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Adoração: Convite a se render

Oração

Gosto de pensar em adoração como um convite. Um convite a se render. É semelhante a entrega que fazemos quando nos apaixonamos. Por exemplo, diante da possibilidade do amor, nos rendemos ou resistimos. Abrimos o coração ou o fechamos. Pois, não é como ser coagido por um bandido, alguém que vem para nos roubar. E, diante dessa arma apontada, não temos outra escolha, a não ser nos entregarmos. Quando reconhecemos quem Deus é e como somos dependentes Dele, adoramos com um coração sincero. Muitos Salmos expressam esse convite:

“Vinde, cantemos ao Senhor; jubilemos à rocha da nossa salvação. Apresentemo-nos ante a sua face com louvores, e celebremo-lo com salmos. Porque o Senhor é Deus grande, e Rei grande sobre todos os deuses. Nas suas mãos estão as profundezas da terra, e as alturas dos montes são suas. Seu é o mar, e ele o fez, e as suas mãos formaram a terra seca. Ó, vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do Senhor que nos criou.” Salmos 95:1-6

No jardim Deus nos criou

Deus criou um jardim e dentro dele formou Adão e Eva. Pois, foram feitos a própria imagem e semelhança do Senhor. Na viração do dia, Ele estava ali, passeando e conversando“E ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim pela viração do dia.” Gênesis 3.8a.

Em primeiro lugar, Deus os criou para Si, assim como também nos fez para o Seu deleite. Criou Adão e Eva para um relacionamento de profundo amor. O jardim, era para ser o lugar de comunhão, alegria e contentamento entre o homem e seu Senhor. Portanto, quando nos perguntam para que o homem foi criado? Podemos responder que o fim principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre. Mas, você já imaginou: o que isso significa?

Quando  pensamos na palavra gozo, nos lembramos de intensa alegria,  um prazer sem igual. Deus nos criou para desfrutar de nós. E, para que nós, desfrutemos dele. Sendo assim, esse é o nosso chamado principal. Nosso fim em essência é  em Sua presença dia e noite. Sim, esse é nosso propósito aqui na terra: Viver em comunhão com o Senhor. Nos alegrar Nele. Caminharmos em obediência a sua Palavra, em fé e devoção. O convite de se render está lançado. 

Verdadeiros adoradores X falsos adoradores

Jesus ensinou a mulher no poço que Deus está a procura dos verdadeiros adoradores. Aqueles que adoram  ao Pai em “espírito e em verdade”. Se existe o verdadeiro, também existe o falso. Precisamos que Espírito Santo sonde os nossos corações. Ele esquadrinha e conhece nossas motivações. Lembra que Ele ensinou que não se trata de um lugar? Não é sobre um monte ou outro. Mas é sobre um coração quebrantado. Você também quer se render?

O Pai tem procurado adoradores que sejam verdadeiros. Homens e mulheres guiados pelo Espírito de Deus, cheios de autoridade e da Beleza de Jesus. Homens e mulheres que  resplandecem a glória do Pai. Que sejam cheios de de justiça e que manifestem os frutos do Espírito Santo. É mais do que palavras, são ações. Mais importante, não são apenas expressões externas, mas o fruto de mudanças interiores profundas. É o que chamamos de adoração como estilo de vida.

“Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.” João 4:23,24

O Canto das Estrelas

Não sei se você já teve a oportunidade de ver este vídeo no YouTube: “O Canto das Estrelas”. Sem dúvida é um dos meus preferidos. Pois, o Pastor Louie Giglio faz uma junção entre o canto de algumas estrelas (através de tecnologia apropriada é possível ouvir os sons que elas emitem). Então, ele acrescenta o canto das baleias. E, por último, adoração dos homens. Tudo isso porque Giglio ficou imaginando o que é estar no lugar de Deus por um minuto e escutar o que Ele escuta.

Jesus não está inseguro quanto a quem Ele É. Ele não precisa das nossas afirmações para demonstrar sua glória e poder. Ele nem mesmo precisa da nossa adoração. A verdade é que nós é que precisamos Dele. Nossa alma é que tem essa necessidade. Toda a natureza clama diante Dele, toda a natureza  adora. E nós, precisamos nos juntar a essa grande sinfonia. O se render está em nossas mãos.

“Louvai ao SENHOR. Louvai ao SENHOR desde os céus, louvai-o nas alturas. Louvai-o, todos os seus anjos; louvai-o, todos os seus exércitos. Louvai-o, sol e lua; louvai-o, todas as estrelas luzentes. Louvai-o, céus dos céus, e as águas que estão sobre os céus. Louvem o nome do Senhor, pois mandou, e logo foram criados. E os confirmou eternamente para sempre, e lhes deu um decreto que não ultrapassarão. Louvai ao Senhor desde a terra: vós, baleias, e todos os abismos; Fogo e saraiva, neve e vapores, e vento tempestuoso que executa a sua palavra; Montes e todos os outeiros, árvores frutíferas e todos os cedros; As feras e todos os gados, répteis e aves voadoras; Reis da terra e todos os povos, príncipes e todos os juízes da terra; Moços e moças, velhos e crianças.” Salmos 148:1-12

Adoração como fruto do amor

Adoração precisa ser fruto de nosso reconhecimento da Divindade de Deus. Ele é Sublime e nós filhos amados. Fomos criados para Sua glória e para Seu amor. Adoração que não seja fruto do amor, é vazia. Torna-se apenas barulho. Sem essência.

