identidade em Cristo. E deixar todo o resto fluir a partir deste lugar (Mateus 6:33). 

Lembrem-se mamães: Primeiro, nós éramos filhas e ainda permanecemos neste papel. Filhas dEle. 

Diariamente, há o convite para vir e permanecer na videira (João 15). Explorando da fonte de vida que nunca fica seca e que tem tudo que eu preciso para me dedicar aos meus filhos, meu casamento e carreira. Nós não podemos derramar (transbordar) de um lugar que é vazio.

Hoje é um novo dia, o que vamos escolher?

Ao iniciar o segundo ano dessa jornada de maternidade, eu escolho a dependência e me render ao processo. Deixando de lado os resultados que eu tão desesperadamente quero produzir. E estou aproveitando mais a conversa de amor ao longo do caminho.

 

Uma vez, chegando em casa quando eu era mais nova, fui fechar a porta do carro e esmaguei meu dedão ali. Subitamente uma corrente de dor insuportável veio até meu dedo, tive a sensação de quase tê-lo arrancado. Fiquei totalmente sem reação, e nem mesmo consegui abrir a porta do carro. Então, minha irmã veio rapidamente e abriu enquanto tudo que eu conseguia fazer era me queixar de dor (e parece que começou a doer mais quando eu vi o sangue). Então meu pai abriu o portão de casa, e me levou correndo para a cozinha, encheu uma tigela com vinagre gelado, pegou minha mão, e colocou meu dedo inchado ali. Eu comecei a chorar, doía muito mais, e eu implorava “pai, por favor para, isso dói mais”, então ele me abraçou, sem tirar meu dedo da tigela e só falou “eu sei que está doendo, mas vai ser melhor para você”. 

O Pastor que está nos vales

Eu sempre me lembro desse momento quando estou passando por situações dolorosas. Quando estou diante de problemas que não consigo resolver, quando a saúde não vai bem, e ao mesmo tempo o mundo inteiro passando por uma pandemia, crises ao redor, preocupações, e me vejo tentando ser forte diante de tudo isso, e tentando não confundir força com autossuficiência. Mas o que aquele momento do parágrafo anterior tem a ver com o que estou falando aqui? Eu entendi que em meio à dor e ao sofrimento, Deus é aquele que me abraça e do caos faz a paz transbordar. Mesmo que tudo ao redor permaneça do mesmo jeito, Ele me sustenta, Ele se faz presente para me ensinar, e me dizer: “eu sei que está doendo, mas vai ser melhor, você vai crescer, alegre-se no sofrimento, eu estou aqui com você, sou seu aliado fiel, sua torre forte”.

Os frutos do sofrimento

Portanto, não estou dizendo que devemos amar o sofrimento, e permanecer ali sempre sofrendo. Se alegrar no sofrimento é se alegrar no que ele gera e produz. Você não precisa sair por aí buscando motivos para sofrer. Mas, quando o sofrimento vier, é uma oportunidade de sermos transformados, pois “ainda que nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente”. (2 Co. 4:16-17). Há algo sendo gerado em nós quando passamos por tempos difíceis, e é nessa verdade que podemos nos apegar quando esses dias chegarem.

O Senhor é a nossa rocha

Lembro-me de uma experiência que tive durante um curso ministerial que fiz há alguns anos. O Senhor começou a me ajudar a ver coisas dentro de mim que não eram muito agradáveis: dores, mágoas e lugares em meu coração que precisavam ser transformados. Foi o início de um processo muito doloroso, eu queria fugir, e falava para Deus que não conseguiria enfrentar. Neste período eu estudava com o time de louvor que eu fazia parte o Salmo 144:1:

Bendito seja o Senhor, a minha Rocha, que treina as minhas mãos para a guerra e os meus dedos para a batalha”.

E enquanto o Senhor me ajudava a colocar algumas coisas para fora, eu me sentia cansada de lutar, e parecia que até meu corpo doía. Eu me vi como se estivesse em um campo treinando com um arco e flecha, tentando acertar o alvo, sem conseguir. Eu tentava, e meus braços doíam ao puxar a flecha, mas ali eu sentia o Senhor me treinando, e como se Ele me falasse: “Vamos lá, mais uma vez, continue treinando”. E eu: “Mas eu estou cansada, minhas mãos não aguentam mais”, e Ele com muito amor :“Eu estou treinando suas mãos para a batalha, Eu sou a sua rocha, continue, você vai conseguir”. Eu chorava enquanto via essa imagem em minha mente, estava doendo, mas eu precisava enfrentar o sofrimento, precisava deixar o Senhor me transformar, trazer cura e me moldar.

