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Rendição: uma resposta de adoração e louvor

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Render graças talvez seja um dos maiores desafios daquele que segue a Cristo. Isso ocorre porque demonstrar agradecimento a Deus por todas as circunstâncias, sejam elas favoráveis ou difíceis, é um sinal de confiança, algo custoso na prática. Logo, um dos significados que mais gosto sobre palavra render é o ato de “fazer cessar a resistência, vencer, submeter-se” ou em outra definição pessoal, se render é se desarmar. Assim, Deus em sua infinita grandeza e sua soberania manifesta sua glória, e nós, respondemos com adoração e louvor, entendendo que louvar não é se ausentar de guerra, mas ter certeza de quem está à frente dela. Enquanto um povo rendia graças, o Senhor foi lutar a guerra, uma batalha que Ele mesmo disse a Josafá: “é minha! ”. Assim, como posicionar nosso coração nesse lugar de plena confiança que o rei de Judá se submeteu?

“Depois de consultar o povo, Josafá nomeou alguns homens para cantarem ao Senhor e o louvarem pelo esplendor de sua santidade, indo à frente do exército, cantando: “Deem graças ao Senhor, pois o seu amor dura para sempre. ” (2 Crônicas 20:21)

 

Um estudo de caráter

O capítulo 20 do Livro de 2 Crônicas descreve o reinado do rei Josafá no século IX a.C., em um contexto de divisão do antigo Reino de Israel em Judá e Israel. Enquanto Josafá governou Judá, o Reino do Norte, Israel, estava sob influência pagã e liderança corrupta. É muito interessante olhar para os reinados em I e II Crônicas como um estudo de caráter, pois a História nos apresenta dois tipos de rei: os que foram obedientes e os infiéis.

Portanto, Josafá, certamente se enquadra na categoria de reis que foram zelosos para com o Senhor. Assim, em 2 Crônicas 17:3-4 diz que “O Senhor esteve com Josafá, porque ele andou nos primeiros caminhos de Davi, seu pai, e não buscou os baalins. Pelo contrário, buscou o Deus de seu pai e andou nos seus mandamentos, e não segundo as obras de Israel.” Dessa forma, Josafá foi importantíssimo na história por promover um certo tipo de reforma em Judá, restaurando a adoração a Deus e removendo ídolos.

 

Liderando em oração

No capítulo em questão, vemos que o rei enfrenta uma ameaça de invasão e o desenrolar da história foi uma sequência de acontecimentos que acabaram em uma majestosa vitória. Primeiro os inimigos se reúnem contra Judá, a nação responde se reunindo para buscar a Deus juntos, Josafá então, lidera a assembleia em oração. Houve uma rendição sincera nessa atitude. Havia medo da parte do rei? Sim. O medo, no momento em que o rei se viu cercado, foi uma reação natural diante de um perigo. É como se ele estivesse dizendo: “Senhor, estamos alarmados, precisamos de Ti agora! ”

Na oração de Josafá a primeira coisa que ele faz é reconhecer a grandeza de Deus, veja 2 Crônicas 20:6:

e disse: — Ó Senhor , Deus de nossos pais, não és tu Deus nos céus? Não és tu que dominas sobre todos os reinos dos povos? Na tua mão está a força e o poder, e não há quem te possa resistir”

Assim que reconhecemos a grandeza de Deus, a nossa pequenez é exposta. Josafá poderia ter recorrido a qualquer outra coisa, mas o que ele fez foi procurar a orientação de Deus a partir do lugar da oração. E Deus respondeu a oração de Josafá e a promessa de vitória é dada através de um profeta. Deus disse a Josafá e ao povo que eles deveriam se acalmar, e apenas contemplar a salvação do Senhor a favor deles.

 

Prostrados em rendição

A primeira resposta dada ao Senhor, logo após Josafá e o povo ouvirem de Deus foi prostrar-se em rendição. Eles não precisaram proferir nenhuma palavra a mais, o ato de estar em silêncio com o rosto em terra já diz muito sobre a profundidade dessa adoração. Deus ama quando voltamos nosso coração em rendição, creio que é a vontade Dele para nós assim como a bíblia reafirma em Lucas 10:27 “Ame o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma, com todas as suas forças e todo o seu entendimento”.

2 Crônicas 20:18 descreve:

 “Então Josafá se prostrou com o rosto em terra, e todo o Judá e os moradores de Jerusalém também se prostraram diante do Senhor e o adoraram”.

Que precioso deve ter sido esse momento, a adoração e louvor genuínos de um rei que escolheu, assim como Davi, confiar no Senhor, sem se apoiar no seu próprio entendimento (Provérbios 3:5). Que se posicionou não só com o seu corpo, mas com seu coração, atribuindo ao Senhor a glória que Ele merece! (Salmos 29:2). É possível lembrar do episódio de Davi e Golias em 1 Sm 17:47, onde Davi diz:

 “Saberá toda esta multidão que o Senhor salva, não com espada, nem com lança; porque do Senhor é a guerra, e ele vos entregará nas nossas mãos”. 1 Sm 17:47

 

A glória é do Senhor

Após consultar o povo, o rei designou cantores para o Senhor e ordenou que fosse à frente do exército. Qual era o propósito de tudo isso? Qual era a razão de Deus ter feito os cantores irem a frente? Somente e unicamente para a glória Dele! Não foi a primeira vez que Deus usou uma circunstância de caos e guerra para manifestar a Sua glória. Quando compreendemos isso, passamos a lidar com as adversidades de outra maneira, saímos do lugar de murmuração, de medo e ansiedade para um lugar de gratidão. Davi escreve em Salmos 27:2-3:

“Quando homens maus avançarem contra mim para destruir-me, eles, meus inimigos e meus adversários, é que tropeçarão e cairão. Ainda que um exército se acampe contra mim, meu coração não temerá; ainda que se declare guerra contra mim, mesmo assim estarei confiante. ” Sl. 27:2-3

Precisamos ter uma vida de rendição, uma vida de adoração e louvor se quisermos ser como os adoradores que o Senhor procura. É surpreendente saber exatamente as palavras cantadas naquele momento: “Deem graças ao Senhor, pois o seu amor dura para sempre”. Uma verdadeira expressão de gratidão a Deus, glória a Ele, que guerreia por nós. Por que Deus faria isso? Porque Ele é amor, e a Palavra diz em Salmos 100:4-5:

“Entrem por suas portas com ações de graças e em seus átrios com louvor; deem-lhe graças e bendigam o seu nome. Pois o Senhor é bom e o seu amor leal é eterno; a sua fidelidade permanece por todas as gerações” Sl. 100:4-5

 

3 ferramentas para uma vida de rendição

Diferente de séculos atrás, hoje não vivemos em um contexto de guerras e ameaças de invasão conforme descrito na Bíblia, mas isso não quer dizer que não temos nada a aprender com essas histórias, pelo contrário, estudar os conflitos e a vida dos antigos reis nos ensinam a não errar e a entender as atitudes as quais Deus se agrada. As maiores batalhas do cristão – pelo menos no nosso contexto –  hoje, acredito serem as batalhas dentro da nossa mente e contra nós mesmos. Dá para contar nos dedos as vezes em que fui grata e expressei verbalmente a Deus a minha gratidão nos últimos dias, isso já é um exemplo de como somos esquecidos e acostumados com a rotina. Com isso, deixo aqui 3 ferramentas para cultivar uma vida de rendição:

1. Oração

Estabelecer um estilo de vida que tem oração como prioridade no dia, isso inclui a meditação nas Escrituras. Também inclui fazer como Josafá fez diante do seu problema, ele orou reconhecendo quem Deus é e levando sua causa até Ele. Comece agradecendo pela manhã louvando a Deus pela sua fidelidade segundo Salmos 59:16: “mas eu cantarei louvores à tua força; de manhã louvarei a tua fidelidade”.

2. Entrar em parceria com Deus

Está totalmente ligado ao estilo de vida de oração. É estar atento a voz do Senhor, ser intencional em buscar de Deus o que o próprio Deus quer, é basicamente ser alguém que não faz as coisas movido pelo que acha. Assim como Josafá aconselhou em 2 Crônicas 18:4: “Mas acrescentou: “Peço-te que busques primeiro o conselho do Senhor”.

3. Se desarmar

Explicando isso, lembro de alguns momentos em minha vida em que quis parecer ser forte, diante de Deus e dos homens, vezes em que eu quis “dar uma mãozinha” para Deus, em outras palavras, eu queria estar no controle (no controle da minha vida, dos meus sentimentos, do meu trabalho, do meu futuro, da minha vida financeira…). Quando a gente se desarma, a gente se submete. Submissão é obediência, e obedecer é amar, como disse Jesus em João 14:21: “Aquele que tem os meus mandamentos e obedece a eles, esse é o que me ama”. Se desarmar é falar “Senhor eu deixo o seu amor me vencer pois não há nada do que eu faça que seria melhor do que te entregar tudo. ” (Spoiler: o amor Dele sempre vence!)

 

A nossa resposta

Não existe absolutamente nada, maior que Deus. Enfrente os problemas, desde o mais simples até o mais complexo, sabendo que eles sempre serão inferiores ao Senhor e ao que Ele tem para nós. Nenhuma guerra é maior que Ele. Essas são atitudes daqueles que amam e reconhecem que Deus tem o controle de suas vidas, independentemente das circunstâncias que venham a enfrentar.

