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Salmos 29 – O poder da Voz de Deus 

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O Salmos 29 talvez não seja uns dos mais famosos ou conhecidos, mas sem sombra de dúvida é um salmo profundo e cheio de lições. 

 

Observe a beleza e a sabedoria deste capítulos dos Salmos: 

 

Atribuam ao Senhor, ó seres celestiais, atribuam ao Senhor glória e força.

Atribuam ao Senhor a glória que o seu nome merece; adorem o Senhor no esplendor do seu santuário.

A voz do Senhor ressoa sobre as águas; o Deus da glória troveja, o Senhor troveja sobre as muitas águas.

A voz do Senhor é poderosa; a voz do Senhor é majestosa.

A voz do Senhor quebra os cedros; o Senhor despedaça os cedros do Líbano.

Ele faz o Líbano saltar como bezerro, o Siriom como novilho selvagem.

A voz do Senhor corta os céus com raios flamejantes.

A voz do Senhor faz tremer o deserto; o Senhor faz tremer o deserto de Cades.

A voz do Senhor retorce os carvalhos e despe as florestas. E no seu templo todos clamam: “Glória! “

O Senhor assentou-se soberano sobre o dilúvio; o Senhor reina soberano para sempre.

O Senhor dá força ao seu povo; o Senhor dá a seu povo a bênção da paz.

 

Salmos 29:1-11

 

O rei Davi começa esse capítulo convidando os seres celestiais a adorarem ao Senhor e a atribuírem glória e força a Ele. 

 

Posteriormente, fala também do esplendor do Santuário do nosso Deus, vamos neste momento tentar pensar nisso. 

 

Neste esplendor que deve cercar tudo à volta do nosso Deus, o esplendor de Sua glória não deve ser algo fácil de ser olhado por olhos naturais, por isso creio que necessitamos enxergar esse brilho glorioso com os olhos do espírito. 

 

Sete vezes ¨a voz de Deus¨ é dita neste Salmos:  

 

Certamente a parte central deste Salmos é a voz de Deus e tudo o que pode acontecer ao som da voz do nosso Senhor! 

 

Neste capítulo do Salmos 29 o rei Davi fala sete vezes sobre a voz do Senhor. 

Aliás, sabemos o que significa o número sete na Bíblia, perfeição, o completar de algo, consumação, totalidade.  

 

A bíblia está cheia de referências a este número tais como os sete dias da criação, as sete igrejas, os sete anjos no livro do Apocalipse. Isso claramente não é uma coincidência neste salmos. 

A voz de Deus sendo proclamada por sete vez nos leva a este lugar de completude e perfeição. 

Ela coloca todas as coisas em ordem, acalma todo o caos.

Por um momento vamos parar e orar esta parte da palavra! 

 

A voz do Senhor ressoa sobre as águas; o Deus da glória troveja, o Senhor troveja sobre as muitas águas.

A voz do Senhor é poderosa; a voz do Senhor é majestosa.

A voz do Senhor quebra os cedros; o Senhor despedaça os cedros do Líbano.

Ele faz o Líbano saltar como bezerro, o Siriom como novilho selvagem.

A voz do Senhor corta os céus com raios flamejantes.

A voz do Senhor faz tremer o deserto; o Senhor faz tremer o deserto de Cades.

A voz do Senhor retorce os carvalhos e despe as florestas. E no seu templo todos clamam: “Glória! ”  Salmos 29:3-9 

 

Que este capítulo seja um convite para que possamos abrir nossos olhos e ver o poder do nosso Deus através da sua criação. 

Impossível olhar o mar, uma floresta, um jardim, a neve no inverno, os animais, uma tempestade, mas principalmente os seres humanos e não entender a beleza do que foi criado pela poderosa voz de Deus. 

 

Poder e Paz 

Quando aprendemos a reconhecer seu poder certamente iremos desfrutar da paz que vem logo em seguida. 

O poder que controla tudo também nos abençoa com a paz que necessitamos. 

Entender um pouco a dimensão do amor de Deus nos mostrará o quão incrível é a paz que vem em viver debaixo do poder da Sua voz. 

O Senhor dá força ao seu povo; o Senhor dá a seu povo a bênção da paz. Salmos 29:11 

Eis aqui uma promessa poderosa que podemos acessar na palavra de Deus! 

O próprio Senhor da paz lhes dê a paz em todo o tempo e de todas as formas. O Senhor seja com todos vocês. 2 Tessalonicenses 3:16 

Confiar no poder que a voz de Deus carrega nos fará viver uma vida de descansar em quem Deus é. 

O rei Davi entendeu isso muito bem tanto que escreveu este Salmos para nos ensinar lições poderosas. 

 

Portanto, deixo aqui algumas dicas sobre este Salmos: 

 

  • Ore este Salmos, existe poder ao orarmos a palavra 
  • Atribua ao Senhor glória e força 
  • Reflita sobre o poder de Deus na criação 
  • Deixe isso encorajar você a crer cada dia mais
  • Atribua ao Senhor a glória que o Seu nome merece
  • Reflita sobre os momentos nos quais Deus te deu força e paz

 

Que Deus te abençoe! 

 

 

Você conhece a canção Nosso Coração Queima, da Fhop Music? Convidamos Ellen D’karla para nos contar um pouco sobre como foi o processo de composição e o que Senhor estava ministrando em seu coração quando a música surgiu.

Nosso coração queima

“Já faz algum tempo que tenho investido energia em estudar sobre o fim dos tempos. O futuro, a volta de Jesus, a eternidade, a era que há de vir, tudo isso realmente fascina meu coração. Saber que Ele inegavelmente sustenta as promessas que faz e que também já conhece o fim de todas as coisas é maravilhoso. Com isso em mente, fui confrontada sobre o quanto a Igreja havia parado de cantar sobre esse anseio pela Sua volta. Apesar de estarmos cantando coisas muito boas, como o nosso amor por Ele, Sua beleza e atributos, o clamor ‘Sim, eu acredito em tudo que Você falou e prometeu e é por isso que eu permaneço nesse lugar’ ainda estava engasgado em nossa garganta.

