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Disciplinas Espirituais – A graça e o esforço humano

relacionamento

As Disciplinas Espirituais são um tema muito relevante a serem abordados nestes dias. 

Agora, antes de falarmos sobre a graça e o nosso esforço, quero esclarecer um pouco sobre as disciplinas. 

As disciplinas espirituais são: leitura e estudo da palavra, oração, jejum, solitude, doar generosamente, comunhão e adoração. 

Portanto, com isso em mente podemos tratar da graça e do nosso esforço dentro das disciplinas. 

Quero te dar um exemplo sobre graça e as disciplinas espirituais, algo que tenho em mente sobre estes dois assuntos e sua aplicação. 

Eu tenho um corpo físico onde não me foi necessário criar minhas pernas ou meus cabelos, minhas mãos, eu nasci e ganhei este corpo, assim é com a graça. 

Definitivamente, a graça é um favor imerecido, uma benção, um dom. 

 

sendo justificados gratuitamente por sua graça, por meio da redenção que há em Cristo Jesus. Romanos 3:24 

 

Porque a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens. Tito 2:11 

 

Um exemplo de graça, esforço e disciplinas espirituais 

Agora, pense sobre o esforço humano, eu tenho um corpo, mas também necessito cuidar dele: comer alimentos que irão nutri-lo de vitaminas, fazer exercícios que poderão ajudá-lo a estar saudável. 

Nesse sentido, aqui faremos uma conexão entre o esforço e as disciplinas. 

A graça é gratuita, mas isso não quer dizer que não exista uma parte que envolve nosso esforço. 

Deus através do seu filho, Jesus, nos concedeu o direito à salvação e a vida eterna. 

As disciplinas espirituais são o meio de nos manter em conexão com essa graça. 

Precisamos entender que existe a parte que nos cabe dentro do legado deixado por Deus para cada um de nós como cristãos. 

Jesus em todo o tempo nos instruiu a orar, jejuar, dar generosamente, aprender com as escrituras, ter comunhão e adorar. 

Se isso não fosse necessário, Jesus não nos deixaria como algo a ser feito. 

Observe estes versículos 

Então, voltou aos seus discípulos e os encontrou dormindo. “Vocês não puderam vigiar comigo nem por uma hora? “, perguntou ele a Pedro. “Vigiem e orem para que não caiam em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca”. Mateus 26: 40-41

 

Disseram-lhe, então, eles: Por que jejuam os discípulos de João muitas vezes, e fazem orações, como também os dos fariseus, mas os teus comem e bebem? E ele lhes disse: Podeis vós fazer jejuar os filhos das bodas, enquanto o esposo está com eles? Dias virão, porém, em que o esposo lhes será tirado, e então, naqueles dias, jejuarão. Lucas 5: 33-35

 

Inegavelmente, vemos claras declarações sobre jejum e oração que são parte das disciplinas espirituais. 

Qualquer tipo de disciplina exige esforço até que se torne parte de nossos hábitos. 

Certamente, se formos analisá-las formam parte de nosso relacionamento com Deus e isso não deveria ser visto como algo penoso, mas como um prazer e também parte de quem somos.

Que agora mesmo possamos entender a graça da maneira correta e viver plenamente uma vida na qual disciplinas espirituais são um meio a desenvolver nosso caráter e nossa vida de comunhão com Jesus. 

 

Deus te abençoe 

 

O silêncio é uma disciplina que necessitamos aprender como qualquer outra e que devemos praticar. 

Em um mundo no qual há muitos estímulos e ruídos, escolher o exercício do  silêncio é ir contra aquilo que imaginamos que é natural. 

Não nos damos conta que a quietude é algo que nos trará muitos benefícios. 

Sei o quanto isso é mais difícil para alguns que para outros, muitos de nós temos uma personalidade cheia de energia e precisamos externar o que pensamos e sentimos. 

Mas quero que você pare e pense se durante seus momentos com Deus você consegue ficar quieto ou se apenas fala sem parar e nunca para e escuta o que Ele tem a dizer? 

Quando você e eu  escolhemos calar todos os ruídos e vozes, incluindo a nossa própria voz, poderemos com toda a certeza escutar a voz do Pai. 

Silêncio é a ausência de ruídos e solitude é a ausência de pessoas, os dois juntos tornam a disciplina perfeita. 

Ao aprender, poderemos entender melhor não somente a nós mesmos como a todos que nos cercam. 

A disciplina do silêncio dará lugar ao verdadeiro protagonista da história que é Deus. 

Assim,  Deus exercendo seu papel como Senhor de nossas vidas iremos aprender sobre escutar suas direções e obedecer a elas. 

Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus; serei exaltado entre os gentios; serei exaltado sobre a terra. Salmos 46:10

O silêncio é ouro 

Entender o poder do silêncio fará com que suas palavras se tornem poderosas. 

Ao calar e observar você poderá entender muitos dos detalhes que podemos perder quando estamos constantemente falando ao ponto da exaustão. 

“ Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo.”  – Provérbios 25:11

Silêncio e solitude te fará entender o poder de liberar palavras com sabedoria. 

 “ O homem se alegra em responder bem, e quão boa é a palavra dita a seu tempo! ” – Provérbios 15:23

O que Deus quer ter com cada um de nós é um diálogo e não um monólogo no qual somos os protagonistas; Se soubéssemos o quanto Deus tem a falar iremos nos calar e escutá-lo. 

Eu aprendi em minha caminhada com Deus que Ele fala muitas vezes no silêncio. O Silêncio de Deus é poderoso. Jesus sabia disso, pois tirava momentos a sós com Deus e ficava neste lugar com uma atmosfera de quietude e solitude somente sentindo a presença poderosa do Pai. 

Encontrando a Paz 

Sem ruídos e vozes, ao escutar as direções de Deus você começa a viver uma paz sobrenatural, somente encontrada por aqueles que escolhem ouvir e obedecer as palavras do Mestre. 

