Esterilidade frutífera: como a fraqueza se torna força

A conhecida galeria dos heróis da fé, exibida em Hebreus 11, apresenta grandes homens e mulheres que tiveram suas vidas fundamentadas nas promessas do Senhor. Ao observar os seus feitos, o autor da carta destaca alguns frutos gerados pela fé: “Estes, por meio da fé, venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam a boca de leões, apagaram a força do fogo, escaparam ao fio da espada, da fraqueza tiraram força, tornaram-se poderosos na guerra, puseram em fuga exércitos estrangeiros.” Hebreus 11:33‭-‬34

De todas as conquistas descritas, uma delas parece diferente de todas as outras: de fracos, tornaram-se fortes. Essas pessoas se posicionaram com fé no Senhor e, ao colocar à Sua disposição as suas fraquezas, foram canais de manifestação do poder dEle na terra. Logo, nós também podemos ter nossas fraquezas transformadas em força, basta que saibamos o que fazer com elas. 

 

Encarando suas fraquezas

A palavra grega usada para “fraqueza” em Hebreus 11:34 é astheneia, que aparece também em 2 Coríntios 12:

“Mas ele me disse: A minha graça te é suficiente, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. Por isso, de muito boa vontade me gloriarei nas minhas fraquezas, a fim de que o poder de Cristo repouse sobre mim. Por isso, eu me contento nas fraquezas, nas ofensas, nas dificuldades, nas perseguições, nas angústias por causa de Cristo. Pois, quando sou fraco, então é que sou forte.” 2 Coríntios 12:9‭-‬10 

 

Na verdade, essa é uma carta em que Paulo fala sobre o tema algumas vezes (veja 2 Coríntios 11:30, 13:4), enfatizando o reconhecimento de suas fraquezas e as relacionando com o aumento do poder de Deus operando nele. Ele foi um dos exemplos mais impactantes de um cristão verdadeiramente forte, porque escolheu uma vida de fraqueza para que o Evangelho fosse evidenciado nele. 

O apóstolo confronta nossos corações quando sugere que não deveríamos nos gloriar ou contentar em nossa própria força, mas sim em nossas fraquezas. Fazer isso não é algo natural para nós e, portanto, exige fé. Quando nos consideramos fortes, enaltecemos a capacidade humana, julgando que ela é suficiente em si mesma; mas quando nos vemos como fracos, somente então o poder de Deus nos faz fortes.

 

Re(conhecer)

Para além de admitir sua dependência e fragilidade diante do Senhor, o processo de se tornar forte passa por outra etapa: a de conhecer Sua Palavra e Seus preceitos. Após a morte de Moisés, Josué recebeu de Deus as seguintes instruções:

“Seja somente forte e muito corajoso. Tenha o cuidado de cumprir toda a lei que meu servo Moisés lhe ordenou. Não se desvie dela nem para um lado nem para o outro. Assim você será bem-sucedido em tudo que fizer. Relembre continuamente os termos deste Livro da Lei. Medite nele dia e noite, para ter certeza de cumprir tudo que nele está escrito. Então você prosperará e terá sucesso em tudo que fizer. Esta é minha ordem: Seja forte e corajoso! Não tenha medo nem desanime, pois o Senhor, seu Deus, estará com você por onde você andar”. Josué 1:7‭-‬9

Ser forte e corajoso está intimamente ligado à obediência e ao conhecimento de quem Deus é. Não basta apenas esvaziar-se da força humana; é preciso encher-se da Palavra que vem da boca do Senhor. Não é suficiente reconhecer as fraquezas; é necessário conhecer o Deus que faz o fraco ser forte. Aquele que conhece não teme, mesmo sendo o mais fraco dos homens. Ele segue confiante, e a fraqueza se torna força porque permanece no lugar de intimidade com Aquele que o faz forte e corajoso.

 

Afinal, para que ser forte?

Ao impulsionar Josué, o Senhor tinha uma missão em mente, um motivo pelo qual ele precisava ser forte e corajoso. Vemos esse objetivo nos versos anteriores:

“Meu servo Moisés está morto; prepara-te agora, atravessa este Jordão, tu e todo este povo, para a terra que estou dando aos israelitas. Ninguém poderá te resistir todos os dias da tua vida. Como estive com Moisés, assim estarei contigo; não te deixarei, nem te desampararei.” Josué 1:2‭,5

O Senhor tinha uma promessa a cumprir e queria um colaborador para agir em Seu nome.  A missão de Josué incluía mover-se com autoridade diante do povo de Israel, mas também diante das demais nações, que seriam por ele subjugadas. Ele foi chamado para lutas impossíveis aos homens, e as venceu quando o Senhor assim decretou.

Veja, Josué não liderou os israelitas nas conquistas territoriais e obteve sucesso em inúmeras batalhas por sua própria força. Antes, em sua obediência e submissão, mostrou que compreendia a grande distância entre sua força humana e a força de Deus. Então, a partir desse entendimento, o Senhor o fortaleceu, o que tornou seus feitos possíveis.

 

O fraco participa da obra de Deus

De fato, todos os heróis da fé mostraram em suas proezas a força de Deus, não a própria. Eles foram parte da obra redentiva do Senhor na história e, assim como eles, também nós podemos colaborar com o Seu mover na terra.

Ainda existem promessas a serem cumpridas, e o Senhor deseja encontrar parceiros para chamá-las à realidade. Não porque Ele precisa, mas porque, na nossa fraqueza, a Sua força resplandece e isso O dá glória.

Os que aceitarem o desafio de se tornarem verdadeiramente fortes, tal como Josué, não serão deixados ou desamparados, mas a presença constante do Senhor os fortalecerá. E, no lugar de esterilidade, Ele fará brotar os mais belos frutos.

 

Sobre o autor

Isabela Prates

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