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Descanso: o que a bíblia ensina?

Devocional

O que a bíblia ensina sobre o descanso? Neste texto vamos conversar sobre isso!

Portanto, não sejam insensatos, mas procurem compreender qual é a vontade do Senhor. Efésios 5:17

O trabalho é bom, benção e não uma maldição. O problema é quando colocamos o trabalho como a única coisa que devemos fazer. 

É importante saber que o descanso não é para os fracos ou para os mortos, o descanso é para os homens e foi o próprio Deus que estipulou isso. Portanto,  o descanso não deve vir com o sentimento de perda. 

Nosso tempo não é infinito nessa terra, por isso é importante aproveitarmos ele da melhor forma e da maneira que agrade ao Senhor. 

Usando o tempo de maneira sábia

Os tolos são os que vivem de qualquer maneira, não devemos ser assim. Devemos aprender a remir nosso tempo, usá-lo de forma sábia, porque os dias são maus. 

Shabbat é um tempo de descanso 

O princípio de descanso está presente na bíblia desde a criação do mundo 

Deus não descansou por estar cansado, Ele é todo poderoso, não precisa descansar. Ele estava nos ensinando um princípio. 

Descanso não é sobre preguiça. 

Deus não nos criou para sermos preguiçosos e ociosos, provérbios nos ensina muito a respeito disso. Mas não podemos negar que é necessário tempo de descanso. 

A falta de descanso pode indicar nossa falta de confiança em Deus. Por acharmos que temos o controle de tudo, pensamos que quando não estamos trabalhando, estamos perdendo. Não acreditamos que Deus está cuidando de nós. 

O homem precisa do descanso e entender que ele não é o Senhor da sua própria vida.  Se vivemos de uma forma que não conseguimos descansar, temos vivido como escravos.

Nosso sucesso não vem da nossa produção e daquilo que podemos fazer. Podemos ser ativistas dentro da igreja e não agradar a Deus com a nossa vida. 

Além disso, a maneira como gastamos nosso tempo, demonstra quem o nosso coração adora. Por isso, devemos refletir sobre as nossas atividades e discernir sobre como as exercermos.

Assim, neste início de ano reflita mais sobre o descanso e coloque como prioridade em sua rotina. Afinal, isso é um princípio o Senhor

Certa vez algo surpreendente aconteceu. Era essa mesma época do ano, estava no quintal da casa de minha avó quando reparei que estava nascendo um broto em uma antiga goiabeira que já não dava mais frutos. Achei aquela cena bastante simbólica, já que aquele ano tinha sido bastante difícil. 

E agora, mais um fim de ano, bastante difícil para todos nós, me lembrei novamente da cena da goiabeira e um versículo saltou em minha mente: 

“Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, — pela graça sois salvos, e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus”  Ef 2:4-6

Mas Deus

O que chamou minha atenção foi a palavra “mas”. Ao longo de toda a História o Senhor sempre agiu na humanidade com o seu “mas”.  Uma demonstração da sua infinita bondade, justiça e misericórdia conosco, o Seu povo. 

Ele sempre fez e faz brotar beleza e vida de lugares inusitados. Vemos isto em muitas passagens bíblicas. Por exemplo, quando Agar e o seu filho Ismael estavam no deserto de Berseba e a água havia acabado. Eles já estavam em uma situação terrível, quando Agar clamou ao Senhor por água. Milagrosamente um poço apareceu em sua frente. 

Além disso, vemos as inúmeras vezes que o povo de Israel estava no deserto com fome e o Senhor proveu alimento. Quando achavam que iam perecer, o Senhor intervinha. 

Recebemos o maior milagre que foi o sacrifício de Jesus na Cruz. A Queda no Éden parecia o fim para toda humanidade, mas não era. O Senhor proveu um cordeiro. Este cordeiro já havia sido morto desde a fundação do mundo (Ap. 13:8). Afinal de contas, o Senhor não é surpreendido. Nada é inesperado para Ele. Nós é que nos surpreendemos com o curso da História. Assim, o Senhor permanece imutável, sustentando todas as coisas pela palavra do Seu poder. 

Ancorados em Cristo

Então, neste fim de ano podemos nos apegar no Senhor que sustenta todas as coisas; Naquele que age em toda a realidade e está liderando as nossas vidas. Podemos descansar  nas verdades da Sua Palavra.

Por mais que o futuro e o próximo ano possam gerar ansiedade e medo, temos o Bom Pastor que conhece todas as coisas e épocas.  

Para nós, cristãos, quando dizemos sobre ter esperança no futuro não é algo místico e tampouco uma positividade que é vendida nas redes sociais. A esperança para a fé cristã é o próprio Jesus. Estamos ancorados Nele. Temos acesso às suas Palavras de vida eterna que fortalecem o nosso interior, nos guiam e ajudam a passar pelos vales e dificuldades.  

Lembretes para o próximo ano

Em 2022 se apegue e confie nas Palavras de vida eterna. Confie na liderança do bom Pastor, por mais que possa parecer confuso e sem sentido as circunstâncias de nossa vida. Lembre-se que Ele é rico em misericórdia e cheio de bondade. Esses são os seus atributos. Além disso, descanse Naquele que pode mudar realidades, abrir caminhos no deserto,  rios no ermo e até mesmo fazer brotar novos frutos de uma árvore – aparentemente – sem vida. 

Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o Senhor, o Criador dos fins da terra, nem se cansa nem se fatiga? É inescrutável o seu entendimento. Dá força ao cansado, e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor. Os jovens se cansarão e se fatigarão, e os moços certamente cairão; Mas os que esperam no Senhor renovarão as forças, subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão; caminharão, e não se fatigarão. Isaías 40:28-31

Obrigada por acompanhar o blog fhop durante este ano. Esperamos que Ele tenha edificado sua fé e encorajado você a permanecer ancorado em Jesus.

Feliz 2022,

Deus te abençoe! 

++leia mais sobre vida de oração

Existe uma história por trás do Natal que responde a pergunta: Por que Jesus teve que vir?

Essa deveria ser a base da nossa fé em Cristo, mas confesso que muitas vezes demorei a pensar na resposta. É uma longa e profunda história, então vamos dividir em partes. 

A narrativa Bíblica inteira caminhou para o dia em que um menino nasceu em Belém. Mas por que ele era esperado? Por que Jesus teve que tomar forma de homem? O que trouxe o criador para dentro da sua criação?

A grande história de Deus tem basicamente quatro partes: criação – queda – redenção – consumação. Isso você precisa ter vivo na sua mente. Todos esses trechos da grande história são cercados pela verdade de que: “Deus amou o mundo de tal maneira…”

  1. DEUS CRIOU

Primeiramente, a Trindade em transbordante amor e plenitude cria o mundo, pelo poder de sua palavra, todas as coisas no céu, na terra e debaixo da terra vieram a existir. No sexto dia de criação eles decidem:

– “Façamos o homem, à nossa imagem e semelhança”. E assim o homem e a mulher foram feitos (Gn 1:26-27). 

Assim, sua missão era cultivar e guardar aquele jardim que foram colocados. A criação estava sob seu domínio e lhes foram ordenados que sujeitassem a terra e a povoassem. Uma única ordem negativa lhes foi dada: -”comam de tudo o que  a terra dá, menos de uma, a árvore que está no centro do jardim.” O comer desse fruto proibido os daria o conhecimento do bem e do mal.  

     2. O HOMEM CAIU

Porém, posteriormente, no capítulo 3 de Gênesis um novo capítulo da História se inicia. A única coisa que o homem e  mulher não poderiam fazer, isto eles fizeram: comeram do fruto da árvore que estava no centro do jardim. Caíram na tentação de querer ser como Deus; na prepotência de desejaram serem senhores da sua própria história. 

Então, ali o pecado entrou no mundo e com o pecado a morte. A imagem de Deus no homem foi deformada, adulterada e agora uma outra natureza lutava para ser atendida dentro deles. A história de toda a humanidade foi redirecionada naquele dia. Eis agora o nosso grande problema: “todos pecaram e foram destituídos da glória de Deus”.

O grande problema da humanidade

Primeiramente, para entendermos a seriedade da vinda de Jesus precisamos estar conscientes do estrago que o pecado causou. O Deus Criador, criou o universo em um design perfeito e inclinado ao lugar certo: Ele mesmo. O homem foi criado com anseios que encontravam resposta plena unicamente em Deus, como a chave certa para abrir uma fechadura. Mas o pecado tirou o cosmo inteiro do seu eixo. Os anseios continuaram os mesmo, mas outra coisa fora de Deus começou a ser cogitada. 

Qual o problema do mundo? O pecado. 

Por que? Por causa dele, Deus não é adorado como deveria, a criação feita para sua glória não exerce essa função e pior ainda, adora outras coisas criadas. Se Deus não é o centro tudo está desalinhado

O que isso causa? A autodestruição da humanidade pela própria humanidade e desperta ira de Deus. 

     3. DEUS DESEJOU A REDENÇÃO QUE CARECEMOS

O pecado não é o fim da história

Todavia, por mais trágico que seja a história até aqui,  o pecado não foi o fim da história. No mesmo capítulo de Gênesis, onde a queda é relatada, uma promessa é revelada: 

“Porei inimizade entre você e a mulher, entre a sua descendência e o descendente dela; este lhe ferirá a cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar.” (Gn 3:15)

Aqui a esperança brilha. Esse versículo é considerado um de proto-Evangelho, porque é a primeira declaração da intenção redentora de Deus após a queda. A semente de Eva (um descendente, um filho), iria pisar e derrotar a serpente que o haviam persuadido a pecar, esse descendente seria ferido, mas não derrotado. 

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.” – João 3:16

Essa é uma promessa Messiânica! Desde Gênesis 3 o Natal é aguardado. O nascimento de Jesus é uma promessa de redenção cósmica. Naquele bebezinho em um estábulo de Belém, era o Filho de Deus e nele repousava a missão de tomar para Deus o que lhe era por direito. Ele era capaz de resgatar toda a criação, preencher o abismo que separava o homem de Deus, absorver o juízo de Deus num madeiro para perdão dos pecados e por fim restaurar a criação à comunhão perdida no Éden. 

  1. NO SEGUNDO ADÃO ESTÁ A CONSUMAÇÃO DA REDENÇÃO

Certamente, era necessário redimir a história. Isso significa fazer todas as coisas convergirem na Divindade outra vez, assim como elas foram criadas para ser (Efésios 1:10). E todas as gerações após Adão e Eva aguardavam a semente; só o próprio Deus poderia absorver toda a ira de Deus contra o pecado do mundo nele mesmo. 

