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Qual o significado do Advento e a importância para a fé cristã?

Eu não sei se você consegue perceber, mas entre o final de novembro e o início de dezembro, um sentimento de esperança já vai apontando no ar. As pessoas começam a colocar as decorações de natal, o comércio vai ficando mais alegre e agitado.

Para nós, cristãos, o Natal tem um significado além do agito e das compras de presentes. Ou, pelo menos, deveria ter. O que significa esse tal de “Advento”? Não, ele não é um termo bíblico e você não encontrará versículos sobre ele. O advento nada mais é do que “Vinda ou Chegada”, conforme sua origem na palavra em latim “adventus”.

Assim, o advento foi sendo estruturado com o passar dos anos pelas tradições cristãs. Ele faz parte do calendário litúrgico e começa no quarto domingo que antecede o Natal. O advento é para o Natal, o que a quaresma é para a Páscoa. No caso do Natal, o Advento nos prepara para a vinda do menino Jesus, mas também nos enche de esperança para o retorno, ou seja, a  segunda “vinda” do Rei dos Reis.

Devemos Celebrar o Advento?

Certamente há muitas maneiras de como celebrar o Advento. As igrejas mais históricas têm esse hábito presente em seu calendário.  E com alegria se espera o nascimento de Jesus cantando hinos, recitando versículos específicos, acendendo velas, fazendo jejuns e orações. 

Mas o mais importante, e claro, se você tiver crianças ao seu redor melhor ainda, é colocar o foco Nele, no Salvador do mundo. Não coloque expectativas nas crianças por coisas materiais. Embora seja uma época agitada, devemos nos acalmar enquanto aguardamos o Natal e instruir os pequenos a desejarem a segunda vinda de Cristo e de serem gratos por sua vinda como homem, na primeira vez.

Então sim, nós devemos resgatar essa tradição e celebrá-la e não abandoná-la. E claro, ganhar presentes e dar presentes são ações muito boas, mas esse não deve ser o motivo pelo qual nós esperamos pelo Natal. Essa é uma excelente época para trazermos luz sobre o porquê um salvador veio até nós. “Pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor”. Lucas 2:11

É provável que existam pessoas interessadas à nossa volta que não conhecem a profundidade do significado desta data. Então, porque não dar a elas esse entendimento e já fazê-las desejar pelo retorno de Jesus? Pense nisso. Além de ser importante para a nossa fé, ainda ajudará a acrescentar fé aos que estão ao nosso redor.

Resgatando a tradição do Advento

Com efeito, essa crescente divulgação sobre a existência do Advento em nosso calendário cristão, nos trará maior familiaridade com essas datas, que talvez antes eram quase ignoradas por nós. Talvez, mesmo você que está lendo, nunca tinha ouvido falar sobre o Advento. Eu particularmente estou muito feliz com essa divulgação. Pois isso resgatará o verdadeiro sentido desta data. Pelo menos, assim esperamos.

Muito além de nos alegrarmos com a obediência de Jesus, de vir até nós e se fazer carne, o objetivo do Advento é também nos levar a desejar pelo retorno de Jesus. Não nos alegramos apenas com a encarnação do Verbo, mas desejamos e anunciamos o retorno triunfante dele. Sim, precisamos acender essa chama de esperança em nós novamente. E deixar que isso cresça nos corações de nossas crianças, família e amigos.

Assim também Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação”. Hebreus 9:28

Ademais, eu penso que essas ferramentas, assim como o uso do Advento ou do calendário litúrgico, colocam o centro da nossa fé e vida de volta em Cristo. Essas comemorações nos lembram para quem estamos vivendo. Ao celebrar todos os anos as mesmas datas, nossa fé se volta exatamente para onde ela deve estar: na obra e na pessoa de Cristo. Quantos de nós perdemos comemorações de natais por não entendermos que esse é um tempo de alegria e esperança?

Celebrar para termos a esperança viva

Por fim, ao atentarmos para o calendário litúrgico e assim celebrarmos o Advento, nossos corações se encherão de esperança. Sim, nós precisamos ter essa esperança viva dentro de nós de que a segunda vinda de Jesus é uma verdade pela qual vivemos.

Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo. E por eles me santifico a mim mesmo, para que também eles sejam santificados na verdade”. João 17:18,19

Além disso, o Advento começa nos lembrando do nosso anseio escatológico pelo novo céu e pela nova terra. Preparando nossos corações para celebrar o nascimento do nosso salvador e para nos lembrar de que cada dia está antecipando o seu retorno. Nos faz lembrar que a nossa esperança é Jesus e de que Ele já está aqui conosco, na verdade, Ele sempre esteve conosco e sempre estará.

Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo; O qual se deu a si mesmo por nós para nos remir de toda a iniqüidade, e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras”. Tito 2:13,14

Ah (imagine um suspiro aqui), o mês de dezembro começou e com ele já começamos a ouvir por toda parte o “Então é natal e o que você fez?” Você sai na rua e pode perceber por toda parte os enfeites e as luzes que caracterizam essa estação do ano. Começam também as confraternizações, os amigos secretos, as discussões sobre gostar ou não de uva passa no arroz. As famílias decidindo em qual casa será a ceia de natal, as crianças com grandes expectativas sobre o presente que receberão e a esperança de uma nova chance paira no ar. O ano está acabando, no coração o anseio se resume em: “ano que vem será melhor”.

