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Uma história de perdão

Há quem goste de histórias de perdão. Cresci em uma família cristã e desde pequena fui inundada pelas Palavras da Bíblia. Uma de minhas narrativas preferidas foi contada por Jesus após Pedro perguntar-lhe quantas vezes se deveria perdoar. Na versão, “A Mensagem” de, Eugene Peterson, lê-se:

“O reino de Deus é como um rei que decide acertar contas com seus serviçais. Trouxeram à sua presença um servo que lhe devia o equivalente a trezentas toneladas de prata. Ele não podia pagar uma dívida tão vultosa. Então, ordenou que o homem, com a esposa, filhos e bens, fosse leiloado no mercado de escravos. “O infeliz lançou-se aos pés do rei e implorou: ‘Dá-me uma chance, e pagarei tudo’. Sensibilizado com o pedido, o rei deixou-o ir, cancelando a dívida.

“O servo perdoado mal havia saído da sala quando se encontrou com um companheiro que lhe devia apenas uma moeda de prata. Furioso, agarrou-lhe pelo pescoço e ordenou: ‘Pague-me! Agora!’. “O pobre homem lançou-se aos pés dele e implorou: ‘Dê-me uma chance e pagarei tudo’. Mas o outro continuou irredutível. Mandou-o para a cadeia, com ordem de ser solto só depois de pagar a dívida. Alguns servos que presenciaram a cena ficaram revoltados e relataram o fato ao rei. “O rei mandou chamar o servo de volta e disse: ‘Você é mau-caráter! Perdoei sua dívida quando você implorou por misericórdia. Não deveria você também ser misericordioso?’ O rei estava furioso e mandou que aquele servo ficasse na prisão até pagar toda a dívida. Meu Pai, no céu, fará exatamente a mesma coisa com aquele que não perdoar incondicionalmente qualquer um que peça misericórdia.” Mateus 18:23-35

Perdoando para ser perdoado

“e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores” (Mateus 6:12)

Com a parábola do credor incompassivo, Jesus ensinou o valor que o Pai dá ao ato de perdoar. E apesar de ser esse um princípio básico para também se obter perdão, é importante reconhecer que nem sempre será fácil. Saiba, porém, que o Senhor nos dá graça para fazê-lo.

Ainda na infância, passei por um momento muito traumático. Nessa ocasião, fui extremamente desafiada a liberar perdão a um agressor. Não o fiz por mera obrigação cristã e  nem por me sentir pressionada por homem algum. Naquele episódio, a graça de Deus foi tão superabundante que me fez pensar no sacrifício de Cruz de Jesus, que pagou um alto preço pelos meus pecados. Mas também da mesma forma,  pagou um alto preço pelo meu ofensor. Não foi uma questão de sentimento, mas de ação prática diante da entrega de Cristo.

Porém, a verdade é que há situações e temporadas em que meu coração sente muita dificuldade em perdoar aqueles que me ofendem. Principalmente quando tenho expectativas sobre eles e me sinto injustiçada. Geralmente isso se refere a pessoas mais próximas.  Nestes momentos, em que o relacionamento está desgastado, pode haver ressentimento e acúmulos emocionais e muita dificuldade em perdoar.

É bom nos lembrarmos o que está escrito em Efésios:  

Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira. Não deis lugar ao diabo. Efésios 4:26,27

É natural sentirmos raiva e ira diante das ofensas. É uma resposta a ameaças e sentimento de injustiça, mas isso não nos dá desculpas para pecarmos dando lugar ao diabo. Quando o coração está cheio de amor e da benignidade de Cristo fica mais fácil estender graça aos que nos ferem. Mas quando estamos frios e provavelmente vivendo na carne é mais difícil liberar perdão.

Perdoar não é submeter-se ao caos

O perdão cura a alma combatendo a raiz da amargura que perturba e contamina o coração. Porém, Jesus nos chamou para vivermos de forma digna. Não podemos confundir perdão com a submissão a uma vida de dependência emocional, relacionamentos abusivos e tóxicos em nome de ser isso um ato de fé e saber “perdoar”. É preciso discernimento e coragem para se opor a agressões e relacionamentos que quebrem os princípios do Amor. Não o amor falado pelos homens, mas aquele que tem por base o que diz a Palavra de Deus.

O perdão é uma decisão sim, mas há um custo relacionado a ele. Não pode ser algo superficial e às vezes é preciso de um processo, nem sempre terá que ser liberado de forma instantânea. Há tantas situações únicas e se você é alguém que passa por esses dilemas, é importante aconselhamento. Perdoar é imprescindível para que sejamos verdadeiramente livres, mas isto não significa manter relacionamentos doentios. Lembre-se:

“Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens.” Romanos 12:18

Algumas pessoas não querem paz e nem perdão. Elas precisam ser respeitadas nessa escolha. Independente do outro, não alimente mágoas e ressentimentos.

O perdão cura

Portanto, como povo escolhido de Deus, santo e amado, revistam-se de profunda compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência. Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou. Acima de tudo, porém, revistam-se do amor, que é o elo perfeito. Que a paz de Cristo seja o juiz em seus corações, visto que vocês foram chamados a viver em paz, como membros de um só corpo. E sejam agradecidos. Colossenses 3:12-15

O rancor, mágoas e  ressentimentos pesam o coração humano e cristaliza a alma. Mas o perdão a eleva. Perdoar é ser livre. Quando não perdoamos, nós nos mantemos presos ao outro e ele está sempre presente mesmo estando longe, nos fazendo lembrar das feridas que carregamos.

Jesus perdoou  Pedro antes mesmo dele o negar, pois sabia que seria traído pelos seus amigos.  E ao subir a Cruz, o Senhor orou pelos seus ofensores. Este é o modelo de Deus: “E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. E, repartindo as suas vestes, lançaram sortes.” (Lucas 23:34).

Outra história radical sobre perdão é a história de Estevão, que ao ser apedrejado pediu em favor dos seus assassinos. Ele seguiu o exemplo de Jesus.