Ou seja, que nossa adoração seja fruto do amor que Deus tem por nossas vidas. Acima de tudo, que seja a resposta por tudo o que o Senhor tem feito, por nós, em nós e no mundo. Pois, temos tantos motivos para sermos gratos, só precisamos nos lembrar. O Senhor é nosso Rochedo, é nossa força, a alegria da nossa salvação. Se render é nossa decisão.

Escrevamos nossos próprios Salmos. Sejamos agradecidos. Pois o Senhor é Bom e a Sua fidelidade dura para sempre! 

 

Crescer em amor  

“Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele.” João 14:21

Todos nós precisamos ter uma visão de amadurecimento e para tanto, devemos permanecer fiéis na nossa busca por Deus. Jesus resumiu toda a Lei quando trouxe a visão do primeiro e do segundo mandamento e para sermos cristãos maduros, temos que estar conscientes da prioridade de vivermos diante do Senhor seguindo estes mandamentos. O texto de João 14:21 nos dá uma visão clara de como devemos amar a Deus. Nos mostra que nossa maior expressão de amor ao Senhor é guardarmos seus mandamentos e assim, nos parecermos com Jesus. Logo, o nosso desejo sincero de amar a Deus precisa evidenciar o nosso desejo de amadurecer.

Muitas vezes falta-nos entendimento sobre a graça, por isso deixamos que nossa vida diante de Deus se torne uma “lista” daquilo que podemos ou não fazer. E essa mentalidade deturpa nossa motivação nos levando a um lugar de justiça própria. Portanto, se olhamos para a Cruz e o amor de Cristo, percebemos que não podemos fazer nada para sermos aceitos e justificados. Pois, Ele é quem faz isso por nós, nos foi dado como um presente e a nossa justiça própria não pode nos levar a lugar algum.

Quando olhamos para o amor e o sacrifício de Cristo podemos reconhecer que precisamos Dele para nos aproximarmos de Deus. Logo, uma visão de amadurecimento não vem da nossa justiça própria. Mas, precisa vir a partir de um ponto onde desejamos responder ao amor Dele por nós. Porque só podemos amá-lo porque Ele nos amou primeiro.

Olhando para Ele

“Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus. ” Mateus 5:48

O Pai olha para nós e vê Jesus e a obra da salvação que Seu Filho realizou. Então, toda vez que me volto a Ele e me arrependo o Pai vê a perfeição. Através da revelação dessa verdade o Senhor nos convida a trilharmos esse caminho da perfeição. Pois, expressamos o amor a Deus quando posicionamos nosso coração buscando um lugar de obediência perfeita a Ele. É um convite de sermos perfeitos como Ele é. Em Salmos 36:9 vemos que olhar para a luz traz revelação e entendimento das áreas onde precisamos crescer.

A visão de guardar os ensinamentos de Deus gera impacto no céu. Podemos olhar para a vida de Enoque (Gn. 5:22), que, no meio de uma geração perversa, caminhou com Deus e O agradou, por isso, Deus o tomou para si. Enoque viveu sua vida de um modo que o céu sorriu para ele. Tornou-se um herói da fé e, assim como ele, devemos viver uma vida nessa visão de agradarmos a Deus, crescendo e sendo aperfeiçoados em nossa fé.

Desafios

“Meus irmãos, considerem motivo de grande alegria o fato de passarem por diversas provações, pois vocês sabem que a prova da sua fé produz perseverança. E a perseverança deve ter ação completa, a fim de que vocês sejam maduros e íntegros, sem lhes faltar coisa alguma. Se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá livremente, de boa vontade; e lhe será concedida.” Tiago 1:25

Essa declaração nos dá uma perspectiva diferente sobre a tribulação. Mostra que os desafios devem ser encarados como uma oportunidade de sermos aperfeiçoados em nossa fé. As provações produzem profundidade em nossas vidas. Através delas nos tornamos cada vez mais parecidos com Cristo. E essa não é uma jornada que temos que encarar sozinhos, pois o Senhor nos chama a pedirmos por sabedoria. Desse modo, se não soubermos o que fazer em meio aos desafios podemos pedir que Ele nos mostre o caminho que devemos trilhar.

Um coração perseverante

“Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. ” Filipenses 3:1214

Precisamos viver com entendimento de que há uma recompensa eterna nos aguardando. Quando vierem as distrações, dificuldades e as dores, não devemos deixar que elas definam nossa jornada. Temos que prosseguir para o alvo. Olhando para o autor e consumador da nossa fé a fim de nos parecermos com Ele. A maior expressão de amor é ser provado, continuar prosseguindo e sair desse teste mais parecido com Jesus.

Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda. 2Timóteo 4:8

Paulo diz: “eu vivo uma vida de sabedoria, então há uma recompensa me esperando por causa da forma como eu vivi. Eu amei a Deus com todo meu coração, guardei Seus mandamentos, logo, a coroa da justiça está guardada.” Nossa vida deve ser  para agradar a Deus. É a opinião Dele que realmente importa. Estamos em uma jornada de amadurecimento e, é necessário, compreendermos o papel das tribulações e dificuldades nesse processo. Acima de tudo, precisamos nos lembrar de que nosso principal objetivo é amar a Deus de todo o nosso coração, alma, força e entendimento, entregando nossas vidas àquele que deu a Sua vida por nós.