O Pai amoroso que está conosco nos processos

Eu me lembro daquele momento com meu pai me abraçando enquanto colocava meu dedo machucado no doloroso processo de cura. “Vai ser melhor para você!” É disso que eu quero que você se lembre. O Pai amoroso te conduzirá com graça nesse processo. No sofrimento, na dor, nos momentos difíceis, coloque-se diante do Senhor perguntando: “qual a resposta eu preciso dar nesse momento?”, e “quais são os lugares do meu coração que precisam ser moldados segundo a Tua vontade a partir disso que estou enfrentando?”. O Senhor mesmo te conduzirá nesse processo. Apegue-se a Ele, e lembre-se: na nossa fraqueza, Ele é a força que sempre irá nos sustentar.

O alarme do celular despertou. São 8:00 horas da manhã. O som das buzinas e do barulho dos carros na avenida invadem o quarto, que já está bem iluminado pelo reflexo do sol na cortina. Mais um dia comum, levanta da cama, lava o rosto, escova os dentes e esquenta a água para o café. Troca de roupa. Toma um café da manhã. Liga o notebook. Conecta em todos os aplicativos possíveis e começa a trabalhar. Assim são os dias comuns

Não importa se estamos em isolamento social, se estamos com a rotina mais agitada ou mais tranquila, todos nós somos engolidos pelos dias ordinários. Ou melhor, todos nós fazemos e temos atividades comuns que são essenciais para o bom funcionamento do nosso dia. A questão é: como enxergamos esses dias comuns e as tarefas diárias? Podemos encontrar beleza, contentamento, bondade, graça do Senhor e devotar ao Pai tudo o que fazemos como expressão de adoração a Ele? 

Tudo para a Sua glória 

Infelizmente estamos apegados e formatados com a ideia de que só o domingo é sagrado e dedicado a Deus. Quando, na verdade, a maior parte das nossas vidas acontece entre segunda e sábado, os dias ordinários e “seculares” que costumeiramente chamamos. Porém, o Senhor tem chamado a nós, cristãos, a compreendermos o que a Sua Palavra diz: 

“Assim, quer vocês comam, quer bebam, quer façam qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus.” 1 Co 10:31

“Porque dele, e por ele, e para ele são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém!” Rm 11:36

Por isso, necessitamos ressignificar o que entendemos por dias comuns. Além disso, dedicarmos todas as nossas tarefas, desde as mais simples e comuns, até aquelas que consideramos importantes e complexas, como um ato de adoração e devoção ao Senhor. Como disse a autora Tish H. Warren, em seu livro Liturgia do Ordinário, “esses pedacinhos do nosso dia são profundamente significativos, porque eles são o lugar da nossa adoração. O cerne da nossa formação está na monotonia das nossas rotinas diárias”.

Porém, como entender que o simples ato de cozinhar para mim e minha família pode ser um ato de adoração ao Senhor? Veja bem, escolher os alimentos que serão feitos, dedicar tempo em prepará-los, descascar os legumes, levá-los ao fogo e esperar o tempo de cozimento, é um ato de amor. Além disso, cuidar do nosso bem-estar e o daqueles que amamos, da saúde do nosso corpo, é uma atitude que o Senhor se agrada e estamos obedecendo a Sua Palavra, de amar o nosso próximo servindo-o e cuidando da Sua criação.

A humanidade de Jesus e os dias comuns

Na bíblia não encontramos muitos relatos sobre a infância, adolescência e juventude de Jesus. Sabemos mais detalhes de sua vida a partir do início do seu ministério, quando tinha por volta de 30 anos. Mas, permita-me utilizar a imaginação agora – sem cometer erros bíblicos – e pensar nos dias comuns que Jesus enfrentou: primeiro, Jesus que é todo poderoso e cheio de glória escolhe se humilhar e assumir a forma humana. Aquele que Criou todas as coisas teve que aprender a andar, falar e escrever. Você consegue imaginar isso? 