Enquanto apedrejavam Estêvão, este orava: “Senhor Jesus, recebe o meu espírito”.
Então caiu de joelhos e bradou: “Senhor, não os consideres culpados deste pecado”. E, dizendo isso, adormeceu. Atos 7:59-60

Oração:

Jesus, reconhecemos que nem sempre será fácil perdoar aqueles que nos ofendem. Libere sobre nós a sua graça para nos posicionarmos como o Senhor. Queremos orar até mesmo pelos nossos inimigos, pois é isso que nos ensina através da tua Palavra. Desejamos ser como tu, mas não conseguiremos fazer isso sem que teu Espírito. Nos ajude em nossas fraquezas. E que  a mesma medida de graça que nos alcançou nos seja dada para perdoarmos aqueles que nos machucam. Em teu nome, nós oramos. Amém!

Você acredita que possa existir uma medida para o perdão? Leia mais em nosso blog!

Certa vez ouvi uma pregação da missionária Heidi Baker em que ela dizia que oração e missões são como as duas asas de um avião… Não se faz missões sem oração, da mesma forma que o contrário é verdadeiro. Por muito tempo, fiquei pensando nessa frase e no quanto ela é mais profunda do que conseguia imaginar. E, é sobre essas duas questões que me atentarei nesta breve reflexão. 

Ao redor do mundo o Senhor tem despertado Sua Noiva para clamar e se posicionar nos muros da intercessão. É lindo e poderoso o que Ele tem feito e, especificamente aqui no Brasil, centenas de salas de oração iniciaram-se nos últimos anos. Ao estudarmos sobre o significado de oração, a partir da bíblia e de literaturas que nos ajudam a compreender o que as Escrituras dizem sobre isso, entendemos que a oração está intimamente ligada com quem estamos nos tornando. Orar é entrar em parceria com o que o Senhor quer fazer, declarar quem Ele é, e suas promessas para as nossas cidades, situações e pessoas. A oração alinha nossas expectativas. À medida que estamos sensíveis a voz do Senhor, o caráter de Cristo vai sendo formado em nós.  

Um chamado para as cidades

“Vocês são o sal da terra. Mas se o sal perder o seu sabor, como restaurá-lo? Não servirá para nada, exceto para ser jogado fora e pisado pelos homens. “Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte. E, também, ninguém acende uma candeia e a coloca debaixo de uma vasilha. Pelo contrário, coloca-a no lugar apropriado, e assim ilumina a todos os que estão na casa. Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus.” Mateus 5:13-16

Interessante observar nas Escrituras, tanto nas cartas de Paulo quanto em Atos, como o apóstolo conhecia bem o contexto das cidades por onde passava. Em Atos 17: 16 em diante vemos Paulo anunciando as boas-novas em Atenas e denunciando os ídolos daquele povo. Paulo era um profundo conhecedor da cultura e do que se passava na sociedade do local. Ele sabia como manejar a Palavra de forma a contextualizar o evangelho e expor com propriedade os problemas da sociedade ateniense. 

Como vemos no texto bíblico citado acima, o Senhor nos envia para sermos sal e luz nessa terra. E tudo começa em amarmos o que o Ele ama. O Senhor nos chama a fazer discípulos de todas as nações. E onde estão essas pessoas? Nas cidades. De acordo com os dados de 2014 da Organização das Nações Unidas (ONU), 54% da população mundial vive em áreas urbanas e esse índice só tende a crescer. Até 2050 serão 66% da população morando nas cidades. Diante de tudo isso é necessário que olhemos para as cidades em caráter de urgência. 

O serviço da Grande Comissão

“E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.” Mateus 28:18-20

O Senhor nos chama para trabalhar, buscar a paz e servir às cidades (Jeremias 29:4-7). Como cristãos não criamos uma “sub-cultura” ou uma cultura paralela a das cidades, mas somos enviados para sermos um agente transformador da cultura. Para isso, precisamos conhecer e interpretar a realidade da nossa sociedade. Os seus desejos, anseios, angústias. Quais são os seus medos? Seus sonhos? Qual tem sido a cosmovisão que tem regido nossa sociedade? Como iremos levar as boas-novas para as pessoas que estão na cidade se não as conhecemos?  

Steve Turner em seu livro, “Engolidos pela cultura pop”, provoca e toca no âmago da questão. Diz que a igreja da Inglaterra estaria mais bem preparada para lidar com os desafios dos anos 60 se ela tivesse prestado atenção nas músicas das jukeboxes, nos anúncios e nas cafeterias já na década de 1950. E Turner vai além. Ele também cita a música de Paul Simon “The Sound of Silence” [O som do silêncio] que diz: “um lugar para se buscar as declarações proféticas são as paredes dos metrôs e dos cortiços”.

Mas, o que oração tem a ver com missões? 

Precisamos de graça e sabedoria do Senhor para lidarmos com tantas questões complexas. E entender a cultura e a realidade do nosso país, sem negar a questão da queda e do pecado, mas entender que ela deve ser levada cativa ao senhorio de Cristo (leia mais sobre isso, aqui). 

Visto tudo isso, qual deve ser nosso primeiro passo? Amar as cidades, as pessoas e começamos tudo isso através da oração. Lembra da história do avião que comecei contando neste texto? Não se faz missões sem oração e da mesma forma que a consequência da intercessão é sair para as ruas e proclamar as boas novas. 

Começamos com oração e sempre voltamos para o lugar de oração, porque missões ou atos de justiça em um entendimento bíblico não é um puro ativismo social.

Somos chamados para proclamar o Reino do Senhor e, ao passo que quando crescemos em intimidade com o Senhor, através da oração, ganharemos perspectiva e estratégia. Nossas expectativas se alinham com as Dele e começamos ter olhos de misericórdia para com aqueles que estão ao nosso redor. 

No lugar de oração

Ao orarmos, o Senhor libera sabedoria para atuarmos nas cidades. Nós tocamos as pessoas e entendemos sua realidade e voltamos para o Senhor. Apresentamos isso diante Dele. Não que Ele já não saiba, mas é para que nós mesmos possamos entender o coração Dele para os desafios que encontramos nas ruas. Além disso, é uma oportunidade de, através da oração, compartilharmos com o todo o Corpo de Cristo tais necessidades. Afinal, a intercessão não é um ato alienado das situações do mundo, mas sim um ato prático, vivo e que promove conhecimento e comunhão.

Minha oração hoje é para que todos nós, participantes do Corpo de Cristo, possamos compreender o coração do Senhor e o Seu amor pelas cidades. E, a partir do lugar de oração, nos movermos por uma perspectiva bíblica que O agrade; bem como aproveitarmos as oportunidades de tocar os necessitados e proclamarmos as verdades do Reino. E, por último, que sejamos um povo que saiba interpretar os tempos e os sinais dos tempos.