De maneira crucial, o Apóstolo Paulo chama Jesus de segundo Adão (1 Co 15:45-49). O primeiro Adão (isso inclui toda a humanidade) caiu, pecou, se rebelou e não deu a Deus a glória que lhe era devida. O segundo Adão veio em missão de redenção, para apontar para o mundo o Pai, a sua origem, existência e alvo final. Ele veio para mostrar o que deveríamos ser e o que ainda seremos. 

Por isso, ele precisava vir como homem para mostrar ao homem como ser homem. Mas também precisava ser Deus, porque só Deus poderia gerar uma redenção nessa proporção de uma vez por todas. 

POR FIM

Por fim, a vinda de Jesus a Terra se resume em – Redenção – e nesse contexto essa palavra é sinônimo de fazer novas todas as coisas, acabar com governo do pecado, restaurar a imagem de Cristo em nós e derrotar a morte. Ou seja, fazer com que todo o cosmo volte a operar como foi criado para operar e assim Deus seja plenamente glorificado em tudo. O Natal é o nascimento da nossa redenção

Assim, vale ressaltar também que a vinda de Jesus tem como desfecho final a sua segunda vinda. E o natal também nos lembra que a obra de redenção inaugurada naquela manjedoura em Belém terá um fim glorioso na nova Jerusalém. A semente prometida esmagará a serpente e colocará todos os seus inimigos debaixo dos seus pés, e o último deles é a morte.

+++ leia mais sobre o Natal 

Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas? Romanos 8:32

A vida é feita de transições. E se não soubermos lidar com isso, não saberemos lidar com a vida. Mudanças trazem o novo, desconhecido e incerto. E devemos ter total confiança Nele durante essas transições.

Muitas vezes, não queremos confiar em Deus, e sim na nossa vontade. Pois o desconhecido nos paralisa e nos deixa ansiosos. Por isso, a estratégia para transições é confiar no Senhor, fixar os olhos Nele.

2 Coríntios 2:5 – Paulo escolheu fazer-se fraco, apresentando Jesus aos Coríntios para
que Ele agisse no meio deles.

Apoiados na força do Senhor

Transição tem a ver com realizar a boa obra, segundo a vontade de Deus. Assim, Deus permite situações, para que o agir Dele prevaleça e Ele nos mostre que não é na nossa força, e sim por meio e estratégia Dele.

Deus permite transições para que os nossos olhos não fiquem por muito tempo nos homens, e sim Nele.

E disse o Senhor a Gideão: Muito é o povo que está contigo, para eu dar aos midianitas em sua mão; a fim de que Israel não se glorie contra mim, dizendo: A minha mão me livrou. Juízes 7:2

Gideão era estrategista de guerra, e pensou que tudo estava sob seu controle. Deus não permitiu que o exército completo fosse à guerra, pois Israel pensaria que a vitória foi por força deles, e não de Deus. Gideão recebeu uma estratégia sobrenatural de Deus e precisou confiar nisso.

Devemos lembrar que no final do dia, o Senhor dos Exércitos é Ele, a glória é somente Dele. Os pensamentos Dele são sempre maiores que os nossos. Se individualmente permanecermos Nele, então corporativamente estaremos Nele também.

Deus é o Senhor das transições

Assim, não devemos temer transições e o desconhecido. Porque é Jesus que edifica a igreja, e vai continuar edificando.

Sobre nós está a responsabilidade de discipular homens que se pareçam com Ele. O apóstolo Paulo pregava com eloquência, mas se Deus, que era o fator decisivo, não fosse a experiência real, a casa não seria edificada.

Em Mateus 16, Jesus disse que Ele edificaria sua igreja, abrindo o caminho de volta ao Pai.

Hebreus 3:6 – “Mas Cristo, como Filho, sobre a sua própria casa; a qual casa somos nós, se
tão somente conservarmos firme a confiança e a glória da esperança até ao fim”.

Assim, fazemos parte de uma noiva que está sendo preparada por Jesus em meio à transições. Somos cooperadores da obra! Nos momentos de mudança, devemos voltar os nossos olhos para Deus, pois Ele está liderando a igreja.

Podemos mudar a Deus através da intercessão? Por que devemos orar a um Deus soberano que já conhece todas as nossas necessidades? Quem é chamado à intercessão? Em favor de quem devemos interceder?

Conhecer a Deus implica também em vivermos de acordo com a sua vontade. Em nenhum momento, a soberania divina exclui a responsabilidade humana. Por isso conheceremos o chamado que o Senhor deu a todos os seus filhos de intercederem.

 

A soberania de Deus e o chamado à intercessão

Deus é soberano. Ele faz todas as coisas segundo o seu propósito e vontade. Quando Deus fala e age na História, nada nem ninguém é capaz de resistir à sua voz. As superpotências mundiais são extremamente pequenas diante de sua glória e majestade. Não há outro que possa ser comparado ao Deus Todo-Poderoso.

Porém, como Hernandes Dias Lopes afirma, “o próprio Deus Todo-Poderoso, assentado no trono, revestido de glória e majestade, também determinou agir em resposta às orações de seu povo.” Por isso, a soberania de Deus não exclui a nossa responsabilidade como intercessores.

A intercessão é um instrumento para moldar o nosso coração diante das circunstâncias.  E para Deus agir no mundo em resposta às nossas petições, assim como Ele mesmo agiu na Bíblia em resposta às intercessões de seu povo. Deus decidiu nos incluir em seus planos e nos permitiu ser cooperadores em sua grande obra.