Jesus com certeza brincou bastante em sua infância, deve ter caído e ralado o joelho, tomou banho e escovou os dentes. Mas, com certeza não da mesma forma que fazemos hoje. Quando acordava, sem dúvidas tinha que pentear os cabelos e arrumar sua cama. E deve ter feito vários favores para sua mãe, ajudou nos afazeres do lar e aprendeu a profissão de seu pai, José.

Jesus também passou pelos dias comuns e simples, e deve ter ensinado a muitos, especialmente a sua família, sobre a beleza da rotina e dos dias ordinários. Jesus não foi poupado da monotonia da rotina, ele foi fiel, constante e manteve sua comunhão diária com o Pai. Vemos a afirmação disso, no início do seu ministério, quando a bíblia nos relata o seu batismo e a marcante declaração do Pai a ele: “Este é o meu Filho amado, que me dá grande alegria”. Mateus 3:16 

O Pai se satisfazia com o Seu Filho, sentia orgulho e ele lhe dava muita alegria. 

Dá-nos hoje o pão para este dia

A famosa oração ensinada por Jesus aos seus discípulos nos dá lições preciosas a respeito de como viver os nossos dias comuns. Leia os versos de Mateus 6: 

“Dá-nos hoje o pão para este dia e perdoa nossas dívidas, assim como perdoamos os nossos devedores” Mateus 6:11-12

Quero chamar a atenção no primeiro verso, sobre pedirmos ao Pai a provisão para este dia que estamos vivendo. Não para buscarmos hoje a provisão de amanhã ou do mês que vem. Mas, hoje o que é para hoje. Dependermos da graça Dele, de encontrar beleza, gratidão e contentamento no Senhor para vivermos cada dia e com o que ele nos deu para vivermos este dia. 

Penso que podemos pensar no pão de cada dia, não sendo somente algo da provisão natural que necessitamos. Podemos entender também, “o pão diário”, como buscar o alimento espiritual, que vivifica nossa alma, mente e coração dia após dia. Cultivar uma vida que ama e estuda a Palavra de Deus, e que se dedica a oração e ao viver em santidade. 

Portanto, o Senhor nos chama a olhar de maneira diferente para os nossos dias comuns. Além disso, de sermos capazes de apreciar a bondade, verdade e beleza e, portanto, entender que todas as nossas tarefas e nossos dias são sagrados e importantes para o Senhor. Saberemos passar por todos os dias com mais sabedoria e contentamento se estivermos profundamente dedicados em cultivar uma vida diária de devoção ao Senhor em tudo que fizermos, se pararmos para nos alimentar do pão da Vida. O seu dia importa para o Senhor e o modo como você o vive também.

Ele não foi abalado

A pandemia abalou o mundo, fomos pegos de surpresa e nossa rotina está completamente mudada. Existe muita incerteza e confusão; líderes e cidadãos anônimos isolados e perplexos procuram entender como viver os próximos capítulos da história mundial. Mas em meio ao caos nós encontramos plena segurança e esperança ao lembrar que Aquele que se assenta sobre o círculo da Terra não está surpreso, o Trono não foi abalado e Ele permanece Senhor absoluto de toda história. Isaías 40 nos lembra que o Senhor é quem estabelece os limites de todas as coisas e Ele permanece soberano sobre tudo e todos.

Quem mediu na concha da sua mão as águas, e tomou a medida dos céus aos palmos, e recolheu numa medida o pó da terra e pesou os montes com peso e os outeiros em balanças? Quem guiou o Espírito do Senhor, ou como seu conselheiro o ensinou? Com quem tomou ele conselho, que lhe desse entendimento, e lhe ensinasse o caminho do juízo, e lhe ensinasse conhecimento, e lhe mostrasse o caminho do entendimento? Isaías 40:12-14

A Bíblia diz também que Ele conhece o final dessa história desde o princípio, segundo Isaías 46.

“Que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam;” Isaías 46:10a

Em momentos de crise procuramos encontrar uma explicação racionalmente aceitável do porquê tudo isso está acontecendo.  E como resultado desse esforço geralmente chegamos a uma das seguintes conclusões: ou acreditamos que sabemos exatamente o que Deus está fazendo – e muitas vezes pensamos que Ele está punindo alguém por um pecado específico – ou negamos que Deus esteja no controle do mundo e pensamos que não há propósito para nada disso. Mas acredito que adicionar o peso extra da explicação à dificuldade da situação é a última coisa que precisamos. Não há na Escritura nenhum lugar que diga que devamos fazer isso. Muitas vezes não fará sentido desse lado da eternidade, e está tudo bem. Ele é Deus, nós não.