Originalmente publicado em 19 de novembro de 2019

Este mês, conversaremos sobre o perdão. Uma palavra tão pequena com uma importância gigantesca, capaz de colocar pessoas por anos em um tormento sem fim pela falta do perdão. Talvez você conheça alguém que, por falta de perdoar,  não consegue nem ficar perto da  pessoa que lhe causou mal. E  isso a faz mergulhar em culpa, raiva, ódio e vários sentimentos ruins. Sim, a falta de perdão pode causar tudo isso e muito mais.

Por outro lado, o perdão pode te libertar de sentimentos tão profundos e te proporcionar uma leveza de vida imensurável. Incrível não é mesmo?

O que Jesus disse sobre a medida para o perdão

Neste sentido, no evangelho de Mateus, temos uma cena que retrata bem o que queremos saber sobre a medida do perdão.  Jesus e seus discípulos estão conversando sobre ser grande no reino de Deus. Pedro, pergunta a Jesus: “Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? (Mateus 18:21).

Primeiramente, precisamos entender que apenas Mateus, dos quatro autores dos evangelhos,  cita esta parábola. Porque Mateus era judeu e estava escrevendo para os judeus. Então, no entendimento judaico, o que Pedro pergunta já está acima do pensamento deles. Pois na lei judaica, os rabinos limitaram o perdão até três vezes, a quarta já não precisaria mais. Então Pedro já está se colocando acima disso. Usando o número sete como o símbolo judaico da perfeição ele estaria sendo bem acima da média, ainda assim, Pedro está limitando o perdão, percebe?

Surpreendentemente, Jesus vai além. Veja que esta parábola está elevando o nível do perdão. Jesus diz: “setenta vezes sete” Ora, quem vai ficar contando, anotando quantas vezes já perdoou para chegar na 491ª vez, então não perdoar mais? Veja que o que Jesus faz é dizer-nos que precisamos perdoar, quantas vezes forem necessárias.

Ademais, Jesus está também se referindo às setenta semanas descritas em Daniel (Dn 9). Em que essas semanas se referem à consumação de tudo. Ou seja, devemos perdoar até o fim de nossas vidas.

A medida do perdão não olha valores

“Por isso o reino dos céus pode comparar-se a um certo rei que quis fazer contas com os seus servos; E, começando a fazer contas, foi-lhe apresentado um que lhe devia dez mil talentos”; Mateus 18:23,24

Nesta parábola a quantia que aquele servo do rei devia era também uma quantia impagável. Ele devia tanto, que mesmo ele dizendo para o rei que pagaria, o rei sabia que não tinha como realizar isso. “Então aquele servo, prostrando-se, o reverenciava, dizendo: Senhor, sê generoso para comigo, e tudo te pagarei. Então o Senhor daquele servo, movido de íntima compaixão, soltou-o e perdoou-lhe a dívida”.(Mateus 18:26,27)

Porém, o foco de Jesus ao contar esta parábola não está na quantia. Então, não precisamos ficar focando em quanto seria essa quantia que foi perdoada, mas sim focar no perdão sem medidas. O perdão não mensura o valor ou o tamanho da dívida. O perdão deve ser praticado e ponto. Sim, independente do que seja. E eu sei que agora você está pensando em um monte de atrocidades que já aconteceram ou podem acontecer e sim, a resposta é: deve-se perdoar.

Da mesma forma, Deus não mediu a nossa dívida para então nos perdoar. Ele perdoou e nos perdoará até a consumação dos séculos. E nós, devemos fazer o mesmo. Era isso que Jesus estava demonstrando nesta parábola, de que não há limites para o perdão.

Perdão é uma questão de misericórdia

Definitivamente, o fim desta parábola não é animador. Ao ser perdoado, o servo do rei não teve a mesma atitude com o seu companheiro. Então, o rei sabendo do que o servo tinha feito,  ele o entrega aos atormentadores até que a dívida fosse paga, ou seja, até o fim da sua vida. E o versículo seguinte é um pouco preocupante: “Assim vos fará, também, meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas”.(Mateus 18:35)

O rei teve misericórdia do servo para com sua dívida. Sim, perdão é uma questão de misericórdia e não de justiça. Sabemos disto, pois obtivemos misericórdia da parte de Deus para conosco. Pois o justo seria a nossa condenação. O que Deus quer de nós, então, é que tratemos o próximo como ele nos trata. Se somos perdoados, devemos perdoar.

 “Suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também”. Colossenses 3:13

Deus nos capacita a perdoar

Como resultado, o que acontece quando não fazemos isso? Exatamente o que Jesus demonstra nesta parábola. O servo foi atormentado. A ausência do perdão faz isso conosco, se torna um tormento e coloca a alma em uma prisão. Perdoar é uma questão de conservação de sua vida. Por isso perdão é uma graça de Deus. E Ele é quem nos capacita a perdoar.

Por fim, podemos concluir que além de não haver medidas para o perdão, devemos perdoar sem olhar a quem e nem o tamanho da  dívida. Para não sermos atormentados e vivermos em uma prisão em vida. Se não perdoarmos, não receberemos perdão. Veja o que o rei fez com o seu servo ao vê-lo não perdoando seu companheiro. Só teremos comunhão com Deus e com nosso próximo, perdoando.

Assim, que Deus nos conceda essa graça de perdoarmos uns aos outros e de recebermos seu perdão eterno.

Onde quer que fosse, uma grande multidão seguia Jesus. No entanto, esta multidão não tinha os mesmos privilégios dos discípulos. Apenas os discípulos tinham o privilégio de pedir explicações mais profundas, de ouvir sobre seus planos, de vê-lo se alegrar em uma refeição, ou chorar com o Pai em uma oração.

Poucos eram os que de fato deixavam de ser multidão e eram chamados discípulos. Isso porque, ao chamar seus discípulos, Jesus tinha uma condição um tanto difícil e até ofensiva para alguns. O chamado de Jesus era para seguir o caminho da cruz, o mesmo que Ele iria trilhar.