Então, o que mais tarde se tornariam versos na música, foram evidenciados em meu coração ao estudar a palavra. A eternidade (Eclesiastes 3:11), a saudade do Noivo (João 16:22) e as suas promessas (Hebreus 10:23).

 

O refrão

O coro da música, assim como muitas outras músicas da FHOP Music, surgiu no segundo semestre de 2016, em um momento espontâneo durante um turno, na sala de oração. Estávamos cantando uma canção que fala sobre a volta de Jesus (Herdeiro de Tudo) e as palavras simplesmente fluiram, expressando o anseio dos nossos corações. Por ser de uma melodia simples e fácil de gravar, durante muitos outros turnos, sempre que cantávamos sobre Ele ou suas promessas, cantávamos o coro “nosso coração queima…”.

 

A construção

Então, um dia sentei e reuni todas as ideias. Desenvolvendo a melodia inicial, consegui chegar a uma base para a canção. No processo de produção para a gravação, vieram outros arranjos e detalhes. O lançamento oficial da música aconteceu em 2017, na Onething em Curitiba, onde pudemos em uma só voz, declarar nosso anseio pelo retorno do Rei.”

 

Letra da Música

Composição: Ellen D’ Karla

Nome da música: Nosso coração queima 

 

Existe um dia que queima em meu coração, uma eternidade pra te conhecer 

Você plantou em mim essa saudade, você plantou em mim esse anseio

 

Você prometeu e irá cumprir

Você prometeu que em breve voltará 

 

Nosso coração queima, Nosso interior deseja 

O dia da tua volta, o dia do nosso encontro

 

Fomos criados pra te contemplar

Fomos criados pra te desejar

 Fomos criados para estar com você

 

Eu amo os paradoxos que giram em torno da encarnação de Jesus. Seu nascimento, Sua vida, Sua morte e Sua ressurreição, todos os passos que Ele deu gritam alto a bondade e a misericórdia de um Deus zeloso. Tudo declara o caráter do Pai e aponta para um plano maior, estruturado muito antes da fundação do mundo. Jesus é o elemento que conecta e dá sentido a todas as Escrituras, Ele é aquele de quem a Lei e os profetas falavam o tempo todo, o Messias prometido.  

“[…] o zelo do Senhor dos Exércitos fará isto.”  Isaías 9:7

Jesus Cristo é o centro de tudo

Toda a história, todos os ecos e todos os anseios do coração humano encontram consonância em quem Ele é. Isso significa que é tudo sobre Ele: o plano, a execução e a consumação. Não há nenhum fato na história que escape da bela pintura que o Pai das luzes desenhou. Desde a queda, quando o homem em seu orgulho tentou dar sentido a si mesmo, até a restauração de todas as coisas quando tudo convergirá em Cristo, uma só narrativa é contada: a história do Filho de Deus.

Adão e Eva pecaram e através deles o pecado foi introduzido à humanidade, e o que aconteceu com Deus? Ele permaneceu inabalável. Em nenhum momento o Senhor foi pego de surpresa pelo homem, jamais Ele precisou reagir a algum movimento do ser humano. Nosso Deus não tem plano B, sua vontade é boa, perfeita, agradável e soberana. De fato, o zelo do Senhor foi o que manteve a promessa e a esperança viva geração após geração, em todos os períodos da História o Senhor levantou homens e mulheres comprometidos em proclamar o Reino e o Rei que estavam por vir.

“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.” Isaías 9:6

E Ele veio

Jesus veio sem parecer, nem formosura, longe dos olhares dos grandes, tão simples. Nenhum manto real o envolvia, mas o governo de tudo estava sobre os seus ombros. Nenhuma festa o recebia aqui na terra, mas todo o universo jubilava. A criação que gemia com tanta expectativa agora via a Sua esperança nascer.

Que doce noite! Que momento santo! O povo que andava em densas trevas viu grande luz, um menino nasceu e em sua fragilidade Ele exalava o amor furioso do Pai. Ali, num lugar afastado do oriente médio, nascia um homem como nenhum outro em toda história, humano como todos, divino como ninguém. Deus conosco.

Hoje contamos essa história de trás para frente, como participantes da graça que Ele estendeu a nós. Mas se fossemos nós naquela estalagem de Belém, provavelmente perderíamos as nuances desse evento por sua tamanha simplicidade e naturalidade. Não havia glamour algum, mas o Rei da Glória adentrava pelos portas do tempo para trazer Boas Novas de Paz e inaugurar um caminho que ninguém mais poderia abrir.

Ele continua sendo nossa esperança

Essa esperança permanece viva hoje, porque Ele revelou sua glória a cada um de nós, caminhou em graça e em verdade transbordando o coração do Pai e reconciliando homens e Deus. Ele não apenas se esvaziou e se tornou homem. Mas Ele trilhou o caminho da obediência e foi fiel até a Cruz.

No momento da sua morte também não houveram holofotes, grandes homenagens e discursos comovidos. Ele bebeu o cálice da ira do Pai, pagou o preço pelos pecados de toda a humanidade. Mas se engana quem pensa que a Cruz foi o palco do sofrimento, que foi o fim trágico da história.

A Cruz foi o palco da glorificação do Filho de Deus, foi o ponto alto do Seu Plano Eterno, pois foi pelas Suas feridas que nós fomos sarados, pelo Seu sofrimento que recebemos a vida eterna e pelo Seu sangue que Ele comprou para Deus povos de todas as tribos, línguas e nações.