Todos conhecemos a oração do Pai Nosso ensinada por Jesus aos seus discípulos. Depois de verem Jesus orando, eles pedem “ensina-nos a orar” (Lc 11:1). E então ele começa a fazer a famosa oração. O que levou os discípulos a pedirem para ele ensinar isso, mesmo depois de terem visto tantos sinais e maravilhas? Eles entendiam que o ministério de Jesus era completamente fundamentado na sua comunhão com o Pai, porque eles presenciaram isso de perto, observando sua vida de oração.

Muitas vezes, nossa dificuldade de nos mantermos no lugar de oração vem de uma falta de revelação sobre a quem estamos dirigindo nossa oração. Segundo Corey Russell, no livro Oração, “a fonte e fundamento de toda fé e intimidade na oração está em uma verdadeira revelação do Pai”. Então, enquanto não tivermos uma revelação clara de quem é Deus, estaremos usando a oração como lista de pedidos ou desabafo de problemas. Quando na verdade é a maneira de participarmos da mesma comunhão que Jesus tinha com o Pai.

Em João 17, a oração de Jesus era para que nós fossemos um com o Pai, assim como Ele era. Logo no início do Pai Nosso, já temos uma grande revelação sobre Deus: Ele é Pai e está nos céus. Quando começamos a explorar a paternidade de Deus, geralmente atribuímos a ele as características paternas que encontramos nos pais terrenos. Pensamos que ele é um pai trabalhador e precisa se esforçar para dar conta de atender todas as demandas dos seus sete milhões de filhos. Ou, é um pai ausente que não tem tempo para ouvir a nossa voz. É difícil concebermos que um Deus tão poderoso e soberano se preocuparia e cuidaria de nós como filhos.

Um convite para a comunhão

Ele não só cuida de nós, como ele deseja ter comunhão conosco. Depois de tentar habitar em nosso meio – e não conseguir, por causa das nossas falhas – Ele envia Jesus para ser a restauração perfeita entre nós e o Pai. Ele habita em nosso meio, não mais em um templo físico, mas em cada um de nós. Que privilégio é poder participar dessa perfeita comunhão! Diante disso, nada mais importa – ministério, chamado, dons ou pedidos. Nada que possamos conseguir pela nossa oração é mais precioso do que a comunhão com o nosso próprio Pai. O que nos leva a orar é a revelação de quem está do outro lado. Ele é a nossa recompensa.

A tentação como um presente 

“Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe não caia. Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar.”  1 Coríntios 10:12-13

Todas as vezes que pensamos em tentação, acreditamos que Deus está à parte disso, que talvez ele não faça nada a respeito pois sabemos que a tentação vem do diabo, segundo as nossas próprias fraquezas carnais (Tiago 1:13-15).

Deus pode não nos tentar, mas Ele cria possibilidades para a tentação. Quem plantou a árvore do conhecimento do bem e do mal no jardim? O próprio Deus. Quem levou Jesus para ser tentado no deserto? Deus. Quando lemos Coríntios, vemos que com a tentação Deus provê o escape; portanto, podemos dizer que a tentação é um presente para o cristão. Ele não faz para produzir o mal, mas para trabalhar algo dentro de nós. Ele deseja construir algo em nosso caráter que não é possível fazer fora da tentação.

Na jornada da vida cristã aprendemos de diversas formas, mas existe uma etapa que só aprendemos diante da tentação. Todo cristão terá que passar por isso, por esse caminho de aprendizado onde obediência e paciência são formadas em nós.

Produzindo resistência

Nem sempre a provação vem com tentação; Deus muitas vezes nos prova, e isso pode ou não, envolver tentação. Satanás nos tenta para nos derrubar, nos enfraquecer e não para trazer um ensino sobre algo; mas está dentro do plano de Deus o produzir em nós um caráter aprovado através disso, que seja capaz de resistir. Resistência será produzido em nós em meio à tentação.

Deus deseja produzir em nós a humanidade perfeita de Jesus, e isso custa caro. Estar em Jesus não significa pular etapas, pegar atalhos. Estar em Jesus significa passar pelo que ele passou, pelo mesmo caminho. Tentação, cruz e ressurreição. Para poder resolver as situações não existe atalhos. Jesus venceu onde Adão falhou, praticamente no mesmo ponto. Então se existe a possibilidade da tentação, em Jesus existe a possibilidade de vencer a tentação. A vitória de Jesus sobre a tentação nos ajuda a nos posicionarmos para ver a tentação como um presente.

Vencendo uma etapa

Algumas pessoas pensam que ao vencer a tentação irão eliminá-la para sempre, porém ela é apenas uma etapa a ser vencida. Não se vence a tentação apenas repreendendo a mente, nem com ações místicas ou “atos proféticos”.

“Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim? E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais.

Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal. E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela. Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais.” Gênesis 3:1-7 

O desejo

Esta é a narrativa da queda, onde algo mudou a perspectiva deles. Aquela que era apenas mais uma dentre todas as árvores do jardim agora se tornou desejável. Satanás sempre usará desejos, sentimentos legítimos para mudar perspectivas sobre as situações. O pecado é resultado de um pensamento torto, uma mentalidade errada que pode gerar uma crise de confiança. Quando cedemos a uma tentação cedemos também à crise da confiança.

