“Jesus, pois, lhes disse: Na verdade, na verdade vos digo que, se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne verdadeiramente é comida, e o meu sangue verdadeiramente é bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele…Daquela hora em diante, muitos dos seus discípulos voltaram atrás e deixaram de segui-lo. Jesus perguntou aos Doze: “Vocês também não querem ir? ” Simão Pedro lhe respondeu: “Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna”. João 6:53-56 e 66-68
Essa passagem certamente é uma das mais intensas falas de Jesus aos que desejavam seguir-lhe. Sempre penso nesta cena como um choque para todos aqueles que o ouviam. Vejo como se a ideia de um cristianismo “doce” e ameno fosse transformada em algo duro e aparentemente inaplicável.
É como se Jesus acabasse de ofender os religiosos e até mesmo aqueles que se diziam caminhar com Ele ao mencionar o quão radical era o Seu convite de vida para os que desejavam conhecer a eternidade.
Quando nós entramos em contato com essas verdades estamos nos expondo ao mesmo chamado: de ter profunda entrega e comunhão e essa é uma direção que nos custará tudo!
O discurso de Jesus que mencionava a necessidade de que seus discípulos comessem de sua carne e bebessem do seu sangue, chocou a ideia do Messias como um rei polido que viria aprovar o comportamento religioso e trouxe uma ideia que não pareceu racional, tendo em vista que aqueles que o ouviam desconheciam a futura crucificação.
Toda essa passagem deixa evidente que Jesus não está preocupado se ofenderá nossas mentes, nossa forma de pensar, pois Sua preocupação é eterna. Ele quer os nossos corações acima de nossa religião, acima de nossos sacrifícios. Ele quer que nos tornemos um com Ele.
Ao aceitarmos o convite de caminharmos com Cristo, estamos nos disponibilizando a compartilhar não somente das suas alegrias, mas dos seus sofrimentos. Estamos dizendo sim ao mais profundo nível de intimidade, de não apenas ouvi-lo, mas de obedecê-lo. De nos tornarmos parecidos com quem Ele é, transicionando de um lugar de seguidores para um posto de discípulos.
Precisamos nos posicionar como aqueles que não apenas o seguem nas multidões. Como aqueles que não são afastados pelas verdades do Senhor que chocam a nossa forma de viver. Precisamos ser como discípulos que o ouvem e o obedecem, por mais duras que suas palavras pareçam ser. Precisamos aprender a permanecer em Cristo e não na mera religião. Isso proporcionará o verdadeiro discipulado e as verdades da graça que são amor e justiça. Assim é que comemos da Sua carne e bebemos de Seu sangue!