A história continua…

A história do Filho de Deus não acabou. O Homem judeu que está assentado à direita do Pai e que tem um nome que é sobre todo nome não ficará no céu para sempre. Ele em breve retornará para a terra, virá para os seus e nós o receberemos. Ele tomará a herança que lhe é devida, todo joelho se dobrará, toda língua confessará e nós reconheceremos o Amado das nossas almas. Esse dia queima em nosso coração e em dias como hoje nos lembramos da promessa, do plano perfeito criado por Ele e que só depende Dele. Não tem como dar errado. Essas são Boas Novas de Paz!

Feliz Natal! 

Nós somos a Igreja de Jesus Cristo e somos chamados à comunhão. Ainda assim, abemos que ao longo da história temos passado por diversas situações e muitos desafios para vivermos em koinonia. Particularmente, temos experimentando nas últimas gerações o aumento dos “desigrejados”. Isto é, aqueles que almejam viver o evangelho sem o compromisso com uma Igreja Local.

Certamente, apesar do aumento dos desistentes, reconhecemos que este problema não é algo novo. Na verdade, a esse respeito, há um conselho no livro de Hebreus o qual é preciso nos lembrarmos. Seremos tentados a olhar todos os problemas de viver em comunidade. E, como pode ser desgastante quando nosso coração não consegue amar da forma que Jesus nos ensinou. Ou mesmo quando não nos sentimos amados como gostaríamos. Ainda assim, não devemos desistir do privilégio de sermos Corpo de Cristo.

“Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns, antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima.” Hebreus 10.25

Acima de tudo, independente dos desafios que possamos enfrentar para viver em comunhão. Não temos justificativa para não o fazer. Porém, é preciso pensar nas marcas de uma Igreja que cumpre o chamado à comunhão. Então diga-me: “O que significa viver em comunhão?”

Participando da Família de Deus

E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. E em toda a alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos. Todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum. Vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister. E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, Louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar. ” Atos 2.42-47

Jesus andou com seus discípulos e em meio as multidões. Sempre olhou os perdidos com compaixão, sempre conduziu as pessoas em amor. E esmo sabendo que iria ser negado e traído, ainda assim, permaneceu em total lealdade. Quando o Espírito de Deus foi derramado em Jerusalém enquanto seus amigos obedeciam a ordem de esperar. Tudo o que Jesus ensinou fez mais sentido ainda. E seus discípulos foram envolvidos por mais unidade e comunhão.

Andando na Luz

Primeiramente, em Atos, podemos observar o que foi gerado no meio do seu povo. Eles perseveravam em comunhão, no ensino da Palavra, no partir do pão e na unidade entre tantos outros aspectos do amor. Assim, comiam juntos, repartiam seus bens, tinham tudo em comum. Havia entre eles, alegria, ternura e singeleza de coração.  Isto é, Koinonia. Este vocábulo grego tem o sentido dê: associação, companheirismo, relação íntima. Indica compartilhar, participar. E foi assim que a Igreja primitiva nasceu e viveu em seus primeiros dias, andando na luz.

“Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado.” I João 1.7

Alguns aspectos da comunhão

  • A comunhão é possível somente porque Jesus, o Filho de Deus se tornou homem como nós. Ele identificou-se conosco na encarnação. Sofreu em nosso lugar. E nos faz comungar de sua própria vida, da vida do Pai e do Espírito Santo.
  • A comunhão começa neste mundo, mas ela será totalmente plena e perfeita na eternidade.
  • Há comunhão perfeita na Trindade e os filhos de Deus compartilham da imagem e da natureza dessa filiação.
  • A comunhão é intrínseca ao amor. Eles caminham juntos. A comunhão não subsiste sem o amor.

O problema da Igreja: falta de comunhão

Certamente, como Igreja e como liderança precisamos assumir nossas responsabilidades diante das falhas e pecados cometidos. Precisamos ser fiéis à Palavra. E também devemos encorajar os irmãos a participarem do Corpo de Cristo com bom ânimo. Além disso, as pessoas precisam saber que elas não estão perdendo tempo.

“…. Os pregadores podem insistir que as pessoas vão à igreja regularmente; mas, mas a menos que lhes dêem sólida nutrição espiritual, muitas pessoas sentirão, intuitivamente, se não mesmo conscientemente, que estão perdendo o seu tempo. A razão pela qual muitos não vão à igreja, entre os quais se acham aqueles que antes a frequentavam regularmente, é que aquilo que a igreja tem a oferecer é tão fraco que, com frequência, não tem utilidade alguma na inquirição espiritual, sendo mais uma provação de fé ir à igreja do que permanecer em casa.” R. N. Champlin

Portanto, nenhum cristão deve estar na igreja por algum tipo de obrigação legalista. É preciso saber que além de serem parte, cada pessoa tem importância para o todo. Cada um de nós tem um papel nesse Corpo. E apenas nos tornamos maduros quando entendemos que não vamos a Igreja para receber algo, mas vamos para nos doarmos.

Não ande só

Sendo assim, é preciso destacar que: não somos chamados para andarmos sozinhos. Devemos nos lembrar que o cordão de três dobras não se rompe com facilidade. Também precisamos ser generosos para perdoarmos uns aos outros e andarmos uma milha a mais com aqueles que chamamos de irmãos.

Como é para você andar em comunhão “uns com os outros”? Como é a Igreja que você sonha fazer parte? E o mais importante: como você tem trabalhado para que ela exista? Não esqueça de nos contar o que pensa. E hoje, se houver algo para perdoar, não deixe para amanhã. Pois o amor não perde a esperança. Deus abençoe.

 

Originalmente publicado dia 17 de Setembro de 2021

A parábola do filho pródigoLucas 15:11:32

As parábolas de Jesus contidas em Lucas 15 nos ensinam verdades eternas do coração de Deus. Nos últimos cultos conversamos com nossa igreja sobre a parábola da ovelha perdida, a parábola da dracma perdida e a parábola do filho pródigo. 

