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O que vimos e o que ouvimos, isso anunciamos

  O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida (Porque a vida foi manifestada, e nós a vimos, e testificamos dela, e vos anunciamos a vida eterna, que estava com o Pai, e nos foi manifestada) O que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também tenhais comunhão conosco; e a nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo. Estas coisas vos escrevemos, para que o vosso gozo se cumpra. (I Jo 1:1-4).

Mais do que saber acerca do evangelho, temos sido convidados nos últimos dias a anunciar aquilo que temos VISTO, OUVIDO, CONTEMPLADO, TOCADO a respeito Daquele que é a razão central do evangelho.

Considerando que foi João quem escreveu essas palavras, eu entro em êxtase quando me ponho a imaginar em algumas das cenas que o próprio João relatou acerca dos momentos em que esteve com o Senhor Jesus Cristo; João O viu sendo batizado por João Batista no Jordão, a humildade do mestre em cumprir com todas as ordenanças (Jo 1:32-34); João viu a conversa de Jesus com Nicodemos às escuras, onde o mestre esclareceu que o acesso ao Reino é o novo nascimento (Jo 3); ele ouviu o diálogo com a mulher de Samaria, onde Jesus esbanjou amor, sabedoria e compaixão e por meio de uma mulher improvável alcançou uma cidade (Jo 4); João viu quando a mulher pega em adultério foi livre do apedrejamento por meio de apenas uma pergunta do Senhor Jesus, que ao interferir no julgamento, a curou da culpa e da condenação liberando-a para um novo destino (Jo 8). João ouviu as batidas do coração do Senhor Jesus (Jo 13:25); ele ouviu e registrou o maior diálogo registrado entre o Pai e o Filho conhecida como a oração sacerdotal (Jo 17). Esse discípulo foi o único a permanecer enquanto o mestre estava sendo crucificado, e como era o discípulo a quem Jesus amava, teve por parte do Seu Mestre a outorga da autoridade de, a partir daquele dia, cuidar de sua mãe Maria (Jo 19:26-27); João ainda concluiu que nem todos os livros do mundo seriam suficientes para escrever tudo que viu o Senhor Jesus realizar (Jo 21:25).   

João faz referência a pré-existência e divindade de Jesus, pois conforme dizem os historiadores, essa carta foi escrita provavelmente na velhice do apóstolo do amor, entre 85-95 D.C¹, para exortar os irmãos que estavam na região da Ásia Menor ao evangelho em que Cristo é o centro. Ele diz: “Aquilo que nós vimos, ouvimos, contemplamos, o que nossas mãos apalparam a respeito do Verbo da Vida, a respeito daquele que era desde a eternidade, a respeito da vida eterna que estava com o Pai. “Eu, João vos anuncio o que experimentei; o que toquei, o que vi a respeito do Cordeiro Santo, e por meio desse anúncio  creio que haverá comunhão entre nós.” E mais, João diz: “Eu escrevo isso para que a alegria de vocês seja completa.” Amados, acredito que a carta que João escreveu quase dois mil anos atrás destinada àqueles irmãos, com o propósito de os exortarem a crerem na infalível revelação do DEUS HOMEM, é a carta que a igreja dessa geração envia aos irmãos que estão enfraquecidos na fé, e por que não dizer também aos que ainda não conhecem o Desejado das nações. Nós somos a continuidade da igreja apostólica do primeiro século e  nosso anúncio deve transcender a intelectualidade da fé. Hoje anunciamos o que VEMOS, O QUE OUVIMOS E O QUE TEMOS CONTEMPLADO A RESPEITO DO VERBO DA VIDA. Sim, esse é o nosso anúncio; essa é a nossa confissão de esperança; essa é a nossa liturgia; essa é a nossa devoção; essa é a nossa fascinação; temos anunciado a respeito daquilo que temos vivido com ELE; e isso gerará comunhão e plenitude de alegria.

Amados, os versos descritos nessa reflexão tem sido como chama ardente dentro do meu coração, tanto pela realidade profética que temos vivido a respeito de um aumento do testemunho de Jesus Cristo na Igreja, como pela esperança que esse testemunho seja ainda mais evidenciado por sinais e maravilhas, demonstrações extravagantes de amor e compaixão pelos perdidos. Renuncie um evangelho erigido apenas na inteligência ou racionalismo da fé. Sim, seja um erudito da fé. Antes porém, seja um erudito do amor. Uma erudição que transcende o discurso eloquente e alcança o coração das pessoas, que cure a incredulidade e que rompa os grilhões do medo e do abandono. Esses versos são uma absoluta e plena CONVOCAÇÃO para essa geração. Anunciaremos o que temos VISTO, OUVIDO, CONTEMPLADO, APALPADO A RESPEITO DO VERBO DA VIDA, DO DESEJADO DAS NAÇÕES.

Nossos rostos brilharão, nossas mãos estarão erguidas, nosso coração será fortalecido contra a ofensa. Seremos como Estevão, o diácono que foi recebido pelo Cristo com honras na eternidade por ter permanecido com o olhar angelical enquanto estava sendo apedrejado pelos seus carrascos. Mais do que revelar o JESUS QUE  conhecemos, é hora de REVELAR O JESUS que EXPERIMENTAMOS.

 

¹ Bíblia de estudo Palavra-Chave Hebraico e Grego

2º Edição; 2º reimpr.  de Janeiro: CPAD, 2011

Texto bíblico: Almeida Revista e Corrigida – 4º edição 2009 – Sociedade bíblica do Brasil

Sobre o autor

Rogerio

Este post tem 2 comentários

  1. Luciene

    Que reflexão maravilhosa! O Senhor me perguntou onde e como estava a minha rede? Gratidão!!

  2. Maria Luiza de Alencar

    Muito bom .
    Me ajudou bastante , no meu estudo, com relação o anúncio do ver e do ouvir.
    Obrigada!
    Deus abençoe grandemente!

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