Desde já, vale lembrar que o natal é uma festa tradicional cristã que é majoritariamente comemorada no ocidente. A maioria dos países orientais não comemoram esse dia, ao menos, não pelo que ele simboliza, mas como uma data comercial onde realizam-se trocas de presentes. Portanto, não quero falar aqui sobre comemorarmos ou não o natal, até porque não existem provas do dia exato em que Jesus nasceu para podermos comemorar o seu “aniversário”. Mas penso que essa é uma época perfeita para meditarmos sobre a grandeza do dia em que o Salvador veio à terra e quero trazer aqui quatro motivos para vivermos com esperança uma vez que Jesus nasceu.

1- Deus amou o mundo

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. (João 3:16)

O fato de sermos alvos do amor do Pai é um motivo de vivermos com esperança, pois se não fosse pelo seu grande amor e pela multidão das suas misericórdias não haveria saída para o pecador. Estaríamos destinados à morte eterna e total separação de Deus.

Mas Deus que é rico em amor, compassivo e muito paciente nos amou de tal forma que enviou seu filho ao mundo e revelou através dele as dimensões infinitas do seu amor por nós.

2- Deus é fiel à sua palavra

Apeguemo-nos com firmeza à esperança que professamos, pois aquele que prometeu é fiel.
(Hebreus 10:23)

Desde o princípio Deus prometeu a vinda de seu filho ao mundo (Gn. 3:15). Jesus é a semente prometida e aquele que foi anunciado pelos profetas. Quando o Cristo nasce, uma luz brilha e a promessa se cumpre. E mais uma vez podemos ver a fidelidade do Deus que sempre cumpre o que diz. Esse é um motivo de vivermos com esperança, pois tudo que Ele prometeu irá se cumprir. Sua fidelidade se estende de geração após geração e permanece para sempre.

3- Temos paz com Deus

“Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens aos quais ele concede o seu favor”.
(Lucas 2:14)

No momento em que Jesus nasce, anjos aparecem a alguns simples pastores e a Bíblia diz que a glória de Deus resplandeceu ao redor deles. Tais anjos traziam as boas novas de alegria do nascimento do Salvador, e eles cantavam sobre a paz que Ele traria ao mundo. O nascimento de Jesus representava uma etapa do plano redentor. E agora estava mais perto do que nunca o dia em que Ele abriria o caminho até o Pai por meio do seu sangue. Todo aquele que nele crê caminha na esperança e na paz de poder ter comunhão com Deus e ser salvo de sua ira (Rm. 5:9).

4- Uma luz brilhou

E, vendo eles a estrela, regozijaram-se muito com grande alegria. (Mateus 2:10)

Maria deu à luz um filho, e todos conhecem a clássica história de natal da estrela que guiou os reis magos até o local do nascimento de Jesus. Porém, mais do que a luz de uma estrela, a própria vida e luz dos homens começou a habitar entre nós quando Jesus nasceu (Jo. 1:4).

Não consigo encontrar as palavras certas para descrever a glória do dia em que o próprio Deus se fez homem e do que isso significa. A imagem do Deus invisível e a expressão exata de quem Ele é estava ali envolto em panos em uma simples manjedoura, e na face de Cristo vimos a luz da glória de Deus sendo revelada (2 Co. 4:6). Logo, Jesus é a luz que resplandece nas trevas e essas não prevalecerão. Onde as Boas Novas são anunciadas, aqueles que estão em trevas são iluminados e Sua luz nos mostra quem nós somos e o quanto precisamos dele.  Além disso, ela expõe nossos pecados e aponta o caminho que devemos seguir. Sua luz nos mostra quem Deus é e conhecê-lo é a vida eterna.

Sendo assim, que você possa aproveitar esse tempo para meditar sobre a bondade de Deus em ter enviado seu filho à terra e que essas verdades possam encher o seu coração de esperança. Nós temos tantos motivos para sermos gratos ao Senhor. Então que neste Natal e todos os dias você celebre o fato de que Jesus veio ao mundo. E por meio dele nós temos a redenção. E até que Ele venha novamente (e que glorioso dia será!), que possamos aguardar a bendita esperança com paciência e perseverança.

O Advento é uma temporada de espera onde preparamos o nosso coração para celebrar o Natal e cultivamos conscientemente nosso anseio pela volta de Jesus. É um tempo para desacelerar e entrar em um lugar de descanso onde o ritmo não segue o tilintar dos relógios do mundo, mas sim a contagem Celestial.  

Durante este período reflexivo nos lembramos do propósito de Deus em enviar seu Filho como um frágil menino. A luz irradiou sobre os homens e vimos sua salvação. Meditando nas obras de Jesus, descobrimos quem Ele é, todas as coisas que Ele fez, o que ainda está fazendo e como podemos nos juntar a Ele. Não como seres passivos, mas ativamente e apaixonados pelo Senhor que nos dá a vida Eterna.

As promessas do Antigo Testamento se tornaram realidade, pois um menino nasceu em Belém. O Eu Sou invadiu a terra e  sua graça alcançou os homens. E agora, qual é o meu e o seu papel? É preciso enxergar o panorama todo, relembrarmos as promessas de Deus, o que já se cumpriu e o que ainda esperamos.

“Mas o anjo lhe disse: “Não tenha medo. Estou trazendo boas-novas de grande alegria para vocês, que são para todo o povo: Hoje, na cidade de Davi, nasceu o salvador, que é Cristo, o Senhor.” Lucas 2:10-11

O Messias enviado e as Profecias do Antigo Testamento

Durante o Advento, essa temporada de espera, refletimos sobre as Profecias a respeito do Messias escritas no Antigo Testamento e que se cumpriram  em Jesus. O próprio mestre afirma essa verdade em Lucas 4:18-21 ao ler um trecho do livro de Isaías enquanto estava na sinagoga.