A Palavra gera em nós confiança

Nesses momentos precisamos de sobriedade e equilíbrio. Em meio à crise precisamos simplesmente crescer em confiança na Palavra de Deus. Ela – e não as circunstâncias – define a verdade. Não são os nossos sentimentos ou a nossa percepção limitada das circunstâncias que definem o caráter de Deus. O fato histórico e redentor da cruz e da ressurreição torna-se a verdade sobre a qual permanecemos. Nossa Rocha Eterna e Esperança inabalável estão no Cristo ressurreto, mesmo que nossas circunstâncias sejam abaladas.

Independente daquilo que temos experimentado, estamos firmados Naquele que era, que é e que há de vir. E assim como Ele permanece para sempre, firmados na Sua Palavra, nós também podemos permanecer.

Precisamos seguir o conselho de Provérbios 3:5

“Confie no Senhor de todo o seu coração e não se apoie em seu próprio entendimento;” Pv. 3:5

Nesses dias, devemos nos manter informados, mas manter a nossa mente cheia da verdade e da esperança encontradas no Senhor. Ele permanece o mesmo de eternidade em eternidade, Soberano em conduzir a história. Ainda que o mundo foi abalado, o trono não foi.

Estamos vivendo dias atípicos para nossa geração, isso é fato. Mas, que tal usar dessa experiência para mudar hábitos e rotinas em nossas vidas? Esse momento de distanciamento social que estamos vivendo pode ser de reflexão sobre como usávamos nosso tempo antes. Você conseguiu perceber como está sua vida espiritual? Como está sua vida de devoção a Deus?

Quando buscamos o significado da palavra devoção, vemos que fala sobre um zelo, uma liturgia em práticas espirituais. Logo, se trata de atos que fazemos diariamente. Como todas as áreas de nossas vidas, para um progresso, um crescimento, é necessário tempo, é necessário também passarmos por estágios, e sim, é necessário passarmos por instabilidades. Mas, nós avançamos, pois somos seres de hábitos e são esses hábitos praticados diariamente que nos formam, mesmo que nem estejamos cientes disso.

Semelhantemente acontece com as práticas, ou disciplinas para nossa vida espiritual. Pois essas práticas, essa devoção, nos moldam para sermos mais semelhantes a Jesus. Através das disciplinas espirituais, nos tornamos capazes de abençoar aqueles que nos amaldiçoam, conseguimos orar sem cessar, ficamos em paz quando fazemos alguma boa ação que não é reconhecida e também podemos vencer os males que surgem em nossos caminhos. Isso porque essas disciplinas nos preparam interiormente para uma crescente interação no nosso relacionamento com Deus.

A importância da Devoção

Nesse sentido, qual a importância então, em ter uma vida de devoção? Bom, a começar, somos discípulos de Jesus e como discípulos, seguimos os exemplos dEle. E como Jesus demonstrou em vida, Ele tinha um relacionamento com Deus. Logo, como discípulos, somos levados a uma vida de devoção. A oração é uma das principais práticas para nos relacionarmos com Deus e que nos ajuda a servir nosso próximo, nossa comunidade local… Saiba, uma vida de devoção vai gerar discípulos que produzem para o reino de Deus a partir das suas igrejas locais.

Dessa forma, a nossa devoção vai produzir não apenas uma ordem em nossas vidas, mas vai gerar em nós um coração de discípulos que servem. É importante para nós, quando estivermos em oração, nos concentrarmos apenas nesse momento. Por isso, com um simples ato de desligar os aparelhos eletrônicos, por exemplo, onde nada nos tire a beleza de ter um tempo em conversa com Deus, já faz uma grande diferença. Nós já sabemos que a oração não muda a Deus, mas ela nos muda, então precisamos desse momento, certo?

Por conseguinte, e a comunhão da mesa? Vemos muitos exemplos na Bíblia em que se valorizava se sentar ao redor da mesa e ter comunhão. São gestos simples, que não requerem muito de nós, mas que nos moldam, nos instruem. Sabemos que abandonar velhos hábitos são difíceis, mas a decisão de deixar certas coisas habitarem ou não em nosso pensamento é a liberdade que nos é assegurada em Cristo Jesus. 