Minha oração é que, à medida que conhecemos mais a Deus, passemos a ter como cerne da nossa adoração a beleza e esplendor do Senhor, assim como aqueles homens que se colocaram à frente em adoração e louvor, rendendo graças em meio a uma situação tão incerta, eles provavelmente entenderam aquilo que o salmista declara em Salmos 96:6: “Glória e majestade estão diante dele, força e formosura, no seu santuário”. Depois dessa revelação da beleza de Deus, qual outra resposta daremos ao Senhor, se não a rendição em adoração? Que nos levantemos e passemos a contemplar quem Deus é, pois Ele sim já foi a frente, antes mesmo que soubéssemos. Ele já venceu, por isso cantai ao Senhor, todas as terras; proclamai a sua salvação, dia após dia!

 

Júlia Santana de Sousa – Aluna do Fascinação Turma 19

Salmos, o livro que contém poesia de uma maneira tão profunda que pode ser apreciado em grandes doses por aqueles que apreciam essa forma de escrita. Portanto, gostaria de trazer um pouco do significado da palavra Salmos e suas características. 

 

Significado de “salmos”

Os Salmos, cujo título em grego significa “canções sacras acompanhadas de instrumentos” e o título hebraico se traduz como “louvores“, são uma coleção de cânticos e poemas religiosos escritos por várias pessoas em diferentes épocas. Dessa forma, esses textos poéticos são uma parte da cultura israelita desde a antiguidade até os dias de hoje.

Composto por 150 capítulos, o livro dos Salmos abrange uma ampla gama de emoções e expressões de fé. Os Salmos podem ser classificados em várias categorias, incluindo salmos de louvor e adoração, lamentação e tristeza, salmos de ação de graças, salmos sapienciais e salmos reais.

Essas composições poéticas da tradição judaica desempenham um papel vital nas práticas de adoração e devoção. Muitas vezes cantados ou recitados durante serviços religiosos, os Salmos conectam o indivíduo com o divino, oferecendo palavras de louvor, gratidão, busca por orientação e consolo em momentos de dificuldade.

Ao longo dos séculos, este livro transcendeu as fronteiras religiosas e culturais, sendo apreciado por pessoas de diferentes credos e tradições espirituais. Além disso, seu conteúdo poético e sua mensagem de fé, esperança e renovação continuam a ressoar com os leitores até os dias de hoje.

Sem sombra de dúvidas, os Salmos é um livro recheado de adoração e devoção, na minha humilde análise um livro profundo e completo que expressa o anseio de muitos corações já que foi escrito por mais de uma pessoa. 

 

Salmos e a adoração 

A importância dos salmos no contexto adoração é tão abrangente que me faltariam palavras para expressar aqui o quanto podemos adorar a Deus através desse livro. Sendo assim, de uma maneira poética e extravagante, os Salmos expressam o profundo anseio do ser humano de adorar ao Criador de todas as coisas. 

A exemplo disso, quero repartir alguns versículos que expressam isso de maneira profunda. 

 

Dai ao Senhor a glória devida ao seu nome, adorai o Senhor na beleza da santidade. 

Salmos 29:2

 

¹ Graças te dou, Senhor, de todo o meu coração; cantarei louvores a ti diante dos deuses.² Prostro-me diante do teu santo templo; louvo teu nome por teu amor e tua fidelidade, pois engrandeceste acima de tudo teu nome e tua palavra.³ Quando eu clamo, tu me respondes; coragem e força me dás.⁴ Os reis de toda a terra te darão graças, Senhor, pois todos eles ouvirão tuas palavras.⁵ Sim, cantarão a respeito dos caminhos do Senhor,  pois a glória do Senhor é grande. 

Salmos 138:1-5

 

Os dois exemplos acima são Salmos do rei Davi, e ele foi talvez o mais famoso salmista deste livro. O rei Davi conseguiu expressar suas dores, pecados, anseios, devoção, mas inegavelmente o que mais ele expressou em seus salmos foi adoração. 

 

Além do que podemos expressar

Adoração e os Salmos têm uma grande conexão. Além do mais, muito disso se deve a que ao nos aproximarmos do nosso Amado, de alguma maneira nossa língua irá expressar o que nossos olhos podem enxergar e o que nosso coração consegue sentir. 

Dessa forma, cantar, orar, declarar, meditar e adorar através dos salmos se tornará uma maneira de aprofundar seu relacionamento com Jesus. 

 Lindas palavras comovem meu coração; recitarei um belo poema a respeito do rei, pois minha língua é como a pena de um habilidoso escritor. Salmos 45:1

 

Poesias em adoração 

Certamente existem muitos motivos para adorar ao Senhor. Afinal, a criação foi feita para adorar ao rei. Além disso, dentro de cada um de nós existe um anseio por declarar o quão poderoso, soberano, maravilhoso e incrível Ele é!  Portanto, aprender sobre o caráter e os atributos de Deus te levará a uma vida de adoração a Ele. 

Assim, nesse livro você e eu podemos encontrar ferramentas e chaves para acessar a esse lugar. O qual os salmistas adentraram em louvor e adoração a Ele. E dessa forma, adorar a Jesus pode se tornar tão simples como respirar, inclusive se tornar uma necessidade diária. 

  Ó Deus, tu és meu Deus;

 eu te busco de todo o coração.

  Minha alma tem sede de ti;

  todo o meu corpo anseia por ti

  nesta terra seca, exausta

  e sem água.

  Eu te vi em teu santuário

  e contemplei teu poder e tua glória.

  Teu amor é melhor que a própria vida;

  com meus lábios te louvarei.

  Sim, te louvarei enquanto viver;

  a ti em oração levantarei as mãos.

  Tu me satisfazes mais que um rico banquete;

  com cânticos de alegria te louvarei.

  Quando me deito, fico acordado pensando em ti,

  meditando a teu respeito a noite toda.

  Pois tu és meu auxílio;

  à sombra de tuas asas canto de alegria.

  Minha alma se apega a ti;

  tua forte mão direita me sustenta. 

Salmos 63:1-8

 

Adoradores verdadeiros 

 Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. João 4:23

 

Esse versículo em João fala que o Pai procura esses verdadeiros adoradores que adorarão a Ele em espírito e verdade. Mas você consegue imaginar a grandiosidade disso? 

Espero que Deus possa encontrar em você e em mim um desses muitos adoradores que irão passar sua vida adorando a Ele em espírito e verdade! E assim, haverá homens e mulheres cujo anseio é exaltar ao nosso Deus como Ele merece e farão isso através das suas vidas! 

Contudo, precisamos entender que adoração está plenamente ligada à plenitude. Porém, isso vai muito além dos nossos cultos aos domingos. Isso exige ir além dos nossos limites e forças para prestar adoração ao Rei.

Vamos voltar à essência da adoração extravagante, adoração por amor e uma maneira perfeita de começar isso é descobrindo a poesia da adoração através dos Salmos. 

 

Que Deus te abençoe! 

Provavelmente você já deve ter ouvido muitas definições sobre o que é adoração. Portanto, dentre todas as definições de adoração, a pessoa de Jesus deve ser o foco daquilo que reunimos para fazer como igreja, ou de qualquer momento do nosso dia-a-dia. Nosso coração deve estar fascinado por Deus, pois se Jesus não for o alvo e o foco da nossa adoração, jamais estaremos O adorando. Dessa forma, quero falar aqui sobre o significado de adoração em espírito e em verdade, e essa vai muito além de uma boa canção no período de louvor.

Muito além de canções

Embora as canções que cantamos nos ensinem sobre quem Deus é, nos instigam a amar mais a Deus, ou nos confronta a vivermos uma vida de devoção, esse momento simplesmente não define o que a adoração em espírito e em verdade significa.

Adorar significa concordar com quem Deus é. Sendo assim, sempre que erguemos nossas mãos e declaramos: “Tu és exaltado, Tu és digno“, ou seja, todas as vezes em que concordamos com quem Ele é, existe uma fagulha de adoração nascendo em nosso meio.

Adoração é uma resposta

Adoração também é uma resposta a quem Deus é. Vemos em Apocalipse 4:8 que João tem um vislumbre do que acontece na sala do trono, e ali o Senhor é adorado. À medida em que Ele é contemplado, a resposta dos que estão ali é declarar quem Ele é e lançar as suas coroas diante dele:

 

⁸ E os quatro animais tinham, cada um de per si, seis asas, e ao redor, e por dentro, estavam cheios de olhos; e não descansam nem de dia nem de noite, dizendo: Santo, Santo, Santo, é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, que era, e que é, e que há de vir.
⁹ E, quando os animais davam glória, e honra, e ações de graças ao que estava assentado sobre o trono, ao que vive para todo o sempre,
¹⁰ Os vinte e quatro anciãos prostravam-se diante do que estava assentado sobre o trono, e adoravam o que vive para todo o sempre; e lançavam as suas coroas diante do trono, dizendo:
¹¹ Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder; porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade são e foram criadas.