Jesus em sua jornada neste mundo priorizava seus momentos para escutar o Pai, pois sabia que isso seria a paz e a força necessária para enfrentar qualquer um dos desafios que iria encontrar no caminho. 

Mas Jesus retirava-se para lugares solitários, e orava. Lucas 5:16

Jesus sabia que silêncio sem Deus não tem efeito algum, mas fazer isso com Ele é algo poderoso. 

Portanto, praticar a disciplina do silêncio te ajudará nas outras disciplinas da sua vida,  na oração, jejum e meditação da palavra. Praticar essas disciplinas espirituais será muito mais eficaz e saudável depois de entender e viver o poder de estar quieto. 

Vamos orar ?! 

Senhor, nos ensina o poder do silêncio e nos ajuda a praticar essa disciplina ao Seu lado. Que possamos escutar a Sua voz e obedecer suas direções. E que ouvir sua voz seja nosso anseio; e  o silêncio e a solitude sejam uma dádiva e não um sacrifício. Amém

As disciplinas espirituais são praticadas pelo povo de Deus há muito tempo. Para os patriarcas, Deus aparecia, se manifestava e os orientava em como prosseguir, como orar e jejuar. Naquela época a palavra era transmitida oralmente, então vemos Deus orientando como ensinar aos filhos e como memorizar a palavra (Dt 6: 4-10). Ao longo de toda a história do povo de Deus,  nós vemos que esses recursos ajudavam as pessoas a se relacionarem com ele. Depois foi ficando mais estruturado.

Acompanhando a narrativa bíblica, vemos que as sinagogas e os cultos surgem. E depois, com Jesus, fica ainda mais claro, pois ele mesmo praticava essas disciplinas no seu dia a dia. Ele se retirava para orar sozinho, participava na sinagoga (Mc 1:21), ouvia a leitura do pergaminho, dos rolos e meditava nessas palavras. Vemos os próprios discípulos perguntando a ele como deveriam orar. Nas cartas de Paulo temos muitas orientações para nos esforçarmos em ter uma vida de devoção, na meditação, na oração, no ensino da palavra, no servir ao próximo e por aí em diante (Col. 1:9-12). Dessa forma, percebemos que as disciplinas estão presentes e são necessárias na vida dos cristãos desde sempre.

A prática das disciplinas espirituais enquanto esperamos em Deus

A maioria de nós pensa erroneamente que Deus irá nos transformar e que nós não precisamos fazer nada. E é por pensar assim que vemos tantos cristãos infrutíferos, imaturos e com uma fé superficial. Precisamos ver a relação que há na vida prática com a nossa fé.  E é aqui que as disciplinas entram. Para nos ajudar a trazer o foco do nosso dia a dia para Deus e a nos lembrar de uma maneira muito mais intencional que Ele existe. E nesse processo, o Espírito Santo irá nos transformar, mas agora conosco intencionalmente buscando isso. Você percebe a diferença?

As disciplinas espirituais nos ajudam em nossos momentos de espera. O que fazemos enquanto esperamos em Deus? As disciplinas são recursos que nos ajudam a ver que Deus está conosco enquanto esperamos nele. Estamos sendo formados a imagem de Cristo nessa espera. E as disciplinas espirituais são recursos que nos colocam intencionalmente em contato com Deus. Então enquanto esperamos nele, nós não ficamos sem fazer nada e apenas esperamos a ação do Espírito Santo. Não! É uma espera ativa.

Usamos nosso tempo, nossa energia, nossa mente. Nós nos submetemos à ação do Espírito Santo, consciente disso. Qual é o mínimo que se espera de um cristão? Que ele ao menos leia a bíblia e tenha uma vida de oração. Essas duas são as principais disciplinas espirituais de onde todas as outras se desenvolverão.  Não há desculpas para o exercício das disciplinas espirituais. 

Disciplinas Espirituais individuais e coletivas

Existem disciplinas que praticamos individualmente, como o silêncio. Para uma boa leitura e meditação da palavra, precisamos do silêncio. A solitude, onde nos retiramos para um tempo de oração a sós. Vemos no evangelho de Lucas, Jesus fazer muito isso. Uma disciplina que eu acho muito interessante é a simplicidade. Ela tem a ver com escolhas que fazemos. Porque temos a tendência de complicarmos e nos ocuparmos com tantas coisas ao invés de simplificar. O descanso é também uma disciplina que muitas vezes ignoramos.  

Temos disciplinas que praticaremos em conjunto, como o servir e a submissão. Praticamos elas quando ajudamos e nos submetemos uns aos outros no serviço mútuo. A memorização  e o estudo da palavra também são disciplinas que praticamos no coletivo. Enfim, são muitas opções para nos ajudar a abranger uma vida de devoção para todo o nosso dia, para toda a nossa semana. E não apenas no domingo ao irmos para o culto, por exemplo. Tem a ver com a nossa rotina de vida. Afinal, somos cristãos em tempo integral e não apenas aos domingos.

Exercer as disciplinas de forma errada

O que dá sentido ao nosso tempo? Como enxergamos a realidade de nossa vida? O que buscamos para trazer felicidade à nossa vida? Se essas questões não estiverem baseadas na revelação de Deus na palavra, tudo o que fazemos ao longo do nosso dia estará distorcido. E a nossa prática das disciplinas estará também. Sabe como? Quando praticamos as disciplinas como barganha com Deus. Por exemplo: vou fazer jejum porque eu quero que Deus faça tal coisa por mim.  

Essas distorções nas práticas espirituais estão ligadas a uma compreensão errada. Talvez hajam pensamentos assim: eu sou uma pessoa boa, então vou fazer tal disciplina porque Deus vai se comprometer comigo no que eu quero. Em retorno ao que eu faço, Ele me dá algo. Como se as nossas obras mudassem a ação de Deus e o desejo dele em nos abençoar ou não. Corrija esse pensamento. Pois as disciplinas são recursos que usamos para nos moldar ainda mais a imagem de Cristo. Jesus é o nosso exemplo. Ele nos ensinou como nos relacionarmos com o Pai através de sua vida aqui. 

