“Então plantou o Senhor Deus um jardim, da banda do oriente, no Éden; e pôs ali o homem que tinha formado. Respondeu-lhe o homem: Ouvi a tua voz no jardim e tive medo, porque estava nu; e escondi-me.” Gn. 2.8, 3.10
“Então foi Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani, e disse aos discípulos: Sentai-vos aqui, enquanto eu vou ali orar.” Mt. 26.36
Os encontros com Deus no Éden revelavam, desde o início, Seu desejo de estar conosco. O homem perdeu esse acesso quando deu ouvidos à serpente. Em outro jardim, dois mil anos depois, Ele busca essa parceria e não nos encontra disponíveis novamente.
No Getsêmani, Ele resgata o que perdemos no Éden e o jardim migra para dentro de nós. O preço do resgate é alto. Quando nos convida a tomar nossa cruz e seguí-Lo, é disso que está falando. Com frequência, ignoramos as implicações de uma vida rendida, que não mais nos pertence (Gl. 2.20).
Usufruir destes encontros com Deus, de forma diária, exige entrega. O jardim de nosso coração precisa estar limpo e disponível, para que Ele possa cear conosco. Contudo, sem a ajuda do Espírito Santo, não conseguimos ser bons jardineiros. E essa tarefa será sempre nossa, em parceria com Ele. Já que, é do Espírito Santo a tarefa de adornar a noiva, preparando-a diariamente, para esse encontro com o Noivo.
Inegavelmente, os inços devem ser removidos, plantas precisam ser podadas com a ajuda da Palavra. O solo precisa estar tenro e receptível. Os frutos devem ser abundantes. Nosso coração deve transbordar de expectativa por esse encontro.
“Jardim fechado é minha irmã, minha noiva, sim, jardim fechado, fonte selada.” Ct. 4.12
Ao contrário do que pensamos, essa tarefa de preparar a terra não cessa. Eventualmente, somos surpreendidos por frutos indesejados e por safras de semeaduras passadas que nem sempre glorificam ao Pai. Os frutos denunciam nossa essência. No entanto, nesta vida, temos a chance de remover as raízes que os alimentam.
Se hoje nos deparamos com uma colheita que revela a existência destas raízes indesejadas, corramos para os pés dAquele que tem poder e sabe como removê-las. No entanto, não é menos importante cultivar e regar sementes que gerarão frutos em abundância, para alimentar os famintos. Folhas que sarem as nações. Nosso interior deve refletir a realidade de quem somos nEle.
O desejo do Pai continua sendo o de encontrar-se conosco no jardim. Ele nos criou para que essa comunhão fosse possível e resgatou-a na cruz. Mais do que podemos medir ou imaginar, Ele deseja estar conosco.
Portanto, não negocie com a serpente. Não durma enquanto Ele te convida a chorar com Ele. Sigamos o exemplo da Sulamita. Semelhantemente, clamemos para que os ventos soprem. Para que, possamos oferecer-lhe os frutos excelentes, como recompensa de Seu penoso trabalho.
“Levanta-te, vento norte, e vem tu, vento sul; assopra no meu jardim, espalha os seus aromas. Entre o meu amado no seu jardim, e coma os seus frutos excelentes!” Ct. 4.16