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Como compreender o poder da paciência?

Estudo Bíblico

Nessa breve reflexão, vamos estudar o finalzinho da  carta de Tiago. Visto que, nos últimos capítulos o autor fala sobre o poder da paciência até a vinda do Senhor. 

A paciência de um agricultor

A vida espiritual é como o trabalho de um agricultor. Ela tem o seu tempo de plantação, de uma longa espera e, finalmente, de uma colheita abundante. Assim como para o agricultor, o coração do cristão é moldado ao longo de toda a sua vida para que a semente da Palavra  seja constantemente firmada em todas as épocas de sua vida 

O agricultor não pode ter pressa e impaciência para cuidar de sua plantação.  Porque nem a chuva e o  tempo estão sob o seu controle. Por outro lado, ele precisa confiar que eles virão no tempo certo e não há nada que possa fazer.

“Portanto, irmãos, sede pacientes até a vinda do Senhor. O lavrador espera o precioso fruto da terra, aguardando-o com paciência, até que receba as primeiras e as últimas chuvas.” Tiago 5:7,8

 

Tiago nos ensina que é preciso fortalecer o coração até a vinda do Senhor.  Aguardando-o com paciência e sabendo que assim iremos nos alegrar.  

A certeza de que o Senhor trabalha nesta colheita é o motivo pelo qual vale a pena esperar o tempo certo.

A paciência dos profetas

Os profetas do Antigo Testamento foram homens escolhidos por Deus para falarem em seu nome a todo o povo de Israel. Eles precisavam ser destemidos, não terem vergonha do que os outros iam pensar e buscar agradar a Deus e responder à vontade de Dele.

Eles também passaram por muitas aflições e sofrimentos e, mesmo assim, aprenderam a abraçar os desafios com todo o coração e força, por causa de sua confiança no Senhor. 

“Irmãos, tomais os profetas que falaram em nome do Senhor como exemplo de paciência e de perseverança diante do sofrimento.” Tiago 5:10

 

Veja o exemplo de alguns deles: 

Por causa da fidelidade a Deus, Daniel foi jogado na cova dos leões. Oséias passou por grande traição fazendo a vontade do Senhor. 

“Isaías não foi ouvido pelo seu povo. Ele foi serrado ao meio. Jeremias foi preso, jogado num poço e maltratado por pregar a verdade.(…) Ezequiel também foi duramente perseguido.” Hernandes Dias Lopes

Assim também foi com os apóstolos que foram perseguidos, presos e morreram pregando a verdade do evangelho. A fé deles em Deus era à prova de campos de extermínio. Eles encontraram o sentido das suas vidas em Deus para perseverarem até mesmo sob pressões.

São felizes os que suportam aflições

“Chamamos de felizes os que suportaram as aflições. Ouvistes sobre a paciência de Jó e vistes o fim que o Senhor lhe deu. Porque o Senhor é cheio de misericórdia e compaixão.” Tiago 5:11

 

O Senhor não nos poupa das aflições, mas ele está conosco em cada uma delas. Ele dá condições e graça para suportar os sofrimentos. Jó é um exemplo de como a vitória precede a luta.

Jó havia perdido a família, os amigos, os bens e sua saúde, mas Jó esperou pacientemente no Senhor. No final, o maior bem que Jó recebeu não foram riquezas, mas um conhecimento mais profundo do Senhor.

Se Jó fosse impaciente em sua jornada de sofrimento, ele seria uma arma nas mãos do inimigo. Mas depois de sua peregrinação, ele se tornou uma bênção maior para todos à sua volta.

 

Os frutos da paciência

Sendo assim, Tiago deseja que sejamos encorajados a viver o tempo de espera, a passar pelos sofrimentos como um agricultor que espera a chuva e a colheita. Além disso, a  suportar as aflições como os profetas que foram fortalecidos no Senhor. 

Ao invés de irarmos com as injustiças que são acometidas a nós, Deus nos ensina a sermos obedientes a sua Palavra. Pois, numa vida com Deus, até os sofrimentos ganham propósito. Ele nos promete encontrar com alegria  e força suficientes para testemunharmos de sua fidelidade.

Misericórdia e Justiça são temas recorrentes na Bíblia e o livro  de  Tiago aborda este assunto com muita propriedade. Neste devocional, vamos meditar sobre o que este livro nos ensina e como podemos crescer em nosso entendimento sobre essas verdades.

Em Lamentações de Jeremias 3.22-23, lemos que: 

“As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã.” E, em Neemias, observamos afirmação parecida: “Mas, pela tua grande misericórdia, não os destruíste nem desamparaste; porque és um Deus clemente e misericordioso.” (Neemias 9:31).

Mas, o que é a misericórdia do Senhor? Primeiramente, ela faz parte do caráter de Deus.  Ele mesmo decidiu demonstrá-la a nós, pois isso é a essência de seu coração amoroso.

 Deus deseja demonstrar misericórdia

“Porque o juízo é sem misericórdia para com aquele que não usou de misericórdia. A misericórdia triunfa sobre o juízo.” Tiago 2.13

A misericórdia é triunfante, pois ela triunfa sobre as trevas. Assim como na história de Adão e Eva, nossa tendência natural é vivermos independentes de Deus. O pecado que nos separa do Senhor nos faz indiferentes aos Seus mandamentos.

Deus não tem nenhuma obrigação de demonstrar misericórdia para conosco, mas é justamente isso que Ele faz: escolhe manifestar misericórdia. Então, Ele envia Jesus para nos salvar.

O Senhor não é como o homem, que muda de ideia quando  convém. Deus nunca muda e Ele continua a exercer misericórdia e justiça. Em Êxodo temos uma descrição bem vivida de seu caráter: 

“E, passando o Senhor por diante dele, clamou: Senhor, Senhor Deus compassivo, clemente e longânimo e grande em misericórdia e fidelidade; que guarda a misericórdia em mil gerações, que perdoa a iniquidade, a transgressão e o pecado, ainda que não inocenta o culpado, e visita a iniquidade dos pais nos filhos e nos filhos dos filhos, até à terceira e quarta geração!” Êxodo 34:6,7

Deus guarda a misericórdia até mil gerações, ela vai sendo passada de pais para filhos. O Senhor perdoa a transgressão e o pecado, mas não inocenta o culpado. Ele deseja demonstrar misericórdia , mas não anula com isso sua justiça.  Segundo o autor Dale Anderson, “misericórdia e justiça são dois lados da mesma moeda”. Ele afirma que:

“Deus é misericordioso e justo. Ele não corta Sua misericórdia para mostrar Sua justiça. Na verdade, Sua justiça é Sua misericórdia! Ele se deleita em corrigir coisas erradas e nunca é pego com misericórdia profana.” 