 

Todos nós somos chamados à intercessão, porque buscamos em nosso Pai Celestial tudo o que precisamos. 

Peçam, e lhes será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta lhes será aberta. 8 Pois todo o que pede, recebe; o que busca, encontra; e àquele que bate, a porta será aberta. Mateus 7:7-8

 

Devemos buscar nas coisas celestiais e na vontade divina a motivação para que o nosso agir seja como de filhos de Deus, porque: “aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus, os quais não nasceram por descendência natural, nem pela vontade da carne nem pela vontade de algum homem, mas nasceram de Deus.” João 1.12

 

Os intercessores

Em vários momentos na história, os intercessores aprenderam a serem fiéis a Deus mesmo não presenciando seus pedidos serem realizados em vida. Hoje, nós somos chamados a interceder, não para mudarmos a Deus, mas confiarmos em seu caráter, orarmos a sua palavra e crermos que Ele é fiel para cumprir tudo o que prometeu.

Agostinho disse que “a verdadeira e completa oração não é outra coisa senão o amor”. John Wesley também afirmava que tudo o que Deus faz, Ele o faz em resposta às orações de seu povo.

Deus atendeu o pedido de Israel diversas vezes quando este estava em aflição ou sofria escravidão diante de um imperador opressor. Quando o povo clamou ao Senhor, pois estava debaixo do poder de faraó no Egito, como registrado no livro de Êxodo, Deus ouviu e atendeu o seu clamor. 

Já em outro momento, quando, no livro de Ezequiel, Deus procurou alguém que se colocasse em favor da nação, mas não houve ninguém, o povo foi entregue ao cativeiro.

Orem no Espírito em todas as ocasiões, com toda oração e súplica; tendo isso em mente, estejam atentos e perseverem na oração por todos os santos. Efésios 6:18

Temos testemunhas fiéis em toda a história capazes de edificar a nossa fé. Hoje, porém, o bastão está em nossas mãos. Quem se levantará para interceder e edificar a próxima geração? A intercessão é o instrumento que utilizamos para nos relacionarmos com aquele que é soberano e que deseja responder às nossas orações.

Mas os desejos do nosso coração precisam estar alinhados à sua palavra. Precisamos crescer em amor a  Deus, a sua palavra e as pessoas, a ponto de inclusive intercedermos pelos nossos inimigos.

Mas eu digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem. Mateus 5:44

 

Como devemos interceder?

A intercessão não funciona como mágica. Ela é um instrumento de Deus para moldar o nosso coração à medida da vontade de Deus, através da poderosa obra do Espírito Santo em nossas vidas.

Enquanto oramos somos transformados. Não temos o poder de mudar a Deus, mas o propósito é que confiemos em seu caráter, orando a sua palavra e crendo que Ele é fiel para cumprir tudo o que prometeu. 

  • Precisamos orar a palavra de Deus aplicando-a em nossas petições (Colossenses 3.16-17)
  • Precisamos buscar o Senhor no lugar secreto (Mateus 6.6)

 

Ao longo da semana temos conversado aqui no blog sobre sermos casa de oração. Neste devocional, vamos falar um pouco sobre a relação entre a nossa identidade eterna como casa de oração e o fim dos tempos.

Em Isaías 56:6-7 diz assim:

“E os estrangeiros que se unirem ao SENHOR para cultuá-lo e amar o nome do SENHOR, tornando-se assim seus servos, todos os que guardarem o sábado, sem profaná-lo, e os que abraçarem a minha aliança, eu os levarei ao meu santo monte e os alegrarei na minha casa de oração; os seus holocaustos e os seus sacrifícios serão aceitos no meu altar; porque a minha casa será chamada casa de oração para todos os povos.”

Somos casa de oração

Como dissemos nos devocionais anteriores, uma das identidades primárias da igreja no Novo Testamento é como casa de oração. A igreja nunca foi feita para existir separada da sua identidade eterna de casa de oração. Inclusive, o próprio Jesus falou sobre isso em Mateus 21:13, citando a promessa de Isaías:

E disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração;

Todo este movimento que tem surgido na igreja global, de resgatar o espírito profético de oração e intercessão do tabernáculo de Davi, não é algo novo e não é exclusivo de alguns ministérios. Segundo Mike Bickle, Deus está estabelecendo um novo paradigma em sua igreja, que na verdade é tão antigo quanto Isaías 56. É uma resposta da igreja ao que o Espírito Santo está gerando no lugar de intimidade, jejum e oração.

A igreja está despertando para a sua identidade eterna de casa de oração. Não é algo somente para esta era, mas algo que faremos no Milênio e na eternidade: a comunhão com Deus e a participação nos seus planos. Isso é o que Deus sempre desejou para Sua Igreja.

O lugar de oração no fim dos tempos

Qualquer cristão atento percebe que estamos vivendo em tempos próximos do fim. Porém, não precisamos nos desesperar, pois fazemos parte de um povo que não será pego de surpresa. À medida que a perversidade, a iniquidade e as trevas aumentam, Deus chama a sua igreja para ser a luz na escuridão e participar do que Ele deseja derramar sobre a terra nos últimos dias. E como faremos isso?

Nosso primeiro impulso como seres frágeis e amedrontados é tentar buscar soluções humanas para a crise. Isto é, queremos respostas práticas, queremos encontrar uma nova abordagem ou uma nova solução. Queremos algo inédito e que nos ajude a sair dessa crise vitoriosos.