E disse: “É necessário que o Filho do homem sofra muitas coisas e seja rejeitado pelos líderes religiosos, pelos chefes dos sacerdotes e pelos mestres da lei, seja morto e ressuscite no terceiro dia”.
Jesus dizia a todos: “Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida a perderá; mas quem perder a vida por minha causa, este a salvará. (Lucas 9:22-24)

 

Aquele que chama já carregou a cruz

O peso da cruz pode parecer esmagador, mas Aquele que chama a carregá-la o torna leve. Sendo assim, só conseguimos trilhar o caminho do discipulado, porque estamos imitando o Mestre. Apesar de falar como e se parecer com os mestres judeus, esse Mestre não é qualquer um, é o Filho de Deus encarnado. Aquele que através da sua morte e ressurreição tornou possível trilhar o mesmo caminho.

Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.
Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve. (Mateus 11:29-30)

Jesus tem um jugo a ser levado por aqueles que são chamados, mas Ele afirma que seu jugo é suave e seu fardo é leve. De fato, é leve à medida que nos apropriamos da sua graça para percorrermos o caminho da cruz. O que nos faz capazes de carregar a nossa cruz não é a nossa força de vontade, mas a graça que Ele nos dá ao obedecermos e respondermos ao chamamento.

 

A liberdade do discipulado

Na Bíblia, vemos que Jesus chamou seus discípulos a renunciar aquilo de mais precioso para eles, mas principalmente, renunciar a si mesmos. A liberdade oferecida pelo discipulado está em nos submetermos ao senhorio de Cristo. Jesus é nosso Mestre, mas também é nosso Senhor. Ainda assim, na sua natureza plenamente divina e plenamente humana, Ele serviu a todos. Seu jugo não é escravizante, mas libertador. Logo, encontramos a verdadeira liberdade e graça quando nos submetemos ao jugo e ao fardo do nosso Senhor: a cruz. 

Pode parecer contraditório dizer que estamos livres ao nos submetermos. Mas o verdadeiro discípulo de Jesus entende que para encontrar a vida deve perdê-la. Ou seja, Jesus nos oferece uma vida que não busca seus próprios interesses e sim os interesses do Pai e do próximo. O discípulo encontra vida dessa forma, pois é para esta vida que ele foi criado. A cruz não é pesada quando nela se encontra o verdadeiro sentido da existência.

Portanto, o convite de Jesus é para encontrar a redenção pelo caminho da cruz. É um caminho mais estreito e difícil, pois participamos do sofrimento de Cristo. Porém, é também nessa participação que encontramos alegria e temos revelação da Sua glória (1 Pedro 4:13). Que pessoa ao encontrar tamanha alegria pode guardá-la para si mesma?

 

Ensinar a obedecer

Sendo assim, faz parte do discipulado também ensinar outras pessoas a obedecer ao Mestre. Disto se trata a Grande Comissão: fazer discípulos de todas as nações. Um discípulo faz outros discípulos batizando-os e ensinando-os a obedecerem tudo o que nosso Senhor Jesus nos ensinou (Mateus 28:18). A promessa é que Ele estará conosco todos os dias. Que belo é esse caminho de redenção a ser trilhado, na companhia daquele que já o trilhou e daqueles que estão dispostos ao mesmo!

Abraçar o discipulado significa carregar a nossa cruz e negarmos a nós mesmos. Assim, encontramos a graça para praticar seus mandamentos e ensinar outros a fazê-lo. A promessa da leveza e da suavidade não está na cruz em si, mas naquele que trilhou este caminho primeiro, nosso Mestre e Senhor, Jesus Cristo.

“No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de seu manto enchiam o templo. Acima dele havia serafins; cada um tinha seis asas; com duas cobriam o rosto, com duas cobriam os pés e com duas voavam. E clamavam uns aos outros: Santo, santo, santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória. E as bases das portas tremeram à voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça.

Então eu disse: Ai de mim! Estou perdido; porque sou homem de lábios impuros e habito no meio de um povo de lábios impuros; e os meus olhos viram o rei, o SENHOR dos Exércitos! Então, um dos serafins voou até mim, trazendo na mão uma brasa viva, que havia tirado do altar com uma tenaz; e tocou-me a boca com a brasa e disse: Agora isto tocou os teus lábios; a tua culpa foi tirada, e o teu pecado, perdoado. Depois disso, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei? Quem irá por nós? Eu disse: Aqui estou eu, envia-me.” Isaías 6:1-8

A visão de Isaías

A morte do rei Uzias veio acompanhada de tristeza e incertezas para o povo de Israel. No ano em que este grande rei morreu, Isaías teve uma visão do Senhor, o Rei dos reis, o Rei soberano cujo reinado jamais terá fim.

Aquele que Isaías viu era o próprio Jesus (João 12:41) em toda a sua glória. Jesus se assenta eternamente no trono como o Rei que reina sobre todas as coisas. Ele permanece sempre o mesmo.

As vestimentas do rei representam o seu poder e autoridade. O manto daquele que se assenta no trono dos céus é tão imenso que ocupa toda a sua habitação (v. 1); não há um único centímetro quadrado em toda a criação que não esteja sob o domínio e autoridade de Cristo.

Como seres celestiais criados para estar na presença de Deus, suas seis asas tinham sua finalidade (v.2):

a) a glória de Deus é intensa a ponto de ofuscar o brilho do sol (Apocalipse 21:3) e por isso os serafins
precisam cobrir os seus rostos.

b) como habitam no lugar da plenitude da glória de Deus, os serafins cobrem os seus pés, vigiando e cuidando onde eles os colocam.

c) eles voavam ao redor do trono, de modo que contemplavam todo o esplendor da glória de Deus.

Os serafins exaltam o Senhor a um lugar mais alto e separado de tudo e de todos, declarando a verdade suprema da Sua santidade (v. 3).

A Santidade de Deus

Santidade diversas vezes se refere a algo separado única e exclusivamente para o uso de Deus, tornando-o santo, sagrado. Porém, quando a Palavra se refere ao Senhor como Santo, significa que Ele é acima de tudo e de todos. Ele é incomparável.

A glória de Deus é a manifestação dos Seus atributos; é a forma como conseguimos contemplar aspectos do Seu caráter. Quando nós entendemos que o Senhor é bom, podemos dizer que vimos a Sua glória pois Ele nos revelou um aspecto da Sua santidade.

Ao olharmos para Cristo, também contemplamos a glória de Deus. Cristo é a imagem do Deus invisível, a expressão exata de quem Deus é.