Apocalipse 4:8-11

Logo, vemos nesse texto que adoração não tem nada a ver conosco. Na verdade, ela existe desde a eternidade passada e continuará existindo na eternidade futura. Adoração existe simplesmente porque o Senhor é digno de ser adorado. Ela começa nele e terminará nele.

 

A natureza da verdadeira adoração

Quando falamos em adoração em espírito e em verdade, o episódio que vem à mente é o de Jesus e a mulher samaritana à beira do poço. Esse é um dos diálogos mais conhecidos das escrituras.

Nessa conversa em João 4, Jesus traz muita clareza sobre o que Deus espera de nós como adoradores. Ele diz:

Vós adorais o que não sabeis; nós adoramos o que sabemos porque a salvação vem dos judeus.
Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. João 4:22,23

Havia um conflito entre judeus e samaritanos sobre o lugar onde a adoração deveria acontecer. Jesus traz um esclarecimento sobre isso dizendo: “vocês estão preocupados com o lugar, mas vocês adoram quem vocês não conhecem”. Portanto, adoração não envolve apenas boas intenções, a adoração pressupõe uma resposta adequada à revelação divina do vivo Deus.

Em definição pode-se dizer que na adoração em espírito e em verdade as nossas afeições devem ser empregadas juntamente com o intelecto e que o nosso homem interior deve servir com o corpo, alma, mente e espírito. Ou seja, não dá para adorar somente levantando as mãos e propagar um som com nossa vez sendo que nossa mente e intelecto está à mercê de outras coisas.

Desse modo, a natureza da adoração deve governar o modo como adoramos. Alguns estudiosos dizem que o objetivo da adoração determina a sua condição. Isto é, o Deus que fez o homem à sua imagem e semelhança, espera que o homem o adore em conformidade ao seu valor e caráter revelado nas escrituras.

Como Deus deseja ser adorado

Adorar em verdade

Talvez você não saiba disso, mas um dos aspectos da idolatria é adorar uma ideia de quem Deus é, sem que Ele seja isso. Ele revelou Seu caráter nas Escrituras, logo, ao nos achegarmos a Ele devemos adorá-lo conforme aquilo que Ele mesmo revelou de Si. Sendo assim, qual é o tipo de adoração que o Pai procura?

Um escritor chamado Vanhoozer diz que “o modo como adoramos molda o modo com nós cremos”. Ou seja, se a nossa adoração é vazia e superficial a nossa fé será vazia e superficial. Por isso, é muito importante a leitura da Palavra para que possamos conhecer ao Deus que estamos adorando. Dessa forma, não correremos o risco de formar em nossa mente uma imagem daquilo que desejamos que Ele seja.

Dessa forma, não posso adorar ao Senhor quando tudo me vai bem, porque assim eu vejo a bondade de Deus. Mas quando as circunstâncias não são boas, e eu creio que Ele continua sendo bom, porque Ele não muda.  Que possamos adorá-lo como uma árvore plantada junto a ribeiros de água, que produz bons frutos ou como uma casa firmada sobre a rocha.

Adorar em espírito

Quando adoramos em espírito, podemos adorá-lo em qualquer lugar. Ou seja, não estamos condicionados às quatro paredes, ou aos cultos de domingo. Nós temos o Espírito de Deus habitando em nós, então podemos adorá-lo na rua, no trabalho, na nossa casa, nas tarefas mais ordinárias e corriqueiras do dia-a-dia.

Não sei se você parou para pensar, mas o Criador de todas as coisas, que não tem falta de nada, e que não precisa da nossa adoração, procura por aqueles que O adorem em espírito e em verdade.

Além disso, Ele é um Pai que procura não por amigos, colegas ou sobrinhos, mas filhos que O adorem em espírito e em verdade. E quando nós o adoramos nós somos transformados e somos moldados à sua imagem e semelhança. À medida em que o conhecemos, o contemplamos, respondemos em adoração, e isso nos transforma, nos muda. Ou seja, a adoração não muda quem Deus é, ela muda quem eu sou.

Uma vida de adoração

Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus. 1 Coríntios 10:31

Uma vida de adoração é uma vida que faz tudo para a glória de Deus. Adoração tem a ver com as nossas escolhas, com nossas renúncias. Isso envolve pegar o pacote completo de quem somos e render àquele que é digno de todas as coisas.

Não existe uma vida dupla de adorador diante dos olhos de Deus. Ou seja, não sou um adorador apenas quando “entro na igreja”. Toda a minha existência deve ser rendida à Cristo, não apenas aos fins de semana, nos turnos. Quem O adora em espírito vive uma vida inteira para a glória do Senhor em todos os aspectos da sua realidade.

 

O louvor nos momentos de culto

Por outro lado, também devemos ter o zelo e o temor de nos lembrarmos diante de quem nós estamos enquanto adoramos. Por isso, é de suma importância ter entendimento sobre a natureza da adoração e saber que cantar é também uma atividade teológica, e é uma forma de adoração.

Muitos já devem ter ouvido que o momento de louvor é para nos preparar para o tempo da Palavra. Na verdade, o louvor já nos ensina através de canções cristocentricas e teologicamente corretas.

Contudo, o louvor nos leva a contemplar quem Deus é, e cantar é uma atividade teológica e um dos gestos mais vívidos da conexão entre a teologia e doxologia. Teologia é o estudo de Deus e doxologia significa “louvor”. Ambos caminham juntos, ou seja, não há verdadeira adoração sem teologia. Portanto, a teologia deve nos conduzir a uma resposta de louvor.

Dessa forma, quanto maior for o nosso conhecimento e nossa compreensão das verdades das Escrituras, mais elevada será a nossa resposta.

 

Qual será nossa resposta?

Nós fomos criados para expressar a infinita dignidade da glória de Deus. C.S. Lewis vai dizer “nós não seremos capazes de adorar a Deus nas ocasiões mais sublimes se não tivermos adquirido o hábito de adorá-lo nas coisas mais simples”.

Dessa forma, precisamos entender que não existem tarefas em que Deus se sente mais honrado e mais adorado que outras. O adoramos no lavar a louça, no servir ao próximo, no ser mão, ser filho. Nos dias mais escuros e frios ou nos mais iluminados e quentes. Em todas as tarefas o Senhor pode ser glorificado.

Ele é um Deus vivo que ama se relacionar conosco, por isso, devemos contemplá-lo e render a nossa vida e o nosso dia-a-dia a Ele. A adoração é uma resposta genuína de um coração que compreende quem Deus é e reconhece  Seu valor.

O Pai procura aqueles que o adoram em espírito e em verdade, que olham para Ele e são transformados à medida em que O adoram, qual será a nossa resposta diante disso?

Às vezes, a oração é um tópico de difícil prática na nossa vida individual. Então nós vamos para o texto de 2 Samuel 7 hoje extrair algumas lições da vida de Davi e minha intenção é tornar essas lições algo prático para te ajudar a cultivar uma vida de oração.

 

Construindo uma casa para o Senhor

O rei Davi já morava em seu palácio e o Senhor lhe dera descanso de todos os seus inimigos ao redor. Certo dia ele disse ao profeta Natã: “Aqui estou eu, morando num palácio de cedro, enquanto a arca do Senhor permanece numa simples tenda Natã respondeu ao rei: “Faze o que tiveres em mente, pois o Senhor está contigo”. 2 Samuel 7:1-3

No contexto do capítulo 7  vemos que Davi está vivendo um período de paz diante de seus inimigos. E Davi demonstra aqui o desejo de construir uma casa para o Senhor. O profeta Natã diz a ele para fazer segundo o que estava em seu coração.

Portanto, o profeta recebe uma mensagem do Senhor e ele retorna e diz a Davi:

E naquela mesma noite o Senhor falou a Natã:
“Vá dizer a meu servo Davi que assim diz o Senhor: Você construirá uma casa para eu morar? Não tenho morado em nenhuma casa desde o dia em que tirei os israelitas do Egito. Tenho ido de uma tenda para outra, de um tabernáculo para outro. Por onde tenho acompanhado os israelitas, alguma vez perguntei a algum líder deles, a quem ordenei que pastoreasse o meu povo Israel: “Por que você não me construiu um templo de cedro? ” 2 Samuel 7:4-7

Davi, em toda a sua juventude, e mesmo durante o seu reinado, sempre demonstrou uma preocupação de que Deus não tinha um lugar para habitar. Ele não tinha um lugar onde sua presença era contida diante da adoração e reconhecimento do povo. Além disso, em Salmos 27:4, vemos que Davi faz disso o alvo da sua vida: estar na casa de Deus e contemplá-lo durante todos os dias da sua vida. Dessa forma, o legado que esse rei queria deixar para Israel seria um templo onde o Senhor pudesse habitar.

 

A promessa de Deus para Davi

A resposta que Deus dá a Davi foi muito diferente do que ele esperava. Porém, Deus faz a ele grandes promessas:

Quando a sua vida chegar ao fim e você descansar com os seus antepassados, escolherei um dos seus filhos para sucedê-lo, um fruto do seu próprio corpo, e eu estabelecerei o reino dele.
Será ele quem construirá um templo em honra do meu nome, e eu firmarei o trono dele para sempre. 2 Samuel 7:12,13

Então, o Senhor promete a Davi que seu filho construiria para Ele uma casa, mas que o reinado de Davi seria estabelecido para sempre. Ou seja, Deus faz uma promessa messiânica para Davi de que alguém de sua descendência seria estabelecido para sempre no trono.