A prática das disciplinas nos molda à imagem de Cristo

A palavra nos ensina que Deus é Senhor sobre tudo e que Ele está agindo agora mesmo, redimindo todas as coisas, inclusive a nós mesmos.  Que Jesus veio, invadiu nossa realidade, morreu e ressuscitou e está à direita do Pai já reinando com poder sobre todas as coisas. Deus não está distante. Então até a redenção total, cada ação nossa importa porque está relacionada com a ação de Deus no mundo hoje. 

Por isso, praticar as disciplinas no dia a dia, nos molda à imagem de Cristo. Deus está conosco ao longo do nosso dia. Compreender isso é o primeiro passo para uma grande mudança em nossa renovação de mente. Não fazemos isso sozinhos, isso nos leva ao segundo passo, a nossa participação em uma comunidade de fé. A comunhão dos santos, pessoas que compreendem essa narrativa, essa realidade de vida, que ensinam umas às outras e incentivam umas às outras. Com o encorajamento mútuo, o carregar os fardos uns dos outros. Nos levando às práticas das disciplinas espirituais e assim estamos sendo moldados à imagem de Cristo. Refletindo a sua imagem ao servir a ele e ao próximo.

Que Deus ajude todos a viverem de forma digna ao chamado dele. Que possamos refletir sua imagem, sendo moldados pelo Espírito Santo. Deus está ativo nesse processo de nos transformar. Que alegria saber disso.

Originalmente publicado em 06 de Agosto de 2021

Somos chamados cristãos por crermos e seguirmos Jesus, o Cristo. Nossa fé consiste em crer que Ele é Deus, encarnado.  Ou seja, se acreditamos que Jesus é além de um homem bom e altruísta que viveu na terra em algum momento, é realmente Deus, o que Criou e o que Sustenta todas as coisas pela palavra de sua boca. Então devemos dar importância e completa obediência a sua palavra e vontade, certo? É inegociável nos posicionarmos em cultivar um pensamento correto sobre Deus.

NOSSA MAIOR FRAQUEZA

Por que então vemos cristãos com o discurso e a prática tão confuso e desconecto? Por qual motivo não estamos mais parecidos com o Filho de Deus? Existe alguma razão para termos dentro da igreja opiniões diferentes sobre assuntos que a Bíblia já solucionou? A sensação que podemos ter as vezes é que cada cristão é seguidor de um Deus diferente.

Nos últimos anos tenho descoberto que o meu fraco entendimento de Deus é também minha maior fraqueza. E acredito que essa seja a resposta as peguntas acima. Assim, parte do processo de santificação tem sido encontrar em Jesus Cristo o conhecimento correto sobre Deus que redime, salva e restaura minha mente. E a resgata para o pensamento correto sobre Deus, sua vontade, sua natureza, obra, caráter e funcionamento. Se tornando a mais sublime fonte de força.

A questão aqui é:  como cristãos precisamos conhecer o nosso Deus. Não existe cristianismos real sem conhecimento de Deus (Jo 17:3). É impossível ter vida de oração consistente sem a beleza de Deus. Não existe obediência verdadeira sem entendimento do Senhor.

Como podemos corresponder a restauração do nosso pensamento sobre Deus? Listei três atitudes que considero importante para engajarmos nessa busca.

1 AJUSTAR A MOTIVAÇÃO

Acho importante tratar disso, pois diz respeito ao fundamento que estamos construindo algo. A pergunta é: por que eu quero conhecer a Deus? Por que eu quero estudar sobre Deus, ler livros, fazer um curso de teologia ou ir em um conferência?

A nossa motivação em conhecê-lo deve se centrar não em nós mesmos, mas Nele. Toda glória do nosso conhecimento deve voltar a Cristo. “Dele, por Ele é para Ele são todas as coisas”. A motivação errada pode nos levar ao orgulho e Paulo é objetivo em afirmar:

“[…] O conhecimento traz orgulho, mas o amor edifica.Quem pensa conhecer alguma coisa, ainda não conhece como deveria. Mas quem ama a Deus, este é conhecido por Deus.” 1 Co 8:1-3

Sendo assim devemos conhecê-lo para amá-lo mais, obedecê-lo corretamente que é vivermos dignos Dele e adorá-lo como Ele é digno de ser adorado (Cl 1:9-10). Essa deve ser nossa motivação!

2 LEITURA CORRETA DA BÍBLIA

Deus já tomou toda iniciativa de se fazer conhecido. A Bíblia é a palavra de Deus. E Jesus é a expressão exata do ser de Deus (Hb1:3), a máxima do seu desejo de se revelar.

Já ouvi muito no início da minha caminhada que precisava ler a bíblia e ter insights, revelações extraordinárias sobre o que estava lendo, que precisava ler o que estava nas “entrelinhas”. Isso é claro trazia frustração na maioria dos dias, pois não funcionava de forma tão romântica assim.

Nada mudou mais minha maneira de ler a bíblia do que crer que o que está escrito e como está escrito é exatamente a palavra de Deus que ele quer que eu entenda, creia e aplique.

É inquestionável o fato que a Bíblia foi escrita em outra época e direcionada para um povo real naquele tempo. Sendo assim é necessário sim que busquemos estudar e conhecer o contexto e a história. Isso para que tenhamos um leitura bíblica correta e aplicável para nós hoje milhares de anos após sua escrita.

Por isso te encorajo: estude a bíblia, leia-a como ela é. Mas também estude cosmovisão cristã. Analise e limpe se for preciso a lente que você tem usado para ler a palavra de Deus. Invista em buscar uma teologia correta.

Lembre-se: como você entende você crer e como você crer você vive.