Quando contemplamos a glória de Deus e compreendemos quem Ele é, somos constrangidos a ponto de gerar temor em nossos corações (v.5). Ninguém pode permanecer em Sua presença sem se tornar consciente da sua própria miséria e pecaminosidade.

Um chamado para nós: Rasgue o coração e não as vestes

Em Joel 2:12-14, o profeta exorta o povo a rasgar não as suas vestes, mas a rasgar o seu coração. Assim, o nosso encontro com o Senhor deve nos levar ao arrependimento, reconhecendo nossa pequenez diante dele e a necessidade de sermos transformados.

Então, a vida cristã se trata de conversão após conversão. À medida que o Senhor revela as áreas da nossa vida onde precisamos nos arrepender, nós vamos sendo transformados de glória em glória.

É impossível conhecer o Senhor e permanecer o mesmo (1 João 1:8-9). Porque  quando contemplamos Sua glória, somos constrangidos ao arrependimento; se não somos é porque não conhecemos a Deus. Se o Senhor tem nos visitado, isso deve gerar um santo temor nos nossos corações. O que resultará também em nós uma mudança interior e exterior.

Como ser efetivo em virar o mundo de cabeça para baixo? Qual o meio de nos levantarmos como farol que brilha a imagem de Cristo nessa geração? Como parecer com Paulo e com os apóstolos, que por onde passavam chocavam e atraíam pessoas a Cristo pela autoridade e poder de Deus? Já vimos até aqui que certamente o mundo precisa de transformação e clama por isso. E que devemos adotar uma postura de obediência. Agora falaremos sobre o conhecimento que transforma.

O DEUS DESCONHECIDO PARA O MUNDO

O mundo não conhece a Deus, sendo assim, nós anunciamos o Deus desconhecido, e por isso somos aqueles que estão virando o mundo de cabeça para baixo! (1 Jo 3:1; Atos 17:6; At. 17:23). Mas antes de falarmos a respeito dEle, somos convidados a andar com Ele e conhecê-lO intimamente e assim proclamarmos a vinda do reino de Cristo, quando toda a terra se encherá do conhecimento de Deus (Hc 2:14; Is 11:9).

Deus não apenas nos deu uma ordem, mas Ele nos chamou a sermos seus cooperadores (1 Co 3:8-9), ou seja, tudo o que fazemos, fazemos juntamente com todos aqueles que amam ao Senhor, e também fazemos o que Ele mesmo fez por nós. Tomamos parte em uma parceria gloriosa com Jesus, nos relacionando com Deus e com nossos irmãos do corpo de Cristo, e assim vivemos nesse amor!

CHAMADO PARA ESTAR E PERMANECER EM CRISTO

 Você foi chamado a estar em Cristo e permanecer nEle. O principal propósito de Deus é que as pessoas encontrem Jesus e assim conheçam ao Pai através dEle. (Jo 12:45, Jo 14, Jo 10:14-15).

“E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste. João 17:3”.

Fomos criados a imagem de Deus, uma imagem que se baseia em um relacionamento entre Pai, Filho e Espírito. Fomos criados assim, para o propósito de nos relacionarmos intimamente com Deus e compartilharmos do seu coração. Jesus orou para que a igreja, sua noiva, fosse perfeitamente unida, como a trindade é, e dessa forma o mundo conheceria Jesus (Jo 17:23). Nossa salvação nos restaura à comunhão com o Deus trino para da mesma forma levamos outros a se reconciliarem com Deus.

” Tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por intermédio de Cristo e nos outorgou o ministério da reconciliação.” (2 Co 5:18-21)

NOSSA RECOMPENSA 

Conhecer a Deus também é a nossa maior recompensa e a nossa maior força para a jornada de virar o mundo de cabeça para baixo! Quando Paulo teve um encontro com o Senhor Jesus, ele foi transformado, e por causa da visão que teve a respeito de Jesus, ele deu um novo rumo a sua vida, e se tornou de perseguidor a cooperador do evangelho. Contemplar a Majestade (Glória) de Cristo nos transforma, muda a nossa cosmovisão, e nos fortalece para suportarmos qualquer situação. (Sl 147:5; Sl 48:2; Jr 10:6).

 “Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam.” (1 Co 2:9)

Deus deseja se revelar a você nessa jornada, e essa revelação irá te impulsionar a agir com amor em direção ao mundo. Acima de tudo é o amor com que nós amamos que testifica á respeito dAquele a quem nós pregamos.

“Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor. (1 João 4:8)

Este mês no blog estamos falando sobre a vida de oração de alguns personagens bíblicos. Neste post, quero falar sobre uma mulher que aparece rapidamente em Lucas 2:36-38, a profetisa Ana. Não sabemos muito sobre toda a vida dela, mas o pouco que é relatado nos versículos é o suficiente para entendermos como era a vida de oração dessa grande mulher.

 

O contexto de Ana

O texto nos mostra que Ana tinha quase oitenta e quatro anos e era viúva. Não somente isso, mas ela foi casada apenas 7 anos com seu marido e desde então não tinha se casado novamente. Podemos inferir, então, que ela era viúva há muitos anos. A Bíblia a chama de “profetisa Ana”, ou seja, ela provavelmente servia no templo e às pessoas com o seu dom de profecia.

A cena em que a conhecemos é muito marcante. Não é um dia qualquer, mas o dia em que o bebê Jesus é apresentado no templo, conforme era exigido na tradição judaica. Perceba a tensão desse momento. O povo esperava pelo Messias, pois eles sabiam que havia uma promessa de que Ele viria. O profeta Zacarias, alguns capítulos atrás, tinha sido o primeiro profeta a trazer uma mensagem de Deus ao seu povo depois de 400 anos de silêncio e espera.

 

Ana esperava pela redenção

Imagine fazer parte de um povo que espera por uma promessa se cumprir e parece que ela nunca se concretiza. Anos se passam, gerações nascem e morrem, e o povo não vê a promessa se cumprindo. Quantos devem ter desistido de esperar pelo Messias! Muitos devem ter se distraído com suas famílias, suas vidas, seus afazeres e parado de vigiar e ansiar pela vinda do Rei.

Ana, porém, continuou esperando pela redenção de Jerusalém. Lendo o versículo 38, imagino que havia um grupo de pessoas que permaneceram esperando. Então, depois de anos indo diariamente no templo, depois de anos de jejum e oração, Ana contemplou o cumprimento da promessa.