 Clame ou o Clamor  por misericórdia e justiça

Davi foi conhecido nas Escrituras por ser um homem segundo o coração de Deus. Ele  nos ensinou a respeito de misericórdia e justiça. Quando pecava, ele orava ao Senhor por essa virtude. Demonstrava assim, seu arrependimento e compromisso com a verdade.

“Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias. Lava-me completamente da minha iniquidade e purifica-me do meu pecado. Salmo 51:1-2

Além disso, Davi confiava na justiça do Senhor, mesmo diante de seus inimigos. Ele aprendeu a apelar em oração antes de responder precipitadamente, mesmo tendo os direitos de um rei. Ao invés de se defender, ele clamava pelo favor de Deus.  No Salmos 143.1 está registrado o que ele diz:

 “Ó Senhor, ouve a minha oração, inclina os ouvidos às minhas súplicas; escuta-me segundo a tua verdade, e segundo a tua justiça.” Salmos 143:1

E como nós temos exercido misericórdia e justiça? Temos sido sábios em nossas ações? Ou respondemos de forma precipitada diante das injustiças da vida? Às vezes, lutamos tanto pelas nossas próprias razões que podemos nos sentir desgastados em nossas emoções. É preciso mansidão para exercer misericórdia e justiça para com o nosso próximo.

 O que a Bíblia nos ensina sobre misericórdia?

Há uma boa notícia: a misericórdia pode ser aprendida. Jesus mesmo reafirma esse versículo do antigo testamento. Ele nos diz: “Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não holocaustos; pois não vim chamar justos, e sim pecadores [ao arrependimento].” (Mateus 9:13). 

Sei que pode ser mais fácil desejar misericórdia para nós mesmos do que para os outros, mas este não é o coração do Pai para nós.  

O que mais podemos aprender?

  • Os misericordiosos alcançarão misericórdia – Mateus 5.7
  • Executar juízo verdadeiro é demonstrar bondade e misericórdia ao seu irmão – Zacarias 7.9
  • Devemos perdoar sempre – Mateus 18.21-35
  • Deus é rico em misericórdia e nos vivificou juntamente com Cristo – Efésios 2.4-5

A misericórdia e a sabedoria

A misericórdia está atrelada a sabedoria, é o que o texto bíblico em Tiago nos afirma. Pois, a sabedoria dos céus não é humana,  enganosa e não há nela corrupção, antes é repleta de misericórdia:

 “Porém, a sabedoria que vem do alto é antes de tudo pura, repleta de misericórdia e de bons frutos, imparcial e sem hipocrisia. Ora, a justiça é a colheita produzida por aqueles que semeiam a paz.” Tiago 3.17-18

Além disso, a justiça humana pode ser apenas o reflexo do egoísmo e da justiça própria, que obedecem apenas aos interesses pessoais. Mas, quando olhamos para a justiça divina percebemos que ela é profunda. Deus nos mostra o que é verdadeiramente perdoar. Nem mesmo a ira humana contra as injustiças do mundo são suficientes para produzir a justiça de Deus.

“Assim, meus queridos irmãos, tende estes princípios em mente: Toda pessoa deve estar pronta para ouvir, mas tardio para falar e lento para se irar. Porque a ira do ser humano não é capaz de produzir a justiça de Deus.” Tiago 1.19-20

Conclusão:

Neste estudo, refletimos sobre alguns aspectos da misericórdia e justiça de Deus. Entendemos que ela pode ser aprendida e assim como Deus usa de misericórdia para conosco, também podemos liberá-la sobre as pessoas ao nosso redor e até mesmo sobre os nossos opositores. Deus tem prazer na misericórdia. 

Que a cada manhã possamos nos lembrar que os misericordiosos alcançarão misericórdia.

Hoje iremos abordar um pouco sobre Tiago 1 e as lições que podemos tirar desta porção das Escrituras. 

Logo no começo, o livro de  Tiago já nos confronta ao falar que precisamos considerar motivo de grande alegria  estarmos passando por provações. 

Meus irmãos, considerem motivo de grande alegria o fato de passarem por diversas provações, Tiago 1:2 

Vamos ser sinceros, é algo completamente difícil encontrarmos motivos para nos alegrar em meio as provações. 

Quando a doença apareceu, quando perdemos alguém que amamos ou  até mesmo em momentos que  não temos dinheiro para pagar nossas contas.  Como podemos encarar isso como motivo de alegria? 

No calor das provações, como encontrar motivo de alegria? 

Uma das coisas que precisamos aprender, é mudar nossa ótica para uma que entende que homens e mulheres de Deus  precisam ter olhos nas coisas eternas . 

Você entende que seu Deus é maior que as enfermidades, falta de dinheiro, perseguições ou até mesmo morte. 

Precisamos pedir que Deus revele a nós o tamanho da sua grandeza,  poder e, então, poderemos entender que as provações irão produzir uma fé maior e mais forte.

Tiago 1, fé que produz perseverança 

“pois vocês sabem que a prova da sua fé produz perseverança. E a perseverança deve ter ação completa, a fim de que vocês sejam maduros e íntegros, sem lhes faltar coisa alguma.” Tiago 1: 3,4 

Sua diferença neste mundo será real quando o dia mau chegar, este dia você precisa estar pronto e apto para mostrar uma fé madura. 

Deus sabe exatamente aquilo que podemos suportar e o que não podemos. Se algo não irá te levar a uma vida madura e íntegra, isso nem deveria estar tomando lugar em sua vida. 

Vamos ser bem sinceros, em dias bons tudo é fácil e lindo, nós amamos a Deus e ao nosso próximo. 

Dias bons não irão produzir uma fé viva, mas dias maus irão produzir isso. 

Todos nós iremos passar por dias terríveis e tristes, isso se chama vida.  Mas a diferença é que você irá passar tudo isso ao lado daquele que criou você e sabe o que pode te ajudar a passar. 

Deus nos chamou para transformar o mundo que nos cerca através da nossa fé e da nossa vida com nosso Senhor. 

Uma fé que é um exemplo

Nossas vidas precisam estar de acordo com aquilo que nós falamos. 

Sejam praticantes da palavra, e não apenas ouvintes, enganando-se a si mesmos. Aquele que ouve a palavra, mas não a põe em prática, é semelhante a um homem que olha a sua face num espelho e, depois de olhar para si mesmo, sai e logo esquece a sua aparência. Mas o homem que observa atentamente a lei perfeita que traz a liberdade, e persevera na prática dessa lei, não esquecendo o que ouviu mas praticando-o, será feliz naquilo que fizer. Tiago 1:22-25

Uma fé viva está completamente ligada a uma vida mergulhada profundamente na palavra de Deus. 

Uma fé viva é ativa,  e para que isso ocorra será preciso que você e eu passemos por provações. 

A questão não é se passaremos ou não por elas, mas como iremos nos comportar durante este tempo. 

Finalizo este texto orando por nós para que sejamos aprovados mesmo em meio as provações e que isso produza uma fé viva. Amém!