Na narrativa da queda podemos observar como a serpente muda a perspectiva de Eva sobre a situação. Deus começa com uma afirmação: “De todas as árvores podereis comer…”. A serpente começa de outra forma: “É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore…”; ela começa logo com uma negação, conseguindo assim, mudar a visão de Eva. Agora ela não vê mais 499 árvores, ela só consegue ver que não possui 500. Mudou a visão. Não importa todas as outras árvores do jardim, só importa que não pode ter essa. A serpente conseguiu capturar a atenção de Eva com a verdade de Deus passada pelo filtro da falta. O foco está justamente naquela que não pode comer e isso se torna desejável.

A mudança de perspectiva

A voz da tentação começa com a negação e muda a nossa perspectiva. Não é com grandes mentiras, mas com a distorção da verdade que se da a tentação; e quando a verdade é distorcida, também acontece uma distorção da nossa perspectiva da realidade; e assim gera o primeiro gatilho da tentação dentro de nós, a ingratidão. Não somos gratos por 499, pois precisamos de 500. Nos sentimos prejudicados, pois vemos a vida e a realidade pela perspectiva da falta. Não vemos mais o que nos foi dado, apenas vemos o que está faltando.

Olhando para Jesus

Para vencer a tentação precisamos olhar para Jesus. No deserto, Ele mesmo foi tentado em Sua identidade quando satanás sugere que Ele transforme pedra em pão. Ele poderia ter duvidado de quem Ele era. Geralmente somos tentados a duvidar da nossa identidade em Deus, daquilo que Ele afirmou sobre nós. Jesus nos ensina que a voz do caráter de Deus deve ser maior que a voz da carência.

É comum na jornada cristã nós tropeçarmos ou até cairmos, mas precisamos nos posicionar para vencer. Nós vencemos a tentação entendendo que o que está em jogo não é o que estamos fazendo, mas quem somos em Deus e quem Ele é para nós. Na tentação, a única forma é vencer a carência é com a voz do caráter de Deus revelado nas escrituras.

Corey Russell, em seu livro Oração, apresenta quatro principais barreiras que impedem de nos entregarmos à vida de oração. Todas essas barreiras estão relacionadas com o nosso interior.

Orgulho

O orgulho impede de reconhecer nossa condição de dependência diante de Deus. Quando Jesus diz que “bem-aventurados são os pobres de espírito” (Mateus 5:3), ele mostra a importância de reconhecer que há falta em nós. E que encontramos o que nos falta n’Ele. Assim, apenas quando enxergamos esse vazio que só pode ser preenchido por Ele, conseguimos ultrapassar a barreira do orgulho e nos achegar a Ele. Nossa autossuficiência e independência nos dá a sensação de que conseguimos sozinhos. Mas apenas Ele é a fonte de tudo o que precisamos para viver. Sobretudo, é no lugar de oração que depositamos nossas necessidades mais íntimas. E nos humilhamos reconhecendo que ele é o único que pode supri-las.

Incredulidade

O autor de Hebreus diz que sem fé é impossível agradar a Deus. Pois precisamos acreditar que Ele existe e recompensa quem o busca (Hebreus 11:16). Ele tem prazer em ter comunhão conosco e não dispensa um coração quebrantado. Ainda assim, muitas vezes a falta de fé e conhecimento sobre quem Deus é nos impede de os achegarmos a Ele. Começamos a inventar um Deus distante. Que não tem interesse na nossa vida, que nos acusa e nos afasta da sua presença. A incredulidade afasta o homem do principal motivo de orarmos ao Senhor: declarar a nossa fé nas verdades sobre quem Ele é. Assim, precisamos ter fé que Ele deseja nos encontrar no lugar de oração, e que nos recompensa com a sua própria presença.

Como não são coisas externas, essas barreiras são difíceis de reconhecer. Elas têm nos impedido de ter a vida de oração como deveríamos. Principalmente, temos que estar constantemente sondando nossos corações para que se encontrem completamente limpos de todo orgulho e incredulidade. Para nos achegarmos com liberdade e humildade diante de Deus.

Como cristãos, sabemos que devemos orar. Entendemos que é algo importante para ter comunhão com Deus. Sabemos que só nos traz benefícios e cremos na sua eficácia. Ainda assim – sejamos sinceros – não oramos. Dentre as coisas que Deus nos pediu para fazer, a oração é a que menos exige nosso esforço físico, mental e emocional. É algo que só depende de nós e não conseguimos colocar em prática como deveríamos.

Nossa identidade

A falta de revelação sobre nossa identidade como sacerdotes nos impede de exercermos o nosso papel como intercessores diante de Deus. Antes de termos
qualquer outra função no Corpo de Cristo, o chamado principal do cristão é a oração. E esse é um chamado para todos. Não precisamos ser do ministério de intercessão, ou fazer parte da reunião de oração para nos sentirmos aptos a esse chamado. Imediatamente quando aceitamos Jesus, nos tornamos participantes do seu ministério sacerdotal e da comunhão que Ele tem com o Pai (Hebreus 3:1). Assim, não precisamos esperar pelo pastor ou o líder de louvor orar por nós para nos encontrarmos com Deus. Todos somos chamados igualmente a estar nesse lugar de intimidade.