Hoje vamos compartilhar sobre a mensagem ministrada através de Lucas 15:11-32 – A parábola do filho pródigo. Se você perdeu alguma das ministrações anteriores, confira em nosso canal do Youtube essa série de pregações e seja abençoado por essa mensagem. 

Aquele que se assenta e come com os pecadores.

Lucas 15 é uma narrativa sobre os perdidos mas também uma narrativa a respeito daquele que se assenta e come com os pecadores, que tem o anseio de revelar o seu amor para os perdidos. 

Em todas as parábolas temos expressões e simbologias para os perdidos, A ovelha, por exemplo, representa a pessoa que não foi encontrada pelo salvador, que sequer sabe que foi perdida. Temos também a dracma, que simboliza aquele que se perde dentro da própria casa, por descuido, por acidente, E por último o filho pródigo, que é aquele que já fez o caminho até a casa, já se assentou à mesa com o Pai, e por escolha própria deseja se afastar do corpo e ir para longe de casa. 

A última parábola representada em Lucas 15 não fala apenas do filho pródigo, fala de dois filhos perdidos, e um terceiro pródigo, que é o próprio pai. Assim como o filho mais novo esbanjava e desperdiçava seu dinheiro com coisas que não eram importantes, vemos descrita a graça e misericórdia do Pai gasta com filhos pecadores. Vemos um pai dando lugar na mesa do banquete e perdão para os filhos que não mereciam. Um pai que expressa seu amor, graça, misericórdia e bondade. Dois filhos com imagens erradas de si mesmos – um dos filhos achava que merecia algo do pai, e outro acreditava que não merecia nada. Assim como eles não viam o Pai da maneira que deveriam enxergar. 

O caminho da Conformidade moral e do Autoconhecimento

Jesus está usando aqui os dois filhos de maneira geral como dois caminhos que usamos para encontrar felicidade e realização na nossa vida. Os dois caminhos são: Conformidade moral e Autoconhecimento ou auto realização, e ambos são uma lente pela qual enxergamos nossa história. O Caminho da conformidade moral é como o filho mais velho, que acredita que irá alcançar salvação por seguir estritamente a lei. Conformistas, responsáveis, julgam os que não respeitam a lei. E o caminho do autoconhecimento é representado pelo filho mais novo – julgam os fanáticos, os de mente fechada e falam que eles são o problema do mundo.

O procuramos para receber o que queremos.

O filho mais novo é aquele que já trilhou o caminho até a casa do pai, já teve seu encontro com Jesus, mas que em algum momento permite que seu coração esfrie e toma a decisão de sair da casa do pai, ceder aos seus desejos, aos pecados. Ele desejava as riquezas do pai, mas não desejava por seu pai. Não tinha o desejo de se relacionar com o pai, mas desfrutar da herança prometida a ele.

O grande problema do filho mais novo, e muitas vezes o nosso, é que queremos nos sentar à mesa com o pai apenas quando há interesse de receber algo em troca, não para criar relacionamento.

Quantas vezes nós nos aproximamos de Deus com interesse que ele nos dê algo ou responda nossas orações.

Uma jornada de imprudência

A partir do versículo 13 de Lucas 15, até o versículo 17, o filho mais novo entra em uma jornada de miséria, de desgraça em sua vida. Ele pede ao pai sua herança, e o pai divide suas riquezas. O filho mais novo toma posse de suas coisas e toma seu caminho, vivendo sua vida de forma pródiga. Ele gasta até o momento de não sobrar nada e as coisas começarem a piorar na sua vida. 

Constantemente entramos nessa jornada de imprudência e como consequência disso acabamos nos sentindo sozinhos, sem poder contar com ninguém. Essa é a hora de reconhecer nossa condição, nossa realidade e o único caminho para deixar de comer com porcos é voltar para o Pai. 

Quando o filho cai em si (versículo 18 e 19), ele começa a traçar um plano para retornar a casa do pai. Tudo que ele planejou falar demonstra uma coisa: ARREPENDIMENTO. O arrependimento é o convencimento de que precisamos voltar aos braços do Senhor. Muito além de uma dor interior, uma vergonha pelas nossas escolhas, o arrependimento genuíno sempre deve gerar em nós um movimento.

O filho volta e começa a dizer o que tinha preparado, fala para o pai o aceitar como um empregado. Nosso senso de justiça própria nos faz dividir a graça. Pensamos em uma graça presente para sermos perdoados, mas uma graça ausente para sermos restituídos ao lugar que o Senhor planejou para nós. Cremos que Deus pode nos perdoar, mas esquecemos que nosso Deus é pródigo e derrama sobre nós o seu amor mesmo sem merecermos. Ele nos devolve nossa identidade de filho mais uma vez, nos chama a sentar com Ele junto a mesa.

3 elementos para seu filho.

O pai não deu uma oportunidade sequer para o filho pedir para ser um dos seus empregados. O pai estava na verdade restituindo a autoridade do filho de ser amado. E isso está expresso nos 3 elementos que o pai mandou trazer para dar ao seu filho. 

  • A melhor roupa: A roupa tem a ver com um indicativo da classe social. Jesus, enquanto contava essa parábola, estava revelando a graça de Deus aqueles que o ouviam. E Isaías 61:3 fala sobre isso, o Senhor nos veste com veste de justiça e santidade. 
  • Anel: a maior das restituições. O filho pegou toda a riqueza do pai e gastou. Quando dá o anel, o pai está restituindo ele ao lugar de administrador dos seus bens. Ele está restituindo o filho ao lugar de que nunca deveria ter saído.
  • As sandálias: os escravos não usavam sandálias. Provavelmente o próprio pai pegou sua roupa e sua sandália e colocou no seu filho mais novo. O Senhor continua restituindo ao seu povo o poder de ser chamado de filho amado, resgatando seu filho.