“O Espírito do Senhor é sobre mim, pois me ungiu para evangelizar os pobres. Enviou-me a curar os quebrantados de coração, a pregar liberdade aos cativos, E restauração da vista aos cegos, A pôr em liberdade os oprimidos, A anunciar o ano aceitável do Senhor. E, cerrando o livro, e tornando-o a dar ao ministro, assentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele. Então começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos.” Lucas 4:18-21

Te encorajo a cruzar as referências bíblicas das Promessas (feitas no Antigo Testamento) e de sua concretização (descrita no Novo Testamento). Saiba que são mais de 300 profecias escritas no Antigo Testamento. Estudem sobre elas e pensem no que ela significou.

Por exemplo, em Miquéias 5.1 lemos que de Belém, mesmo considerada pequena, sairá aquele que é chamado a governar Israel. Essa promessa se cumpre e está descrita em Mateus 2.1 – “Tendo, pois, Jesus nascido em Belém de Judá, no tempo do rei Herodes, eis que magos vieram do oriente a Jerusalém”.

Em Isaías 7-14 lemos que a virgem daria à luz a um filho que seria chamado Deus Conosco e isso seria um sinal. Em Mateus 1.18 temos o registro deste fato – “Eis como nasceu Jesus Cristo: Maria, sua mãe, estava desposada com José. Antes de coabitarem, aconteceu que ela concebeu por virtude do Espírito Santo”.

Deus é Fiel em todas as suas Promessas e tudo o que os profetas predisseram a respeito do Messias se cumpriu. Há outras promessas feitas na Bíblia e nós podemos crer com paciência, fé e esperança. Por isso é tão importante o advento e a temporada da espera. 

O Eu sou se revestiu de humanidade

“Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação, pois nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos ou soberanias, poderes ou autoridades; todas as coisas foram criadas por ele e para ele. Ele é antes de todas as coisas, e nele tudo subsiste.” Colossenses 1:15-17

No princípio Deus criou todas as coisas. Criou um jardim e depois o homem a sua própria imagem e semelhança. Mas, o homem se rebelou. Sim, sei que você já conhece a história de Adão e Eva e de como ela nos trouxe até aqui.

O pecado amargamente quebrou o relacionamento do homem com Deus, nos separou e  impediu de desfrutarmos desse amor sem barreiras. Mas, Deus é o Senhor da História e Ele sempre teve um plano para nos resgatar. Enviou seu próprio Filho para nos salvar. Jesus nasceu. Um filho se nos deu. Seu nome é Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz (Isaías 9:6). E ainda:

“E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.” João 1:14

Amo tanto essa verdade sobre Jesus. Aquele que criou todas as coisas escolheu se tornar da mesma espécie do ser criado. Se despiu da sua Glória para habitar entre os humanos. Submeteu-se à frágil dependência de uma mãe. Se submeteu a crescer em um ventre materno para remir todas as coisas. Cresceu em graça e estatura diante de Deus e dos homens, teve amigos, correu, caiu e machucou o seu joelho de menino. Mas, Ele era Deus. Essa é a loucura do evangelho que revela um amor inexplicável e por isso celebramos o Natal. Seu nascimento, a sua humanidade e a aliança restabelecida.

Ele voltará

Assim como a encarnação de Jesus é um fato concreto para aqueles que creem no que a Bíblia diz, a promessa de seu retorno também é uma realidade. Ao celebrarmos o Natal, também mantemos o nosso coração aceso no anseio pela sua volta.

Na cruz Ele venceu a morte e  foi o primeiro a ressuscitar. Ele  nos deu seu Espírito e disse que estaria conosco até a consumação dos séculos. Além disso, nos deixou a promessa de   que vai voltar e juntos reinaremos com Ele. Assim, podemos ter a plena certeza que Ele está comprometido em cumprir com a Sua Palavra. 

Essa verdade precisa nortear nossas vidas e nossas decisões. Estamos ansiando pela volta de Jesus? Somos como as virgens prudentes que ao se encontrar com o noivo possuíam óleo para as suas lamparinas? Ou somos como as insensatas que não levaram sua provisão (Mateus 25:1-13)?

Como temos olhado para as promessas de Deus? Temos acreditado ou deixamos a incredulidade entrar em nossos corações? Devemos ansiar pelas promessas ainda não cumpridas, desejar a Eternidade e a volta de Jesus.

O Advento é uma temporada de espera

O Advento é um tempo para celebrar o nascimento de Cristo e também olhar para as suas promessas, sabendo que Ele é totalmente fiel para cumprir tudo o que prometeu. Tudo mesmo! A ênfase do advento está em proclamar a encarnação de Jesus (o Verbo se fez carne) e ansiar pela sua segunda volta (ora vem Senhor Jesus).

Que o nosso coração esteja atento e que nossa vida gire em torno dessa realidade. Somos convidados a participar do que Deus está fazendo ao nosso redor e não vivermos nossas vidas de formas egoístas pensando apenas em nosso próprio futuro e história. Que os nossos olhos sejam fixados no Eterno. 

Você pode continuar lendo mais sobre o Advento e o seu significado em nosso blog.

Jesus é o principal modelo de generosidade. Ele nos amou tão intensamente que derramou sua vida na cruz. Se hoje, eu e você sabemos o real sentido dessa palavra (AMOR), foi porque o Senhor decidiu se doar de forma extremamente bondosa rasgando o véu que nos separava dele.

Em 1 Coríntios 11.23, lemos: “Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; e, tendo dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isso em memória de mim.”