Todavia, o que Davi esperava ouvir de Deus era uma aprovação para o seu desejo de construir um lugar para o Senhor. Assim, Davi vai para o lugar de oração e começa a dialogar com o Senhor.

 

A oração de Davi

O profeta Natã joga um balde de água fria nos planos de Davi, porém ele decide orar sobre o que ele acabou de escutar. Imagine que seria como se Davi dissesse: “Ok, Natã, obrigado, mas eu preciso falar com o Senhor a respeito do que você acabou de me dizer”.

Assim, Davi decide falar com o único que pode resolver aquilo que estava em seu coração, que pode sondá-lo e ajudá-lo a lidar com o que ele estava sentindo.

Então o rei Davi entrou no tabernáculo, assentou-se diante do Senhor, e orou: “Quem sou eu, ó Soberano Senhor, e o que é a minha família, para que me trouxesses a este ponto? 2 Samuel 7:18

Assim, vemos que a oração de Davi é uma resposta ao que Deus acabara de falar. Isso nos mostra que a nossa vida de oração deve acontecer em resposta ao que Deus disse. Ou seja, nossas orações precisam ser baseadas naquilo que Deus já nos disse em sua Palavra.

 

Lições de Davi para uma vida de oração

 

1. Orar a Palavra

Se hoje você se encontra insatisfeito sobre o estado da sua vida de oração. Ou quando você se coloca no lugar de oração e não sabe o que dizer, ou simplesmente se sente entediado, e que as coisas não fluem. Eu recomendo que você entre no lugar de oração com a Bíblia aberta.

Além do mais, é muito importante orar a partir das Escrituras, pois assim nós pedimos a Deus aquilo que Ele já disse que faria em Sua Palavra. Ou seja, isso nos livra de orações vazias e sem sentido.

No verso 18 vemos que Davi se achega diante do Senhor e simplesmente reflete sobre o que Deus disse. Isto é, ele medita nas palavras de Deus.

2. Se achegar a Deus com gratidão

Davi chega diante do Senhor após ter um pedido de oração negado, mas por outro lado, ele estava grato pelas promessas que o Senhor lhe faz. Isso nos mostra que devemos aplicar isso em nossa vida de oração.

Primeiro, Davi reconhece a sua pequenez diante do Senhor e reconhece que não teria chegado onde chegou se não fosse pela mão do Senhor e pela Sua vontade.

Por amor de tua palavra e de acordo com tua vontade, realizaste este feito grandioso e o revelaste ao teu servo.
“Quão grande és tu, ó Soberano Senhor! Não há ninguém como tu nem há outro Deus além de ti, conforme tudo o que sabemos. 2 Samuel 7:21,22

Quando nos achegamos diante do Senhor, precisamos nos lembrar das bênçãos de Deus nas nossas vidas. O Senhor faz e já fez tanto por mim e por você, além disso, tudo que vivemos é por causa da Sua graça e misericórdia.

Assim, Davi não chega diante do Senhor dizendo que o que ele colheu foi fruto da sua fidelidade ou de todas as obras que ele realizou, mas porque o Senhor o levou até ali. Davi diz: “quem sou eu, Senhor para viver todas essas promessas?” 

Por isso, se há frieza em sua vida de oração, uma dica do que você pode fazer é se colocar diante do Senhor com gratidão e trazer à memória tudo que Deus já fez na sua vida. Quantas coisas colhemos hoje que são fruto da mão e da bondade de Deus?

E se você nada encontrar, lembre-se de que Ele te alcançou com graça e salvação. Ou seja, o que Jesus conquistou, o perdão, a redenção, e a adoção que recebemos, e a oportunidade de ter a vida eterna com Ele. Isso é um imenso motivo para sermos gratos ao Senhor.

3. Orar uns pelos outros

No lugar de oração, Davi não se preocupa apenas com si mesmo e com suas promessas. Ele também se lembra do seu povo. Ou seja, sua oração abriu uma janela para um mundo muito mais amplo que suas próprias necessidades.

E quem é como o teu povo Israel, a única nação da terra que tu, ó Deus, resgataste para dela fazeres um povo para ti mesmo, e assim tornaste o teu nome famoso, realizaste grandes e impressionantes maravilhas ao expulsar nações e seus deuses de diante dessa mesma nação que libertaste do Egito? 2 Samuel 7:23

Uma vida de oração deve refletir o coração de Deus pelos outros. Davi se alegra pelas bênçãos de Deus que alcançavam todo o povo de Israel. Além disso, Davi foi abençoado por Deus através da promessa da sua descendência. Pois afinal, Jesus é conhecido como o rebento de Jessé, e como o filho de Davi.

Em Mateus 6, Jesus nos ensina a oração do Pai nosso, e ali, Ele nos ensinou a orar não de uma forma individualista, mas pensando em uma família, pois afinal, Deus é nosso Pai.

Vocês, orem assim: ‘Pai nosso, que estás nos céus! Santificado seja o teu nome. Mateus 6:9

Com essa oração, Jesus nos ensina a olhar para a necessidade uns dos outros e orar pelos nossos irmãos. Não é pedir pelo meu pão de cada dia, mas sim pelo pão nosso. Além disso, nos ensina sobre pedir perdão ao Senhor, a partir de um lugar onde eu também estendo perdão àqueles que tem me ofendido. Não é sobre pedir para que o Senhor me livre da tentação, mas também que esse mesmo poder alcance meus irmãos.

Pedindo pelo que Deus prometeu

No versículo 25, Davi pede:

“Agora, Senhor Deus, confirma para sempre a promessa que fizeste a respeito de teu servo e de sua descendência. Faze conforme prometeste, 2 Samuel 7:25

Em sua oração, Davi reconhece que foi tomado de graça e misericórdia, e agradece ao Senhor. Mas antes de terminar, ele lembra o Senhor daquilo que Ele falou que iria fazer, e pede para que Ele faça de acordo com o que prometeu.

Assim, Davi transformou a promessa de Deus em sua oração, ou seja, ele não pede por nada novo, mas simplesmente pelo que o Senhor já disse que iria fazer. Logo, Davi diz ao Senhor que essa promessa foi o que lhe deu ânimo para chegar diante do Senhor em oração.

Dessa forma, a fé verdadeira ela se apega no que Deus disse e nas Suas promessas. Para cultivar uma vida de oração, devemos nos apegar às promessas de Deus em Sua Palavra e transformá-las em oração. Mas alguém pode pensar assim: “por que orar e não apenas esperar já que Deus prometeu que faria?”. Na verdade, a oração é a forma como as promessas de Deus são entregues, isto é, o veículo pelo qual tudo que Deus prometeu chega até nós.

Por isso, quando você orar, se apegue às promessas de Deus na Bíblia. Se achegue a Ele, e lembre-o: “Senhor, tua palavra diz que bondade e misericórdia me seguirão todos os dias, então, eu peço por essa promessa se cumprindo em minha vida”.

Assim, você nunca deve ir para o lugar de oração com as mãos vazias, mas sim com a Palavra de Deus e pedir pelo que Ele já disse que iria fazer.

Que essa lição da oração de Davi possa te ajudar a cultivar uma vida de oração diante do Senhor. Que Deus te abençoe!

 

A conhecida galeria dos heróis da fé, exibida em Hebreus 11, apresenta grandes homens e mulheres que tiveram suas vidas fundamentadas nas promessas do Senhor. Ao observar os seus feitos, o autor da carta destaca alguns frutos gerados pela fé: “Estes, por meio da fé, venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam a boca de leões, apagaram a força do fogo, escaparam ao fio da espada, da fraqueza tiraram força, tornaram-se poderosos na guerra, puseram em fuga exércitos estrangeiros.” Hebreus 11:33‭-‬34

De todas as conquistas descritas, uma delas parece diferente de todas as outras: de fracos, tornaram-se fortes. Essas pessoas se posicionaram com fé no Senhor e, ao colocar à Sua disposição as suas fraquezas, foram canais de manifestação do poder dEle na terra. Logo, nós também podemos ter nossas fraquezas transformadas em força, basta que saibamos o que fazer com elas. 

 

Encarando suas fraquezas

A palavra grega usada para “fraqueza” em Hebreus 11:34 é astheneia, que aparece também em 2 Coríntios 12:

“Mas ele me disse: A minha graça te é suficiente, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. Por isso, de muito boa vontade me gloriarei nas minhas fraquezas, a fim de que o poder de Cristo repouse sobre mim. Por isso, eu me contento nas fraquezas, nas ofensas, nas dificuldades, nas perseguições, nas angústias por causa de Cristo. Pois, quando sou fraco, então é que sou forte.” 2 Coríntios 12:9‭-‬10 

 

Na verdade, essa é uma carta em que Paulo fala sobre o tema algumas vezes (veja 2 Coríntios 11:30, 13:4), enfatizando o reconhecimento de suas fraquezas e as relacionando com o aumento do poder de Deus operando nele. Ele foi um dos exemplos mais impactantes de um cristão verdadeiramente forte, porque escolheu uma vida de fraqueza para que o Evangelho fosse evidenciado nele. 