Quando Jesus foi apresentado no templo e Simeão profetiza sobre a vida dele, Ana reconhece que aquele era o Messias pelo qual ela esperava e rende graças ao Senhor. A Bíblia também relata que “ela falou a respeito do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém”. Ou seja, o momento tão aguardado havia chegado e ela não se conteve em compartilhar essa mensagem.

 

O chamado dos cristãos da última hora

Assim como Ana, nós fazemos parte de um povo que não perdeu a esperança. Por isso, somos chamados a vigiar e orar pela segunda vinda do Rei Jesus. A vida de oração de Ana nos ensina como se parecem os intercessores da última hora. Não sabemos os detalhes da sua rotina, mas o texto nos conta que “ela não se afastava do tempo, cultuando a Deus dia e noite com jejuns e orações”. Somente por essa frase, podemos ver que a vida de oração da profetisa Ana era intensa e constante.

Nem todos irão viver no templo como ela, que era viúva e cuidava das coisas do Senhor. Porém, todos somos chamados a não sermos pegos de surpresa pela vinda do nosso Messias. Precisamos ser constantes e vigilantes, sem nos esquecermos da nossa grande promessa.

Eu quero fazer parte do grupo daqueles que esperam pela redenção de toda a humanidade e de todo o cosmos. Não somente isso, mas espalhar essa mensagem para que mais pessoas também esperem. Minha oração é que o Senhor levante uma igreja que é constante em sua espera. Uma igreja que ensina a cada geração sobre onde deve estar a nossa esperança, para que no grande dia sejamos encontrados esperando nosso Messias.

 

Como era  a vida de oração de Daniel? Um homem que viveu no período que chamamos de 70 anos de cativeiro. Ele foi arrancado de sua casa em Jerusalém no primeiro cerco que a Babilônia fez. Ele era de uma família nobre e ainda era muito jovem quando foi separado de sua família junto com outros companheiros. Foi levado como escravo para o palácio do grande rei Nabucodonosor. A história poderia caminhar para um rumo diferente ao que tudo indica, mas na verdade ela trilha para uma vida de oração exemplar.

Certamente conhecemos a sua história, Daniel  amava a Deus e era fiel em sua devoção e Deus concedeu inteligência a ele e seus companheiros: “Quanto a estes quatro jovens, Deus lhes deu o conhecimento e a inteligência em todas as letras, e sabedoria; mas a Daniel deu entendimento em toda a visão e sonhos”.Daniel 1:17

Daniel tinha constância na oração

Nesse meio tempo, Daniel se torna muito influente, a ponto do rei o nomear governador na Babilônia (Dn 2:47). Ainda assim, Daniel foi sentenciado à morte. Um decreto foi assinado pelo rei e Daniel se enquadrava nos que deviam morrer. Por qual motivo? Pelo motivo de que pelo período de 30 dias não se podia adorar a ninguém, apenas ao rei.

Ao saber do decreto, o que ele fez? Fez o que sabia fazer: “Quando Daniel soube que o decreto tinha sido publicado, foi para casa, para o seu quarto, no andar de cima, onde as janelas davam para Jerusalém, e, como antes costumava fazer três vezes ao dia, ajoelhou-se, orou e deu graças diante do seu Deus”. Daniel 6:10

Ora, você percebe a palavra “costumava” neste texto? Constância é o que podemos aprender com Daniel. No momento mais difícil ele fez o que costumava fazer. Quando temos constância em nossa vida de oração não somos abalados por circunstâncias externas. Mas, é uma regra orar três vezes ao dia, então? Não, mas será que temos orado ao menos uma vez em nosso dia? Daniel tinha constância na oração.

Por conseguinte, Deus livrou Daniel da sentença de morte, quando jogado na cova dos leões, nenhum dano sofreu. E o nome de Deus foi glorificado:

Paz e prosperidade! “Estou editando um decreto para que nos domínios do império os homens temam e reverenciem o Deus de Daniel. “Pois ele é o Deus vivo e permanece para sempre; o seu reino não será destruído, o seu domínio jamais acabará. Ele livra e salva; faz sinais e maravilhas nos céus e na terra. Ele livrou Daniel do poder dos leões”. Daniel 6:25-26.

Daniel examinava as escrituras

Outra marca que podemos notar na vida de Daniel era o estudo da palavra. Ao examinar o livro de Jeremias, ele entende que o seu povo sofreria por 70 anos. E o que Daniel faz? Ele intercede a Deus com orações, súplicas e jejum.

Inegavelmente, precisamos interceder por nosso povo, ter esse amor por nossa nação, assim como ele o fez. Mas para isso, eu e você precisamos que nossos corações sejam quebrados. Vemos Daniel intercedendo em prantos, pois ele se colocou na brecha e sentiu a dor pelo seu povo. Seu coração estava em orar por sua gente.  (Dn 9:3). Nós precisamos sentir isso ao intercedermos por nossa nação.

Ademais, você percebe que, oração, jejum e leitura da bíblia, caminham juntos? Daniel examinava as escrituras. E ao fazer isso, entendeu que precisava suplicar e jejuar por seu povo. Ele teve então, revelação sobre o que viria acontecer. Existe uma conexão na oração e no entendimento das escrituras.

A oração prontamente respondida de Daniel

Nesta época, Daniel percebe que muitos judeus permaneceram na Babilônia e não voltaram para Jerusalém. E os que voltaram, encontraram apenas ruínas e por isso desistiram de reconstruir o templo. Daniel então ora e jejua pelo seu povo e ele pede urgência a Deus: Senhor, ouve! Senhor perdoa! Senhor vê e age! Por amor de ti, meu Deus não te demore, pois a tua cidade e o teu povo levam o teu nome“. Daniel 9:19

Nos versículos seguintes descobrimos que sua oração é prontamente respondida. Deus envia um anjo enquanto Daniel ainda estava confessando os pecados de seu povo. Essa é uma promessa linda que temos, de que algumas de nossas orações serão respondidas rapidamente: Antes de clamarem, eu responderei; ainda não estarão falando, e eu os ouvirei”. Isaías 65:24

Para isso, precisamos de constância, assim como Daniel costumava orar três vezes ao dia, precisamos aprender a ter nosso tempo diário e constante com Deus.