Da mesma forma que Ele doou sua vida, Ele nos chama a abrir mão dos nossos direitos para privilegiar aqueles que estão à nossa volta. Dar é melhor que receber (Atos 20.35). Para isso, é preciso ATITUDE e não apenas palavras. É nossa ação que demonstra que permanecemos nele:

Nisto conhecemos o que é o amor: Jesus Cristo deu a sua vida por nós, e devemos dar a nossa vida por nossos irmãos. Se alguém tiver recursos materiais e, vendo seu irmão em necessidade, não se compadecer dele, como pode permanecer nele o amor de Deus? Filhinhos, não amemos de palavra nem de boca, mas em ação e em verdade. 1 João 3:16-18

A generosidade de que estamos falando é reflexo do amor transbordante que recebemos em nosso encontro com Jesus e vai muito além do dinheiro. Somos generosos quando saímos de nossa zona de conforto para consolar alguém que Jesus ama e de alguma forma deixarmos sua vida mais leve. Ser generoso é se tornar um sinal de Deus para outro ser humano.

 

Sendo generoso e experimentando generosidade

“O generoso prosperará; quem dá alívio aos outros, alívio receberá. Provérbios 11.25

Em nossa jornada como cristãos podemos passar por várias situações. Em alguns momentos, seremos a mão generosa a abençoar, mas em outras ocasiões, podemos ser exatamente aqueles que recebem o socorro. Você já experimentou generosidade? Como missionária, vivi muitas dessas experiências.

Em um período em que me preparava para um projeto específico em missões, eu precisava de uma grande quantia em dinheiro para viajar de Curitiba até São Paulo para pedir um visto internacional. Nessa ocasião, compartilhei meu projeto em um culto na Base de Almirante Tamandaré, da qual fazia parte.

Depois de alguns dias, um missionário me procurou dizendo que Deus tinha lhe dito que era para ele me dar uma oferta. O detalhe dessa história, é que meu novo amigo deu tudo o que possuía para suas despesas e compromissos, apesar de num primeiro momento ter questionado a Deus sobre ofertar, mesmo querendo me ajudar. Era um valor bem alto que cobriria todas as minhas despesas. Ele teve que ter uma atitude de fé e confiança. Minha provisão veio através de sua obediência à voz de Senhor e de seu desapego ao dinheiro.

Da mesma forma que recebi, também tive várias oportunidades para servir, tanto através de uma oferta, como limpando uma casa, cuidando de uma criança, disponibilizando meu tempo para ouvir e orar com alguém necessitado.

Pense nos seus vizinhos e nas pessoas que estão no seu trabalho. Existe uma forma de deixar suas vidas um pouco mais leves mesmo que por um instante? Há como demonstrar amor em uma ação prática? Muitas são as necessidades dos homens e existem tantas privações emocionais, ansiedade, medo e dor. Eu e você podemos exercer generosidade quando paramos de olhar para nós mesmos e passamos a ver o outro através dos olhos de Jesus.

 

Não damos pelo que temos, mas pela fé em Jesus

“O cobiçoso cobiça todo dia, mas o justo dá e nada retém.” Provérbios 21.26

A cobiça e o egoísmo são naturais ao homem. Porém, como cristãos, não somos chamados a viver mais como homem natural e sim como homem espiritual. Somos desafiados a andar como Jesus andou e a viver no Espírito, vencendo nossos medos e insegurança e confiando em Deus. Enquanto o cobiçoso retém, passamos a dar com alegria, porque nosso coração se enche de fé e sabemos que seremos supridos.

Não é uma troca. Não abençoamos ou exercemos generosidades para receber um bem ou prosperidade. Essa não é a motivação de um coração sincero. Mas, o transbordar do amor de Deus nos constrange de tal forma que a nossa única ação é agir como Jesus sempre agiu. Pois, generosidade e compaixão fazem parte dos valores do Reino de Deus.

Tocando o leproso, curando os enfermos, cuidando daqueles que não podiam se cuidar. Multiplicou os pães e alimentou uma multidão. Transformou a vida de pecadores. Amou os não amados, os rejeitados, Ele acolheu. Isso é generosidade. Seu testemunho mudou a vida de seus discípulos que seguiram o seu testemunho fazendo tudo o que Ele ensinou.

Ninguém está excluído de exercer generosidade. Qualquer um de nós por menor que seja o nosso recurso pode se doar com graça e amor, se compadecendo do aflito e do irmão. Isso não é sobre dinheiro, mas sobre as motivações do coração.

Não damos sobras, mas damos o nosso melhor porque essa é a vontade de Deus. Somos generosos porque Deus é generoso e bom em tudo o que faz.  Ele criou todas as coisas para o nosso deleite: “Que variedade, Senhor, nas tuas obras! Fizeste todas elas com sabedoria; a terra está cheia das tuas riquezas” Salmos 104.24

 

Desafio Prático:

  •         Pense em como Deus tem sido generoso com você. Anote alguns itens.
  •         Ore em como ser generoso de forma prática nesta semana.
  •         Faça uma lista de 5 maneiras de ser generoso de forma simples no seu dia a dia.
  •         Escolha 2 ações de sua lista e as coloque em prática. 

 

O Advento é uma data especial no calendário cristão. É o início da narrativa litúrgica que nos envolve de simbolismos, comunhões, alegrias e celebrações sobre a simples e triunfante vinda de Deus ao mundo dos homens. Um mundo de trevas desnudado em seu pecado e superabundado pela luz divina.

Temos visto ao longo de toda a história bíblica e cristã o quanto Deus sempre desejou habitar entre os homens. Com a vinda de Cristo, a sua igreja cultivou símbolos que representassem o significado e o valor deste evento. A essência do Natal em nossa cultura sempre dependerá da igreja cultivá-la e comunicar sua importância.

Quais são os frutos deste tempo precioso que podemos desfrutar?