Dicas práticas para viver em Devoção

Vamos pensar em simples hábitos que nos ajudarão a colocar as práticas espirituais em nosso dia a dia:

  1. Ore ao levantar e ao se deitar; talvez aqui neste ponto você vai ter que acordar uns minutos mais cedo.  Ao acordar e colocar seu dia diante de Deus, peça ajuda para que você consiga fazer suas atividades com mais eficiência. E ao orar antes de dormir, agradeça a Deus e entregue tudo o que aconteceu no dia diante dEle. Isso tirará de você a ansiedade sobre seu dia e o desapontamento sobre o que não conseguiu fazer;
  2. Desligue sua televisão e seu celular a noite ou pelo menos a internet dele. Esse ponto está conectado com o ponto acima. Estipule um horário fixo antes de dormir para desligar a internet do seu celular ou mesmo desligar seu celular. Isso te ajudará a não ver coisas desnecessárias e ajudará a se conectar em oração com Deus. Dará tempo para você conversar com sua família, filhos, cônjuges ou mesmo para que você tenha um tempo sem estímulos visuais antes de dormir;
  3. Almoce sempre com alguém – talvez agora enquanto estamos em casa, se você está com sua família, valorize esse momento. Desligue a televisão e não traga seu celular para a mesa. Caso você esteja sozinho agora, pense sobre isso para quando voltarmos as nossas rotinas,  fora de nossas casas. Esse momento pode ser oportunidades de conhecer nossos colegas de trabalho, nos conectarmos com pessoas e até ter a oportunidade de falar sobre nossa fé e ajudar quem está perto de nós. Ou até mesmo em família, fortalecer os laços familiares.

 Com certeza podíamos dar mais exemplos, mas note como apenas esses três simples pontos já são algo que talvez, não conseguimos ainda realizá-los. 

Uma Vida de Devoção para a Glória de Deus

Observe: somos naturalmente muito impacientes, gostaríamos de pular diversas vezes as etapas da nossa jornada. Mas o que eu posso te dizer é: confie no lento trabalho de nosso Deus. Confie que Ele está realizando a boa obra em você e se permita viver isso. No tumulto de nossas vidas, talvez nós não vamos conseguir falar a verdade sempre. Mas com a ajuda das disciplinas, porém, podemos nos obrigar a procurar aqueles a quem mentimos e confessarmos o que fizemos, por exemplo. Isso nos ajudará a falar a verdade em outras ocasiões. 

Precisamos encontrar uma forma de nos submetermos a Deus, quer seja nas atitudes transformadoras da solitude, do silêncio, do jejum, do estudo ou do sacrifício. Seja qual for a disciplina que nos for requerida para nos libertar, devemos executá-las.

 Lembre-se sempre, temos a nova vida de Cristo para vivê-la e precisamos ser dignos dela. Para isso, vamos deixar o Espírito Santo realizar a sua obra em nós, o processo de redenção. Romanos 6.17,18: “Graças a Deus, porque, embora vocês tenham sido escravos do pecado, passaram a obedecer de coração à forma de ensino que lhes foi transmitida. Vocês foram libertados do pecado e tornaram-se escravos da justiça.”

Por fim, quero te encorajar a se dedicar a uma vida de devoção, a uma vida de oração e a ser um membro ativo em sua igreja local, pois você só tem a ganhar. A prática da devoção é um alimento para nossas vidas; quando oramos, quando lemos a palavra, quando participamos da nossa igreja local, estamos recebendo esse alimento espiritual que nutre nossa fé e comunhão com Deus. 

Que o Senhor nos ajude a viver uma vida para Sua glória e nos ensine a orar para a glória do Seu Nome.

“A busca e a própria experiência da comunhão com Deus, inclui a expressão dessa convivência a partir de práticas que agradam ao Criador.” Russel Shedd.

 

Amém!