Entretanto, quanto mais lemos as Escrituras, vemos que Deus tem a mesma ideia desde Isaías. Ele deseja que a sua igreja caminhe em jejum e oração, vigiando e sendo sentinela sobre os muros. Seremos luz na escuridão, sustentando a Grande Comissão a partir de uma vida de intimidade como casa de oração.

Quando o próprio Deus promete que seremos casa de oração, Ele não está falando sobre algumas igrejas locais ou ministérios específicos. Deus estava falando sobre toda a sua igreja, o corpo de Cristo, profetizando que caminharíamos em um estilo de vida de profunda intimidade e cooperação com o Espírito Santo na terra.

A igreja no fim dos tempos estará vigilante às profecias bíblicas e à voz do Senhor, não se desesperando, mas buscando a Deus intimamente e acima de tudo. Além disso, Deus nos promete que encontraremos alegria neste lugar. Ou seja, é caminhando em nossa verdadeira identidade como igreja que experimentamos a alegria do Senhor. Essa alegria nos sustentará para permanecermos com Ele até o fim.

Há quem goste de histórias de perdão. Cresci em uma família cristã e desde pequena fui inundada pelas Palavras da Bíblia. Uma de minhas narrativas preferidas foi contada por Jesus após Pedro perguntar-lhe quantas vezes se deveria perdoar. Na versão, “A Mensagem” de, Eugene Peterson, lê-se:

“O reino de Deus é como um rei que decide acertar contas com seus serviçais. Trouxeram à sua presença um servo que lhe devia o equivalente a trezentas toneladas de prata. Ele não podia pagar uma dívida tão vultosa. Então, ordenou que o homem, com a esposa, filhos e bens, fosse leiloado no mercado de escravos. “O infeliz lançou-se aos pés do rei e implorou: ‘Dá-me uma chance, e pagarei tudo’. Sensibilizado com o pedido, o rei deixou-o ir, cancelando a dívida.

“O servo perdoado mal havia saído da sala quando se encontrou com um companheiro que lhe devia apenas uma moeda de prata. Furioso, agarrou-lhe pelo pescoço e ordenou: ‘Pague-me! Agora!’. “O pobre homem lançou-se aos pés dele e implorou: ‘Dê-me uma chance e pagarei tudo’. Mas o outro continuou irredutível. Mandou-o para a cadeia, com ordem de ser solto só depois de pagar a dívida. Alguns servos que presenciaram a cena ficaram revoltados e relataram o fato ao rei. “O rei mandou chamar o servo de volta e disse: ‘Você é mau-caráter! Perdoei sua dívida quando você implorou por misericórdia. Não deveria você também ser misericordioso?’ O rei estava furioso e mandou que aquele servo ficasse na prisão até pagar toda a dívida. Meu Pai, no céu, fará exatamente a mesma coisa com aquele que não perdoar incondicionalmente qualquer um que peça misericórdia.” Mateus 18:23-35

Perdoando para ser perdoado

“e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores” (Mateus 6:12)

Com a parábola do credor incompassivo, Jesus ensinou o valor que o Pai dá ao ato de perdoar. E apesar de ser esse um princípio básico para também se obter perdão, é importante reconhecer que nem sempre será fácil. Saiba, porém, que o Senhor nos dá graça para fazê-lo.

Ainda na infância, passei por um momento muito traumático. Nessa ocasião, fui extremamente desafiada a liberar perdão a um agressor. Não o fiz por mera obrigação cristã e  nem por me sentir pressionada por homem algum. Naquele episódio, a graça de Deus foi tão superabundante que me fez pensar no sacrifício de Cruz de Jesus, que pagou um alto preço pelos meus pecados. Mas também da mesma forma,  pagou um alto preço pelo meu ofensor. Não foi uma questão de sentimento, mas de ação prática diante da entrega de Cristo.

Porém, a verdade é que há situações e temporadas em que meu coração sente muita dificuldade em perdoar aqueles que me ofendem. Principalmente quando tenho expectativas sobre eles e me sinto injustiçada. Geralmente isso se refere a pessoas mais próximas.  Nestes momentos, em que o relacionamento está desgastado, pode haver ressentimento e acúmulos emocionais e muita dificuldade em perdoar.

É bom nos lembrarmos o que está escrito em Efésios:  

Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira. Não deis lugar ao diabo. Efésios 4:26,27

É natural sentirmos raiva e ira diante das ofensas. É uma resposta a ameaças e sentimento de injustiça, mas isso não nos dá desculpas para pecarmos dando lugar ao diabo. Quando o coração está cheio de amor e da benignidade de Cristo fica mais fácil estender graça aos que nos ferem. Mas quando estamos frios e provavelmente vivendo na carne é mais difícil liberar perdão.

Perdoar não é submeter-se ao caos

O perdão cura a alma combatendo a raiz da amargura que perturba e contamina o coração. Porém, Jesus nos chamou para vivermos de forma digna. Não podemos confundir perdão com a submissão a uma vida de dependência emocional, relacionamentos abusivos e tóxicos em nome de ser isso um ato de fé e saber “perdoar”. É preciso discernimento e coragem para se opor a agressões e relacionamentos que quebrem os princípios do Amor. Não o amor falado pelos homens, mas aquele que tem por base o que diz a Palavra de Deus.