Os símbolos de Natal

O final do ano sempre é muito desejado. Nos últimos meses o mundo começa a mudar de cara, as ruas ficam mais iluminadas, as casas mais decoradas e o sentimento natalino começa a surgir. O mundo todo vibra o Natal, o comércio se prepara há muito tempo antes, as pessoas saem às compras e as crianças entram de férias.

Parece mágico! Muitas famílias se reúnem em volta de uma árvore de Natal para decorar e preparar um lar mais aconchegante, como é de costume. Naturalmente, os símbolos de Natal e as celebrações aparecem com as reuniões em família, as dinâmicas de grupo e as festas de trabalho. É uma época deslumbrante!

Mas, para que servem os símbolos natalinos?

Os símbolos são representações, frutos de uma época para a qual nos preparamos e nos organizamos a fim de refletirmos sobre a vinda de Deus ao mundo. Não se trata de um ato pagão, muito pelo contrário. Os cristãos iluminam estes símbolos natalinos promovendo significado cristão. Iluminamos a casa, porque Cristo é a luz do mundo e sem Ele ainda andaríamos em trevas. Cristo é a essência do Natal, é a estrela que ilumina a vida.

O Papai Noel certamente foi caracterizado como um símbolo comercial e pagão. Mas podemos, por outro lado, trazer à memória quem foi o “bom velhinho”, o verdadeiro Papai Noel na história do cristianismo. São Nicolau realmente existiu e defendeu ativamente as escrituras diante das teorias heréticas de Ário no século IV, que descaracterizava Cristo como divino.

Ao invés de retratarmos o Papai Noel que vive no Polo Norte e dá presentes para as crianças boas, podemos trazer à memória o verdadeiro Papai Noel que defendeu as Escrituras.

A época do Natal

É no Natal que nos lembramos comunitariamente das histórias bíblicas sobre a vinda do Messias. Não somente de sua primeira vinda, mas da promessa de sua segunda vinda. 

Intencionalmente, enchemos o nosso coração de alegria, porque Cristo veio ao mundo restaurando nossa dignidade humana caída ao nos tornar filhos de Deus. Também nos recordamos de sua promessa, de que não nos deixaria sós, mas daria o Espírito Santo como garantia de seu retorno e de sua presença constante.

É neste clima natalino, celebrado nas primeiras quatro semanas que antecedem o Natal, que nos envolvemos em uma imaginação fértil, recheada de contrição, alegria e gratidão pela vinda do Messias. 

25 de dezembro não é a data real do nascimento de Jesus, mas culturalmente, nos organizamos para este momento. Pelo fato de ser um legado histórico e cultural do ocidente, nos beneficiamos muito desta data, por ser evidentemente cristã. Consequentemente, isso forma o nosso interior de maneira pedagógica e instrutiva acerca do que é importante para nós como cristãos.

Conclusão

A época do Natal é uma representação simbólica, que por mais que não tenha menção bíblica como uma festa sagrada obrigatória a ser comemorada, cultivamos ao longo da história da igreja um ritmo litúrgico em nosso calendário que molda nosso sentimento e imaginação.

Estar à mesa com a família lendo a bíblia sobre as histórias de Jesus ou até mesmo encenando histórias ou cozinhando biscoitos e decorando a casa é um ato simples mas muito valioso e não menos importante. A vida cotidiana da família pode ser recheada de alegrias e gratidão por tudo o que o Senhor já fez em nosso meio e por tudo o que Ele fará.

Celebramos a certeza de que Deus é fiel, porque Cristo veio em nosso favor. Enquanto aguardamos sua segunda vinda, cultivamos hábitos e memórias que honrem o seu sacrifício e nos moldem em alguém mais parecido com Ele.

 

A generosidade sempre excede. Ela não se estende a apenas dar algo, mas vai além dos próprios limites, superabunda e transborda em graça. Você já experimentou a generosidade? Daquelas que enchem o coração de esperança e a alma de fé?

Quero convidar-te a observar os seus dias. Podes perceber o quanto Deus tem sido generoso? Esse é um dos aspectos do Seu caráter. Por exemplo: Ter amigos mais chegados que irmãos é uma dádiva de Deus. Laços que se tornam fortes, inquebráveis. É verdade que o cordão de três dobras não se rompe com facilidade. E quando temos pessoas ao nosso lado, em quem podemos confiar, elas se tornam uma demonstração do grande amor que Deus nos têm.

Pare para contemplar os seus dias e, mais uma vez, observe todas as dádivas que Deus tem lhe dado, e que demonstram Sua grande misericórdia e graça para com nossas vidas. A maior prova de generosidade de Deus foi dar seu próprio Filho para morrer pelos nossos pecados. A maior prova de generosidade que Jesus nos deu foi entregar sua vida na Cruz e morrer no teu e no meu lugar. Mas, e nós? Como temos nos portado? Nossas ações também são generosas para com aqueles que estão ao nosso redor?

“Em tudo o que fiz, mostrei a vocês que mediante trabalho árduo devemos ajudar os fracos, lembrando as palavras do próprio Senhor Jesus, que disse: ‘Há maior felicidade em dar do que em receber’ “. Atos 20.35

“O generoso prosperará; quem dá alívio aos outros, alívio receberá. Provérbios 11.25

Um dos frutos da generosidade é a prosperidade. Sim, sei o quanto tal palavra está desgastada entre nós, pois não é agradável o contexto em que geralmente ela é usada. Além disso, muitas vezes, apenas demonstram os maus desígnios de um coração enganoso, egoísta e que age com base em interesses próprios. Realmente é importante que provemos as motivações de nosso coração. O nosso exemplo em ser generoso vem de Jesus, pois sua vida sempre demonstrou tal característica, e nós somos chamados a viver da mesma forma que Ele viveu.