Senhor continua restituindo ao seu povo o poder e a autoridade de ser filho amado. 

Isso foi algo que o filho mais velho não entendeu. O filho mais velho era dedicado aos afazeres do seu pai, mas muito mais pecador do que imaginamos. Representa as pessoas que se sentem ofendidas quando as coisas não saem como elas queriam, que veem Deus agir e acham injusto, se sentem ofendidos com Deus ou com as pessoas. 

Você já se sentiu assim? Nos sentimos ofendidos por ver Deus abençoar outra pessoa enquanto em nossas vidas não acontece nada. Esse é o perfil do filho mais velho. Ele traça todo um plano de vida e quando as coisas não acontecem do seu jeito, ele se ira. O filho mais velho é justo aos seus próprios olhos, tem uma linguagem humilde, mas o coração está cheio de orgulho. 

Vemos no versículo 27 de Lucas 15 que quando ele escutou sobre o retorno do seu irmão para casa, ele ficou furioso. Da mesma forma que o filho mais novo fez o pai sentir vergonha, agora o filho mais velho teve atitudes de vergonha para com seu pai. O pai estava exultante ao celebrar a volta do seu filho, e o filho mais velho decide ficar do lado de fora da festa, com uma postura de não concordar com seu pai. Muitas vezes nos portamos dessa maneira, ficamos do lado de fora olhando o que Deus está fazendo porque não concordamos.

Precisamos lembrar que somos pecadores

O filho mais velho olha para aquela festa e não consegue celebrar a vida do irmão. No versículo 28 o texto diz que o coração dele se encheu de ira. O pai chega até ele e suplica para que seu filho volte para a celebração e esse filho mais velho justifica todo o seu sentimento, diz que se sentiu injustiçado. 

Constantemente pensamos que Deus tem alguma divida conosco e que ele precisa nos consultar para fazer algo. Esse sentimento é muito mais comum do que pensamos, pois nosso coração é tentado a achar que merecemos alguma coisa. Precisamos lembrar que somos pecadores e pedir por misericórdia todos os dias. 

No versículo 29 o filho questiona o amor do Pai. O filho mais velho é aquele tipo de pessoa que tem dificuldade de sentir o amor de Deus. Nós muitas vezes somos assim, gastamos nosso tempo com orações cheias de petições, gastamos nosso tempo com afazeres ministeriais, mas não temos tempo de relacionamento com o Senhor. 

O Senhor nos faz um convite hoje.

O Senhor nos faz um convite hoje, para entrarmos no banquete e deixarmos de ser como esses filhos. Ambos os filhos queriam o que o pai tinha, ambos queriam as riquezas e autoridades para serem senhores de si. E o que nós precisamos fazer diante dessas algemas da nossa própria perdição?

Precisamos entender que o pai de Lucas 15 está conosco. Que podemos nos arrepender e correr para os braços do Senhor, pois ele nos receberá. 

O nosso convite hoje é para o arrependimento, para colocarmos o Senhor no lugar que lhe é devido, em um lugar de relacionamento.

Você aceita esse convite?

“E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade”. João 1:14

Deus se fez homem. Sim, aquele que no princípio pela palavra do seu poder criou todas as coisas, submeteu-se a um nascimento humano e foi gerado no ventre daquela que Ele mesmo criou e formou. Jesus, o próprio Deus, cheio de glória, grandeza e beleza sem fim, não se apegou a isso e se esvaziou tornando-se semelhante aos homens (Fp. 2:7). E se fez como aquele em quem não havia beleza e de quem não fizemos caso (Is. 53:2). Permita-me, caro leitor, confessar que está sendo difícil encontrar as melhores palavras para descrever a grandeza dessa sublime verdade.

Então, Jesus teve um nascimento humano e possuía um corpo humano que experimentou o crescimento, a Bíblia nos diz que ele crescia em estatura e em sabedoria e se fortalecia no Espírito (Lc. 2:40, 52), a sua natureza humana é evidente em toda a Palavra. Logo, tendo se tornado homem, Jesus passou pela dor e a angústia de ser humano. Lembro-me daquele episódio quando Jesus ao passar por Samaria, se assentou à beira de um poço, e a Palavra nos diz que ele estava cansado do caminho:

“E estava ali a fonte de Jacó. Jesus, pois, cansado do caminho, assentou-se assim junto da fonte. Era isto quase à hora sexta. Veio uma mulher de Samaria tirar água. Disse-lhe Jesus: Dá-me de beber” João 4:6-7

Ele identificou-se

Assim como aquela mulher que foi ao poço naquela hora mais quente do dia, Jesus também sentiu cansaço e sede. Ele viu aquela mulher, se aproximou dela, e percebeu sua solidão, sua dor e vergonha. Ele entendia o que ela estava passando, e como não poderia entender quando Ele mesmo foi rejeitado pelos seus? (Mt. 13:53). Nesse episódio em questão Jesus tem um diálogo com essa mulher que fica perplexa com o fato de um homem judeu estar falando com ela. Portanto, ela não sabia que Ele não era um homem qualquer, Jesus diz a ela:

“Jesus respondeu, e disse-lhe: Se tu conheceras o dom de Deus, e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva”. João 4:10

Então,  ah, se aquela mulher soubesse que aquele homem judeu diante dela era ninguém menos que o próprio Cristo. Aquele que haveria de vir, o verbo que estava com Deus e que era Deus estava ali, diante dos seus olhos oferecendo a ela a água viva que a saciaria para sempre. A mansidão e compaixão de Jesus para com essa mulher me deixa profundamente tocada. Ele realmente sabia a necessidade que havia em seu coração, e entendia de perto a sua dor.