Aliás, sabe o que é mais lindo e profundo nessa oração do capítulo 9 de Daniel? Ele orou por Israel e pela restauração da cidade de Jerusalém e Deus o responde com segredos mais profundos. Daniel pediu pela restauração do seu povo, mas Deus o respondeu sobre a salvação eterna deles através da revelação do próprio Messias que haveria de vir (Dn 9:25-27).

Assim sendo, aos que possuem um relacionamento constante com Deus, ele revela segredos profundos. “O Senhor confia os seus segredos aos que o temem, e os leva a conhecer a sua aliança”. (Salmos 25:14) Isso com certeza deve nos encorajar.

A vida de oração de Daniel

Em resumo, podemos ler o livro de Daniel e nos encher de alegria ao perceber, o quanto podemos ganhar em ter uma vida constante de oração. A bíblia diz que Daniel era amado no céu: “Ele disse:Não tenha medo, homem muito amado. Que a paz seja com você! Seja forte! Seja forte! “Ditas essas palavras, senti-me fortalecido e disse: “Fala, meu senhor, visto que me deste forças”. (Daniel 10:19) Você não gostaria de ser conhecido assim também no céu?

Com efeito, Daniel desde muito novo decidiu não se contaminar e se manteve íntegro ao seu Deus. Ele andou com Deus quando era nobre e quando foi escravo, na humilhação e no momento de ser reconhecido. Daniel estabelecia horários para suas orações e orou em momentos de dificuldades. Ele orou quando sofreu ameaça de morte, orou por seus companheiros, orou confessando o pecado de seu povo, orou pedindo livramento por sua nação. Daniel tinha intimidade com Deus, pois só quem tem constância na oração consegue alcançar isso.

Por fim, que Deus nos dê a graça de alcançar a constância em nossa vida de oração para alcançarmos essa intimidade com Ele. Que eu e você possamos ser fortalecidos na esperança de sermos tão íntimos de Deus a ponto de Ele confiar seus segredos a nós.

“E ele prosseguiu: “Não tenha medo, Daniel. Desde o primeiro dia em que você decidiu buscar entendimento e humilhar-se diante do seu Deus, suas palavras foram ouvidas, e eu vim em resposta a elas”. Daniel 10:12

Nós temos insistido no assunto de oração semanalmente aqui no blog (você pode conferir tudo pela nossa categoria ‘oração’), pois sabemos que tudo parte desse lugar de conversa com Deus. Então, se você ainda não leu os outros artigos, clique aqui para ler e acompanhar. Além disso, é nosso desejo ver a Igreja crescer em intimidade com Deus e queremos dar ferramentas e dicas práticas para que isso aconteça.

Separando um lugar para orar

Todos nós sabemos que Deus ouve nossas orações e nada está oculto aos olhos dele (Hebreus 4:13). Nós temos o privilégio de poder orar em qualquer lugar e em qualquer momento, mas há algo especial em separar um momento específico para estar com Deus. E sim, se trata do estar a sós com Deus. Nós chamamos isso de ‘lugar secreto’. É quando não há distrações, interrupções ou pressa.

Quando olhamos para a vida de Jesus, vemos que ele mesmo separava um tempo para estar com o Pai. Jesus nos deixa o exemplo ideal de como se relacionar com Deus e isso fica claro em muitos momentos:

“Então Jesus foi com seus discípulos para um lugar chamado Getsêmani e disse-lhes: “Sentem-se aqui enquanto vou ali orar“.” – Mateus 26:36

“De madrugada, quando ainda estava escuro, Jesus levantou-se, saiu de casa e foi para um lugar deserto, onde ficou orando.” – Marcos 1:35

“Mas Jesus retirava-se para lugares solitários, e orava.” – Lucas 5:16

“Num daqueles dias, Jesus saiu para o monte a fim de orar, e passou a noite orando a Deus.” – Lucas 6:12

“Certa vez Jesus estava orando em particular, e com ele estavam os seus discípulos; então lhes perguntou: “Quem as multidões dizem que eu sou? ” – Lucas 9:18

Diálogo íntimo

As coisas que acontecem quando estamos a sós com Deus são preciosas. As conversas mais francas e sinceras, o derramar do coração, o choro, o riso, o silêncio, as experiências mais incríveis. É passar tempo com seu melhor amigo, apenas ele e você. É verdadeiramente crescer em intimidade. E o melhor é que ninguém precisa ficar sabendo como foi. É guardar segredos com Deus, ouvir o coração dele, sendo um amigo confidente e fiel.

Se você não tem o costume de preparar um lugar, então busque um. Você pode todos os dias fazer isso em um lugar diferente, mas, acredite: com o tempo, será sustentável se você fizer em um local que te permite ter constância. Se você deixar para todo dia decidir um local diferente, será muito mais difícil permanecer. Busque um local no qual você pode ficar um tempo sem ser interrompido. Um local onde você esteja a sós e possa falar com Deus.

Separando um tempo para orar

Em nossos dias há muitas distrações que lutam pela nossa atenção. Mas nós podemos vencer a falta de disciplina, a preguiça, o sono e deixar que o anseio por relacionamento com Deus seja maior do que todas as outras coisas. É ter fome e sede no nosso interior, deixando crescer nosso anseio por Deus, mas direcionar ao único lugar onde somos plenamente satisfeitos.

Com a correria do dia-a-dia alguns podem escolher o tempo que restar. E eu quero te sugerir algo diferente. Escolha um tempo determinado para a oração. Se necessário estabeleça horários fixos (por exemplo: todos os dias às…). Esta é a conversa mais importante que você terá em seu dia. E quando você experimentar o fato de que a partir dela tudo flui melhor, tudo acontece melhor, então você vai querer passar muito mais tempo com Deus.

Conexão com Deus

Mesmo com nosso pouco tempo, ou muito tempo, devemos sempre ter em mente que não se trata de cumprir uma agenda. Falar com Deus não é sobre mais uma tarefa do dia. Mesmo ao separar um tempo, mesmo ao preparar um lugar, nosso coração precisa estar no propósito de tudo isso. A preparação não é o ponto final, mas sim a conexão com Deus.