O apóstolo confronta nossos corações quando sugere que não deveríamos nos gloriar ou contentar em nossa própria força, mas sim em nossas fraquezas. Fazer isso não é algo natural para nós e, portanto, exige fé. Quando nos consideramos fortes, enaltecemos a capacidade humana, julgando que ela é suficiente em si mesma; mas quando nos vemos como fracos, somente então o poder de Deus nos faz fortes.

 

Re(conhecer)

Para além de admitir sua dependência e fragilidade diante do Senhor, o processo de se tornar forte passa por outra etapa: a de conhecer Sua Palavra e Seus preceitos. Após a morte de Moisés, Josué recebeu de Deus as seguintes instruções:

“Seja somente forte e muito corajoso. Tenha o cuidado de cumprir toda a lei que meu servo Moisés lhe ordenou. Não se desvie dela nem para um lado nem para o outro. Assim você será bem-sucedido em tudo que fizer. Relembre continuamente os termos deste Livro da Lei. Medite nele dia e noite, para ter certeza de cumprir tudo que nele está escrito. Então você prosperará e terá sucesso em tudo que fizer. Esta é minha ordem: Seja forte e corajoso! Não tenha medo nem desanime, pois o Senhor, seu Deus, estará com você por onde você andar”. Josué 1:7‭-‬9

Ser forte e corajoso está intimamente ligado à obediência e ao conhecimento de quem Deus é. Não basta apenas esvaziar-se da força humana; é preciso encher-se da Palavra que vem da boca do Senhor. Não é suficiente reconhecer as fraquezas; é necessário conhecer o Deus que faz o fraco ser forte. Aquele que conhece não teme, mesmo sendo o mais fraco dos homens. Ele segue confiante, e a fraqueza se torna força porque permanece no lugar de intimidade com Aquele que o faz forte e corajoso.

 

Afinal, para que ser forte?

Ao impulsionar Josué, o Senhor tinha uma missão em mente, um motivo pelo qual ele precisava ser forte e corajoso. Vemos esse objetivo nos versos anteriores:

“Meu servo Moisés está morto; prepara-te agora, atravessa este Jordão, tu e todo este povo, para a terra que estou dando aos israelitas. Ninguém poderá te resistir todos os dias da tua vida. Como estive com Moisés, assim estarei contigo; não te deixarei, nem te desampararei.” Josué 1:2‭,5

O Senhor tinha uma promessa a cumprir e queria um colaborador para agir em Seu nome.  A missão de Josué incluía mover-se com autoridade diante do povo de Israel, mas também diante das demais nações, que seriam por ele subjugadas. Ele foi chamado para lutas impossíveis aos homens, e as venceu quando o Senhor assim decretou.

Veja, Josué não liderou os israelitas nas conquistas territoriais e obteve sucesso em inúmeras batalhas por sua própria força. Antes, em sua obediência e submissão, mostrou que compreendia a grande distância entre sua força humana e a força de Deus. Então, a partir desse entendimento, o Senhor o fortaleceu, o que tornou seus feitos possíveis.

 

O fraco participa da obra de Deus

De fato, todos os heróis da fé mostraram em suas proezas a força de Deus, não a própria. Eles foram parte da obra redentiva do Senhor na história e, assim como eles, também nós podemos colaborar com o Seu mover na terra.

Ainda existem promessas a serem cumpridas, e o Senhor deseja encontrar parceiros para chamá-las à realidade. Não porque Ele precisa, mas porque, na nossa fraqueza, a Sua força resplandece e isso O dá glória.

Os que aceitarem o desafio de se tornarem verdadeiramente fortes, tal como Josué, não serão deixados ou desamparados, mas a presença constante do Senhor os fortalecerá. E, no lugar de esterilidade, Ele fará brotar os mais belos frutos.

 

Acredito que o chamado de Josué é um chamado que tem ecoado de geração em geração. E talvez nunca antes na história foi tão necessário sermos fortes e corajosos. Afinal, ser forte e corajoso é um desafio que muitos de nós enfrentamos ao longo da vida. Portanto, acredita-se que a força e a coragem são características inerentes a poucos privilegiados, mas na realidade, todos temos a capacidade de desenvolvê-las e cultivá-las em nós através do nosso relacionamento com Deus.

Não fui eu que lhe ordenei? Seja forte e corajoso! Não se apavore, nem se desanime, pois o Senhor, o seu Deus, estará com você por onde você andar”. Josué 1:9 

 

O que é ser forte e corajoso?

Ser forte não significa apenas ter músculos ou resistência física. A verdadeira força, portanto, reside na capacidade de enfrentar os desafios emocionais, mentais e espirituais que se apresentam em nosso caminho. Isto é, significa ter a determinação e a perseverança para seguir adiante quando tudo parece estar contra nós. Além disso, ser forte envolve saber lidar com as adversidades, aprender com os erros e buscar soluções mesmo diante das dificuldades.

A coragem, por sua vez, está diretamente ligada à força. Ser corajoso significa enfrentar os medos e as inseguranças que nos paralisam. É ter a disposição de sair da zona de conforto e arriscar o desconhecido. É assumir responsabilidades, buscar novos desafios e não se intimidar diante das opiniões alheias. A coragem nos empurra para além dos limites que nós mesmos estabelecemos, permitindo-nos evoluir e transformar.

Ser forte e corajoso não é uma tarefa fácil, mas é extremamente gratificante. É um processo contínuo de autodesenvolvimento, autoconhecimento e superação. Requer disciplina e resiliência e acima de tudo um coração em Deus. É necessário acreditar no seu potencial e em tudo o que Deus depositou em você, mesmo quando todos ao redor duvidam da sua capacidade.

 

Aprendendo a ser forte e corajoso no lugar de oração

No lugar secreto, no lugar de oração é o lugar no qual encontramos força e coragem. Nossa busca pela Presença do Senhor nos tornará esses homens e mulheres aos quais Deus tem chamado através das gerações. 

Foi no lugar de oração que Davi encontrou força e coragem para enfrentar Golias. Da sua intimidade com Deus, Débora exerceu governo sendo profetiza e juíza para Israel, uma mulher que entrou para história por sua coragem e força. Neste mesmo lugar Daniel aprendeu que nada pode parar um homem e uma mulher que ora. Por isso sua história de força e coragem é contada até hoje. 

Muitos outros poderíamos citar pois são verdadeiros heróis da fé, fazem parte da grande nuvem de testemunhas que nos incentivam a ter fé e a transmitir a mensagem que o Senhor nos confiou. 

Portanto, também nós, uma vez que estamos rodeados por tão grande nuvem de testemunhas, livremo-nos de tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos envolve, e corramos com perseverança a corrida que nos é proposta,  Hebreus 12:1 

Todas as gerações antes de nós deixaram uma marca e um legado, sua história tem sido um exemplo para ser seguido. Assim, nosso papel é sermos parte desses que irão marcar essa geração e que irão comunicar a mensagem de Jesus em plenitude. 

Então, pense que sua vida de força e coragem tem servido de inspiração para outros. Além do mais, existem pessoas que são fortalecidas porque você tem perseverado, tem prosseguido mesmo em meio ao caos, em meio às adversidades. 

Nosso Deus segue escolhendo improváveis e os transformando em governantes. Ele segue colocando fora todos os nossos medos e inseguranças e nos chamando de fortes e corajosos como Josué. Por isso, quero compartilhar um pouco sobre um outro versículo que fala sobre essa força que vem de Deus. 

 

Fortaleçam-se no Senhor (Efésios 6:10)

Neste versículo, o apóstolo Paulo nos encoraja e nos fortalece com a seguinte mensagem: “Finalmente, fortaleçam-se no Senhor e na força do seu poder.” 

Essas palavras são uma exortação do apóstolo Paulo aos cristãos em Éfeso, convidando-os a confiar em Deus e em Sua poderosa força. Então, através dessa frase, Paulo nos lembra que, como crentes, não estamos sozinhos ou impotentes diante dos desafios da vida. Pelo contrário, somos chamados a nos fortalecer no Senhor e confiar em Sua capacidade de nos guiar e nos capacitar.

A vida neste mundo não é fácil e somos constantemente confrontados com adversidades, tentações e batalhas espirituais. Às vezes, podemos nos sentir fracos, desamparados e incapazes de enfrentar essas situações com nossa própria força. No entanto, o apóstolo Paulo nos lembra que não precisamos depender de nossa própria força ou habilidade, mas podemos confiar no poder de Deus para ser forte e corajoso.

Quando nos aproximamos de Deus, somos fortalecidos em nosso espírito e na nossa fé. Ele nos capacita com a força para enfrentar tudo o que pudermos encontrar. Deus é a nossa fonte de poder e força, e quando estamos unidos a Ele, Ele nos capacita a superar todas as dificuldades que surgem em nosso caminho.

A expressão “fortaleçam-se no Senhor e na força do seu poder” nos incentiva a estar em comunhão com Deus, buscando-o em oração, meditando em Sua Palavra e cultivando uma relação próxima com Ele. É através dessa comunhão que encontramos fortalecimento e capacitação para enfrentar os desafios da vida.

Além disso, quando estamos fortalecidos por Deus, nos tornamos instrumentos de Sua graça e poder para alcançar outros em sua caminhada espiritual. Podemos encorajar e fortalecer aqueles que estão ao nosso redor, mostrando-lhes o amor de Deus e compartilhando a esperança que encontramos em Cristo.