Ele compadeceu-se

Sendo assim, a Palavra nos diz que Jesus, como homem, também experimentou a tentação humana, mas sem nunca sucumbir ao pecado. Ele foi o exemplo de homem perfeito que se submeteu à vontade do Pai e foi obediente até o fim. Ele conheceu as nossas dores e sabe muito bem o que é padecer, e além disso, nenhum outro homem sofreu tamanha injustiça como a que o nosso Senhor sofreu.

“Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado” (Hebreus 4.15)

Portanto, nós temos um Deus que se compadece de nós. Não importa o que você esteja passando, a dor mais profunda do seu coração, as lutas e os vales que você enfrenta, Jesus já esteve lá. Aquele que se fez Deus conosco é quem caminha ao nosso lado em meio a qualquer circunstância. O Pai provou seu imenso amor para conosco quando enviou o Seu Filho para revelar quem Deus é, e cumprir o Seu plano perfeito de redenção. O Filho se fez homem e se aproximou de nós, e se fez o caminho que nos leva ao Pai.

Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder; porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade são e foram criadas. Apocalipse 4:11

Há uma canção sendo entoada desde a eternidade diante do trono de Deus. Anjos, anciãos, seres viventes e todas as criaturas celestiais levantam suas vozes em reverência ao Deus não criado – o grande Eu Sou. E quão maravilhoso é saber que a nossa voz fraca pode se juntar a esse coro infindável! Isso mesmo, esse não é um mero convite… É uma santa convocação, pois fomos criados para declarar dia e noite que Ele é digno e santo. E fazer isso não apenas com os nossos lábios, mas com todo nosso entendimento.

Grande é o Senhor, e muito digno de louvor, e a sua grandeza inescrutável. Uma geração louvará as tuas obras à outra geração, e anunciarão as tuas proezas. Salmos 145:3,4

Deus é digno 

Toda história da humanidade revela o desejo por algo que transcenda a materialidade e nos mostre que há um propósito maior para a existência. Buscamos algo que seja realmente valioso, digno de ser perseguido durante toda a vida. É somente quando nossos olhos encontram a beleza do Senhor que descobrimos o único tesouro capaz de preencher o nosso coração. Ele é mais desejável do que qualquer riqueza terrena.

Tudo em torno Dele

Deus não apenas merece toda glória, mas exige toda glória. Ele não precisa ser afirmado por nós, muito menos está carente de nosso louvor, mas como nosso Criador, nos conhece e sabe o propósito para o qual nós fomos formados. Quando não damos glória a Deus estamos indo contra a nossa própria natureza e, como consequência, elegendo ídolos de acordo com os desejos da nossa carne.

A centralidade de Deus desafia a nossa visão de mundo egocêntrica. Estamos acostumados a ouvir discursos antropocêntricos sobre o motivo do Senhor nos resgatar, mas a grande verdade é o motivo primário de todo o plano de Deus: a sua própria glória. Ele não é adaptável à nossa realidade, nós é que habitamos e pertencemos à realidade Dele. Nada do que fazemos está fora do seu domínio e absolutamente tudo gira em torno Dele.

Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis. Romanos 1:20

Tudo o que aquilo que admiramos e valorizamos no caráter de alguém, todos os traços de bondade, retidão e altruísmo, estão dispostos plenamente em Deus. Ele é a própria fonte de onde fluem todas as boas dádivas. Glorificar o Seu nome não significa torná-lo glorioso, significa reconhecer quem Ele é. Quando louvamos, o Espírito Santo ilumina os nossos olhos para conhecer a Deus, é como se posicionássemos o nosso coração como um telescópio e déssemos um zoom na beleza de Deus. É nesse momento em que nos damos conta do quão pequenos nós somos diante da majestade e da grandeza Dele.

Buscando a Deus

À medida que nós buscamos a Deus e o conhecemos, nosso entendimento é aprofundado e nossas emoções são afetadas. O ato invisível de experimentar a Deus com o nosso intelecto e as nossas afeições, precisa ser revelado de forma visível através da nossa adoração. É isso que faz os seres viventes e os anciãos ao olharem para o Cordeiro, eles contemplam Beleza e respondem prostrando-se a Ele.

“O canto cristão é o uso musical da voz para expressar verdades de acordo com a Palavra de Deus e sentimentos de acordo com a Sua dignidade.” John Piper

Se você acha que maturidade é não ser movido pela presença de Deus, observe esses seres que desde a eternidade tem os seus olhos postos Nele e mesmo assim não se cansam de admirar a sua glória em espanto. Eles não fazem isso para manter uma tradição celestial ou para bajular Aquele que está no trono, eles tremem e se ajoelham vez após vez em reconhecimento de quem Ele é. Não há ser nenhum nos céus ou na terra que permaneça neutro a quem Ele é. Se Ele faz derreter os montes com sua presença, o que seu sussurro não fará com alguém frágil e pequeno como eu?

Pois então que dia e noite, suba a Deus nossa adoração, aquele que é digno de tudo. Tudo vem Dele, tudo existe por meio Dele, tudo é para Ele.

A Ele pois seja a glória, para todo sempre, amém.

 

Originalmente publicado em 09 de outubro de 2019

Qual foi a última vez que sua zona de conforto foi desafiada?

Quando foi que você sentiu o frio na barriga por não fazer ideia do que viria após dizer sim para algo que Deus te pediu? Qual foi a última vez que sua zona de conforto foi desafiada?

Nesses momentos em que a nossa estabilidade é chacoalhada e somos lançados a milhas de distância do que nos é familiar, é que provamos um pouco do que significa andar por fé e não por vista, confiando que Ele pavimentará o chão para cada novo passo.