Fé e obras – vamos entender a relação delas? Falar sobre fé e obras é compreender a vivência cristã no cotidiano. Sabe por quê? Porque há sim, relação entre as duas e elas fazem parte da nossa jornada, do nosso amadurecimento e crescimento em Cristo. Qual o lugar das obras na salvação?  Há muitas dúvidas e divisões de opiniões nesse tema.

Ter fé sem obras é viver uma religiosidade que apenas ouve

Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo? Tiago 2:14

Para começarmos a compreender esse texto de Tiago, é preciso perceber que esse texto em específico não está tratando primariamente sobre salvação. E que a palavra salvação descrita no versículo, no original grego é no sentido de “preservação”.  Tiago está tratando aqui de uma vida de religiosidade que apenas ouve e não pratica ou que não vive de acordo com aquilo  que  tem ouvido e crido.

Por isso, a relação de fé e obras não está atrelada a salvação nesse contexto que Tiago está escrevendo. Tanto que ele mesmo  diz isso no texto: “Se um irmão ou irmã estiver necessitando de roupas e do alimento de cada dia e um de vocês lhe disser: “Vá em paz, aqueça-se e alimente-se até satisfazer-se”, sem, porém lhe dar nada, de que adianta isso”? Tiago 2:15-16.

Em outras palavras, é como se Tiago estivesse dizendo: O que vocês fazem nesse caso? Vocês o mandam embora dizendo que vão orar por ele? Não que orar seja ineficiente, então que a oração seja o início de uma atitude que vocês vão tomar após verem a necessidade alheia.  Agir de maneira desconectada, não é suficiente, entende? Mas que obras são essas que Tiago está tratando aqui? Não são as obras e ações atreladas a salvação, ou a como ganhar o favor de Deus. Mas é relacionada em como vivemos no favor de Deus, percebe a diferença?

A influência do Período da Reforma

Em  segundo, precisamos nos lembrar que esse texto começou a ficar polêmico na época da Reforma Protestante. E o principal opositor a essa epístola foi Martinho Lutero, chegando a sugerir que a retirassem do Novo Testamento. Mas não ficaremos bravos com ele. Entendendo o contexto da Reforma dá para compreender a preocupação que os reformadores tinham.

Afinal, nesse  período  eles combatiam muitas  heresias e confusões. Logo, tudo que desse a ideia de lei atrelado ao legalismo causava um tipo de repulsa neles. Pois, era como se causasse confusão na questão central da salvação ser pela graça. Isso é compreensível, certo?

Dessa forma, era necessário trazer essa libertação no entendimento das pessoas que viviam uma religião de obras,  em que  se faziam barganhas para  adquirir salvação. Não se entendia que a salvação era por meio da fé em Cristo e não pelas obras.  Lembrando que nessa época também, as pessoas não tinham acesso a bíblias como nós temos hoje. Então, as pessoas só sabiam o que era ensinado por intermediações de líderes da época.

Mas hoje, nós sabemos que a salvação é por meio da graça, que não precisamos fazer nada para “herdar” esse favor. Sabendo disso, como eu pratico fé na minha vida? Como vivemos a liberdade que Jesus ofereceu através do sacrifício no meu cotidiano?

Se retirarmos a questão da salvação e pensarmos apenas na vivência da fé, no dia a dia no favor de Deus, então podemos compreender melhor o que Tiago quis dizer. Vamos apenas trocar a ênfase do que provavelmente Tiago quis dizer, para  mudar o nosso entendimento ao ler o texto.

A fé que se move em obras de amor

Sendo assim, já temos o amor, o favor de Deus e agora, como viveremos a partir desse favor? A salvação é uma realidade, já a ganhamos, então agora como nos movemos?

As obras do amor surgem da liberdade e não para querer ganhar algo de Deus. Pela fé entendemos que somos Filhos de Deus por isso agimos em amor. Amamos o nosso próximo e  oferecemos perdão aos que nos ofendem. Tratamos os outros em graça, em amor e sem esperar  nada em troca.

Ou seja, a fé nos leva a ter ações para com o outro. Produzimos frutos de serviço, de amor e  bondade.  A fé não é morta, ela é viva e se move.  Como Tiago mesmo diz, ela se moverá na verdadeira religião: ”A religião que Deus, o nosso Pai aceita como pura e imaculada é esta: cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades e não se deixar corromper pelo mundo”. Tiago 1:27.

Percebemos então que a condição para começar no pacto da graça é sempre e somente a fé na obra de Cristo. Logo, a condição de continuar na aliança é entendida como obediência aos mandamentos de Deus. Embora esta obediência não funcionasse no Antigo Testamento ou no Novo Testamento para ganhar mérito com Deus. Se nossa fé em Cristo é genuína, ela irá produzir obediência. E obediência a Cristo no Novo Testamento é considerada uma das provas necessárias de que somos verdadeiros crentes e membros da nova aliança (I Jo 2:4-6).

A fé genuína resulta em obras de obediência a Deus

Finalmente, um aspecto importante da evidência de que somos crentes genuínos está em uma vida de obediência aos mandamentos de Deus. Assim, sabemos que estamos nele: “aquele que diz estar nele deve andar como ele andou “(I Jo 2:4-6). Você não precisa de uma vida perfeita. João está dizendo que, em geral, nossa vida deve ser como Cristo e imitá-lo em tudo o que dizemos e fazemos.

Por certo, se tivermos uma genuína fé salvadora, haverá resultados claros em obediência  nas nossas vidas (ver também I João 3:9-10,24; 5:18). Um aspecto importante de obediência a Deus inclui amar outros crentes. “Quem ama seu irmão permanece na luz” (I Jo 2:10). “Nós sabemos que passamos da morte para a vida porque amamos nossos irmãos. Quem não ama permanece na morte “(I Jo 3:14,17 e 4:7).

Por fim, na comunidade de Tiago faltava comida e roupa.  E a resposta é a fé que age e que atua pelo amor. Fé e obras, que agem e não apenas ouvem. E em nossas comunidades, o que está faltando que podemos ser resposta? Uma evidência deste amor é continuar na comunhão cristã (I Jo 2:19), e outra é dar ao irmão necessitado (I Jo 3:17, cf. Mt 25:35-46).

Assim também a fé, por si só, se não for acompanhada de obras, está morta”.
Tiago 2:17.

No capítulo 3 do livro de Tiago, encontramos uma profunda reflexão sobre a relação entre o homem e as suas palavras – seu poder e seus efeitos. Na minha opinião, é um dos capítulos mais confrontantes da Bíblia, porque apóstolo toca em um ponto fraco da nossa humanidade caída. Quantas vezes ferimos pessoas com nossas palavras ou fomos feridos por elas? De fato, Tiago mesmo diz que todos tropeçamos em nosso falar, a não ser Jesus, que é perfeito. 