O impacto da oração

A quarta barreira que nos impede de orar é a falta de revelação quanto ao impacto da oração. É muito fácil cair no erro de pensar que nossa oração não tem efeito quando não vemos o resultado imediato ou não quando não temos a resposta de um interlocutor. A impressão que temos é que estamos perdendo tempo. Para nós faz mais sentido tentar estabelecer o Reino pelas nossas próprias forças e nossos recursos. Mas Jesus foi claro ao dizer que devemos buscar em primeiro lugar o Reino e todas as outras coisas nos seriam acrescentadas (Mateus 6:33). Nossa mente humana não consegue entender que ajoelhar e orar dia e noite, deixando Deus resolver o problema, seria mais eficaz do que tentar resolvê-lo por conta própria. Nos sentimos inúteis quando dizemos que estamos “só orando” por algo. Entretanto, ao orar, na verdade fazemos a única coisa realmente necessária.

Deus nos chama ao lugar de oração para cumprirmos nosso chamado principal. Que possamos sondar nossos corações e rever as verdades sobre nossa
identidade, reconhecendo o que tem nos impedido de nos achegar nesse lugar. Precisamos ter a convicção de que Ele é tudo o que precisamos, de que Ele deseja se encontrar conosco, nos deu liberdade para nos encontrarmos com ele e que há poder em nossa comunhão com Ele.

O Brasil é uma nação rica, mas por falta de sabedoria não sabemos como gerir nossos recursos. Lutamos diariamente para fazer da nossa pátria um lugar melhor para os nossos filhos, mas as batalhas são grandes; a corrupção e a imoralidade nos direcionaram a uma crise política. É necessário buscarmos nas Escrituras a orientação para responder de maneira sábia a esse momento de tensão.

“Ainda assim, atende à oração do teu servo e ao seu pedido de misericórdia, ó Senhor, meu Deus. Ouve o clamor e a oração que teu servo faz hoje na tua presença. Estejam os teus olhos voltados dia e noite para este templo, lugar do qual disseste que nele porias o teu nome, para que ouças a oração que o teu servo fizer voltado para este lugar. Ouve as súplicas do teu servo e de Israel, teu povo, quando orarem voltados para este lugar. Ouve desde os céus, lugar da tua habitação, e quando ouvires, dá-lhes o teu perdão.” 2 Crônicas 6:19–21

Um Deus que restaura

O maior desejo do rei Davi era construir um templo onde Deus habitasse e fosse adorado. Essa missão no entanto foi entregue ao seu filho Salomão, que construiu o templo e reuniu a nação para dedicá-lo ao Senhor. No capítulo 6 de II Crônicas, a presença de Deus encheu o lugar e o rei se posicionou em oração. Por conhecer o coração do povo, Salomão sabia de sua tendência em desviar-se do Senhor e adorar outros deuses. Ele então clamou a Deus pedindo que os perdoasse todas as vezes que o povo se voltasse em arrependimento, que sempre que eles O buscassem em oração, Ele respondesse trazendo restauração para a terra.

“O Senhor lhe apareceu de noite e disse: “Ouvi sua oração, e escolhi este lugar para mim, como um templo para sacrifícios. Se eu fechar o céu para que não chova ou mandar que os gafanhotos devorem o país ou sobre o meu povo enviar uma praga, se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar e orar, buscar a minha face e se afastar dos seus maus caminhos, dos céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei a sua terra. De hoje em diante os meus olhos estarão abertos e os meus ouvidos atentos às orações feitas neste lugar” 2 Crônicas 7:12–15

Um chamado ao arrependimento

Deus responde a oração do rei. Se o povo se arrependesse e voltasse os olhos ao Senhor, Ele então perdoaria os pecados e sararia a terra. Cheios de temor aquela geração se posiciona e declara que “O Senhor é bom e suas misericórdias duram para sempre”. Entretanto ao passar dos anos, Israel desviou os olhos de Deus e voltou às velhas práticas de adoração a outros deuses. Dentro desse contexto, o Senhor levanta diversos profetas que, de diferentes formas clamam ao povo que voltem seus olhos para Deus, entre esses profetas encontra-se Joel.

“Agora, porém, declara o Senhor, “voltem-se para mim de todo o coração, com jejum, lamento e pranto.” Rasguem o coração, e não as vestes. Voltem-se para o Senhor, para o seu Deus, pois ele é misericordioso e compassivo, muito paciente e cheio de amor; arrepende-se, e não envia a desgraça. Toquem a trombeta em Sião, decretem jejum santo, convoquem uma assembléia sagrada. Reúnam o povo, consagrem a assembléia; ajuntem os anciãos, reúnam as crianças, aquelas que mamam no peito. Até os recém-casados devem deixar os seus aposentos. Que os sacerdotes, que ministram perante o Senhor, chorem entre o pórtico do templo e o altar, orando: Poupa o teu povo, Senhor” Joel 2:12–17

Um coração sincero ao Senhor

Uma importante lição que podemos aprender com este profeta, é sobre o peso que nossas orações tem diante do Senhor. Corações arrependidos, jejum e oração são capazes de tocar o coração de Deus e trazer mudança para a nossa nação.

Não podemos cobrar algo do governo que não vivemos. Se somos corruptos devemos clamar ao Senhor pedindo para que Ele nos sonde e alinhe em nós a realidade do Seu reino. Quando jejuamos, lutamos diretamente com a nossa própria humanidade. E declaramos que há um Deus com poder maior sobre nossa carne e também sobre o governo da terra. Quando nos arrependemos pela direção que nossa nação está tomando, estamos declarando a soberania do Senhor. E quando oramos, demonstramos que a nossa fé está, acima de tudo, nEle.