Alguns de nós se dão muito bem com mudanças, enquanto outros são desestruturados ao menor sinal de ajuste, mas o fato é que ambos desejam harmonia e clareza na caminhada, e quantas vezes isso já nos faltou

No momento de nos lançarmos tínhamos certeza de que Deus estava nos conduzindo para algo grande e belo, mas agora, após sermos absorvidos pela rotina e pelo comum do dia a dia, nossa bússola parece estar descalibrada, não sabemos continuar prosseguindo e chegamos até mesmo a nos perguntar se ouvimos ou não a voz do Senhor. Nesses momentos há uma tentação real de queremos nos segurar no que é palpável, depositamos nossa confiança em pessoas e situações, e assistimos nossa fé sendo levada de um lado para o outro como uma folha seca.

Deus não apenas gera o ‘sim’ em nosso coração

É Ele quem o sustenta até o fim. Se confiamos Nele para iniciar a jornada porque agora nos apegamos às circunstâncias como se nelas estive nosso refúgio? Ele é o Princípio e o Fim, mas também é o meio, aquele que é suficiente em todas as fases da vida. Nós não estamos sós, nós não precisamos calcular as nossas forças a cada passo. Ele já fez isso no início e sabe que só chegaremos ao fim totalmente apoiados Nele.

O Espírito Santo está  muito mais comprometido com o nosso amadurecimento do que com nosso conforto. Por isso, não serão uma nem duas vezes que Ele nos abalará. Talvez essa não seja a melhor palavra para ouvir no dia de hoje. Mas a verdade é que Ele já tem preparado os próximos desertos, vales e tempestades da nossa vida. E não só isso, Ele também já proveu os oásis, as montanhas e os dias ensolarados para cada um deles. Esse não é um jogo de manipulação, é uma jornada de amadurecimento. E o quanto antes entendermos o propósito de Deus em meio ao processo, menos nos desgastaremos em drama e mais ouviremos a sua mansa e terna voz sussurrando verdades ao nosso coração.

E qual é o fim de tudo?

Qual é o resultado dessas idas e vindas? Um coração parecido com o de Cristo, um amor maduro e genuíno por Ele e uma fé inabalável no Deus que sustenta tudo. Ele é a nossa linha de chegada.

Originalmente publicado em 01 de janeiro de 2020

Jesus respondeu: “Como podem os convidados do noivo ficar de luto enquanto o noivo está com eles? Virão dias quando o noivo lhes será tirado; então jejuarão.  Mateus 9:15

A Volta de Cristo inegociávelmente faz parte da ortodoxia cristã. Ou seja, todo cristão precisa saber e crer que essa é uma promessa certa e verdadeira (At 1:6; 2 Pe 3:4; 2 Ts 2:2). Contudo, ainda que essa seja uma realidade de crença da fé cristã, nem todo cristão tem a ortopraxia nesse sentido (a prática da crença). Muitas vezes, vivemos de maneira desconexa ao que a Bíblia nos ensina sobre a esperança da Segunda Vinda.

Existem muitas maneiras em que a Volta de Jesus deve afetar nosso viver. Na verdade, é mais correto dizer que nem um centímetro quadrado da nossa vida pode ficar intocado por essa promessa. Por exemplo, 1 Ts 4:13-18 nos diz que os cristãos não devem sofrer um luto desesperançados quando os seus irmãos em Cristo morrem como os ímpios sofrem, visto que aqueles ressuscitarão e se reunirão novamente com eles no Dia da Sua Vinda.

Então, se a vinda de Jesus deve promover em nós uma resposta adequada (a ortopraxia), por onde podemos começar? O que podemos fazer para nos engajarmos com essa verdade hoje?

VIVENDO PELO PARADIGMA DA NOIVA QUE ESPERA

O ensino do paradigma da noiva está intimamente relacionado à vida cristã à luz do fim dos tempos. Ele não só é solidamente bíblico, como é útil para tocar-nos de forma eficaz, pessoal e graciosa nos nossos corações. 

Vamos ver a seguir onde as Escrituras providenciam um dos alicerces do comportamento da Noiva nos últimos dias e o que isso pode somar ao nosso estilo de vida enquanto aqueles que verdadeiramente amam a Sua vinda (2 Tm 4:8).

A NOIVA QUE DESEJA ESTAR JUNTO DO NOIVO MAIS UMA VEZ PARA SEMPRE

Talvez este seja o ponto mais crucial. Quando falamos de escatologia da maneira correta, creio que é impossível não se apaixonar por esse estudo, tendo em vista que a grande trama da volta de Cristo tem no cerne um casamento. E, embora existam casamentos sem amor, é bastante seguro afirmar que Jesus não irá se casar com a Igreja por “interesse” ou sob coerção.

O que arde no coração de Jesus é o combustível para a chama no coração da Noiva. Nós queremos estar juntos porque Ele quer estar conosco.

Ou nas palavras de João, “Nós amamos porque ele nos amou primeiro.” 1 João 4:19

O teólogo e pastor John Piper ilustra este princípio assim: “O Noivo partiu numa jornada logo antes do casamento e a Noiva não pode agir como se tudo estivesse bem. Se ela O ama, ela vai desejar o Seu retorno.”

O que é agir como se as coisas não estão bem ou normais? 

Por mais chocante que isso possa soar, existe um aspecto de dor no estilo de vida do cristão que aponta para o fato de que até Jesus voltar, as coisas não estão bem como elas devem ser.

O próprio Senhor profetiza que quando Ele fosse para o Pai e não estivesse mais na presença dos seus discípulos, eles, como noiva, ficariam de luto e até mesmo redefiniriam o sentido do jejum como era conhecido.