Jesus nos ensinou que a boca fala do que o coração está cheio (Mt 12:34). Por isso, as palavras que saem de nós são tão poderosas. Elas evidenciam o que carregamos em nosso interior, tanto o bom quanto o ruim. Além disso, nosso falar pode comandar toda nossa vida. Nossa fala não é necessariamente mais importante que nossas atitudes, porém é um desafio ser íntegro o bastante para que vivamos de acordo com o que falamos.

 

Contradição humana

Em Salmos 19:14, o salmista declara: “que as palavras da minha boca e a meditação do meu coração sejam agradáveis a Ti”. Ou seja, aquilo que cultivamos em nosso coração, sobre o que meditamos e do que nos alimentamos, eventualmente será expressado em nossas palavras. Isso é bom, porque o Senhor pode receber dos nossos lábios canções, declarações e palavras de amor genuíno. Porém, isso exige de nós uma constante vigilância do que estamos cultivando em nosso coração.

No versículo 9, Tiago denuncia nossa constante contradição: “Com a língua bendizemos ao Senhor e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus”. Como podemos então fugir desse contraste? Tiago nos aponta para a sabedoria que vem de Deus. Naturalmente, não conseguimos proferir boas palavras, mas Jesus nos conduz em toda a verdade e sabedoria para que possamos viver Salmos 19:14.

 

Sabedoria do alto

Precisamos nos encher da Palavra, da fonte de toda a sabedoria, para que do nosso interior fluam rios de vida e não de morte. Dessa forma, falaremos com a sabedoria de Deus: pura, pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, imparcial e sem hipocrisia (Tg 3:17). Jesus falava de um coração cheio da sabedoria que vem do alto, pois ele tinha um diálogo constante com o Pai. Além disso, seu alimento era a Palavra e Ele falava apenas a verdade.

Podemos considerar impossível não proferir nenhuma palavra torpe ou não tropeçar em nosso falar. Porém, Tiago nos aponta um caminho para buscarmos a integridade e a sabedoria. Isto é, se nos enchermos da Palavra e meditarmos nela, e se tivermos uma vida de oração constante, a probabilidade de agradarmos ao Senhor em nosso coração e nossas palavras é bem maior. Assim, estaremos cheios do coração do Pai sobre nós e sobre as pessoas. Ou seja, dificilmente teremos prazer em usar nossas palavras para destruir, amaldiçoar, desonrar e zombar do nosso próximo. Pelo contrário, iremos usar nossas palavras para agradar ao Senhor em nossas conversas, orações, pregações, canções, ensinos e conselhos.

 

Compromisso com a verdade

Jesus é o modelo de um homem perfeito que não tropeçou em suas palavras. Ele tinha compromisso com a verdade e falava apenas aquilo que ouvia de seu Pai. Quando se trata da nossa língua, podemos ser radicais em buscar as palavras do Pai sobre nossas vidas e as vidas daqueles que nos cercam. Nosso próximo foi feito à imagem de Deus e é digno de ser tratado como Jesus o trataria. Que nosso coração esteja inclinado a agradar ao Senhor com nossas palavras e, consequentemente, com atitudes que refletem nossas falas e o que está em nosso coração.

Os salmos são uma fonte de louvores a Deus que, assim como o salmista nos convida a assumir uma postura de confissão da grandeza de Deus em toda a obra criada, nós podemos fazer isso mesmo diante de dificuldades.

Em tudo podemos reconhecer a soberania de Deus, a atividade divina e seu propósito em nossas vidas, mesmo que não entendamos no momento. O que precisamos aprender com Davi é encontrar prazer nos preceitos do Senhor.

O Salmos 19 nos ajudará a entender o lugar da Palavra de Deus em nossa vida.

Salmos 19: uma surpreendente correlação com a Torá, o Tabernáculo e o Templo de Jerusalém

O livro de Salmos nos ajuda a enxergar a Palavra de Deus como um lugar de refúgio onde quer que estejamos. Para os hebreus no Antigo Testamento, a Torá, tinha o intuito não só de revelar quem era Deus, mas de ser uma bússola para o coração humano. Ela era o “espaço sagrado” em que eles poderiam colocar suas raízes e extraírem vida da presença de Deus.

Assim também com o Tabernáculo. Ele era o santuário móvel onde se carregava a arca da aliança. Lembra o que a arca da aliança comportava? Isso mesmo, a presença de Deus. Este era o segredinho de Deus desvendado em seu plano ao longo do tempo, por enquanto, um arquétipo do que viria ser Deus habitando entre os homens.

Mais tarde com Salomão, o Templo de Jerusalém seria uma forma um pouco mais robusta do desejo de Deus que apontava para Cristo. Era praticamente um microcosmo, segundo N. T. Wright, uma pequena versão do mundo todo. Sim! O Templo de Jerusalém fazendo referência ao ato da criação, o mundo que Deus criou em Gênesis.

Aquilo que chamamos de “lugar de Deus” era a própria Palavra de Deus ensinando, pedagogicamente, e orientando o coração humano. Em outras palavras, era o Verbo habitando na palavra (Torá), no Tabernáculo e no Templo, como um protótipo de toda a narrativa de redenção. Transparecia o desejo de Deus por sua criação redimida, renovada e por sua presença e glória.

Os céus declaram sua glória

Em Salmos 19, o salmista reconhece que toda a criação proclama a glória de Deus e anuncia as obras de suas mãos. Assim, o salmista faz uma releitura do templo, como uma extensão do espaço sagrado.

Deus habitando no meio de seu povo e seu povo habitando em seu Deus.

“Nesse contexto, Salmos remete à intenção dupla do criador: que o Templo de Jerusalém sirva de sinal não apenas do propósito de Deus de inundar a criação com sua presença gloriosa, mas também de seu anseio por encher o coração, a mente, a imaginação e a vontade do seu povo com a mesma glória.” N. T. Wright

Este salmo 19 parece apontar para o reinado de Cristo, em que sua voz será ouvida por toda a terra (Salmos 19:4) e sua Palavra capaz de reordenar a vida com sabedoria (Salmos 19:7).

 

O que Davi encontrou?

“A lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma; o testemunho do Senhor é fiel, e dá sabedoria aos símplices. Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro, e ilumina os olhos. O temor do Senhor é limpo, e permanece eternamente; os juízos do Senhor são verdadeiros e justos juntamente. Mais desejáveis são do que o ouro, sim, do que muito ouro fino; e mais doces do que o mel e o licor dos favos. “ Salmos 19:7-10

Davi compôs este salmo glorificando a Deus por sua lei que é perfeita e restaura a alma (Salmos 19:7). Ele meditava nela e descansava na confiança da fidelidade do Senhor. Ele sabia que por mais que seus sentimentos, em inúmeros momentos pudessem ser inconstantes, a lei do Senhor era suficientemente fiel para ele confiar.