O perdão é uma decisão sim, mas há um custo relacionado a ele. Não pode ser algo superficial e às vezes é preciso de um processo, nem sempre terá que ser liberado de forma instantânea. Há tantas situações únicas e se você é alguém que passa por esses dilemas, é importante aconselhamento. Perdoar é imprescindível para que sejamos verdadeiramente livres, mas isto não significa manter relacionamentos doentios. Lembre-se:

“Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens.” Romanos 12:18

Algumas pessoas não querem paz e nem perdão. Elas precisam ser respeitadas nessa escolha. Independente do outro, não alimente mágoas e ressentimentos.

O perdão cura

Portanto, como povo escolhido de Deus, santo e amado, revistam-se de profunda compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência. Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou. Acima de tudo, porém, revistam-se do amor, que é o elo perfeito. Que a paz de Cristo seja o juiz em seus corações, visto que vocês foram chamados a viver em paz, como membros de um só corpo. E sejam agradecidos. Colossenses 3:12-15

O rancor, mágoas e  ressentimentos pesam o coração humano e cristaliza a alma. Mas o perdão a eleva. Perdoar é ser livre. Quando não perdoamos, nós nos mantemos presos ao outro e ele está sempre presente mesmo estando longe, nos fazendo lembrar das feridas que carregamos.

Jesus perdoou  Pedro antes mesmo dele o negar, pois sabia que seria traído pelos seus amigos.  E ao subir a Cruz, o Senhor orou pelos seus ofensores. Este é o modelo de Deus: “E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. E, repartindo as suas vestes, lançaram sortes.” (Lucas 23:34).

Outra história radical sobre perdão é a história de Estevão, que ao ser apedrejado pediu em favor dos seus assassinos. Ele seguiu o exemplo de Jesus.

Enquanto apedrejavam Estêvão, este orava: “Senhor Jesus, recebe o meu espírito”.
Então caiu de joelhos e bradou: “Senhor, não os consideres culpados deste pecado”. E, dizendo isso, adormeceu. Atos 7:59-60

Oração:

Jesus, reconhecemos que nem sempre será fácil perdoar aqueles que nos ofendem. Libere sobre nós a sua graça para nos posicionarmos como o Senhor. Queremos orar até mesmo pelos nossos inimigos, pois é isso que nos ensina através da tua Palavra. Desejamos ser como tu, mas não conseguiremos fazer isso sem que teu Espírito. Nos ajude em nossas fraquezas. E que  a mesma medida de graça que nos alcançou nos seja dada para perdoarmos aqueles que nos machucam. Em teu nome, nós oramos. Amém!

Você acredita que possa existir uma medida para o perdão? Leia mais em nosso blog!

Certa vez ouvi uma pregação da missionária Heidi Baker em que ela dizia que oração e missões são como as duas asas de um avião… Não se faz missões sem oração, da mesma forma que o contrário é verdadeiro. Por muito tempo, fiquei pensando nessa frase e no quanto ela é mais profunda do que conseguia imaginar. E, é sobre essas duas questões que me atentarei nesta breve reflexão. 

Ao redor do mundo o Senhor tem despertado Sua Noiva para clamar e se posicionar nos muros da intercessão. É lindo e poderoso o que Ele tem feito e, especificamente aqui no Brasil, centenas de salas de oração iniciaram-se nos últimos anos. Ao estudarmos sobre o significado de oração, a partir da bíblia e de literaturas que nos ajudam a compreender o que as Escrituras dizem sobre isso, entendemos que a oração está intimamente ligada com quem estamos nos tornando. Orar é entrar em parceria com o que o Senhor quer fazer, declarar quem Ele é, e suas promessas para as nossas cidades, situações e pessoas. A oração alinha nossas expectativas. À medida que estamos sensíveis a voz do Senhor, o caráter de Cristo vai sendo formado em nós.  

Um chamado para as cidades

“Vocês são o sal da terra. Mas se o sal perder o seu sabor, como restaurá-lo? Não servirá para nada, exceto para ser jogado fora e pisado pelos homens. “Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte. E, também, ninguém acende uma candeia e a coloca debaixo de uma vasilha. Pelo contrário, coloca-a no lugar apropriado, e assim ilumina a todos os que estão na casa. Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus.” Mateus 5:13-16

Interessante observar nas Escrituras, tanto nas cartas de Paulo quanto em Atos, como o apóstolo conhecia bem o contexto das cidades por onde passava. Em Atos 17: 16 em diante vemos Paulo anunciando as boas-novas em Atenas e denunciando os ídolos daquele povo. Paulo era um profundo conhecedor da cultura e do que se passava na sociedade do local. Ele sabia como manejar a Palavra de forma a contextualizar o evangelho e expor com propriedade os problemas da sociedade ateniense. 

Como vemos no texto bíblico citado acima, o Senhor nos envia para sermos sal e luz nessa terra. E tudo começa em amarmos o que o Ele ama. O Senhor nos chama a fazer discípulos de todas as nações. E onde estão essas pessoas? Nas cidades. De acordo com os dados de 2014 da Organização das Nações Unidas (ONU), 54% da população mundial vive em áreas urbanas e esse índice só tende a crescer. Até 2050 serão 66% da população morando nas cidades. Diante de tudo isso é necessário que olhemos para as cidades em caráter de urgência. 