Ser cristão significa que vivemos nossa vida baseada na Palavra e isso requer posicionamentos. Em momentos de crise na nação, precisamos depositar a esperança em Deus e não em homens. Diante dos homens nós temos o poder de apenas um voto, no entanto temos a autoridade de, como filhos, nos posicionarmos. E clamarmos ao nosso Pai para que intervenha e mude o destino da nossa nação.

Meu filho, se você aceitar as minhas palavras e guardar no coração os meus mandamentos; se der ouvidos à sabedoria e inclinar o coração para o discernimento; se clamar por entendimento e por discernimento gritar bem alto, se procurar a sabedoria como se procura a prata e buscá- la como quem busca um tesouro escondido, então você entenderá o que é temer ao Senhor e achará o conhecimento de Deus.  Provérbios 2:1–5

O conhecimento de Deus é um dos alicerces básicos da vida cristã e ele está completamente disponível a todos. Quando não lemos a bíblia, ou apenas o fazemos por obrigação (simplesmente para cumprir uma rotina espiritual saudável), estamos abrindo mão do caminho pelo qual Ele planejou que O conhecêssemos. Precisamos conhecer ao Deus que servimos através da verdade, pois é a sua Palavra (João 17:17).  Não através de suposições ou afirmações que ouvimos de outras pessoas, mas buscando meditar nas escrituras e compreender verdadeiramente quem Ele é.

Partindo desse princípio, vamos analisar alguns trechos das escrituras e permitir que o Espírito Santo nos convença a respeito dessas verdades:

Deus é soberano sobre todas as coisas

Quem mediu as águas na concha da mão, ou com o palmo definiu os limites dos céus? Quem jamais calculou o peso da terra, ou pesou os montes na balança e as colinas nos seus pratos? Quem definiu limites para o Espírito do Senhor, ou o instruiu como seu conselheiro? A quem o Senhor consultou que pudesse esclarecê-lo, e que lhe ensinasse a julgar com justiça? Quem lhe ensinou o conhecimento ou lhe aponta o caminho da sabedoria? Na verdade as nações são como a gota que sobra do balde; para ele são como o pó que resta na balança; para ele as ilhas não passam de um grão de areia.  Isaías 40:12–15

Através de analogias de fácil compreensão, como uma gota em um balde de água, Isaías fala sobre a grandeza de Deus, que com a própria mão define os limites do céu. Diante de tanto poder encontrado nele somos confrontados pela realidade da nossa impotência e pequenez. O orgulho é quebrado, a justiça própria desfeita e percebemos que tudo o que consideramos bom em nós mesmos não passa de pó diante de Sua grandeza. Porém, somos também confortados pela certeza de que Ele, em todo o seu poder e majestade, escolheu nos amar e lutar conosco. Você consegue imaginar qualquer dificuldade que seja maior do que esse Deus?

Deus é rico em misericórdia e graça

Todavia, Deus, que é rico em misericórdia, pelo grande amor com que nos amou, deu-nos vida juntamente com Cristo, quando ainda estávamos mortos em transgressões — pela graça vocês são salvos.  Efésios 2:4–5

A cada manhã as misericórdias do Senhor se renovam (Lamentações 3:22 e 23) e é por causa delas que não somos destruídos. Todo o ser humano é nascido em pecado, separado de Deus e digno apenas de condenação e morte. No entanto, Deus não nos dá aquilo que merecemos e essa é a definição de misericórdia. O amor de Deus é totalmente diferente de qualquer amor humano que já experimentamos. Ele, em Seu amor, nos redimiu e justificou, fez um novo caminho pelo qual podemos nos achegar e tornamos santos como Ele é.  Nos deu o maior e melhor presente, apesar de não merecermos e essa é a definição de graça.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                     

Nada pode vencer o amor de Deus

Aquele que não poupou a seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como não nos dará juntamente com ele, e de graça, todas as coisas? Quem fará alguma acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? Foi Cristo Jesus que morreu; e mais, que ressuscitou e está à direita de Deus, e intercede por nós. Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? (…) Pois estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.  Romanos 8:31–39

Talvez a convicção mais poderosa que um cristão possa ter é a do amor que Deus tem por nós. Porque quando compreendemos que nada pode nos separar desse amor não haverá acusação intensa que nos tire da presença Dele. E assim, a santificação não se torna um peso, mas um processo natural que não nos exclui da presença do Pai. Então, passamos a compreender quem somos aos olhos dele. E do valor inestimável que Ele vê em todos nós. O que nos leva a também olharmos nosso próximo de forma diferente.

Um encorajamento

Durante essa semana te encorajamos a meditar em Romanos 8. Leia com calma, se possível escreva, busque compreender as características específicas do Pai e Seu amor que estão descritas nesse capítulo. Permita que o Espírito Santo te conduza a uma nova maneira de viver. O aprofundamento na palavra de Deus nos leva a renovação do entendimento, por meio da qual somos transformados. Essa é a única forma de conhecer o Criador, seu plano, pensamentos e sentimentos.  Portanto, é o alicerce sobre o qual devemos construir a nossa fé.

Sempre que penso em quebrantamento, eu penso em dois homens que carregavam isso como uma marca:

Daniel em seus momentos de oração. Esse homem sábio sempre representou quebrantamento para mim.

Afinal, eu imagino o menino que foi para a Babilônia e precisou encontrar seu lugar naquele mundo estranho e cheio de idolatria.

Certamente, Daniel encontrou forças e refrigério no lugar de intimidade com o Pai. Aquele menino que se transformou em um grande homem no meio de um povo estrangeiro encontrou seu lugar de quebrantamento diante de Deus.