Isso não é algo que podemos simplesmente imitar se o próprio Espírito de Deus não nos conceder ternura e amor profundo por aqueles que estão ao nosso redor. Ainda mais em um mundo quebrado e cheio de dor. Nossa tendência é nos fecharmos para que, de alguma forma, possamos nos poupar do sofrimento. O que precisamos entender, é que quando despertados ao amor, nosso coração transborda. Sim, dar é melhor que receber. E perceber o quanto Deus nos é generoso nos dá grande gratidão, só podemos responder com o mesmo tipo de ação.

“Aleluia! Quão feliz é a pessoa que teme ao Senhor e tem grande prazer em seus mandamentos! Sua linhagem será poderosa no país,abençoada geração de homens íntegros. Em sua casa haverá bens e riquezas, e sua justiça permanece para sempre. Desponta nas trevas como luz para homens retos: é benigno, piedoso e justo. Bem-aventurado quem se compadece e empresta com generosidade, e com honestidade administra todos os seus negócios!” Salmos 112.1-5

Oração: Senhor Jesus, nos ajude em nossas fraquezas. Nos ajude a ter um coração como o teu e a ser generoso com os outros, assim como És conosco. Que o amor seja uma marca fluindo em nós, de dentro para fora. Amém!

 Generosidade significa: ”virtude daquele que se dispõe a sacrificar os próprios interesses em benefício do outro”. Ou seja, ser generoso é dar, mas não esperar retorno, buscar apenas a satisfação do outro. Que virtude mais preciosa! Você sabia que andar em generosidade é uma orientação bíblica para nós? Iremos tratar sobre esse assunto em nosso blog nesse mês.

Existe alegria ao ser generoso

Quando lemos a segunda carta de Paulo à igreja de Coríntios, o capítulo 9 nos traz um texto cheio de detalhes sobre generosidade. Apesar de ser um texto usado para o momento das ofertas, ele nos traz um aspecto da generosidade que é muito verdadeiro: o aspecto de dar com alegria. ”Cada um dê conforme determinou em seu coração, não com pesar ou por obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria”. 2 Coríntios 9:7.

Nesse sentido, perceba que a generosidade dá sem peso ou remorso, não espera retorno. Ao contrário do avarento que também dá, mas com a atitude errada em seu coração, como uma obrigação e espera por algum reconhecimento ou vantagem. Aliás, outro aspecto que percebemos da generosidade é o prazer nessa atitude.

Logo, existe alegria ao ser generoso. A generosidade não diz apenas ao valor monetário, temos tanto a dar para alguém. Nosso tempo, nosso conhecimento, nossa força, nossas palavras sim, nossas palavras. Podemos abençoar e elogiar as pessoas, orar por aqueles que precisam, nós podemos visitar as pessoas e dispor do nosso tempo. Tudo isso faz parte de um coração grato que se expressa em generosidade e amor. Não temos desculpas para não sermos generosos.

Desse modo, o amor é a ação que caminha junto da generosidade. Paulo mais uma vez nos lembra disso: “E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que eu entregue meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me traria benefício algum”. I Coríntios 13:3.

Não há desculpas para não sermos generosos

Ademais, precisamos enxergar a necessidade do outro, lembre do exemplo dos amigos de Jó que não foram bons amigos em seu momento mais difícil, porém, a atitude generosa de Jó de interceder por eles fez com Deus o abençoasse em dobro. Pois o coração generoso é assim visto por Deus, como alguém que reflete os atributos do próprio Deus generoso e está sempre buscando favorecer o outro.

Ou seja, andar em generosidade é a expressão de uma vida que muito recebe e por isso é grato. Podemos ser generoso no nível que estamos, seja ele qual for. Não há desculpas para  não sermos generosos. Quer exemplos práticos e simples? Comece elogiando pessoas a sua volta, isso tornará o dia do seu próximo mais leve. Que tal embelezar alguém com uma peça de roupa sua? Não aquela roupa já surrada, pelo contrário dê o seu melhor, dê com alegria. Não há ninguém que não possa ser generoso, até as viúvas pobres que vemos na bíblia eram generosas. A generosidade motivada pelo amor entende que o próximo é toda pessoa que precisa de algo, sendo assim, ela te faz perceber o outro.

Para exemplificar, eu conheci uma pessoa que marcou minha vida com sua generosidade. Ela era muito simples, aposentada e que precisava comprar todo mês seus remédios, ou seja, ela não teria como ser generosa distribuindo esmolas ou dando dinheiro às pessoas próximas a ela. Mas ela nunca deixava você sair da casa dela de mãos vazias, ainda que fosse um pano de prato de presente, uma dúzia de ovos de suas galinhas de estimação ou mesmo um docinho que ela recém tinha assado.

É melhor dar do que receber

Sem dúvida, pessoas generosas não medem esforços para alegrar a vida do outro, até porque isso é o que enchem elas de prazer. E acredite no que a bíblia diz: “ é melhor dá do que receber”. E como já vimos não se preocupe com dinheiro, a generosidade vai além. Deus deu algo a nós que dinheiro nenhum no mundo cobriria o valor: seu Filho.

Por fim, nós podemos expressar nossa gratidão a Deus, estendendo generosidade ao nosso próximo. Não espere a ocasião certa, pois a generosidade não mede esforços e não exige nada. Lembre-se sempre: existe alegria em ser generoso. C.S. Lewis disse: “Há uma doce teologia do coração que só se aprende na escola da renúncia”. Que tal começarmos hoje mesmo a praticar um coração movido pela generosidade?

Deus abençoe!