Jesus respondeu: “Como podem os convidados do noivo ficar de luto enquanto o noivo está com eles? Virão dias quando o noivo lhes será tirado; então jejuarão. Mateus 9:15

A Sulamita do Cântico dos Cânticos de Salomão usa a seguinte expressão: Ó mulheres de Jerusalém, eu lhes faço jurar: se encontrarem o meu amado, o que dirão a ele? Digam-lhe que estou doente de amor. Cânticos 5:8

O CUIDADO COM O CORAÇÃO DE NOIVA

O abraçar do paradigma da noiva fala em primeiro lugar de cultivar um coração vibrante diante do Senhor. Como dito, é importante que a Noiva deseje, arda em saudade e até sinta dor diante da ausência física de Jesus literal na terra. O coração vibrante também fala de uma vida interna de oração fervorosa. A noiva preza pela comunhão com o Seu Senhor. Ela está engajada num relacionamento íntimo com Ele e o cultiva.

Isso deve ser mais que jargões como “maranata” vazios. O verdadeiro clamor maranata é um grito percebido no estilo de vida daquele que ama o Senhor e aceita as Suas palavras. Isso também quer dizer que o cristão não deve permitir que o mundo o console a ponto de estar tudo bem para ele se Jesus não voltar. Quem coloca o seu amor no mundo não tem espaço para colocar seu amor em Jesus. Não podemos nos embaraçar tanto com as paixões passageiras do mundo, os confortos e as “ansiedades da vida” a ponto do nosso coração e mente tenham um tráfego tão intenso de coisas que não sobra espaço para desejar Seu retorno.

 Se alguém não ama o Senhor, seja amaldiçoado. Maranata! 1 Coríntios 16:22

Não amem o mundo nem o que nele há. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele. 1 João 2:15

“Tenham cuidado, para que os seus corações não fiquem carregados de libertinagem, bebedeira e ansiedades da vida, e aquele dia venha sobre vocês inesperadamente. Lucas 21:34

DE DENTRO PARA FORA

Tal como ressaltado, a crença na promessa da vinda do Senhor deve ter efeitos na forma com que praticamos o cristianismo. Isso influência nossa vida de oração, jejum, as escolhas que fazemos com o que nos ocupar e dentre outras coisas. Talvez precisamos acordar para a realidade da Noiva e se comportar de tal maneira. Ao considerar textos nas Sagradas Escrituras que apontam para isso, podemos nos perguntar: o que a Noiva deve fazer diante dessa realidade?

O zelo que tenho por vocês é um zelo que vem de Deus. Eu os prometi a um único marido, Cristo, querendo apresentá-los a ele como uma virgem pura. 2 Coríntios 11:2

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Ao longo da semana temos conversado aqui no blog sobre sermos casa de oração. Neste devocional, vamos falar um pouco sobre a relação entre a nossa identidade eterna como casa de oração e o fim dos tempos.

Em Isaías 56:6-7 diz assim:

“E os estrangeiros que se unirem ao SENHOR para cultuá-lo e amar o nome do SENHOR, tornando-se assim seus servos, todos os que guardarem o sábado, sem profaná-lo, e os que abraçarem a minha aliança, eu os levarei ao meu santo monte e os alegrarei na minha casa de oração; os seus holocaustos e os seus sacrifícios serão aceitos no meu altar; porque a minha casa será chamada casa de oração para todos os povos.”

Somos casa de oração

Como dissemos nos devocionais anteriores, uma das identidades primárias da igreja no Novo Testamento é como casa de oração. A igreja nunca foi feita para existir separada da sua identidade eterna de casa de oração. Inclusive, o próprio Jesus falou sobre isso em Mateus 21:13, citando a promessa de Isaías:

E disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração;

Todo este movimento que tem surgido na igreja global, de resgatar o espírito profético de oração e intercessão do tabernáculo de Davi, não é algo novo e não é exclusivo de alguns ministérios. Segundo Mike Bickle, Deus está estabelecendo um novo paradigma em sua igreja, que na verdade é tão antigo quanto Isaías 56. É uma resposta da igreja ao que o Espírito Santo está gerando no lugar de intimidade, jejum e oração.

A igreja está despertando para a sua identidade eterna de casa de oração. Não é algo somente para esta era, mas algo que faremos no Milênio e na eternidade: a comunhão com Deus e a participação nos seus planos. Isso é o que Deus sempre desejou para Sua Igreja.

O lugar de oração no fim dos tempos

Qualquer cristão atento percebe que estamos vivendo em tempos próximos do fim. Porém, não precisamos nos desesperar, pois fazemos parte de um povo que não será pego de surpresa. À medida que a perversidade, a iniquidade e as trevas aumentam, Deus chama a sua igreja para ser a luz na escuridão e participar do que Ele deseja derramar sobre a terra nos últimos dias. E como faremos isso?

Nosso primeiro impulso como seres frágeis e amedrontados é tentar buscar soluções humanas para a crise. Isto é, queremos respostas práticas, queremos encontrar uma nova abordagem ou uma nova solução. Queremos algo inédito e que nos ajude a sair dessa crise vitoriosos.

Entretanto, quanto mais lemos as Escrituras, vemos que Deus tem a mesma ideia desde Isaías. Ele deseja que a sua igreja caminhe em jejum e oração, vigiando e sendo sentinela sobre os muros. Seremos luz na escuridão, sustentando a Grande Comissão a partir de uma vida de intimidade como casa de oração.

Quando o próprio Deus promete que seremos casa de oração, Ele não está falando sobre algumas igrejas locais ou ministérios específicos. Deus estava falando sobre toda a sua igreja, o corpo de Cristo, profetizando que caminharíamos em um estilo de vida de profunda intimidade e cooperação com o Espírito Santo na terra.

A igreja no fim dos tempos estará vigilante às profecias bíblicas e à voz do Senhor, não se desesperando, mas buscando a Deus intimamente e acima de tudo. Além disso, Deus nos promete que encontraremos alegria neste lugar. Ou seja, é caminhando em nossa verdadeira identidade como igreja que experimentamos a alegria do Senhor. Essa alegria nos sustentará para permanecermos com Ele até o fim.