3 MEDITAÇÃO

A última prática que é eficaz que quero trazer aqui é meditar. Entre inúmeros conceitos sobre o que seja a meditação quero tomá-la aqui como: transformar em oração o conhecimento sobre Deus para assim torná-lo conhecimento de Deus.

É falar com Deus sobre Ele mesmo. Processar junto com o Espírito Santo o conhecimento. (Efésios 1:16-19). O teólogo e escritor J. I. Parker em seu livro O Conhecimento de Deus traz o conceito que cabe bem aqui:

Meditação é o ato de trazer a mente as várias coisas conhecidas sobre os procedimentos, as peculiaridades, os propósitos e as promessas de Deus: pensar, deter-se nelas e praticá-las na própria vida. É a atividade do pensamento santo conscienciosamente apresentado diante de Deus, sob seus olhos, com seu auxílio e como meio de comunhão com ele.

Sendo assim, o convite que vem do coração de Deus aos cirstãos é:

Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor. (Os 6:3). Essa é a vida eterna conquistada por Jesus para nós. 

Um convite a fraqueza

Não sei como você chegou nesse texto, confesso que o título não é nada atrativo. Afinal, quem convida alguém a fraqueza? E quem em sã consciência aceitaria? É um convite radical direcionado a corações apaixonados. Vamos falar sobre o jejum e um dos efeitos dele sobre nós: fraqueza

Se você já aceitou o desafio de fazer um jejum alguma vez na vida, você já deve saber que o jejum é como uma prensa, ele extrai de nós o que temos para ser extraído. É desconfortável e por vezes agoniante. 

Desejos não concedidos são barulhentos

Um dos chamados intrínsecos no chamado ao jejum é o convite a abraçar fraqueza voluntária.  Quando intencionalmente nos abstemos de prazer, conforto ou necessidades humanas básicas, como a comida ou entretenimento, podemos ver saindo de nós várias respostas. Literalmente não deixamos de alimentar e fortalecer quem normalmente tem a voz de comando na nossa vida e isso tem um efeito colateral.

Somos seres nascidos e criados para prazer. Somos formados por desejos. Não percebemos muito isso até que esses desejos não sejam supridos. Quando suas vontades são negadas eles como crianças birrentas, fazem escândalo querendo serem obedecidos a qualquer custo.

Mike Bickle fala que “Uma das primeiras coisas que descobriremos quando nos entregarmos ao jejum e à oração, e ao silenciar a carne é que nosso clamor interno é mais escandaloso do que imaginávamos. Nada revela o quanto nossos desejos e anseios são barulhentos até eles terem seus apelos negados.” (As Recompensas do Jejum, pg. 75)

Esse barulho nos denúncia: não somos tão fortes ou espirituais como achávamos, somos fracos e necessitados de misericórdia urgente. Por incrível que pareça na constituição do reino de Deus isso é uma coisa positiva e boa para nós. 

Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados. – Mateus 5:3,4

Por que eu abraçaria a fraqueza? 

Essa resposta é simples: porque Jesus abraçou a fraqueza! Vamos lembrar das palavras de instrução de Paulo em Filipenses 2:

Tenham a mesma atitude demonstrada por Cristo Jesus. Embora sendo Deus, não considerou que ser igual a Deus fosse algo a que devesse se apegar. Em vez disso, esvaziou a si mesmo; assumiu a posição de escravo e nasceu como ser humano. Quando veio em forma humana, humilhou-se e foi obediente até a morte, e morte de cruz.  Filipenses 2:5-8

O jejum é um dos métodos pedagógicos de Deus para doutrinar nosso corpo, mente e coração a escolher e buscar o que realmente importa, o que realmente é necessário. É como bradar ao Senhor, mesmo em dor e agonia da nossa carne: “- Deus, você é a coisa mais importante, posso viver sem comida, sem prazeres, sem conforto, mas não posso viver sem você!”. E pregar para a própria alma: “- Oh minh’alma, deleite-se no Senhor, todo seu anseio é pelo seu Criador. Você será suprida, Ele é suficiente”.

Catalizador de santificação 

A exposição a fraqueza do jejum vai nos deixar mais conscientes de como ainda somos carnais, idólatras, egocêntricos e egoístas. Nosso único escape nesse cenário é correr para Deus, que por outro lado está abastecido de graça abundante e pronta para ser liberada em nossa direção. Graça essa que vem com favor para viver de maneira digna do chamado e pulsantes no primeiro e maior mandamento: amar ao Senhor com todo coração, alma, força e entendimento. A consciência pode ser encaminhada ao arrependimento e logo a transformação.

Alinha os afetos – “teu amor é melhor que o vinho”

O jejum vai fazer a carne perder forças, ser desmascarada e morrer. Ao mesmo tempo que seu homem interior será fortalecido e abastecido com a verdadeira comida, seus afetos e desejos serão reconduzidos e reeducados. Ou seja, o prazer em Deus aumenta. 

Chegaremos cada vez mais à percepção de que “o seu amor é melhor que o vinho” (Cantares 1:2). Essa declaração não diz só que Deus é melhor que o pecado, mas que ele também é melhor que os prazeres lícitos. Nossos amores serão realinhados a viver a premissa que Deus é melhor que a mentira, inveja, imoralidade e drogas. Mas também aprenderá que Deus é melhor que comida gostosa, um bom casamento, amor dos filhos, sucesso no emprego, ministério ungido. 

A dinâmica do reino é confusa e de cabeça para baixo para nós, porém é completamente o tipo de vida que fomos criados para ser e funcionar, ainda que o pecado nos puxe ao contrário. Minha oração por nós é que o anseio pela intimidade e conexão com Deus nos faça como Maria de Betânia, João Batista, Daniel e Paulo que escolheram a sua coisa mais importante que organiza nossas prioridades e anseios. Abraçando a fraqueza foram fortes em Deus.