O serviço da Grande Comissão

“E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.” Mateus 28:18-20

O Senhor nos chama para trabalhar, buscar a paz e servir às cidades (Jeremias 29:4-7). Como cristãos não criamos uma “sub-cultura” ou uma cultura paralela a das cidades, mas somos enviados para sermos um agente transformador da cultura. Para isso, precisamos conhecer e interpretar a realidade da nossa sociedade. Os seus desejos, anseios, angústias. Quais são os seus medos? Seus sonhos? Qual tem sido a cosmovisão que tem regido nossa sociedade? Como iremos levar as boas-novas para as pessoas que estão na cidade se não as conhecemos?  

Steve Turner em seu livro, “Engolidos pela cultura pop”, provoca e toca no âmago da questão. Diz que a igreja da Inglaterra estaria mais bem preparada para lidar com os desafios dos anos 60 se ela tivesse prestado atenção nas músicas das jukeboxes, nos anúncios e nas cafeterias já na década de 1950. E Turner vai além. Ele também cita a música de Paul Simon “The Sound of Silence” [O som do silêncio] que diz: “um lugar para se buscar as declarações proféticas são as paredes dos metrôs e dos cortiços”.

Mas, o que oração tem a ver com missões? 

Precisamos de graça e sabedoria do Senhor para lidarmos com tantas questões complexas. E entender a cultura e a realidade do nosso país, sem negar a questão da queda e do pecado, mas entender que ela deve ser levada cativa ao senhorio de Cristo (leia mais sobre isso, aqui). 

Visto tudo isso, qual deve ser nosso primeiro passo? Amar as cidades, as pessoas e começamos tudo isso através da oração. Lembra da história do avião que comecei contando neste texto? Não se faz missões sem oração e da mesma forma que a consequência da intercessão é sair para as ruas e proclamar as boas novas. 

Começamos com oração e sempre voltamos para o lugar de oração, porque missões ou atos de justiça em um entendimento bíblico não é um puro ativismo social.

Somos chamados para proclamar o Reino do Senhor e, ao passo que quando crescemos em intimidade com o Senhor, através da oração, ganharemos perspectiva e estratégia. Nossas expectativas se alinham com as Dele e começamos ter olhos de misericórdia para com aqueles que estão ao nosso redor. 

No lugar de oração

Ao orarmos, o Senhor libera sabedoria para atuarmos nas cidades. Nós tocamos as pessoas e entendemos sua realidade e voltamos para o Senhor. Apresentamos isso diante Dele. Não que Ele já não saiba, mas é para que nós mesmos possamos entender o coração Dele para os desafios que encontramos nas ruas. Além disso, é uma oportunidade de, através da oração, compartilharmos com o todo o Corpo de Cristo tais necessidades. Afinal, a intercessão não é um ato alienado das situações do mundo, mas sim um ato prático, vivo e que promove conhecimento e comunhão.

Minha oração hoje é para que todos nós, participantes do Corpo de Cristo, possamos compreender o coração do Senhor e o Seu amor pelas cidades. E, a partir do lugar de oração, nos movermos por uma perspectiva bíblica que O agrade; bem como aproveitarmos as oportunidades de tocar os necessitados e proclamarmos as verdades do Reino. E, por último, que sejamos um povo que saiba interpretar os tempos e os sinais dos tempos.

Originalmente publicado em 19 de novembro de 2019

“No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de seu manto enchiam o templo. Acima dele havia serafins; cada um tinha seis asas; com duas cobriam o rosto, com duas cobriam os pés e com duas voavam. E clamavam uns aos outros: Santo, santo, santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória. E as bases das portas tremeram à voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça.

Então eu disse: Ai de mim! Estou perdido; porque sou homem de lábios impuros e habito no meio de um povo de lábios impuros; e os meus olhos viram o rei, o SENHOR dos Exércitos! Então, um dos serafins voou até mim, trazendo na mão uma brasa viva, que havia tirado do altar com uma tenaz; e tocou-me a boca com a brasa e disse: Agora isto tocou os teus lábios; a tua culpa foi tirada, e o teu pecado, perdoado. Depois disso, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei? Quem irá por nós? Eu disse: Aqui estou eu, envia-me.” Isaías 6:1-8

A visão de Isaías

A morte do rei Uzias veio acompanhada de tristeza e incertezas para o povo de Israel. No ano em que este grande rei morreu, Isaías teve uma visão do Senhor, o Rei dos reis, o Rei soberano cujo reinado jamais terá fim.

Aquele que Isaías viu era o próprio Jesus (João 12:41) em toda a sua glória. Jesus se assenta eternamente no trono como o Rei que reina sobre todas as coisas. Ele permanece sempre o mesmo.

As vestimentas do rei representam o seu poder e autoridade. O manto daquele que se assenta no trono dos céus é tão imenso que ocupa toda a sua habitação (v. 1); não há um único centímetro quadrado em toda a criação que não esteja sob o domínio e autoridade de Cristo.

Como seres celestiais criados para estar na presença de Deus, suas seis asas tinham sua finalidade (v.2):

a) a glória de Deus é intensa a ponto de ofuscar o brilho do sol (Apocalipse 21:3) e por isso os serafins
precisam cobrir os seus rostos.

b) como habitam no lugar da plenitude da glória de Deus, os serafins cobrem os seus pés, vigiando e cuidando onde eles os colocam.

c) eles voavam ao redor do trono, de modo que contemplavam todo o esplendor da glória de Deus.