 

Hoje quero falar sobre descanso em Deus.
Você já viu algum bebê recém-nascido olhar profundamente nos olhos dos seus pais e em rebeldia se recusar a ser cuidado por eles? Acredito que a resposta para essa pergunta é definitivamente NÃO! Afinal, isso não faz nenhum sentindo, não é mesmo?
Tal questionamento parece não ter nenhuma lógica, e de fato é impossível acontecer, pois vai totalmente contra a natureza daquele bebê que nada sabe, nada entende, e que se quer, pode fazer algo sozinho para o seu próprio bem.
Essa linha de raciocínio não faz sentindo em se tratando de bebês recém-nascidos e seus pais, agora, já notou que em alguns momentos da nossa jornada cristã temos a tendência de ter esse tipo de atitude para com Deus?
Mesmo não sabendo discernir o que é melhor para nós, acabamos tomando atitudes de independência do Deus que nos formou, nos recusando a receber os cuidados dEle.

TEMOS DIFICULDADES EM SE DEIXAR CUIDAR

Diante de um mundo com tantas informações e competitividade, temos a tendência de abraçar tudo para nós mesmos e dar nosso grito de independência do próprio Cristo.
Evitamos o cuidado de Deus e encontrar descanso Nele, por acreditar que isso nos tira do controle das nossas vidas e, consequentemente, agimos como se tudo dependesse de nós mesmos. Queremos tudo pra ontem e com isso não descansamos em Deus e também não permitimos que Ele, que nos conhece desde o ventre da nossa mãe, cuide de nós da maneira que só Ele sabe, ou seja A MELHOR MANEIRA.

“Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”.  (Mt 11:28-30)

Recentemente me peguei nesse processo. Lutando, relutando, me ocupando de inúmeras coisas para de alguma forma mostrar para Deus o quanto eu era dedicada. Em contrapartida, o que Deus me mostrou é o quanto minha ansiedade estava me levando a fazer coisas que Ele não me pediu. E que também não estava me permitindo ver a bondade Dele sobre mim. O quanto eu não estava desfrutando do cuidado dEle sobre a minha vida, muito menos descansando na sua paz e fidelidade.

Por que o medo de se deixar cuidar por Deus?

Deus é um bom Pai, e Ele não nos abandona, pelo contrário, Ele sempre está ao nosso lado em cada processo das nossas vidas. Então, por que ainda assim resistimos ao seu cuidado?
Acredito que a resposta mais adequada para essa pergunta é o fato de que acabamos comparando Deus com nós mesmos, com pessoas do nosso cotidiano ou com aqueles que um dia falharam com a gente.
Mas Deus não é homem, a natureza dEle não é fraca e nem falha, Ele é perfeito!

Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa; porventura diria ele, e não o faria? Ou falaria, e não o confirmaria? (Nm 23:19)

Ademais, outro fator que contribui para não desfrutarmos dos cuidados de Deus são as preocupações, as ansiedades e o imediatismo do mundo que nos agitam e nos deixam impacientes. Essas pressões cotidianas desviam o nosso olhar do lugar de descanso que Deus já prometeu nos dar.

Contudo, devemos lembrar que nEle estamos seguros e que Ele cuida de nós, conforme vemos em 1 Pedro 5:7:

“Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.”

 A GARANTIA DO NOSSO DESCANSO

 Nosso real descanso não está em homens, em um bom emprego, bens manterias, bons salários, ou na força do nosso braço. Muito menos nos dias de lazer nas férias ou finais de semana. Mas sim em Deus, na compreensão de quem Ele é, e do Seu caráter que está assegurado pela Sua Palavra.
Essa é a nossa garantia legítima! Deus nos afirma taxativamente na Sua palavra que nEle podemos confiar, nEle devemos descansar e nos deleitar.

Confia no Senhor e faze o bem; habitarás na terra, e verdadeiramente serás alimentado. Deleita-te também no Senhor, e te concederá os desejos do teu coração. Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e ele o fará. Descanse no Senhor e aguarde por ele com paciência.  (Sl 37: 3-5 e 7)

Aquele que habita no abrigo do Altíssimo e descansa à sombra do Todo-poderoso pode dizer ao Senhor:

“Tu és o meu refúgio e a minha fortaleza, o meu Deus, em quem confio”. (Sl 91:1-2)

Também devemos ter em mente que Deus zela pelo cumprimento da Sua palavra, e se Ele prometeu cuidar de nós e aperfeiçoar a sua obra em nossas vidas (Fp 1:6), certamente Ele fará.
Por fim, que possamos fazer a exemplo dos bebês, que desfrutam dos cuidados dos seus pais sem se preocupar com o dia de amanhã, pois sabem e confiam que alguém estará zelando por eles.A minha alma descansa somente em Deus; dele vem a minha salvação. Somente ele é a rocha que me salva; ele é a minha torre segura! Jamais serei abalado! Descanse somente em Deus, ó minha alma; dele vem a minha esperança.  (Sl 62:1,2 e 5)