Vocês serão enriquecidos de todas as formas, para que possam ser generosos em qualquer ocasião e, por nosso intermédio, a sua generosidade resulte em ação de graças a Deus”. 2 Coríntios 9:11.

Louvai ao SENHOR, porque ele é bom; porque a sua benignidade dura para sempre.
Louvai ao Deus dos deuses; porque a sua benignidade dura para sempre.
Louvai ao Senhor dos senhores; porque a sua benignidade dura para sempre.
Salmos 136:1-3

Dia de ação de graças! Ainda que seja uma data tradicionalmente estadunidense, aproveitamos este dia para, mais uma vez, nos lembrarmos de como a bondade do Senhor tem nos alcançado.

Um dia para trazer a memória o que pode nos dar esperança. Para lembrar a nossa própria alma quem é o Senhor dela. Um dia para rendermos louvor ao Senhor, pois certamente Sua bondade dura para sempre.

Para comemorarmos esse dia, trouxemos três histórias de gratidão. Esperamos que elas fortaleçam a sua jornada!

História de Gratidão Emi Sousa

 

História de Gratidão Hamilton Rabelo

 

História de Gratidão Yaná Amorim

 

Feliz dia de ação de graças!

Uma das experiências mais incríveis que podemos ter como cristãos, é conhecermos o real significado de generosidade e compaixão. Pois, dessa forma, podemos saber como sente o coração de Deus. Afinal, o que a Bíblia tem a nos ensinar sobre generosidade e compaixão? E como temos caminhado tendo esses valores como centro de nossas ações?

Não sei se você já passou por necessidades intensas, onde se via sem saída e precisando de um grande milagre. Talvez, em alguns desses momentos, alguém em seu caminho foi a mão que te amparou em graça generosa e profunda compaixão. Apenas quem foi suprido assim, reconhece o valor dessas ações.

No dicionário on-line de Português, podemos encontrar a seguinte definição sobre generosidade: “Característica da pessoa generosa, de quem se sacrifica em benefício de outra pessoa; Ação generosa; comportamento que expressa bondade. Em que há prodigalidade, abundância, fartura; liberalidade.”

Vejamos alguns exemplos de como a Bíblia expressa generosidade e compaixão:

O Bom Samaritano

A Parábola do Bom Samaritano é profundamente tocante. Pois, ela nos ensina que os princípios do reino de Deus não estão estabelecidos naquilo que falamos e nem mesmo sobre nossas funções, mas sobretudo, em como agimos.

Lucas 10.25-37 nos narra que Jesus contou essa Parábola quando estava sendo colocado a prova por um perito da lei. Pois, seu intuito em questionar não era sobre sua preocupação em obedecer a Deus, o que ele desejava, era testar a Jesus.

Na Parábola, vemos um homem sendo assaltado, espancado e deixado para morrer na beira do caminho. Duas pessoas passam pela vítima e nada fazem. O Sacerdote e o levita, que eram os homens que seguiam a Deus, preferem se manter distante de um problema que não eram deles.

Quem sabe, também temos medo de nos envolvermos em problemas que não são nossos. Muitas vezes, preferimos nos afastar e evitar complicações. Mas, esse não é nosso chamado divino. Nosso chamado é para nos envolvermos e sermos resposta diante das situações humanas. Então, precisamos refletir o quanto temos agido com generosidade e compaixão.

Amando como Jesus

Quando penso em generosidade me lembro de alguns cristãos que conheci e que amam o próximo de uma maneira extremamente abnegada. Muitas dessas pessoas abriram mão de seus próprios confortos pessoais e se arriscaram a ajudar alguém, mesmo sendo isso um risco. Não estou dizendo com isso, que devemos ser imprudentes e loucos. Mas, se pensarmos na Parábola do Bom Samaritano, vemos este homem pagando por uma conta que não era dele. Ele escolheu se responsabilizar por aquele que não podia cuidar de si próprio.  

E, não foi isso também que Jesus fez por nossas próprias vidas? Afinal, Ele se despiu de sua glória para se tornar homem como nós e nos salvar dos nossos pecados. Jesus derramou sua vida na cruz para que pudéssemos ser livres. Sendo rico, se fez pobre, por amor a cada um de nós.

“Pois vocês conhecem a graça de nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, se fez pobre por amor de vocês, para que por meio de sua pobreza vocês se tornassem ricos.” 2 Coríntios 8:9

Eu cresci em uma família cristã, meu pai é um evangelista. Muitas vezes, a porta da nossa casa se fez aberta para pessoas desajustadas e as margens da sociedade. O que era difícil para entender quando criança, inclusive o dividir, faz todo sentido agora. Ainda me lembro de alguns rostos e muitas histórias, sei que pessoas foram transformadas e nós com certeza, muito mais abençoados que eles.

Generosidade e Cobiça

“O cobiçoso cobiça todo dia, mas o justo dá e nada retém.” Provérbios 21.26

Todos precisamos sonhar e ter metas na vida. Mas, não devemos inchar nosso coração com a cobiça e o desejo de apenas possuir coisas, status e posição para nós mesmos. Onde está o nosso tesouro, aí também estará o nosso coração (Mateus 6.21). E sabemos que não podemos servir a dois senhores: A Deus e as riquezas (Mateus 6.24).

É claro que não devemos pensar em generosidade e compaixão apenas em termos de dinheiro. Pois, ninguém está excluído de exercer os valores do reino. Ser generoso e exercer compaixão não é sobre uma quantidade, mas é sobre o coração. Pois todos podemos participar independente das limitações de nossos recursos.

Deus é tão graciosa, que não damos pelo que temos, mas, pela fé que possuímos. Não damos aos outros quanto nos sobra, mas damos porque sabemos que essa é a vontade de Deus. Somos generosos porque Deus é generoso em tudo o que faz.  