É simplesmente esplêndido ver a doçura com que Davi descreve a Lei do Senhor (Torá): como mais desejável que o puro ouro e mais doce que os favos de mel. Ele sabia que sua Palavra era boa e capaz de trazer sabedoria, de iluminar os olhos e, é a verdade.

Davi encontrou descanso e nos convida a fazer o mesmo. Como seria bom se nós pudéssemos descansar e nos alegrarmos na Palavra de Deus como ele fez. Provavelmente, recarregaríamos mais temor a Deus e menos temor dos homens em nossa vida.

 

Como Deus queria se revelar a Davi

Algo que não pode deixar de ser mencionado são os atributos que Deus revelou a Davi neste salmo. Um Deus que diferente de todos os outros deuses dos povos vizinhos da época, ele era o Deus de Abraão, Isaque e Jacó.

Este Deus não era apenas o Deus dos deuses, a maior entidade divina no universo segundo os gregos atribuíam a Zeus naquela época, mas o Criador do universo. Aquele cuja glória preenche toda a terra e não compartilha espaço com nenhum outro deus.

A soberania de Deus é um atributo muito presente neste salmo. Do começo ao fim, Deus é Senhor de todas as coisas e a ele nós devemos satisfação. Davi se considera servo de Deus (Salmos 19:13), reconhece seu pecado e confia que os preceitos do Senhor são capazes de torná-lo íntegro.

Como Davi, somos totalmente dependentes da graça e do favor de Deus. E o fato de não reconhecermos isso é como andarmos cegos, sem direção, desenfreados seguindo as inclinações do nosso coração. Sem os preceitos do Senhor, nosso coração é como uma fábrica de ídolos e uma criança sem limites, entregue a todos os desejos!

 

Salmos 19 para o dia-a-dia

Este salmo enfatiza muito a recompensa de seguir o Senhor. O cristão que está buscando uma vida diária de relacionamento com Deus encontra prazer na lei do Senhor.

A liberdade cristã o conduz, não a capacidade de obedecer a Deus impunemente, mas, antes, na capacidade de obedecer-lhe espontaneamente, sem nenhum impedimento eficaz, segundo Merril Tenney.

Uma vida diante de Deus, retratada como uma extensão do espaço sagrado, que era restrito somente ao Templo, agora, em Jesus, o mistério é revelado.

Tudo é para a glória de Deus, tanto na igreja como fora dela. Nos prazeres, na adoração, na obediência a Deus e na forma como vamos gerenciar com sabedoria a vida que ele nos deu.

A leitura deste salmos à luz da revelação de Cristo nos mostra que os preceitos do Senhor enchem o nosso intelecto, motivações e prazeres com sua glória. Para qual propósito? Para que a multiforme sabedoria de Deus seja manifestada por meio da igreja aos principados e poderes nas regiões celestiais (Efésios 3:10).

Desejo que este salmo seja um doce convite para sermos cheios da glória de Deus e revelá-la ao nosso tempo hoje através de uma vida de obediência a Deus.

Salmos são uma das formas mais belas de expressarmos nossos anseios, angústias e orações.

Portanto, hoje quero que você e eu façamos isso usando um dos meus Salmos preferidos: o Salmos 84, pois ele carrega a expressão exata do anseio que todo o ser humano tem dentro de si. O anseio por Deus, por encontrá-lo, por conhecer mais Dele e estar com Ele em plenitude.

Aliás, se você ainda não leu este Salmos eu te convido a fazer isso hoje.

Encontrando alegria em estar com Deus

Como é agradável o lugar da tua habitação, Senhor dos Exércitos! A minha alma anela, e até desfalece pelos átrios do Senhor; o meu coração e o meu corpo cantam de alegria ao Deus vivo. Até o pardal achou um lar, e a andorinha um ninho para si, para abrigar os seus filhotes, um lugar perto do teu altar, ó Senhor dos Exércitos, meu Rei e meu Deus.Como são felizes os que habitam em tua casa; louvam-te sem cessar! Pausa Como são felizes os que em ti encontram sua força, e os que são peregrinos de coração!  Salmos 84:1-5 

Primeiramente, somos criados por Deus e fomos feitos para nos sentirmos plenos Nele. Esse Salmo expressa isso de uma forma tão profunda e clara.  Ademais, sua alma e a minha sempre irão ansiar por estar nos átrios do Senhor e até mesmo nosso corpo canta de alegria somente de estar na Presença Dele. Os átrios do Senhor significam  um lugar no qual podemos prestar nossa adoração, declarar nosso amor e prestar honra e glória Aquele que é merecedor de tudo isso e o motivo das nossas afeições. Se o pardal e a andorinha acharam um lar, você e eu também podemos declarar  isso por estarmos perto deste altar. Ademais, são igualmente felizes e satisfeitos aqueles que habitam na casa de Deus, pois o louvam sem cessar. 

Certamente, são felizes os que encontram sua força no Senhor. 

Encontrando forças para continuar

Ao passarem pelo vale de Baca, fazem dele um lugar de fontes; as chuvas de outono também o enchem de cisternas. Prosseguem o caminho de força em força, até que cada um se apresente a Deus em Sião. Ouve a minha oração, ó Senhor Deus dos Exércitos; escuta-me, ó Deus de Jacó. Pausa Salmos 84: 6-8 

No hebraico Baca significa choro ou lágrimas, vale das balsameiras ou vale árido, mas o que diz aqui é que em Deus transformar este vale em um lugar de vitória, uma fonte a jorrar. Podemos somente passar pelo vale de Baca e não permanecer nele. Mas, como diz no salmos, podemos fazer dele um lugar no qual nos tornamos mais fortes para a jornada.  Nós podemos celebrar nossa fé e demonstrar nossa confiança que Deus é Aquele que nos escuta e também responde nossas orações independente se estamos no vale de Baca ou a caminho de Sião. 

“Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso. Mateus 11:28 

O Senhor Deus é sol e escudo

Olha, ó Deus, que és nosso escudo; trata com bondade o teu ungido. Melhor é um dia nos teus átrios do que mil noutro lugar; prefiro ficar à porta da casa do meu Deus a habitar nas tendas dos ímpios. O Senhor Deus é sol e escudo; o Senhor concede favor e honra; não recusa nenhum bem aos que vivem com integridade. Ó Senhor dos Exércitos, como é feliz aquele que em ti confia! Salmos 84: 9-12

Então, será que podemos replicar este versículo escrito pelo salmista que diz:  mais vale um dia nos átrios do Senhor do que mil em qualquer outro lugar?  Temos que dizer que sim, preferimos isso, não existe nada em qualquer lugar melhor do que estar na Presença do nosso Deus. Sobretudo, preferimos estar à porta da casa do nosso Deus do que habitar nas tendas dos ímpios ou na perversidade, como dizem em outras traduções. Com toda a certeza, um Deus que nos criou para encontrarmos satisfação Nele, este mesmo Senhor é sua proteção e escudo. Com efeito, Ele é aquele que responde suas orações e concede favor e honra. 