Tesouros encontrados em Efésios 6:10 

Em resumo, Efésios 6:10 nos convida a confiar e depender do poder de Deus em nossa vida diária. Quando nos fortalecemos no Senhor, encontramos coragem, força e capacitação para enfrentar qualquer situação que estejamos passando. Que possamos lembrar dessas palavras e buscar a presença de Deus, permitindo que Ele nos fortaleça e nos guie em cada passo da nossa jornada.

Que neste dia você possa ser fortalecido em Deus em todas as áreas da sua vida. 

Deus está levantando uma geração que vai responder a sua convocação e comunicar a mensagem caminhando com força e coragem!

 

É impossível falar de coragem sem pensar nos medos que enfrentamos. Se fizermos uma lista, serão inúmeros os receios guardados no coração. Assim, em nossa humanidade, nos preocupamos com o futuro e os desalentos que podem acontecer. Afinal, são milhões de incertezas e gigantes diferentes para cada pessoa. Então, como desenvolver coragem em meio a tudo isso? Lembra da história de Jó e de como ele teve que encarar aquilo que mais lhe dava pavor? 

Aquilo que temo me sobrevém, e o que receio me acontece. Não tenho descanso, não tenho sossego, não tenho repouso; só tenho inquietação.” Jó 3:25,26

Não é diferente com cada um de nós. No entanto, apesar de todos os temores, existe um lugar seguro para ter as forças renovadas e a coragem para seguir de fé em fé. Além do mais, até o jovem cheio de vigor se cansa, mas os que esperam no Senhor são renovados. (Isaías 40.30-31)

 

Como desenvolver coragem?

Coragem é a virtude para combater pequenos e grandes desafios. Ou seja, não é a ausência do medo, mas é prosseguir reconhecendo fraquezas e confiando em Deus mais do que em nosso potencial para vencer nossas batalhas. 

Por isso, o povo de Deus sempre foi encorajado a ser forte. Não é isso que está registrado no livro de Josué?

“Não foi isso que eu ordenei? Seja forte e corajoso! Não tenha medo, nem fique assustado, porque o Senhor, seu Deus, estará com você por onde quer que você andar.” Josué 1:9

Portanto, a Bíblia demonstra em diversas situações como homens e mulheres semelhantes a nós desenvolveram coragem em obediência a Deus. Logo, podemos nos inspirar em suas histórias e na jornada de outros heróis da fé. 

 

Corrie Ten Boom: Uma história de amor, coragem e fé 

Corrie Ten Boom foi a primeira mulher relojoeira licenciada na Holanda. Ela esteve à frente de seu tempo. Com seu pai Casper Ten Boom, aprendeu o ofício e também sobre fé. Além disso, eles ajudaram a esconder judeus perseguidos pelos nazistas. 

A vida dessa mulher corajosa e de sua família é inspiradora. Ela esteve no campo de concentração, travou lutas físicas e emocionais indescritíveis, mas nunca negou sua fé. E, mesmo presa, foi uma testemunha viva do amor de Cristo. Além disso, também aprendeu a perdoar os seus ofensores. Ela disse que:

“Quando confiamos em Deus, somos fortalecidos com uma coragem que transcende nossos próprios limites.” Corrie Ten Boom 

Coragem nos faz sair da zona de conforto, nos leva a crescer em fé, maturidade e confiança no Senhor. Logo, ao desenvolver coragem aprendemos a vencer desafios apesar do perigo que cerca as nossas vidas. E enfim, superamos obstáculos e somos levados até a morrer por amor a Deus. 

 

Milagre em uma fornalha

“A verdadeira coragem é seguir a vontade de Deus, mesmo quando o mundo ao nosso redor nos desencoraja.” A. W. Tozer

Amo a história de Daniel e seus amigos, principalmente na ocasião em que o rei Nabucodonosor mandou construir uma imagem de ouro para ser adorada por todos. Porém, os amigos de Daniel corajosamente não se submeteram ao mandato do rei mesmo diante da iminente morte. 

Nabucodonosor lhes disse: — Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, é verdade que vocês não prestam culto aos meus deuses, nem adoram a imagem de ouro que levantei?

Agora, pois, se vocês estão prontos, quando ouvirem o som da trombeta… prostrem-se e adorem a imagem que eu fiz. Mas, se não a adorarem, serão, no mesmo instante, lançados na fornalha de fogo ardente. E quem é o deus que os poderá livrar das minhas mãos?

Sadraque, Mesaque e Abede-Nego responderam ao rei: — Ó Nabucodonosor, quanto a isto não precisamos nem responder.

Se o nosso Deus, a quem servimos, quiser livrar-nos, ele nos livrará da fornalha de fogo ardente e das suas mãos, ó rei.

E mesmo que ele não nos livre, fique sabendo, ó rei, que não prestaremos culto aos seus deuses, nem adoraremos a imagem de ouro que o senhor levantou. Daniel 3:14-18

Isso me faz refletir, qual tem sido a nossa resposta diante dos desafios e dos medos que nos cercam? Sucumbimos ou agimos com fé? Mesmo que nossa carne pereça, nossa alma é fortalecida no Senhor, pois toda força vem dele. 

 

Escolha viver corajosamente

“Você não precisa ter medo do futuro quando você tem um Deus poderoso e fiel ao seu lado.” – Billy Graham

As pressões às quais somos submetidos são oportunidades propícias para intensificar o nosso clamor, para exercer fé e vermos milagres acontecerem. O povo que conhece a Deus pode desenvolver coragem e se tornar um povo forte e corajoso. E assim, podemos andar sobre as águas se mantivermos os olhos firmados em Cristo Jesus.

Por isso, a forma de desenvolver coragem é primeiro confiar em Deus e naquilo que diz em sua Palavra. Pois quanto mais o conhecemos e obedecemos os seus mandamentos, mais seguros ficamos em caminhar na sua voz. Quantos ensinos podemos receber de homens como Daniel, Davi, os discípulos e tantos outros personagens bíblicos? Também é possível nos inspirar em histórias de cristãos como Corrie Ten Boom. 

 

Minha oração é para que eu e você possamos escolher viver corajosamente independente das circunstâncias. Que o medo não nos paralise ao ponto de sucumbirmos, mas que tenhamos fé no Senhor para vencer nossos gigantes. 

“Não deixe o medo paralisar você; em vez disso, deixe a fé em Deus impulsioná-lo para a coragem.” – Charles R. Swindoll

Eu não sei você, mas mesmo em meio a cenários desafiadores e tempos difíceis, tenho esperança, sonhos e fé. Mesmo diante do caos, dúvidas e incertezas, há muito pelo que agradecer. Muitas vezes, nosso crescimento e amadurecimento vêm por meio de sofrimento, perda ou ausência. Existem diversas formas de expandir nosso coração e fortalecer nosso interior, tanto em momentos de conquistas assim como quando estamos enfrentando desafios. Assim, a ausência de certas dádivas ou coisas boas pode nos levar a buscar a Deus e aprofundar nosso amor por Ele.

Por isso, pense comigo: De onde vem sua força? Da juventude, saúde, dinheiro, sucesso profissional, família, amigos, time de futebol ou quem sabe de algum partido político? Se sua força estiver apenas nessas coisas passageiras e terrenas, ela será frágil demais. Porém, se sua força estiver em Deus, você encontrará segurança, pois Ele é uma rocha eterna, uma fortaleza. Ele te amparará na fraqueza, nos momentos difíceis. Somente Ele pode te animar, restaurar e te salvar.

A Busca pela Força Verdadeira

Enfim, vamos recordar uma passagem bíblica que nos ensina como podemos depositar nossa força em Deus. Você se lembra de quando Josué, após a morte de Moisés, foi escolhido para dar continuidade ao plano de Deus de conduzir o povo à terra prometida? Deus disse a Josué:

Esforça-te e tem bom ânimo, pois você fará com que este povo herde a terra que jurei a seus pais que lhes daria. Seja forte e corajoso, para que você cumpra fielmente toda a lei que meu servo Moisés lhe ordenou. Não se desvie dela, nem para a direita nem para a esquerda, para que você seja bem-sucedido em tudo o que fizer.” (Josué 1:6-7)

Essa passagem bíblica destaca a importância de fortalecermos nossa determinação e confiarmos na fidelidade de Deus. Assim como Josué foi encorajado a ser forte e corajoso, somos lembrados de que, quando estamos enfrentando desafios, devemos nos apoiar em Deus e seguir diligentemente os caminhos que Ele nos revelou. Isso mostra a importância da fé.

Logo, ao colocarmos nossa confiança em Deus, as lutas e dificuldades não desaparecem de nossas vidas. Ainda enfrentaremos momentos difíceis, doenças, problemas financeiros e familiares. No entanto, nossos corações estarão firmes, capazes de reagir com confiança e perseverança. Porque Deus não muda e a sua palavra é a lâmpada que nos guia.

A Meditação na Lei do Senhor

A mensagem transmitida a Josué é uma lição poderosa para nós hoje. Devemos nos apegar à orientação que Deus dá a ele e não nos desviarmos dela, nem para a direita nem para a esquerda. Essa direção  nos permitirá caminhar com prudência e sabedoria, independentemente dos desafios que encontramos em nosso caminho.