Os serafins exaltam o Senhor a um lugar mais alto e separado de tudo e de todos, declarando a verdade suprema da Sua santidade (v. 3).

A Santidade de Deus

Santidade diversas vezes se refere a algo separado única e exclusivamente para o uso de Deus, tornando-o santo, sagrado. Porém, quando a Palavra se refere ao Senhor como Santo, significa que Ele é acima de tudo e de todos. Ele é incomparável.

A glória de Deus é a manifestação dos Seus atributos; é a forma como conseguimos contemplar aspectos do Seu caráter. Quando nós entendemos que o Senhor é bom, podemos dizer que vimos a Sua glória pois Ele nos revelou um aspecto da Sua santidade.

Ao olharmos para Cristo, também contemplamos a glória de Deus. Cristo é a imagem do Deus invisível, a expressão exata de quem Deus é.

Quando contemplamos a glória de Deus e compreendemos quem Ele é, somos constrangidos a ponto de gerar temor em nossos corações (v.5). Ninguém pode permanecer em Sua presença sem se tornar consciente da sua própria miséria e pecaminosidade.

Um chamado para nós: Rasgue o coração e não as vestes

Em Joel 2:12-14, o profeta exorta o povo a rasgar não as suas vestes, mas a rasgar o seu coração. Assim, o nosso encontro com o Senhor deve nos levar ao arrependimento, reconhecendo nossa pequenez diante dele e a necessidade de sermos transformados.

Então, a vida cristã se trata de conversão após conversão. À medida que o Senhor revela as áreas da nossa vida onde precisamos nos arrepender, nós vamos sendo transformados de glória em glória.

É impossível conhecer o Senhor e permanecer o mesmo (1 João 1:8-9). Porque  quando contemplamos Sua glória, somos constrangidos ao arrependimento; se não somos é porque não conhecemos a Deus. Se o Senhor tem nos visitado, isso deve gerar um santo temor nos nossos corações. O que resultará também em nós uma mudança interior e exterior.

O que a história de Bartimeu tem em comum com a nossa? Quais são as lições que podemos extrair dessa narrativa? Na reflexão de hoje vamos entender de que forma podemos crescer em intimidade e desejo por mais de Deus.

“…E Jesus lhe perguntou: Que queres que eu te faça? O cego respondeu: Mestre, que eu
volte a ver. Jesus lhe disse: Vai, a tua fé te salvou. Imediatamente ele recuperou a visão e foi
seguindo Jesus pelo caminho. ” Mc 10:46-52 

A cura do cego Bartimeu foi a última realizada por Jesus, antes que ele subisse ao calvário. Jesus estava passando por Jericó, a caminho de Jerusalém, onde ele sabia que seria crucificado.

Na grande multidão havia não apenas seguidores de Jesus, mas outros judeus a caminho de Jerusalém para celebrarem a Páscoa, a fim de não passarem por Samaria. Nessa mesma cidade Jesus encontra-se com Zaqueu, o cobrador de impostos, assim como o cego Bartimeu.

Histórias semelhantes

Do mesmo modo que o cego Bartimeu, todos nós nascemos com uma cegueira espiritual. Até que o Senhor brilhou sua luz sobre nós e através do Espírito Santo recebemos a revelação de Jesus e do seu amor.  Nos trazendo a consciência de que antes éramos cegos e que não percebíamos que necessitamos de Deus.

“Porque todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus;” Romanos 3:23

Não somente cegos, mas também pobres, nascemos destituídos da glória de Deus. Fomos criados para um propósito específico. Porém, o pecado adentrou na humanidade e devido a ele fomos separados de Deus, o que nos coloca em um estado de pobreza.

Essa cegueira é “tratada” de glória em glória, por mais que nossos olhos tenham sido abertos pelo Senhor, ainda não o conhecemos em sua plenitude. Portanto precisamos que o Espírito Santo ilumine o nosso entendimento para que possamos conhecer mais de Deus.

Por mais que fisicamente ele fosse cego, Bartimeu espiritualmente via bem o suficiente para entender que era o próprio Messias que passava diante dele. Por entender quem estava ali, ele clamava.

Ao chamá-lo de “filho de Davi”, ele reconhecia que Jesus era o Messias, uma vez que está ligada a promessa de que o trono de Israel seria entregue a descendência de Davi. Foi a fé de Bartimeu que o fez clamar cada vez mais alto.

Como desejar por mais de Deus?

Assim como as pessoas que passavam, tentavam calar a voz de Bartimeu, muitas coisas na nossa vida tentam calar o nosso clamor, a fim de nos tirar do lugar de busca ao Senhor. Por mais que conheçamos a Cristo, muitas vezes nos vemos distantes de Jesus. Devido a situações e circunstâncias, pensamentos e ideias na nossa mente, o sentimento de vergonha ao nos sentirmos impuros, todas essas coisas nos fazem parar de clamar, nos afastando de Deus.

Bartimeu nos ensina em sua situação, que por mais que ele estivesse sujo, era a esse estado que ele se encontrava, era a necessidade que ele possuía que o fez clamar para que Cristo se revelasse a ele.

Da mesma forma que Bartimeu sabia que sua maior necessidade era ter os olhos abertos, precisamos acima de qualquer coisa que possamos pedir do Senhor, ter os nossos olhos abertos para que possamos ver a Ele e conhecê-lo.

Ao conhecermos quem Deus é, todas as outras coisas tomam o seu devido lugar.

Amém!