 

Thais Neves – missionária intercessora e facilitadora Fhop School

Em 2017, descobri um nódulo no meu seio esquerdo. Após uma visita ao médico, recebi encaminhamentos para exames de mamografia e ultrassonografia, que apontaram a chance de 95% de câncer de mama. Após a biópsia, o diagnóstico: carcinoma ductal invasivo, grau 1.

Em janeiro de 2018 dei início ao tratamento. O protocolo pedia 20 sessões de quimioterapia – de dois tipos diferentes. Iniciei as primeiras sessões em intervalos de 21 dias. Tive efeitos colaterais fortíssimos, sem alteração, porém, no tamanho do tumor. 

Me lembro de uma noite em que estava me sentindo mal, com dor o suficiente para não conseguir dormir. Eu orei para que o Senhor tirasse a dor, ou que simplesmente me ajudasse a dormir, e, instantaneamente pude ouvi-Lo dizer: “Deite-se com a barriga para cima”. Logo após, adormeci. Acordei na manhã seguinte sem nenhuma dor. 

O tratamento

Iniciamos um novo tipo de químio em um intervalo menor e com efeitos colaterais mais amenos, contudo, após oito sessões, a lesão continuava medindo os mesmos seis centímetros. Meus médicos decidiram, então, antecipar minha cirurgia, pois o tumor não estava reagindo positivamente à nenhuma das quimioterapias aplicadas. Durante a consulta com o cirurgião, uma semana antes da cirurgia, fui informada que seria necessário fazer um um segundo corte, próximo ao abdômen, para cobrir completamente a área onde seria retirado o tumor. 

Durante todo o tratamento, minha família, meus amigos e minha igreja estavam em oração. Pois, eu realmente não gostaria que fosse feito nada além do necessário, e por mais esse motivo, orei ao Senhor. 

A caminho do milagre

Quando retornei ao hospital, no dia da cirurgia, enquanto a região a ser operada estava sendo demarcada, o cirurgião me olhou e disse: “Parece que não será mais necessário fazer um segundo corte, pois o tumor diminuiu um pouco!” Ou seja, o tumor que não havia reduzido nem mesmo um centímetro durante oito meses de quimioterapia, mas reduziu o suficiente para que nenhum corte fosse feito além do necessário.

Logo após o período de recuperação da cirurgia, seguimos com a quimioterapia, agora com um terceiro medicamento. Isso era necessário para completar o ciclo de quimioterapia e serviria também como prevenção, já que alguns linfonodos axilares retirados durante a cirurgia haviam sofrido metástase.

Ouvi minha médica dizer que eu teria fortes efeitos colaterais e de fato, conheci pacientes que tiveram alguns efeitos fortíssimos com o uso do mesmo medicamento. Porém, estávamos orando incansavelmente por cura e para manifestação de sinais e maravilhas, e foi exatamente isso que experimentei! Tomando 2.500 mg de remédio por dia, não sofri efeito colateral algum, apenas o aumento da sensibilidade ao frio, isto é, um casaco era suficiente para aplacar minha reação ao remédio. 

Experimentando a bondade de Deus

Esses foram apenas alguns milagres que Deus fez durante o percurso. Durante todo esse período de um ano e seis meses em que estive em tratamento contra um câncer, pude provar a bondade, a misericórdia e a fidelidade do Senhor em níveis que jamais havia experimentado. Fui tocada através do profundo amor demonstrado por minha família, amigos e igreja. Durante o tratamento, como missionária na fhop, eu fazia parte de um time de oração e adoração. Em muitos turnos de intercessão, oraram por mim. Pessoas, próximas ou não, oravam cheias de fé. Eu tenho certeza que experimentei as respostas dessas orações.

Com convicção, posso dizer que mesmo nos vales, Deus também está, e por isso, não precisamos temer mal algum. Eu provei e vi que o Senhor é bom!

Roberta Santana – missionária intercessora e facilitadora da Fhop School

“Multidões, multidões no vale da decisão! Pois o dia do Senhor está próximo, no vale da decisão.” Joel 3:14.