Perceba, não há promessa de conforto para Josué, há uma promessa de que Deus caminhará com ele. “Não te mandei eu? Esforça-te, e tem bom ânimo; não temas, nem te espantes; porque o Senhor teu Deus é contigo, por onde quer que andares”. Josué 1:9

Ao seguir as orientações divinas, não recebemos uma promessa de conforto, mas sim a promessa de que Deus caminhará conosco. Nós não precisamos de todos os nossos problemas resolvidos ou de todos os caminhos facilitados, também não precisamos de uma força nossa para conseguir vencer os desafios. Nós precisamos reconhecer a necessidade da presença de Deus na nossa vida. O primeiro passo é reconhecer os feitos e cuidados de Deus na nossa própria história.

 A força e a coragem não vêm de nós mesmos, mas do poder de Deus que opera em nós por meio do Seu Espírito Santo. Ao meditar na Lei do Senhor, abrimos espaço para que Deus trabalhe em nós e nos capacite a alcançar coisas extraordinárias.

Portanto, tornar-se forte e corajoso através da meditação na Lei do Senhor é essencial para uma vida plena e significativa. É mais do que uma opção – é uma necessidade. Devemos buscar diariamente a presença de Deus, mergulhar em Sua Palavra e permitir que Ele nos transforme, capacitando-nos a enfrentar todos os desafios que encontramos.

 

Enfrentando Desafios com Fé

Muitas pessoas resistem em seguir a orientação de Deus porque confiam demais em si mesmas, em seus sentimentos, emoções, intuições, experiências e aprendizados. Elas não possuem a ousadia de ter fé, de acreditar no que Deus disse, independentemente de suas emoções e pensamentos.

Ao despertarmos para a fé, somos desafiados a acreditar no que não é visível, simplesmente porque Deus assim o disse, como tem sido ao longo da história. Assim como Deus instruiu Josué a voltar-se para o que Ele já havia ordenado a Moisés, devemos evitar desviar-nos para a direita ou para a esquerda, sem tentar mudar a direção estabelecida por Deus.

Devemos meditar e aprender com as instruções de Deus por meio de Sua palavra, buscando uma comunhão diária e constante. É nesse caminho que encontraremos sucesso. E nesse caminho é que fica claro a importância da nossa fé em Deus.

Pois quando confiamos em Deus, recebemos uma graça para passar pelos vales da vida, graça essa que transcende o entendimento humano. Isso não é auto ajuda, ou psicologia emocional ou misticismo, isso é fé, confiança em Deus.

Podemos agir como José que mesmo sendo injustiçado, preso, manteve sua confiança e fé em Deus. Ou até agir como Jó que mesmo após perder tudo e sua esposa falar para ele amaldiçoar Deus e morrer, sua reação foi dizer: “ Eu sei que meu redentor vive!”. Isso é que não se explica. Isso é a confiança que Deus nos dá.

O Chamado para Ser Forte e Corajoso

Por fim, assim como Josué foi encorajado por Deus a ser forte e corajoso em sua jornada, também somos chamados a seguir esse exemplo. Devemos confiar no Senhor, lembrando que Ele está ao nosso lado em cada passo do caminho, capacitando-nos e guiando-nos para cumprir o propósito que Ele tem para nós.

A verdade é que nós somos frágeis, Deus olha para nossa estrutura e sabe que somos pó. Na verdade, na nossa força nós não conseguimos nada. Temos fraquezas emocionais, fraquezas físicas, morais e espirituais. Mas Deus sendo a nossa força, a cada dia as misericórdias dele são renovadas sobre nós, o choro da noite é cessado pela alegria da manhã.

A cada dia Deus fortalece mais a esperança dentro de nós e assim seguimos de força em força. Por isso, diante dos cenários mais difíceis, e mesmo enfrentando desafios a ordem divina é: Seja forte e corajoso.

Se alguém nasceu de novo, esse tem o Espírito Santo. Assim, quando acontece um derramar do Espírito, Ele nos capacita com dons espirituais. Dessa forma, estes dons devem ser usados para abençoar a comunidade onde cada cristão está inserido. Neste artigo, exploraremos a importância de usar esses dons do Espírito Santo, baseando-nos nas palavras do apóstolo Paulo em 1 Coríntios 12:12-20. Também mergulharemos na parábola de Jesus sobre a oração perseverante em Lucas 11:9-13, que nos incentiva a buscar e bater para recebermos o que precisamos do Senhor.

O Corpo de Cristo e os Dons do Espírito Santo

Ora, assim como o corpo é uma unidade, embora tenha muitos membros, e todos os membros, mesmo sendo muitos, formam um só corpo, assim também com respeito a Cristo. Pois em um só corpo todos nós fomos batizados em um único Espírito: quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um único Espírito. 1 Coríntios 12:12,13

Paulo usa a metáfora do corpo humano para descrever a unidade dos crentes em Cristo. Assim como o corpo tem várias partes diferentes, todos os crentes formam um só corpo em Cristo. Além disso, todos foram batizados em um só corpo pelo Espírito Santo e receberam o privilégio de receber do derramar do Espírito. Cada parte do corpo desempenha um papel único e necessário, e nenhuma parte pode considerar-se insignificante ou dispensável.

Da mesma forma, cada crente tem dons espirituais concedidos pelo Espírito Santo. Esses dons são dados por Deus para a edificação da comunidade de fé. Assim como o corpo não é feito de apenas uma parte, a comunidade de fé é composta por diferentes indivíduos com diferentes dons. Portanto, é essencial reconhecer e usar esses dons para fortalecer a comunidade e aprofundar a fé de todos.

A Oração Perseverante e a Promessa de Jesus

Em Lucas 11:9-13, Jesus ensina aos Seus discípulos sobre a importância da oração perseverante. Ele conta uma parábola de um amigo que insiste em pedir pão a outro amigo, mesmo quando inicialmente é recusado. O amigo acaba cedendo devido à insistência, ilustrando a necessidade de persistir na oração.

“Por isso lhes digo: Peçam, e lhes será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta lhes será aberta. Pois todo o que pede, recebe; o que busca, encontra; e àquele que bate, a porta será aberta. “Qual pai, entre vocês, se o filho lhe pedir um peixe, em lugar disso lhe dará uma cobra? Ou se pedir um ovo, lhe dará um escorpião? Se vocês, apesar de serem maus, sabem dar boas coisas aos seus filhos, quanto mais o Pai que está no céu dará o Espírito Santo a quem o pedir!” Lucas 11:9-13

Jesus encoraja Seus discípulos a pedir, buscar e bater. Ele prometeu que os pedem recebem, os que buscam encontram e que quando batermos, a porta se abriria. A exortação tripla de Jesus demonstra a importância de perseverar na oração e buscar a Deus com diligência. Ele promete que Deus, sendo bom, dará o Espírito Santo àqueles que O pedirem.

Pedir, Buscar e Bater: exemplos de respostas à oração

Na Bíblia, encontramos exemplos poderosos de pessoas que pediram, buscaram e bateram com fé, obtendo respostas surpreendentes. Um desses exemplos é Elias, um homem comum que orou fervorosamente para que não chovesse durante três anos e meio. Deus atendeu sua oração, e o céu enviou chuva somente após sua insistência em clamar.

Na história da igreja, vemos a história da mãe de Agostinho de Hipona, que intercedeu por sua conversão durante 33 anos. Mesmo enfrentando insultos e humilhações, ela perseverou em oração até que seu filho finalmente se converteu. Esses exemplos demonstram que o poder da oração perseverante pode trazer resultados extraordinários, movendo-se dentro da vontade de Deus.

Perseverando em Pedir, Buscar e Bater

Jesus nos encorajou a continuar pedindo, buscando e batendo. Afinal, Deus ouve nossas orações e responde de acordo com o que é melhor e dentro de Seu próprio tempo. Mesmo que a resposta não seja imediata, devemos confiar na bondade e compaixão de Deus.

Portanto, é importante que continuemos a pedir dons espirituais, cura, sinais e maravilhas, e que também peçamos pelo derramar do Espírito Santo. Há uma graça especial quando buscamos a Deus por causas que estão em Seu coração. Além disso, devemos buscar ativamente agir de acordo com as nossas orações, estudando a Palavra, vivendo em comunidade e buscando viver em harmonia com a vontade de Deus.

Um derramar do Espírito

Em um derramar do Espírito, somos chamados a reconhecer e usar os dons espirituais para abençoar a comunidade e fortalecer a fé. A parábola de Jesus sobre a oração perseverante nos lembra da importância de pedir, buscar e bater com fé e persistência. Deus ouve nossas orações e nos dá o que precisamos. Portanto, continuemos a pedir, buscando e batendo, confiantes de que Deus é bom e responderá de acordo com Sua vontade perfeita.

Vivemos em um mundo onde o ceticismo e a incredulidade aumentam cada  vez mais, não só na sociedade como também dentro da igreja. Como cristãos, não podemos nos ater apenas ao que é natural, pelo contrário, existe algo além do que podemos ver. Além do mais, o Espírito Santo ainda opera com seu poder e suas manifestações. Por isso, quero trazer aqui um pouco de algo que está disponível para nós: os dons do Espírito. 