Não precisamos de longas horas orando para enfim nos sentirmos aceitos e permitidos para estar com Deus. Nem precisamos de ir ao ponto mais escondido da cidade para estarmos a sós com ele. Tudo se volta para nosso coração. Longas horas ‘no secreto’ pode vir de um coração que ainda busca obras para sentir que merece. E poucos minutos pode vir do mais singelo e sincero coração. Consegue ver a diferença? Separar tempo e um local não é para se sentir aceito, justo ou superior aos outros. Mas porque já somos aceitos, então gerenciamos nossas vidas para permanecer em um relacionamento que amamos ter.

Você pode crescer em sua vida de oração

Todo o texto de hoje é com o objetivo de te dar maneiras práticas para crescer e permanecer em oração. Amadurecer sua no relacionamento com Deus. Olhe para sua agenda, crie um espaço para ter tempo de qualidade com Deus. É sobre administrarmos nossa vida em torno de Deus, não o contrário. Nós podemos fazer isso. Podemos falar com ele em todos os lugares, mas também podemos separar tempo e lugar para que ele venha e fale a nós. É como preparar o solo e esperar que ele venha no momento certo trazer a semente e a chuva. Grandes coisas podem acontecer na história e no tempo em que vivemos se buscarmos a Deus  de todo coração e levarmos a oração como algo essencial e totalmente insubstituível.

O apóstolo Paulo e sua vida de oração são uma fonte na qual podemos tirar grandes lições para nossas vidas. 

Neste texto quero abordar algumas das características da vida de oração de Paulo. 

Ele foi um homem que buscava êxito mesmo antes de servir a Deus. Pelos relatos que temos da vida dele podemos ver um homem de muito conhecimento e com sede de vencer limites. A sua jornada de conversão e também sua vida de pregador da palavra nos mostram isso claramente. 

Paulo entendia plenamente o poder de se fazer orações de ações de graça, petições e súplicas e intercessões. 

Nós, como servos de Cristo, pouco usamos as orações bíblicas que nos foram deixadas. 

Paulo entendia o poder de ser grato ao Senhor e demonstrava isso

Uma das grandes marcas da vida de oração de Paulo ficava claro quando ele orava por seus amigos e aqueles que Deus tinha dado a ele como suporte na jornada. 

Pare por um momento e pense: Qual foi a última vez que você fez uma oração somente para agradecer? 

Quase nunca tiramos um tempo para agradecer ao nosso Deus pelo muito que Ele tem nos feito. 

Nossa busca incansável por coisas ou posições nos afasta deste lugar, no qual exercemos um coração agradecido. Um posicionamento de gratidão que certamente agrada nosso Pai. 

 

Paulo, apóstolo de Cristo Jesus pela vontade de Deus, segundo a promessa da vida que está em Cristo Jesus, a Timóteo, meu amado filho: Graça, misericórdia e paz da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus, nosso Senhor. Dou graças a Deus, a quem sirvo com a consciência limpa, como o serviram os meus antepassados, ao lembrar-me constantemente de você noite e dia em minhas orações. Lembro-me das suas lágrimas e desejo muito vê-lo, para que a minha alegria seja completa.  2 Timóteo 1:1-4 

Perseverai em oração, velando nela com ação de graças;  Colossenses 4:2 

Agradeço a meu Deus toda vez que me lembro de vocês. Em todas as minhas orações em favor de vocês, sempre oro com alegria por causa da cooperação que vocês têm dado ao evangelho, desde o primeiro dia até agora.  Estou convencido de que aquele que começou boa obra em vocês, vai completá-la até o dia de Cristo Jesus. É justo que eu assim me sinta a respeito de todos vocês, uma vez que os tenho em meu coração, pois, quer nas correntes que me prendem quer defendendo e confirmando o evangelho, todos vocês participam comigo da graça de Deus. Filipenses 1:3-7

Paulo e suas orações em diferentes circunstâncias

Paulo entendia o que muitas vezes nos esquecemos ou até mesmo nunca entenderemos, a vontade que o Senhor tem de se relacionar com seus filhos. 

A verdade é que podemos acessar nosso Deus de diferentes maneiras. O que isso quer dizer? 

Talvez você precise orar ao Deus que cura, ou aquele que provê, quem sabe você anseie neste momento do Deus de amor ou o Deus que é Poderoso para guerrear? 

Além disso, Paulo estava sempre clamando, pedindo por outros, mas também pedia que lembrassem de orar por ele. 

Uma das coisas mais lindas da vida de oração de Paulo era o quão verdadeiro ele era. 

Esse apóstolo não tinha medo ou vergonha de se expor diante daqueles que ele confiava, mas principalmente Paulo não tinha vergonha de conversar com o Seu Deus. 

Lembre-se, a oração é uma conversa íntima entre dois amigos, quanto mais você exercitar isso mais fácil irá se tornar. 

Orando também juntamente por nós, para que Deus nos abra a porta da palavra, a fim de falarmos do mistério de Cristo, pelo qual estou também preso;  Para que o manifeste, como me convém falar. Colossenses 4: 3-4 

Oração por conhecimento, sabedoria e revelação 

Esta é a minha oração: que o amor de vocês aumente cada vez mais em conhecimento e em toda a percepção,

para discernirem o que é melhor, a fim de serem puros e irrepreensíveis até o dia de Cristo,

cheios do fruto da justiça, fruto que vem por meio de Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus. Filipenses 1:9-11 

Paulo clamava por sabedoria e conhecimento, aqui vemos uma lição a ser aprendida. 

Um homem culto e com muito conhecimento adquirido que sabia que conhecimento e sabedoria vem do alto, não podem ser encontrados somente com bons livros ou em nossa aptidão natural. 

Peço que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o glorioso Pai, lhes dê espírito de sabedoria e de revelação, no pleno conhecimento dele. Oro também para que os olhos do coração de vocês sejam iluminados, a fim de que vocês conheçam a esperança para a qual ele os chamou, as riquezas da gloriosa herança dele nos santos e a incomparável grandeza do seu poder para conosco, os que cremos, conforme a atuação da sua poderosa força. Efésios 1: 17-19 

Neste texto temos somente parte do que foi a vida de oração de Paulo, um pouco das características que vemos na sua jornada com Deus. 

Assim, que possamos fazer orações de agradecimentos, mas também levantar clamor de intercessão por nossos irmãos. 

Ademais, que constantemente nossas orações sejam para buscar conhecimento e sabedoria dos céus. E o nosso entendimento seja aberto para que venhamos a orar a palavra de Deus e nossas orações sejam conhecidas pela intensidade e constância como foram de Paulo. 

Deus te abençoe