Assim sendo, podemos afirmar com toda certeza que somos felizes, pois confiamos Nele. 

Senhor, oramos essa palavra neste dia, preferimos estar contigo a qualquer outra coisa. Somos felizes porque podemos confiar em Ti, passaremos pelos vales de Baca e iremos prosseguir em fé e confiança. Sentiremos saudades e ansiaremos por Ti até estarmos plenamente juntos. Amém 

 

O Livro de Salmos é um dos meus livros Bíblicos preferidos. E, este mês aqui no Blog teremos o privilégio de compartilhar com você um de nossos textos especiais. Dessa forma, vamos falar sobre aquele Salmo que marcou e tem marcado a nossa história com Jesus.

Me lembro que em minha adolescência, nossa classe bíblica decorou o Salmo 139 para uma apresentação teatral. Ainda hoje, me recordo da maior parte daqueles versículos e em momentos difíceis, eles se tornaram como luz em um caminho de trevas.

Sem dúvida, o Livro de Salmos é carregado de poesia, é possível observar o Salmista reconhecendo quem Deus é, e como poderosamente age em favor dos que clamam por Ele. Além disso, é impressionante a forma de expressão dos sentimentos e emoções humanas: angústia, medo, amargura, raiva e até mesmo alegria. Eles são expressos de forma tão honesta pelos seus escritores.

Enfim, são 150 composições poéticas com beleza única.  Suas semelhanças nos possibilitam perceber os gêneros contidos nesses cânticos. Segundo o comentário Bíblico do Estudo de Genebra podemos encontrar seis gêneros. Veja a seguir quais são eles:

Os Gêneros dos Salmos

Hinos de louvor:  Nesses Salmos, Deus é louvado por quem Ele é, e pelos seus poderosos feitos de graça e misericórdia. (Sl 8; 24; 29; 33; 47; 48)

Lamentações (queixas e petições): Nesses textos, os salmistas se revelam de forma intensa, derramando diante de Deus os clamores mais íntimos de seus corações.   Muitas vezes, confessando seus próprios pecados. Mas, também há expressões de confiança e pedido de socorro contra os seus inimigos. (Sl 25, 39; 51; 86; 102; 120)

Salmos de ações de graça:  Entoado após a resposta ao clamor.  Dessa forma, revelam o coração de paz e gratidão dos salmistas. (Sl 18; 66; 107; 118; 138).

Cânticos de confiança (ou fé ou misericórdia):  Geralmente   são curtos e contém uma notável metáfora de confiança. (Sl 23; 121; 131)

Salmos reais:  Este é um tema recorrente que aborda tanto sobre  o Rei Supremo e Senhor Deus, o próprio criador do universo (Sl 24; 47; 95), quanto  metáforas empregadas a Davi como rei humano (20; 21; 45).

Salmos de sabedoria:  – Alguns temas de sabedoria também se destacam neste livro, por exemplo:   o contraste entre o justo e o ímpio descrito no Salmo 1. (Sl 37; 49)

Verdades fundamentais encontrados nos Salmos:

  • Deus é digno de ser louvado;
  • Os justos são protegidos pelo Senhor;
  • Deus abençoa o obediente e julga o rebelde;
  • O Conhecimento de Deus será o fundamento da verdadeira adoração, fruto do relacionamento pessoal com Deus.

Salmo 139 – Deus é Onisciente e Onipotente

Onisciente – que tem saber absoluto, pleno; que tem conhecimento infinito sobre todas as coisas. Onipotente – que pode tudo; que é todo-poderoso; Deus, Altíssimo, Todo-Poderoso

O Salmo 139 é um dos meus Salmos preferidos, pois vem carregado de significado e relevância. Nele, podemos conhecer quem Deus é através de alguns dos atributos destacados por Davi (onisciência e onipotência).

É possível perceber que não importa onde estejamos, Deus sempre estará ali junto a nós. Ele é o nosso refúgio e fortaleza. Não é possível fugir do Senhor, pois Ele nos alcança mesmo quando caímos em um abismo sem fim. Pois, para Deus não há diferença entre trevas e luz, tudo o Senhor pode ver. Antes mesmo das palavras saírem dos nossos lábios, Deus já conhece cada um dos nossos pensamentos. Além disso, Deus não vê tudo sobre nós de um lugar distante e indiferente, mas Ele mesmo nos criou pensando em cada detalhe. O Senhor conhece nossa história, nosso passado e  futuro. O Salmista Davi expressa de forma tão bela:

“Pois tu formaste o meu interior, tu me teceste no seio de minha mãe. Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem; os meus ossos não te forma encobertos, quando no oculto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra. Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nenhum deles havia ainda.” Salmos 139.13-16

No Livro de Salmos, o capítulo 139 é organizado em quatro partes:

Na primeira parte do capítulo 139, o salmista fala sobre a onisciência de Deus. (Salmo 139.1-6)

Na segunda parte o salmista fala sobre a onipresença de Deus. (Salmo 139.7-12)

Na terceira parte o salmista fala sobre a onipotência de Deus. (Salmo 139.13-18)

Na quarta parte o salmista fala sobre a santidade de Deus.  (Salmo 139.18-24)

Cristo é revelado no Livro de Salmos

Quando lemos ou cantamos os Salmos, encontramos a revelação de Cristo, seu sofrimento vindouro e sua glória como Rei dos reis. Os Salmos podem ser derramados como nossas próprias orações. Sendo assim, eles nos dão linguagem para expressar as nossas emoções a Deus.

O Salmo 139 revela o poder de Deus e  também  o seu cuidado conosco. Já parou para pensar que não precisamos nos sentir solitários porque Deus está conosco em qualquer lugar onde estivermos? E Ele, não é um vigilante controlador que nos persegue com opressão. Mas, é o nosso Rei libertador e nós não precisamos nos esconder e nem fugir de sua presença.

Afinal, se há algo que podemos aprender com esses cânticos é que nossas orações podem ser honestas e simples, independente do que estejamos sentindo. Afinal, o Senhor já nos conhece tão bem. Então, comece a escrever seus próprios Salmos. Tome como referência os seus salmos preferidos e  cante a Ele os seus próprios versos. 

E não se esqueça de nos contar como foi essa experiência para você.

Hoje te convido a meditarmos em Salmos 46, que nos lembra que Deus é nosso refúgio e fortaleza. Salmos são cânticos e orações dirigidos a Deus, que expressam verdades sobre Deus. E nos ajudam a nos expressarmos diante dele. Esse Salmo é um cântico dos filhos de Coré, adaptado para Alamote, ou seja, era tocado com instrumentos sopranos ou agudos. Provavelmente com a intenção de ser sempre lembrada já que suas melodias eram harmoniosas aos ouvidos.