 

A “Bíblia” de Jefferson

No final do Outono de 1819, um homem chamado Thomas Jefferson, na época com 77 anos, comprou uma Bíblia e uma navalha, e ele passou alguns meses lendo os quatro evangelhos, e ele se ocupou em cortar com a navalha cada referência à divindade ou aos milagres de Jesus. Logo, ele publicou essa “nova porção” das Escrituras, onde ele dá o nome de “A vida moral de Jesus de Nazaré”, que é conhecida hoje como a Bíblia de Jefferson. 

Nesse momento da história, em meados de 1819 e 1820, o mundo vivia o ápice do Iluminismo, um tempo onde os homens começaram a questionar tudo que até então era inquestionável. O Iluminismo trouxe a ideia de que era necessário existir uma explicação natural e razoável para qualquer coisa. 

Assim, Thomas Jefferson aborda Jesus como um homem que tinha bons ensinamentos morais e foi um grande exemplo de sabedoria. Ele acreditava nisso, mas não acreditava na divindade de Jesus e nem mesmo em seus milagres. Portanto, vemos que existem muitos hoje que utilizam os ensinamentos de Jesus para ensinarem segredos para uma vida melhor e uma vida de sabedoria.

 

Abraçando o sobrenatural

É muito triste pensar que muitos cristãos vivem como se uma vida além do natural não estivesse disponível a nós. Assim, vivem como se os milagres e as grandezas que Deus fez fossem coisas do passado, que ficaram nas páginas da história. No entanto, empurrar o sobrenatural para as margens da nossa vida, nos rouba de ver a plenitude da Palavra de Deus. Além disso, também nos rouba de tudo que está disponível para aqueles que estão em Cristo. 

Nós não temos como evitar o sobrenatural, afinal, ele está por todo lado, o tempo inteiro em nossas vidas: milagres acontecem todos os dias! Nós precisamos abraçar o sobrenatural, ter em nós o desejo de ver mais daquilo que Deus é capaz de fazer.

 

Os dons do Espírito estão disponíveis a todos

A cada um, porém, é dada a manifestação do Espírito, visando ao bem comum. Pelo Espírito, a um é dada a palavra de sabedoria; a outro, a palavra de conhecimento, pelo mesmo Espírito; a outro, fé, pelo mesmo Espírito; a outro, dons de cura, pelo único Espírito; a outro, poder para operar milagres; a outro, profecia; a outro, discernimento de espíritos; a outro, variedade de línguas; e ainda a outro, interpretação de línguas. Todas essas coisas, porém, são realizadas pelo mesmo e único Espírito, e ele as distribui individualmente, a cada um, conforme quer. 1 Coríntios 12:7-11

 

Em 1 Coríntios 12, Paulo está dizendo que para cada um, Deus deu uma manifestação do Espírito. E ele deu os dons do Espírito não para nosso próprio benefício, mas para o bem comum. Assim, Deus, em sua bondade despejou sobre cada cristão dons do Espírito para benefício do corpo de Cristo.

Isso significa que nós nunca seremos plenos até que depositemos dentro da comunidade onde estamos inseridos, os dons que o Senhor nos concedeu. Então, esse texto de Paulo nos leva a compreender que nós precisamos uns dos outros. Pois afinal, dons diferentes foram derramados sobre cada para que, como corpo, possamos nos complementar.

 

O dom da fé

Um dos dons do Espírito que Paulo cita é o dom de fé. O dom de fé é a capacidade de visualizar o que precisa acontecer e ter e ter a habilidade de acreditar que isso vai acontecer mesmo que pareça impossível. Ou seja, é mais do que a fé salvadora que recebemos ao nos tornarmos cristãos. Logo, é uma habilidade de ver além das circunstâncias adversas e enxergar as oportunidades para Deus agir. Aqueles que possuem esse dom têm a convicção de que Deus é capaz de intervir de maneira extraordinária.

Esse é o dom de alguém que cava fundo, como quem diz: “eu sei que Deus tem um enredo e uma história e o fim disso será glorioso”. Portanto, no nosso ceticismo somos confrontados com nossas dúvidas, como: “será que Deus é capaz de fazer? não tenho certeza disso”. Diante de situações impossíveis somos confrontados, muitas vezes, com nossa falta de fé. Por isso, precisamos orar ao Senhor diante da nossa incredulidade.

 

O dom de cura

Outro dom do Espírito citado por Paulo é o dom de cura. Sendo assim, curar, significa “tornar íntegro aquilo que está quebrado, aquilo que está danificado e precisando de restauração”. Vemos aqui, o desejo de Deus de que através do seu povo, homens e mulheres sejam completos ou plenos. Ou seja, curar, não apenas no sentido físico, mas também no âmbito de cura emocional, cura plena em todos os sentidos. 

Aqueles que possuem o dom de cura confiam que Deus pode curar o doente, eles oram em fé pela restauração física, espiritual, emocional e até mesmo psicológica dos necessitados. Ou seja, são pessoas que, movidas pela fé, Deus os usa para orar e trazer restauração. 

No entanto, devemos ser honestos e reconhecer que, embora Deus seja capaz de curar, nem sempre acontece tão frequentemente quanto desejamos. Os céticos vão dizer: “Se Deus pode curar, porque os hospitais estão cheios?” Mas o que Paulo está nos trazendo aqui é que na verdade, o dom de cura refere-se ao romper do Reino por meio daqueles que, com fé, pedem por cura. Isto é, são aquelas pessoas que a primeira opção delas, ao se deparar com um doente, ou com alguém com dor, não oferecem remédio, mas oferecem oração. Elas crêem que Deus pode curar a qualquer instante, e persistem em orar por cura. 

 

Dom de milagres

De acordo com o dicionário bíblico, “um milagre é um evento extraordinário que vai contra a natureza e não pode ser explicado pela ciência”. O que os cristãos acreditam é que eventos assim podem ser atribuídos a Deus. Por outro lado, o pensamento iluminista vê uma lacuna quando algo sobrenatural acontece. Mas nós olhamos e dizemos “vocês podem procurar lógica e sentido e não encontrarão, isso é um milagre!”

Existe um conceito chamado de “graça comum”. Isso significa que Deus dispensou bondade e misericórdia sobre todos, e de alguma maneira, tanto crentes quanto não crentes desfrutam de uma graça dada por Deus. Um exemplo disso é a capacidade que Deus deu ao homem de avançar na ciência e permitir que o avanço de cirurgias trouxesse o bem e a cura. Isso também é a mão de Deus. Mas o dom de milagres não pode ser vinculado aos meios naturais, não há como ser vinculado aos homens. O milagre não faz sentido, não tem lógica ou razão. 

 

Dois extremos para ficarmos atentos

Quanto a isso, existem dois extremos que devemos ter cuidado:

1. “Deus quer curar qualquer situação a qualquer momento e se não curar é porque eu não tenho fé

Esse pensamento é perigoso, e coloca em nós o fardo de Deus não curar. A verdade é que Deus faz certas coisas porque em sua sabedoria, ele tem uma razão que nós não entendemos.

2. Quando Deus não faz, eu tento defender Deus

Algumas vezes, nos colocamos em um lugar de defender a soberania do Senhor como se Ele fosse um Deus frágil e incapaz de sustentar a sua decisão. Procuramos por explicações para diminuir as expectativas do que Deus é capaz de fazer.

 

Qual deve ser a nossa resposta?

Existe uma história que pode nos inspirar sobre como devemos responder quanto a isso, e está em Daniel 3. 

Eis que o nosso Deus, a quem nós servimos, é que nos pode livrar; ele nos livrará da fornalha de fogo ardente, e da tua mão, ó rei. E, se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste. Daniel 3:17,18

 

Nessa ocasião, Sadraque, Mesaque e Abedenego estão prestes a serem lançados na fornalha por se negarem a adorar a estátua do rei. Eles dizem que Deus é capaz de livrá-los. Mas se Ele não o fizesse, eles decidiram, ainda assim, não se render. Ou seja, eles sabiam que Deus era capaz, eles nunca duvidaram disso. 

Essa deve ser a nossa resposta. Isto é, crer e confiar que Deus é capaz de curar e realizar milagres. Mas mesmo que Ele não faça, por razões que estão sob Seu controle, cabe a nós continuar crendo e confiando em Sua soberania.

Desta forma, devemos pedir ao Senhor que Ele nos ajude em nossa incredulidade. Como aquele pai na história de Marcos 9:17-24. Seu filho sofria com um espírito maligno há muitos anos. Veja:

(…)mas, se tu podes fazer alguma coisa, tem compaixão de nós, e ajuda-nos. Jesus disse-lhe: Se tu podes crer, tudo é possível ao que crê. E logo o pai do menino, clamando, com lágrimas, disse: Eu creio, Senhor! ajuda a minha incredulidade. Marcos 9:22-24

 

Jesus diz àquele pai que tudo é possível ao que crê. E ele responde: eu acredito, mas ajude a minha incredulidade. Logo, assim como a resposta desse homem, essa deve ser a nossa oração: “Senhor, ajude-me em minha incredulidade”

 

Que o Senhor possa te conduzir a esse lugar de crer que existe algo além, como os dons do Espírito, disponível para nós!