Portanto, aqueles que se quebrantam diante do seu Deus sempre terão autoridade diante de quem quer que seja.

“Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado, e salva os contritos de espírito”. Salmos 34:18


Afinal, Daniel entendeu isso e viveu uma vida de quebrantamento. Sua vida diante do altar de Deus lhe deu direito a não se dobrar diante de homens.

Acima de tudo, Daniel prevaleceu em cada uma das estações da sua vida porque ele entendeu o poder de um coração quebrantado diante de Deus.

Enfim, quebrantamento vai muito além de somente se arrepender de algo. Quebrantamento é se render a algo, se prostrar.

Daniel sabia diante de quem Ele deveria se prostrar. Este homem tem muito a nos ensinar com  a sua vida.

O exemplo de Davi

Outro exemplo é o de Davi. Este menino que foi ungido rei, teve muitos êxitos em sua jornada, mas ele também teve erros grandiosos.

Mas o que fica claro na vida de Davi, ele nunca esqueceu o caminho que o levava ao altar do Pai.

Diferente de Saul que foi o seu antecessor, Davi entendeu o poder de se achegar diante Daquele que tem o poder de perdoar pecados e mudar histórias.

Inegavelmente, Davi assim como Daniel amava a presença do nosso Deus. Nunca foi e nem nunca será possível chegar diante do Trono da Graça e não chorar e mergulhar em quebrantamento.

Então, precisamos de mais homens e mulheres que vivam uma vida de quebrantamento.

Talvez tenhamos esquecido ou perdido o caminho que nos leva a esse altar, mas nunca é tarde para voltarmos a esse lugar.

O caminho do quebrantamento

Ser alguém quebrantado sempre será necessário em qualquer uma das estações da jornada. Aliás, se sua vida com Deus não fizer você encher seus olhos de lágrimas algo está errado.

Então, mesmo que seja difícil ou estejamos sem forças precisamos encontrar esse caminho e nos quebrantar diante do nosso Deus.

Quebrantamento é muito além de derramar lágrimas. É um estado de total rendição diante do nosso Deus.

Imagine algo aqui, a cena da mulher que secou os pés de Jesus. Isso fala de uma completa rendição. Ela entendeu qual era o caminho.

Aquela mulher até hoje é lembrada por algo que muitos consideram uma fraqueza. Eu faço parte dos que consideram aquele ato um profundo gesto de quebrantamento e amor.

“E eis que uma mulher da cidade, uma pecadora, sabendo que ele estava à mesa em casa do fariseu, levou um vaso de alabastro com unguento;
E, estando por detrás, aos seus pés, chorando, começou a regar-lhe os pés com lágrimas, e enxugava-lhos com os cabelos da sua cabeça; e beijava-lhe os pés, e ungia-lhos com o unguento”. Lucas 7: 37,38

Oro hoje por cada um de nós, para que tenhamos uma vida de quebrantamento, que possamos nos prostrar diante do nosso Deus.

Seu coração quebrantado irá levar você a um novo nível no seu relacionamento com o Senhor.

 

Deus te abençoe.

Um novo ano chegou e com ele, uma série de dúvidas e incertezas. É comum que nessa época pessoas se sintam sobrecarregadas, inseguras ou até com medo. Diferentes personagens bíblicos se sentiram assim e temos muito a aprender com eles.

Alguns personagens bíblicos sofreram depressão

Você sabia disso? Temos diferentes exemplos na Bíblia de pessoas que sofreram de dores na alma, nas emoções. Em Salmos 42:11 Davi escreve: “Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, o qual é a salvação da minha face, e o meu Deus.” Ele fala sobre solidão, medo, angústia. Davi lutou contra a culpa do pecado e também com a tristeza quando perdeu seus filhos (2 Samuel 12:15-23 e 2 Samuel 18:33).

Alguns personagens sentiram até vontade de morrer. Elias se sentiu assim por causa das ameaças de Jezabel (1 Reis 19:4). Jonas é outro personagem que pediu a Deus a morte (Jonas 4:3). Sem falar de Jó! Em Jó 3:11 ele pergunta porque nasceu e demonstrou desejo de ter morrido enquanto ainda estava no ventre de sua mãe. Ele se sentiu dessa forma porque, literalmente, perdeu tudo que tinha.  

Moisés se frustrou quando seu povo pecou. Em meio a sentimentos de raiva, ele clamou a Deus: “Agora, pois, perdoa o seu pecado; senão, risca-me, peço-te, do teu livro, que tens escrito.” Êxodo 32:32

Outro homem que sabemos que lutou com sentimento de solidão e derrota é Jeremias. A Bíblia nos mostra que ele vivia sozinho e foi rejeitado pelas pessoas que amava. Em Jeremias 20:14, exaltado ele diz: “Maldito o dia em que nasci; não seja bendito o dia em que minha mãe me deu à luz.” No versículo 18, ele continua: “Por que saí da madre, para ver trabalho e tristeza, e para que os meus dias se consumam na vergonha?”

Até mesmo Jesus esteve profundamente angustiado sobre o que ia acontecer em sua vida. Isaías profetizou que Cristo seria “um homem de dores, e experimentado no sofrimento.” Isaías 53:3 

Forças renovadas pelo amor de Jesus

Um novo ano chegou… E você pode não estar exatamente como imaginava! Todos os anos é comum se fazer planos, alimentar sonhos, criar metas. Quando nossas esperanças estão em nós mesmos, ou em um emprego, ou em uma pessoa, ou em uma determinada situação, ou quando objetivos não são alcançados ou algo “fora do comum” acontece, a frustração vem. Algumas situações inesperadas podem acontecer, afinal, pouca coisa está no controle das nossas mãos. Mas só há uma única forma de termos nossa esperança renovada.