Adoração – talvez a primeira imagem que vem à nossa mente sobre essa palavra, seja o momento do louvor na igreja. Eu não culparia ninguém por assim pensar, pois infelizmente é dessa maneira  que se tem falado sobre adoração por muito tempo. Mas eu quero convidá-los a ampliar o entendimento sobre adoração, pois ela envolve todo nosso cotidiano.

 O que não é a adoração

Para começarmos, tenha em mente que a adoração é algo que está relacionado com o adorador. Se não, trata-se apenas de uma atuação. A ação de adorar está enraizada na vida do adorador. Por isso, nossa adoração não é apenas no momento do louvor de um culto que frequentamos. 

 Jesus disse em Mateus 15:8 -9: “Este povo se aproxima de mim com a sua boca e me honra com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim. Mas, em vão, me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens”. Note que é um contexto onde Jesus está falando da hipocrisia dos fariseus. Sendo assim, vamos a alguns pontos sobre o que não é adoração:

  1. Adoração não é atuação – não adianta apenas atuar no momento da adoração, se o seu coração não ama Aquele que você adora.
  2. Adoração não é uma sensação –  não é simplesmente uma sensação que podemos sentir em um culto. Na adoração falamos de nossa fé  e convicções. Na adoração declaramos a Glória de Deus. A adoração é feita com convicção.
  3.  Não é sobre um lugar específico – entendendo que a adoração envolve todo nosso cotidiano, logo, não é o lugar que faz a adoração ser verdadeira, mas sim a atitude do adorador. Por todas as nações e lugares a adoração se levantará. Já estamos vivendo isso. Jesus é o “lugar” onde os verdadeiros adoradores adoram a Deus.

Por isso, nosso amor a Deus deve ser com todo nosso coração, mente e força. Com tudo que somos, ou seja, mente, espírito e atitudes. E nós somos muito mais do que aquilo que demonstramos em algumas horas de culto. Nossa adoração é diária. Sendo assim, todo o contexto de nossa vida cotidiana importa para Deus.

O que é adoração

Já que nós vimos um pouco do que não é adoração, vamos pensar sobre o que ela é. Adorar é prestar um culto, expressar honra. Isso envolve orações, cânticos, o momento da ceia, o batismo, as celebrações, agradecimento e intercessões. Ou seja, tudo que já faz parte de nossa vida de devoção a Deus. Paulo escreveu sobre isso: Portanto, quer comais, quer bebais, ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus” (I Co 10.31).

Na Confissão de fé de Westminster diz: “O fim principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre”. Logo, nossa adoração é reconhecer, submeter e ter prazer na Glória de Deus. Sem um entendimento de Deus e sem adorá-lo dessa forma, tudo se torna superficial e monótono.

Mas a adoração é algo que faz parte de nós. Nascemos para isso. Se não adorarmos ao nosso criador, adoraremos outra coisa. Pense em pessoas em estádio de futebol ou em um concerto musical. Eles aplaudem, choram, gritam e se emocionam. Queremos adorar a algo, isso faz parte de nós. É por isso que a adoração envolve nosso cotidiano. Queremos render nossos melhores sentimentos e  expressar o que sentimos em nós quando algo captura nosso olhar.

Então, imagina quando chegar o dia em que veremos a plenitude da glória de Deus. Hoje nós vemos em partes, mas chegará o dia em que veremos como de fato ele é.  Por isso nós vivemos adoração nesta era, mas ainda não em plenitude. Esses anseios no mais profundo de nosso ser é o anseio por ver a glória do nosso criador.

Unidos em Adoração

Ademais, nossa adoração comunitária é muito importante. Pois, ela será um reflexo daquilo que fazemos individualmente no nosso cotidiano. Somos o corpo de Cristo quando estamos unidos. “Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos vós”. Efésios 4:4-6.

Salmos nos diz que Deus é entronizado nos louvores do seu povo: “Porém tu és santo, tu que habitas entre os louvores do teu povo”. Salmos 22:3. Juntos, nós somos a assembleia dos santos, o corpo unido de Cristo, sendo transformado, à medida que juntos compartilhamos nossa fé, devoção e adoração. Juntos crescemos em amor a Deus e em entendimento de quem Ele é por meio da sua Palavra.

Por isso, juntos em adoração no culto, por exemplo, estamos expressando e sendo conduzidos a Glorificar a Deus por todos os seus feitos na História. Mas, porque a adoração já envolve nosso cotidiano. Perceba, o Espírito Santo está se movendo por meio do corpo de Cristo, unido e enchendo à terra com  adoração Àquele que é digno. 

Que eu e você, possamos ter a compreensão de que a adoração faz parte da totalidade de nossas vidas. E que possamos viver de maneira a dar a Deus a adoração devida em nossas atitudes diárias. Importa que Ele cresça!

“Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração” (Colossenses 3.16). 

Essa passagem do próximo parágrafo, de Isaías, é uma oração e uma declaração poderosa que devemos declarar sobre nossas vidas e sobre nossa nação. Este tem sido meu clamor, quero um tempo no qual eu possa enxergar e viver beleza ao invés de cinzas.

“O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar boas-novas aos quebrantados, enviou-me a curar os quebrantados de coração, a proclamar libertação aos cativos e a pôr em liberdade os algemados; a apregoar o ano aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os que choram e a pôr sobre os que em Sião estão de luto uma coroa em vez de cinzas, óleo de alegria, em vez de pranto, veste de louvor, em vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem carvalhos de justiça, plantados pelo Senhor para a sua glória. Edificarão os lugares antigamente assolados, restaurarão os de antes destruídos e renovarão as cidades arruinadas, destruídas de geração em geração.”
‭‭Isaías‬ ‭61:1-4‬ ‭

Meu convite para você que está lendo esse texto é que posicione o seu coração para trazer consolo aos que choram. E entenda que chegou o tempo de edificar os lugares assolados.

Precisamos ser aqueles a quem Deus confia. Que possamos, mesmo com lágrimas, nos olhos continuarmos crendo que Deus vai intervir em nossas vidas.  