Dessa forma, sempre que lemos na Bíblia a palavra Selá ou em algumas traduções a palavra interlúdio, isso quer nos dizer que há uma pausa.  Devido às três pausas sabemos que esse Salmo possui três versos. 

Os Atributos de Deus

“Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia. Portanto, não temeremos, ainda que à terra se mude, e ainda que os montes se transportem para o meio dos mares. Ainda que as águas rujam e se perturbem, ainda que os montes se abalem pela sua braveza. (Selá.) “Salmos 46:1-3

Desse modo, dos versículos um a três, o salmista começa falando sobre quem Deus é para nós. E perceba, ele vai falar sobre atributos de Deus antes mesmo de descrever os problemas que nós tememos. O salmista declara que Deus é nosso refúgio e fortaleza. Ele está disponível e presente em qualquer situação. 

Aliás, o autor não está negando as dificuldades e realidade das angústias da vida. Como vemos no versículo seguinte, ele vai falar dos montes, representando os fundamentos da vida, falando que Deus é muito mais estável que os montes ou fundamentos mais estáveis da vida.

Na literatura dos hebreus, nada é mais imóvel que os montes. Veja bem a importância da compreensão dos atributos divinos. Para os israelitas que enfrentavam ameaças de exércitos estrangeiros continuamente, essa é uma declaração bem ousada.

Deus está acima das circunstâncias

Por conseguinte, ele vai falar do mar que para os hebreus, era algo temível por eles.  O mar representava o mal e  retrata os mistérios incompreendidos, na visão antiga.  Então de novo, o salmista não está negando a presença do mal, das dificuldades, mas ele está dizendo que mesmo que o mal esteja presente no mundo, Deus é a nossa segurança.  Ele usa até um extremo, veja: “ainda que à terra se mude”, para isso acontecer, catástrofes precisam acontecer, certo? Mas o salmista afirma: “não temeremos”. De fato, nossos esforços e certezas que construímos no caminhar de nossas vidas não são nada, nossa segurança está em Deus. Deus está acima de todas as circunstâncias. Deus é nosso refúgio e fortaleza.

O profeta Jeremias já havia demonstrado ser Deus quem controla até mesmo o mar, ou seja, os males mais temíveis pelos homens. Devemos temer apenas a Deus. “Acaso vocês não me temem?”, pergunta o Senhor. “Não tremem diante da minha presença? Porque fui eu que fiz da areia um limite para o mar, um decreto eterno que ele não pode ultrapassar. Ainda que as ondas se levantem, não poderão prevalecer, ainda que rujam, não poderão ultrapassá-lo.” (Jeremias 5:22).

Deus é nosso verdadeiro refúgio e fortaleza

“Há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo.Deus está no meio dela; não se abalará. Deus a ajudará, já ao romper da manhã.Os gentios se embraveceram; os reinos se moveram; ele levantou a sua voz e à terra se derreteu. “Salmos 46:4-6

Os versos seguintes nos enchem de esperança. Há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus. O que é essa cidade de Deus? Aqui é uma referência à amada Jerusalém dos judeus. Nesse contexto, eles estavam sob ataques. Mas Deus está no meio dela. 

Podemos dizer que há uma invasão da ordem em meio ao caos. O que é essa invasão? É a presença de Deus colocando as coisas no lugar onde elas deveriam estar. Remetendo-nos tanto ao Gênesis, mas também nos levando ao que esperamos no futuro. Uma nova criação. Perceba, Jerusalém era bem fortificada, mas o Salmista coloca sua segurança em Deus, nosso verdadeiro refúgio e fortaleza.

Deus reina absoluto por isso é nosso refúgio

Enquanto o homem semeou o caos, Deus reina absoluto e onde Ele reina há paz. O verso cinco nos mostra que ali o homem não reina.” Não será abalada”. A presença de Deus santifica tudo. Os reinos se abalam, ou seja, nós mudamos por isso há desordem e caos e consequentemente não há segurança no governo humano. Mas a morada do Altíssimo está no meio dela e não será abalada. Quando confiamos em Deus e Ele se torna nosso Senhor, não temos razão para nos abalar. O Senhor dos exércitos está conosco.

As nações se agitam e se enfurecem o que é isso? Quer dizer justamente essa falta de segurança. Mas Deus coloca a sua voz  e levanta-a  não no sentido de gritar, pois, não precisa disso. Quando Deus dá a sua voz, a terra se dissolve, pois, se dão conta que eles jamais serão deuses. Somente Deus é o Senhor, pois Ele coloca ordem ao caos. Nenhum ser humano pode trazer essa ordem. Deus é nosso refúgio justamente porque os governos do mundo não nos dão segurança nenhuma.

Quem é o único e verdadeiro Deus?

Vinde, contemplai as obras do Senhor; que desolações tem feito na terra! Ele faz cessar as guerras até ao fim da terra; quebra o arco e corta a lança; queima os carros no fogo. Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus; serei exaltado entre os gentios; serei exaltado sobre à terra. O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio. (Selá.)” Salmos 46:8-11

Por fim, os últimos versículos do último verso, o salmista vai nos convidar a vir e contemplar as obras do Senhor. Fiquem assombrados ao olhar para a história e tragam à memória aquilo que Deus fez. Venham, pois, vocês já viram que não há sentido fora de Deus. Aqui o contexto é de pós-guerra. Os destroços, corpos espalhados e ruínas ou, como diz o versículo: “que devastações fez na terra”.

Ou seja, não são nossas tentativas e  esforços que vão nos trazer segurança. Mas somente no Senhor. Aquietai-vos, Ele diz, acabem com as guerras. Parem! Vocês falharam. Aquietai-vos em hebraico significa: “prostrar-se, deixar cair”. Vocês tentaram de várias formas, mas agora admitam suas fraquezas e o caos que vocês fizeram. O salmista diz: admitam que vocês precisam de Deus. Reconheçam sua fraqueza espiritual. Vejam as catástrofes, o caos. Felizes os que reconhecem suas fraquezas espirituais

“E sabei que eu Sou Deus”. Após admitirmos nossas fraquezas, vêm o conhecimento de Deus. Ou melhor, o reconhecimento de Deus. Quem é o único e verdadeiro Deus? Precisamos reconhecer que só Ele é Deus.

A Quem pertence o poder? 

Como resultado, reconhecemos também que o poder o pertence. Ele domina sobre toda à terra.  Nossas tentativas de nos defendermos só pioram as coisas. Em resposta a nossa fraqueza pessoal, Deus nos diz para nos aquietarmos e reconhecermos que Ele é Deus. Então, elevamos o nome de Deus, porque admitimos que somos fracos e reconhecemos que Ele é Deus e assim,  exaltamos o seu nome. Deus é nosso refúgio e fortaleza.