Antes de mais nada, é importante saber que assim como Jeremias, Moisés, Elias, Jonas, Jó, Davi, é comum nos sentirmos tristes, deprimidos, inseguros. Mas para sairmos desse lugar e para mantermos a chama da esperança acesa, as nossas esperanças precisam estar exclusivamente em Jesus. Assim, independente do que acontecer, você pode saber que sempre terá em quem confiar.

Ler a Bíblia, compreender o plano de salvação, saber sobre os planos de Jesus para sua vida, caminhar com pessoas de fé, te ajudam a ter uma vida de esperança e alegria. Lembre-se sempre, o amor de Jesus é capaz de curar qualquer dor, enxugar lágrimas e fortalecer para um futuro belo.

Que Deus te abençoe!

 

 

Eu olho para trás e fico impressionado com a minha ousadia e coragem quando criança. Eu, menino de seis-sete anos, confiante… Andando pela minha casa sem nenhuma preocupação e usufruindo de graça de coisas que meus pais conquistaram. Quando chegava meu aniversário os meus pedidos eram: aquele tal carro de controle remoto, ou aquela festa com tal tema, etc. Eu nunca fui um garoto que meus pais realizassem todas as vontades (essa normalmente é a função das avós). Mas eu sabia algumas coisas. Podia conversar e pedir coisas e eles iriam realmente me ouvir, ponderar e fazer o máximo para me atenderem. Eles se alegravam simplesmente por me presentearem. Eu realmente era importante e não sabia. Inesperadamente, o que eu falava movia o coração de dois adultos.

Decerto, sei que fui um garoto privilegiado por ter pais como os meus. Mas o que eu gostaria de frisar é: mais do que o privilégio de se ter pais amáveis, nós temos um Pai que é Amor.

“Qual de vocês, se seu filho pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou se pedir peixe, lhe dará uma cobra? Se vocês, apesar de serem maus, sabem dar boas coisas aos seus filhos, quanto mais o Pai de vocês, que está nos céus, dará coisas boas aos que lhe pedirem!” Mateus 7:9-11

Jesus quando ensina a orar. Nos diz que estamos falando com um Pai celestial que é melhor do que o melhor pai que esse mundo pode conhecer. O interessante é que Jesus divide conosco a paternidade do Pai que está nos céus. Ele como Filho revela o Pai.

Desfrutando da paternidade

Hoje eu observo que dois fatores me davam um comportamento corajoso de desfrutar do que eu recebia dos meus pais. Primeiro era a paternidade deles. Sabe o desejo, o afeto, o zelo e amor que pais tem pelos filhos?! Aquilo gerava em mim o segundo fator, a minha identidade de filho. Pra mim ser filho não era bom ou gratificante. Porque “eu calculei os pontos negativos e positivos da nossa relação e vi que eu iria lucrar”. Pra mim o sentimento era de que eu nasci para aquilo. Eu não aprendi tudo (muitas vezes fui rebelde). Mas eu sabia que eu nasci para ser o filho dos meus pais e isso me dava confiança diante deles e do mundo a minha volta.

“eu neles e tu em mim. Que eles sejam levados à plena unidade, para que o mundo saiba que tu me enviaste, e os amaste como igualmente me amaste.” Jo 17:23

A impacto que essas palavras trouxeram sobre mim, desde a primeira vez que li, reverberam eternamente em meu coração. Jesus no seu momento íntimo com o Pai disse que o Pai me amava do mesmo jeito que o Pai ama ao próprio Jesus. Essa é a verdade: Deus Pai te ama na mesma proporção que Deus Pai ama Deus Filho. Esse é o desejo dele.

deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus, os quais não nasceram por descendência natural, nem pela vontade da carne nem pela vontade de algum homem, mas nasceram de Deus. Jo 1:12b,13

Ele nos ama como ama à Jesus

Deus Pai te ama na mesma medida e proporção que ele ama Jesus e foi sua vontade te tornar filho legítimo Dele. Essas verdades estavam completamente em chamas no coração do escritor de Hebreus quando ele diz

…temos plena confiança para entrar no Santo dos Santos pelo sangue de Jesus, por um novo e vivo caminho que ele nos abriu por meio do véu, isto é, do seu corpo. Hb 10:19,20

Temos uma voz diante de Deus Pai

Assim, nós podemos entrar confiadamente diante do Pai e nos posicionar com convicção de que nós temos uma voz nos céus. Nós temos uma voz diante de Deus Pai, ele nos ouve e nos responde! Por certo, isso é poderoso. Surpreendentemente, Ele pagou um preço por essa realidade que ele desejou dar aos seus Filhos.

Quanto mais os anos passam, mais eu caio na realidade de que o que Deus espera de mim é que eu simplesmente seja o seu filho. É que eu me comporte como filho, em relacionamento, em amor, em sinceridade. Isso é o que ele espera de nós. Essa parceria e amizade tem o poder de trazer os céus na terra. Tem o poder de fazer o amor por Ele e pelo próximo crescerem. Assim, nada é impossível para o nosso Pai que está nos céus e para aqueles que tem uma voz diante dele.