Chegou o tempo de sermos quebrantados pelo Senhor e deixarmos que Ele nos console para que possamos ser aqueles que também irão consolar a muitos.

Há um cântico novo

Não permita que a vida endureça seu coração. E por causa disso você comece a fechar seus olhos para a dor do seu próximo. Este é o tempo de sermos abraçados e consolados. E mesmo que para que isso nossos erros e fugas precisem ser apontados pelo Senhor.

Deixe que Deus encontre você hoje na sua dor. E que Ele troque seu lamento e coloque em seus lábios um cântico novo.

Então o que hoje é dor e lamento irão ser transformados em gritos de alegria. E você irá celebrar o amor e o cuidado do Senhor.

Deposite suas dores, crises, falta de esperança e também seus medos diante dos pés do seu Pai. Enquanto, mesmo chorando, você estiver fazendo isso, Ele irá remover todo esse fardo e sobre você virá consolo e força.

“Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.”  Mateus 5:4

Ajudando o que estão à nossa volta

Minha oração por você e também por mim é que sejamos consolados e renovados.  Para que possamos fazer o mesmo com aqueles que estão à nossa volta.

Que venha beleza em vez de cinzas e que possamos cantar um novo cântico.

“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda a consolação; Que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus”. 2 Coríntios 1: 3,4

Que hoje possamos sentir os braços do nosso Pai e também dentro desse abraço tenhamos a confiança de como filhos colocarmos a nossa cabeça no peito do nosso amado Deus e deixar Ele nos tocar com amor.

Originalmente publicado em 02 de novembro de 2018

O que é o perdão? Precisamos entender o poder que carrega essa palavra…

Isso é o que o dicionário diz: 

¨Ação de se livrar de uma culpa, de uma ofensa, de uma dívida; indulto. Ação através da qual uma pessoa está dispensada do cumprimento de um dever ou de uma obrigação.¨ 

 Neste mês os textos do blog irão nos ensinar um pouco mais sobre essa preciosa e poderosa palavra

Aliás, quem de nós não tem uma história para contar sobre perdão? 

Assim que me converti entendi que os fortes são aqueles que aprendem o poder do perdão, ao contrário do que muitas vezes escutamos sobre que os fracos são aqueles que perdoam. 

Certamente, para perdoar necessitamos nos posicionar e obedecer ao nosso Deus. 

Inegavelmente, perdoar alguém nos liberta e gera paz.  

Somente não vive perdão aquele que ainda não entendeu o quão poderoso foi o que Jesus passou na Cruz por cada um de nós. 

Muitas vezes não entendemos a grandiosidade do sacrifício que Jesus fez por toda a humanidade. 

Somos muito rápidos ao pensar em perdão somente com o entendimento de quando  alguém é devedor para conosco. 

Esquecemos que igualmente somos devedores de alguém –  mas podemos exercitar o perdão porque fomos perdoados de muitas transgressões. 

Deixando o passado e a dor para trás

 

Suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também. Colossense 3:13 

 

Quando entendemos o que Jesus fez por nós, primeiro, podemos estender esse ato de perdoar aos que nos cercam. 

Aquele que não perdoa é muito mais aprisionado do que quem cometeu a falta. Assim, não viver o poder do perdão pode nos levar a uma vida de doenças físicas e emocionais. 

Por isso, precisamos exercitar o perdão constantemente. Seja ao nos aproximarmos de Jesus e pedirmos perdão quando cometemos algum pecado ou até mesmo para com as pessoas da nossa vida. 

Peça ao Senhor hoje que sonde o seu coração para te mostrar se você precisa pedir perdão por algo ou alguém, e até mesmo perdoar quem te ofendeu. 

Antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo. Efésios 4:32 

Precisamos entender que se mantemos problemas com pessoas  à nossa volta e não perdoamos, isso de muitas formas irá refletir em nosso relacionamento com Deus. 

Então, se você tem situações que exigem perdão, escolha perdoar ou se for o caso peça perdão se feriu alguém. 

E quando estiverem orando, se tiverem alguma coisa contra alguém, perdoem-no, para que também o Pai celestial lhes perdoe os seus pecados”. Mas se vocês não perdoarem, também o seu Pai que está no céu não perdoará os seus pecados. Marcos 11: 25,26 

Vamos orar? 

Senhor neste dia queremos entender mais profundamente o poder do perdão. Primeiramente te agradecemos pelo sacrifício na cruz que nos deu direito não somente a vida eterna mas também a uma vida de perdão. Neste dia queremos liberar nosso coração de qualquer ofensa que possamos ter praticado ou até mesmo sofrido. Perdoa-nos e  ensina cada dia mais como perdoar os nossos irmãos. Amém. 

Como era  a vida de oração de Daniel? Um homem que viveu no período que chamamos de 70 anos de cativeiro. Ele foi arrancado de sua casa em Jerusalém no primeiro cerco que a Babilônia fez. Ele era de uma família nobre e ainda era muito jovem quando foi separado de sua família junto com outros companheiros. Foi levado como escravo para o palácio do grande rei Nabucodonosor. A história poderia caminhar para um rumo diferente ao que tudo indica, mas na verdade ela trilha para uma vida de oração exemplar.

Certamente conhecemos a sua história, Daniel  amava a Deus e era fiel em sua devoção e Deus concedeu inteligência a ele e seus companheiros: “Quanto a estes quatro jovens, Deus lhes deu o conhecimento e a inteligência em todas as letras, e sabedoria; mas a Daniel deu entendimento em toda a visão e sonhos”.Daniel 1:17

Daniel tinha constância na oração

Nesse meio tempo, Daniel se torna muito influente, a ponto do rei o nomear governador na Babilônia (Dn 2:47). Ainda assim, Daniel foi sentenciado à morte. Um decreto foi assinado pelo rei e Daniel se enquadrava nos que deviam morrer. Por qual motivo? Pelo motivo de que pelo período de 30 dias não se podia adorar a ninguém, apenas ao rei.