Chegamos ao fim de mais um ano. Não um ano qualquer, pois com certeza ele ficará em nossa memória. Talvez por perder pessoas queridas e amadas por nós, por precisar lidar com luto, com a frustração e o medo. E agora, você pode estar se perguntando: como prosseguir para 2021? Será que o próximo ano não vai ser uma continuação de 2020? O que espera por nós? 

Definitivamente não é possível nos apoiarmos em circunstâncias tão instáveis. Mas, hoje eu quero te ajudar a trazer à memória algumas verdades que têm consolado meu coração nesse último mês do ano. Não são verdades apoiadas em pensamentos humanos, em auto ajuda. Quero te relembrar sobre as verdades da Palavra de Deus, a respeito de esperança, fé e coragem.


Lembro-me da minha aflição e do meu delírio, da minha amargura e do meu pesar. Lembro-me bem disso tudo, e a minha alma desfalece dentro de mim. Todavia, lembro-me também do que pode me dar esperança: Graças ao grande amor do Senhor é que não somos consumidos, pois as suas misericórdias são inesgotáveis.” Lamentações 3:19-22

 

Olhando para a história 

Analisando o contexto histórico do texto de lamentações vemos que o livro foi escrito pelo profeta Jeremias. E ao longo dele, o foco central é descrever o sofrimento que sobreveio a Jerusalém, após os exércitos de Nabucodonosor, da Babilônia, invadirem a cidade, em 586 a.C. 

Jerusalém foi devastada e levada a completa ruína. 

Além disso, Jeremias, já  havia profetizado durante muito tempo o que haveria de acontecer, caso o povo não se arrependesse e voltasse aos caminhos do Senhor. Porém, o povo não ouviu e tampouco abandonou a rebeldia. Tanto o rei Zedequias como seus filhos, seus homens de confiança, o sumo sacerdote e os líderes da cidade foram levados para o cativeiro. 

E, agora? Como estava o coração do profeta? Ele havia avisado e falado tanto para o povo de Deus se arrepender. Porém, Jeremias foi movido por grande compaixão e, então, o que lemos no livro de Lamentações é a sua profunda agonia e tristeza diante da destruição de Jerusalém. Além disso, lemos a respeito do seu clamor ao Senhor, para que Ele não rejeite seu povo para sempre e volte seus olhos para ele. 

 

O Clamor de Jeremias 

Há algo interessante quando analisamos o capítulo 3 de Lamentações. Ele começa em tom de profundo lamento:

“Eu sou o homem que viu a aflição trazida pela vara da sua ira. (…) Fez que a minha pele e a minha carne envelhecessem e quebrou os meus ossos. Ele me sitiou e me cercou de amargura e de pesar.” Lm 3:1,4-5 

Mas, ao longo do capítulo vemos uma mudança de narrativa, chegando no ápice, no verso 21: “Todavia, lembro-me também do que pode dar-me esperança” Lamentações 3:21

É sobre esse trecho que gostaria de me ater por um momento. Mesmo diante das adversidades que o povo de Jerusalém estava vivendo, mesmo com a ruína e destruição, o profeta tem fé. Em uma postura diante do Senhor, ele diz que quer lembrar o seu coração aquilo que pode dar esperança. 

Como vemos e estudamos na Palavra de Deus, o povo de Israel carrega muitas promessas do Senhor. Mesmo com todas as manifestações da graça de Deus, os livramentos que eles tiveram no Egito, e tudo que a história nos relata durante as gerações, isso não foi suficiente para que eles se mantivessem firmes no Senhor. 

E agora eles se encontram em ruína e no cativeiro. Como prosseguir diante dessa realidade? Jeremias entende e nos ensina nesse momento do versículo (Lm 3:21) uma importante lição sobre esperança e como podemos lidar com as adversidades a nossa volta. 

O profeta se lembra de trazer à memória o coração de Deus, quem Ele é, seus atributos imutáveis. 

Olhando para o Senhor

 

Todavia, lembro-me também do que pode dar-me esperança: Graças ao grande amor do Senhor é que não somos consumidos, pois as suas misericórdias são inesgotáveis. Renovam-se cada manhã; grande é a tua fidelidade!  Digo a mim mesmo: A minha porção é o Senhor; portanto, nele porei a minha esperança.  O Senhor é bom para com aqueles cuja esperança está nele, para com aqueles que o buscam; é bom esperar tranqüilo pela salvação do Senhor. “ Lamentações 3:21-26

Jeremias entende que ele precisa lembrar ao seu coração, não sobre as coisas do passado, mas lembrar sobre as que estão adiante e sobre quem o Senhor é. Ao longo dos versos (21-26), vemos os atributos de Deus serem descritos: sua misericórdia, compaixão, fidelidade, bondade e salvação. 

Lembrar e informar a sua mente sobre quem o Senhor é, foi o segredo de Jeremias. Isso que trouxe esperança. Lembrar sobre o caráter imutável de Deus, a sua soberania e misericórdia, traz descanso, consolo e paz ao coração. 

Deus é totalmente digno de confiança, pois ele não pode negar a si mesmo e sua natureza. É por isso que podemos nos apegar nesta rocha eterna, que não muda diante das imprevisibilidades da vida e do nosso coração frágil e instável.

O Deus que intervém na história

Depois, ao lermos a história do povo de Israel, vemos que o Senhor se voltou para o Seu povo. E declarou diversas promessas sobre restauração, livramento e cura para eles.

Pois, o Senhor, sempre se mantém no controle diante do caos. E provê um escape para o seu povo. Ele é especialista em reverter o mal em bênção. Porque Ele é rico em bondade e misericórdia. 

 

Trazer à memoria: a nossa verdadeira Esperança

Quanto a nós? Esse deve ser o nosso segredo também, devemos aprender com o profeta Jeremias. E lembrar de voltar o nosso coração e mente para quem é o Senhor, sua natureza infalível. 

Nós somos um povo que carrega promessas. A confiança de que o Senhor voltará para reinar na Terra. Ele irá  governar com justiça e retidão. O Rei enxugará todas as nossas lágrimas e vai restaurar todas as coisas (Ap.21:4). Ele encherá o nosso coração de completude e seremos plenos diante Dele. 

A nossa viva Esperança para os dias que estamos vivendo é o próprio Jesus. 

É estabelecermos nossas raízes no que Sua Palavra nos diz e relembrarmos todos os dias dela.

 

Olhos confiantes em 2021 

Nós podemos caminhar para o próximo ano, pois sabemos quem é o nosso pastor. Faça o exercício, e volte os seus olhos para Ele, hoje mesmo. Relembre sobre a fidelidade, bondade e paz do Senhor. 

Tenha expectativas em seu coração, pois você sabe o final dessa história: o Rei voltará em breve!

 

“Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça. Por isso, amados, aguardando estas coisas, procurai que dele sejais achados imaculados e irrepreensíveis em paz. “2 Pedro 3:13,14

 

Maranata, Ora Vem!