“Que variedade, Senhor, nas tuas obras! Fizeste todas elas com sabedoria; a terra está cheia das tuas riquezas” Salmos 104.24

Missões, Generosidade e Compaixão

Talvez você já tenha ouvido inúmeras histórias de missionários e como Deus milagrosamente supriu suas necessidades em momento oportuno e de forma extraordinária. Essas histórias são verdadeiras. Deus é um bom Pai e que cuida de seus filhos, inclusive daqueles que estão em missões.

Então, devemos pensar nas motivações de nosso coração em relação às ofertas missionárias. Não devemos dar por necessidade ou pena, mas por amor a obra de Jesus. A obra que Ele nos comissionou a fazer: Ir por toda a terra proclamado o seu reino, até que todos O conheçam.

Um excelente modelo que devemos seguir, quanto a sermos generosos em missões, é descrita por Paulo em 2 Coríntios 8.2: “a profunda pobreza deles transbordou em grande riqueza de generosidade”. Independente da realidade financeira da Igreja da Macedônia, ela demonstrou generosidade para com o Ministério de Paulo. E como Igreja Brasileira, como temos agido?

Ações Práticas

Fomos inspirados pela história do bom Samaritano e chamados a nos envolvermos com as causas através de um coração generoso e cheio de compaixão, tanto pelos perdidos e como por aqueles que estão ao nosso redor.

Não somos generosos apenas quanto a dinheiro, mas também podemos doar nosso tempo e habilidade. Não doamos a missões por pena ou dó, mas porque acreditamos na obra da redenção e obedecemos a ordem de Jesus para ir e anunciar as boas novas de seu reino.

Então, nesta semana responda a este ensino fazendo algo generoso para alguém. Pode ser um conhecido ou mesmo alguém que você esteja vendo pela primeira vez. Lembre-se: “Mais bem-aventurado é dar do que receber. (Atos 20.35). E não esqueça de nos contar como foi essa experiência para você. 

Você consegue perceber gratidão em suas atitudes? Sim, eu sei que as vezes é difícil ser grato em meio à tantas dificuldades ou até mesmo sonhar em certas ocasiões da nossa vida. Eu não sei você, mas mesmo assim eu continuo tendo expectativas, sonhos, esperança e Fé. E não é porque tudo vai muito bem, um mar de rosas, na verdade muitas vezes está um caos. Mas quer saber? Mesmo em meio ao caos, dúvidas e incertezas temos muito pelo quê agradecer. 

Observando também as ausências em gratidão

Já parou para pensar que muito do nosso crescimento e amadurecimento veio por meio de perdas e ausências? Há muitas formas do nosso coração expandir e nossa “alma” ser fortalecida. E isso quando coisas boas acontecem e quando não há coisas boas. Mas às vezes só será possível essa expansão por meio das perdas e ausências dessas coisas boas ou das “dádivas”. E é isso que leva nosso amor a Deus a novos patamares. A experiência de sofrimento é dolorosa, sim. Mas é aqui que a Soberania de Deus “buga” nossa mente. 

O sofrimento testa nosso amor por Deus principalmente para ver se, com apenas as coisas boas vindas Dele, não estamos tornando essas “dádivas” em ídolos. Pense sobre isso. Queremos seguir a Deus pelos benefícios e dádivas ou pelo zelo e temor a um Deus Criador? O pecado não está nas coisas, mas no coração humano, logo, essas coisas boas devem ser recebidas como dádivas vindas de Deus e não como um deus em si. Não devemos nos apegar a essas coisas boas buscando nelas algo que jamais seremos capazes de encontrar. Onde as dádivas são adoradas e não o doador. 

Visto que todas as coisas criadas por Deus são boas, nada deve ser rejeitado se for recebido em ações de graças, pois são santificadas pela palavra de Deus e pela oração. I Timóteo 4:4-5.

Sejamos gratos em todo tempo

Por isso eu continuo tendo expectativas, sonhos, esperança e Fé. Eu só posso descansar no Deus que será sempre e sempre a minha, a nossa porção. “Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram.” Romanos 12:15 

É a graça que nos capacita a se alegrar e a sofrer. Precisamos ser confiantes na graça de Deus como suficiente para todas as nossas necessidades.

Joe Rigney¹ escreveu: “A graça deve reinar, o amor deve cobrir multidões de pecados, feridas e descuidos, e Cristo deve fazer o que é impossível para nós”.

Alinhe seu coração a uma atitude de gratidão. Pois a verdadeira gratidão recebe tudo que Deus dá, acolhendo o que é bom com deleite e os momentos ruins com um profundo senso de “entristecidos, mas sempre alegres.” 2 Coríntios 6:10. A gratidão ama dar o merecimento e o valor do doador de toda boa dádiva. Mantenha-se nesse lugar de ser agradecido à Deus, que quer tudo o que Deus quer e que recebe tudo como amostra da bondade de Deus e sempre conserva o coração pronto a adorar a Deus por isso.²

Por isso mesmo sem saber o que será daqui para frente, das coisas ruins que estão acontecendo, ou de tudo que ainda receberemos de dádivas, permaneçamos confiante na Soberania de Deus. Tudo isso faz parte da preparação que Deus está operando em nós. Ele é a nossa esperança futura. Assim, com um coração grato e cheio de esperança, mantenhamos nossa fé nEle, pois Ele é nosso Alvo e motivo de nosso viver. Viver é Cristo e nós podemos desfrutar dessa vida, quer seja em meio a alegrias e dádivas, quer seja em meio às incertezas.

¹ Livro: As coisas da Terra. Joe Rigney.

²William Law.