Ao saber do decreto, o que ele fez? Fez o que sabia fazer: “Quando Daniel soube que o decreto tinha sido publicado, foi para casa, para o seu quarto, no andar de cima, onde as janelas davam para Jerusalém, e, como antes costumava fazer três vezes ao dia, ajoelhou-se, orou e deu graças diante do seu Deus”. Daniel 6:10

Ora, você percebe a palavra “costumava” neste texto? Constância é o que podemos aprender com Daniel. No momento mais difícil ele fez o que costumava fazer. Quando temos constância em nossa vida de oração não somos abalados por circunstâncias externas. Mas, é uma regra orar três vezes ao dia, então? Não, mas será que temos orado ao menos uma vez em nosso dia? Daniel tinha constância na oração.

Por conseguinte, Deus livrou Daniel da sentença de morte, quando jogado na cova dos leões, nenhum dano sofreu. E o nome de Deus foi glorificado:

Paz e prosperidade! “Estou editando um decreto para que nos domínios do império os homens temam e reverenciem o Deus de Daniel. “Pois ele é o Deus vivo e permanece para sempre; o seu reino não será destruído, o seu domínio jamais acabará. Ele livra e salva; faz sinais e maravilhas nos céus e na terra. Ele livrou Daniel do poder dos leões”. Daniel 6:25-26.

Daniel examinava as escrituras

Outra marca que podemos notar na vida de Daniel era o estudo da palavra. Ao examinar o livro de Jeremias, ele entende que o seu povo sofreria por 70 anos. E o que Daniel faz? Ele intercede a Deus com orações, súplicas e jejum.

Inegavelmente, precisamos interceder por nosso povo, ter esse amor por nossa nação, assim como ele o fez. Mas para isso, eu e você precisamos que nossos corações sejam quebrados. Vemos Daniel intercedendo em prantos, pois ele se colocou na brecha e sentiu a dor pelo seu povo. Seu coração estava em orar por sua gente.  (Dn 9:3). Nós precisamos sentir isso ao intercedermos por nossa nação.

Ademais, você percebe que, oração, jejum e leitura da bíblia, caminham juntos? Daniel examinava as escrituras. E ao fazer isso, entendeu que precisava suplicar e jejuar por seu povo. Ele teve então, revelação sobre o que viria acontecer. Existe uma conexão na oração e no entendimento das escrituras.

A oração prontamente respondida de Daniel

Nesta época, Daniel percebe que muitos judeus permaneceram na Babilônia e não voltaram para Jerusalém. E os que voltaram, encontraram apenas ruínas e por isso desistiram de reconstruir o templo. Daniel então ora e jejua pelo seu povo e ele pede urgência a Deus: Senhor, ouve! Senhor perdoa! Senhor vê e age! Por amor de ti, meu Deus não te demore, pois a tua cidade e o teu povo levam o teu nome“. Daniel 9:19

Nos versículos seguintes descobrimos que sua oração é prontamente respondida. Deus envia um anjo enquanto Daniel ainda estava confessando os pecados de seu povo. Essa é uma promessa linda que temos, de que algumas de nossas orações serão respondidas rapidamente: Antes de clamarem, eu responderei; ainda não estarão falando, e eu os ouvirei”. Isaías 65:24

Para isso, precisamos de constância, assim como Daniel costumava orar três vezes ao dia, precisamos aprender a ter nosso tempo diário e constante com Deus.

Aliás, sabe o que é mais lindo e profundo nessa oração do capítulo 9 de Daniel? Ele orou por Israel e pela restauração da cidade de Jerusalém e Deus o responde com segredos mais profundos. Daniel pediu pela restauração do seu povo, mas Deus o respondeu sobre a salvação eterna deles através da revelação do próprio Messias que haveria de vir (Dn 9:25-27).

Assim sendo, aos que possuem um relacionamento constante com Deus, ele revela segredos profundos. “O Senhor confia os seus segredos aos que o temem, e os leva a conhecer a sua aliança”. (Salmos 25:14) Isso com certeza deve nos encorajar.

A vida de oração de Daniel

Em resumo, podemos ler o livro de Daniel e nos encher de alegria ao perceber, o quanto podemos ganhar em ter uma vida constante de oração. A bíblia diz que Daniel era amado no céu: “Ele disse:Não tenha medo, homem muito amado. Que a paz seja com você! Seja forte! Seja forte! “Ditas essas palavras, senti-me fortalecido e disse: “Fala, meu senhor, visto que me deste forças”. (Daniel 10:19) Você não gostaria de ser conhecido assim também no céu?

Com efeito, Daniel desde muito novo decidiu não se contaminar e se manteve íntegro ao seu Deus. Ele andou com Deus quando era nobre e quando foi escravo, na humilhação e no momento de ser reconhecido. Daniel estabelecia horários para suas orações e orou em momentos de dificuldades. Ele orou quando sofreu ameaça de morte, orou por seus companheiros, orou confessando o pecado de seu povo, orou pedindo livramento por sua nação. Daniel tinha intimidade com Deus, pois só quem tem constância na oração consegue alcançar isso.

Por fim, que Deus nos dê a graça de alcançar a constância em nossa vida de oração para alcançarmos essa intimidade com Ele. Que eu e você possamos ser fortalecidos na esperança de sermos tão íntimos de Deus a ponto de Ele confiar seus segredos a nós.

“E ele prosseguiu: “Não tenha medo, Daniel. Desde o primeiro dia em que você decidiu buscar entendimento e humilhar-se diante do seu Deus, suas palavras foram ouvidas, e eu vim em resposta a elas”. Daniel 10:12

Colossenses é uma das cartas de Paulo escrita em seu período de prisão em Roma. Paulo não conhecia pessoalmente a igreja de Colossos, uma cidade pequena da época. 