Em seguida, ele continua declarando. Leia atentamente:

“O sol e a lua escurecerão, e as estrelas já não brilharão. O Senhor rugirá de Sião e de Jerusalém levantará a sua voz; a terra e o céu tremerão. Mas o Senhor será um refúgio para o seu povo, uma fortaleza para Israel.Então vocês saberão que eu sou o Senhor, o seu Deus, que habito em Sião, o meu santo monte. Jerusalém será santa; e estrangeiros jamais a conquistarão.

Naquele dia os montes gotejarão vinho novo; das colinas manará leite; todos os ribeiros de Judá terão água corrente. Uma fonte fluirá do templo do Senhor e regará o vale das Acácias. Mas o Egito ficará desolado, Edom será um deserto arrasado, por causa da violência feita ao povo de Judá, em cuja terra derramaram sangue inocente. Judá será habitada para sempre e Jerusalém por todas as gerações. Sua culpa de sangue, ainda não perdoada, eu a perdoarei. O Senhor habita em Sião!” Joel 3:15-21 

O que esses versículos revelam?

Quero repartir com você essa palavra que tem estado no meu coração nestes últimos tempos. O começo desta passagem bíblica tem queimado no meu coração. O autor estava falando ali sobre uma revelação e acredito que vemos os sinais nos dias de hoje do que ele quis nos dizer. 

Estou convencida de que chegou o tempo de nos posicionarmos em Deus, aproveitarmos que um novo ano se inicia e realmente nos colocarmos diante do Senhor de todo o coração. 

Falo isso para minha própria vida em primeiro lugar. Essa palavra tem me moído cada dia destes últimos tempos. 

Quero que você imagine esse dia do qual Joel estava falando e pense em multidões. 

Jesus sempre atraiu multidões, desde o começo da história. E no futuro breve não será diferente. Acredito que essa passagem acima fala do seu retorno, onde novamente Ele juntará multidões a sua volta. 

Estamos hoje diante de um tempo de vale de decisões. Isso significa que chegou o período de nos posicionarmos, talvez mais hoje como em nenhum outro tempo na história. 

Quem sabe você nem imagine o que estou querendo falar com esse texto, mas eu tenho cada dia mais observado os sinais, sejam através dos tempos ou dos acontecimentos a minha volta. 

A terra e as criaturas têm clamado pelo Seu Criador, e Ele nunca deixou de escutar aqueles que clamam. 

Guerras e rumores de guerra, pecados e trevas cada dia mais tem tomado pessoas e lugares, enquanto fechamos nossos olhos e continuamos com nossa vida como se nada estivesse acontecendo. 

Como nos posicionar

Precisamos nos posicionar como filhos de Deus, nos santificando. Precisamos orar mais e deixar que uma vida de consagração toque as circunstâncias à nossa volta. 

“A natureza criada aguarda, com grande expectativa, que os filhos de Deus sejam revelados.” Romanos 8:19

Sua vida e a minha precisam apontar para Aquele que nos criou. Até mesmo sem usar palavras, as pessoas precisam saber que você serve  ao Deus Todo-Poderoso.

Quero repartir alguns pequenos testemunhos para explicar melhor sobre o que estou falando:

Sempre achei que havia sido chamada para fortalecer os que já estavam no caminho, e fiz isso durante anos com todo o meu coração. 

Hoje, estou morando na Europa e diante da realidade de falar de Jesus para pessoas que nunca escutaram sobre Ele e professam outra fé e religião. De uma forma incrível Deus tem me feito luz no meio de povos que não O conhecem. Ouvir de pessoas que professam fé muçulmana, por exemplo, que querem que você as leve a igreja porque veem a luz em sua vida e querem ouvir do seu Deus e do que você acredita, isso é revelar Jesus a esse mundo que aparentemente, está sem rumo. 

Enquanto pensamos duas vezes antes de irmos às nossas igrejas aos domingos, alguns nunca experimentaram o prazer de ter comunhão com o Criador.  Jesus reuniu multidões e deu de comer a elas um alimento que mudou suas vidas. 

Seja aquele que revela Jesus a todos a sua volta. Faça isso através de uma vida de retidão, e assim a luz de Jesus brilhará através de você!

E lembre-se, Jesus é o mais interessado dessa missão.

Deus te abençoe.