Essa igreja foi plantada por Epafras sob os cuidados de Paulo. Assim, Epafras  de tempos em tempos fazia um relatório atualizando Paulo sobre a situação da igreja.

Nesse contexto, em que Paulo vai escrever a carta aos colossenses, veremos que havia alguns pontos positivos neles como a fé e o amor. Mas também muitos problemas com ética, legalidade e de atuação  a chamada “heresia de colossos” influenciada por um grupo que mais tarde vamos conhecer como gnosticismo. 

Dentre as muitas doutrinas desses hereges, eles ensinavam que para ser salvo era necessário uma elevação no conhecimento e que existiam seres celestiais que deveríamos adorá-los para chegar mais próximo de Deus. Essa influência no entendimento da igreja de Colossos trazia a ideia de que Jesus era um ser inferior a Deus, mas ainda maior que toda a criação. Mas Paulo vai mostrar que Jesus é a imagem do Deus invisível.

A imagem do Deus invisível

Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação,”. Colossenses 1:15.

Deste modo, o que Paulo quis dizer é que Deus, sendo invisível, se tornou visível na pessoa de Jesus de Cristo. Portanto,  Ele é Deus encarnado. Nesse versículo, Paulo confronta a contradição platônica de matéria e espírito. Deus é espírito sim, mas se fez visível habitando em um corpo humano. Tornou-se  visível a nós.

Ou seja, essa declaração de Paulo sobre Jesus ser a Imagem do Deus invisível era porque na antiguidade, era comum que em cada território conquistado se erguesse uma estátua da imagem do Imperador para indicar que aquele território  tinha  o domínio deste representado pela imagem. 

Nesse sentido, quando Deus cria o homem à sua imagem e semelhança, ele nos dá domínio sobre a criação para governá-la como uma imagem sua.  Assim, declaramos ao mundo como uma expressão, de que todo universo criado pertence a Deus. A queda desestruturou a ordem das coisas criadas. Mas agora em Jesus, vemos a imagem do Deus invisível, que nos faz ver que toda criação é de Deus. Não mais de uma maneira desordenada como na imagem do homem corrompido, mas na imagem do homem perfeito: Jesus. 

Jesus, portanto, representa o domínio de Deus sobre todo o mundo de uma maneira que Adão não conseguiu representar. Agora o verbo encarnado, o filho de Deus encarnado, que é a imagem do Deus invisível nos faz mudar e  recondicionar nosso olhar para a criação. Olhamos  sob o olhar da redenção, que consegue ver a dimensão divina, a propriedade de Deus redimida. 

A imagem do Deus invisível e o Primogênito sobre a criação

Jesus é o primogênito de toda a criação. Isso não quer dizer que Jesus foi criado. Paulo está falando sobre aquilo que vem em primeiro lugar. Precisamos entender a primogenitura no contexto da época. Lembra de Esaú e Jacó? Por que Jacó queria comprar o direito da primogenitura? Exatamente pelo entendimento da benção que vem antes. Depois que Jacó conseguiu o direito, comprado por um prato de lentilhas, seu pai Isaque diz: 

Que as nações o sirvam e os povos se curvem diante de você. Seja senhor dos seus irmãos, e curvem-se diante de você os filhos de sua mãe. Malditos sejam os que o amaldiçoarem e benditos sejam os que o abençoarem“.Gênesis 27:29

Você consegue perceber que primogenitura no contexto, não é só uma questão de quem nasce primeiro? Mas ela representa o direito de herdar tudo aquilo que o pai tinha ou havia feito. E o senhorio, o governo e domínio sobre os demais. Então dizer que Jesus é o primogênito de toda a criação não se refere a Ele ser criado, mas de que Ele vem antes de toda a criação e está muito antes de toda a criação. 

A divindade de Jesus

Nesse sentido, Deus filho é o herdeiro de tudo de Deus pai. Sendo assim, Paulo está rebatendo a heresia de que entre nós e Deus havia mediadores que são anjos. Logo, ao enfatizar a divindade de Jesus, Paulo quer que eles entendam que Jesus criou todas as coisas. 

Em outras palavras, os hereges gnósticos queriam que as pessoas entendessem que em determinado momento Deus criou Jesus para resolver todo o problema do pecado do homem. Mas esse gnosticismo não corresponde com a revelação bíblica que nos faz entender que Jesus já existia antes de toda a formação do mundo. Ele é primogênito justamente porque Ele vem antes. Paulo precisa dar ênfase a isso para que eles entendessem a divindade de Jesus. Ele não é um ser inferior a Deus, Ele é Deus. “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus”. – João 1:1,2

O Senhorio de Jesus

Para nós, serve o mesmo ensinamento de Paulo, será que entendemos quão crucial é  compreendermos a afirmação dessa verdade sobre Jesus? Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro homem, por isso, não podemos separar as duas pessoas. Paulo vai mostrar Jesus como Deus, criador e mediador, o fim último. É por meio dele que o mundo surge e as coisas passam a existir. As coisas da terra e do céu. Toda a ordem da criação vai encontrar o fim último em Jesus. Tudo o que fazemos converge nele, Ele é o começo e o fim de todas as coisas.

Os gnósticos de colossenses tinham problemas com o senhorio de Jesus. Mas Paulo enfatiza a supremacia de Jesus. Nossa fé, amor e esperança devem estar em Jesus e não em outras coisas. A redenção de Cristo é completa e perfeita, não há nada que possamos fazer. Ele nos reconciliou. A ressurreição já começou, Jesus foi o primeiro. Nós aguardamos a nossa bendita esperança: a ressurreição dos mortos. Onde estaremos para sempre com Ele.

Que Deus torne essa palavra eficaz, exaltando seu filho Jesus. A quem aprouve o Senhor, residir toda a plenitude e que nele tivesse supremacia sobre todas as coisas. Amém.

“Porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele habitasse,” Colossenses 1:19