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Disciplinas Espirituais – A disciplina da solitude

Nesse mês estamos falando sobre as disciplinas espirituais aqui no blog. Já tratamos sobre algumas delas, mas hoje quero falar sobre a disciplina espiritual da solitude.

 

Solidão vs. Solitude

Vivemos em um mundo frenético, barulhento e apressado. De certa forma, parece que as únicas alternativas são ou sermos engolidos pela ansiedade ou fugirmos dela e nos isolarmos de tudo. Mas não precisa ser assim, pois Deus nos convida a ouvi-lo através da oração e da Palavra e encher o nosso interior da presença dele. A solitude não depende da quantidade de pessoas ao nosso redor ou das circunstâncias, pois é o estado interior de quem está sempre conectado com Deus, mantendo a chama acesa, estando rodeado de pessoas ou sozinho.

 

“A solidão é o vazio do lado de dentro. A solitude é o interior preenchido”

Richard Foster

 

A disciplina espiritual da solitude, ao contrário da solidão, é onde nos encontramos com o silêncio do nosso interior, e no silêncio encontramos a Deus. Mas atenção, essa disciplina deve ser praticada em um contexto de comunhão, submissão e serviço no corpo de Cristo. Sem a vivência com a igreja de Cristo, deixa de ser solitude e se torna isolamento. Mas não deixemos de praticar essa disciplina, pois é quando tiramos tempo para ficar com Deus e ouvi-lo no silêncio que podemos servir melhor a Deus e uns aos outros.


Jesus praticava a solitude

Vejamos o exemplo de Jesus. Ele era um homem extremamente ocupado, pois realizava milagres, curas, pregava, estudava e gastava tempo com as pessoas. Ainda assim, Jesus não era estressado, ansioso ou impaciente. Como será que Ele conseguia?

Lembre-se que Ele era homem, e como nós, ele deveria sentir cansaço, dores no corpo, e todas as consequências físicas de uma rotina agitada. Mas Jesus tinha um segredo: Ele se retirava para falar com o Pai. E podemos ver um pouco disso na disciplina da oração, que de certa forma complementa a disciplina espiritual da solitude.

Antes de começar seu ministério, Jesus passou 40 dias no deserto orando, jejuando e praticando a solitude. Em Marcos 1:35, depois de uma longa noite de trabalho, curando enfermos, Jesus se retira de madrugada para orar. Em várias situações, antes ou depois de uma tarefa exaustiva e/ou importante, Jesus se retirou para ouvir o Pai. Então, o que nos faz pensar que podemos viver as nossas vidas sem fazer o mesmo?

 

A solitude na prática

A presença de Deus no nosso interior está sempre ali, esperando para ser acessada. Porém, como vivemos uma vida agitada geralmente não conseguimos acessar esse lugar com tanta facilidade. Por isso a importância de buscarmos praticar a disciplina espiritual da solitude. Como podemos aplicá-la no nosso dia a dia?

  • Praticar o silêncio

Se calar para ouvir a voz de Deus e as pessoas. Além disso, ser aquele que não fala o tempo todo, mas tem as palavras certas, nas horas certas.

  • Não fugir das “noites escuras da alma”

Muitas vezes, o convite à solitude vem nos momentos difíceis. A nossa tendência é fugir desse lugar, se ocupando de afazeres, evitando encarar nossa própria alma. Porém, abraçar esses dias maus e levá-los aos pés de Cristo é praticar a solitude.

  • Aproveitar os pequenos momentos de solitude

Podemos praticar encher nosso interior enquanto lavamos a louça, no silêncio da manhã antes de todo mundo acordar, ou no silêncio da noite, quando todos já foram dormir. Podemos aproveitar o trânsito para meditar e conversar com Deus. Se observarmos, nosso dia nos oferece várias oportunidades de praticarmos a disciplina da solitude.

  • Ter um “lugar silencioso”

Apesar de podermos ficar a sós com Deus independente de um lugar específico, por que não investir em separar um lugar só para isso? Investimos em nossa sala para receber as pessoas ou no nosso quarto, para dormirmos bem. Que tal pensar onde e como você poderia criar um um “lugar silencioso” na sua casa para estar com Deus?

  • Encontrar lugares fora de casa

Pode ser que na sua casa não tenha como separar um lugar para praticar a disciplina da solitude. Porém, na sua cidade talvez tenha um parque, um lago, uma praia, enfim, um lugar ao ar livre ou um lugar mais reservado onde você possa se conectar com Deus.

  • Faça pequenos retiros ao longo do ano

Crie a tradição de se retirar por alguns dias apenas para ouvir a Deus, ler a Bíblia, jejuar e descansar. Não deixe para fazer isso apenas quando estiver esgotado, mas busque investir e separar tempo para isso.

 

Assim como todas as disciplinas espirituais, dependemos da graça de Deus para praticar a solitude. Além disso, não é uma forma de medir a nossa espiritualidade, é apenas o meio pelo qual somos libertos e cheios. O fruto de praticar a disciplina espiritual da solitude é ter mais sensibilidade e compaixão pelas pessoas. Afinal, somos libertos de estarmos cheios de nós mesmos, para estarmos cheios de Deus e poder transbordar isso para o nosso próximo.

 

Fonte: Celebração da Disciplina – Richard Foster

O silêncio é uma disciplina que necessitamos aprender como qualquer outra e que devemos praticar. 

Em um mundo no qual há muitos estímulos e ruídos, escolher o exercício do  silêncio é ir contra aquilo que imaginamos que é natural. 

Não nos damos conta que a quietude é algo que nos trará muitos benefícios. 

Sei o quanto isso é mais difícil para alguns que para outros, muitos de nós temos uma personalidade cheia de energia e precisamos externar o que pensamos e sentimos. 

Mas quero que você pare e pense se durante seus momentos com Deus você consegue ficar quieto ou se apenas fala sem parar e nunca para e escuta o que Ele tem a dizer? 

Quando você e eu  escolhemos calar todos os ruídos e vozes, incluindo a nossa própria voz, poderemos com toda a certeza escutar a voz do Pai. 

Silêncio é a ausência de ruídos e solitude é a ausência de pessoas, os dois juntos tornam a disciplina perfeita. 

Ao aprender, poderemos entender melhor não somente a nós mesmos como a todos que nos cercam. 

A disciplina do silêncio dará lugar ao verdadeiro protagonista da história que é Deus. 

Assim,  Deus exercendo seu papel como Senhor de nossas vidas iremos aprender sobre escutar suas direções e obedecer a elas. 

Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus; serei exaltado entre os gentios; serei exaltado sobre a terra. Salmos 46:10

O silêncio é ouro 

Entender o poder do silêncio fará com que suas palavras se tornem poderosas. 

Ao calar e observar você poderá entender muitos dos detalhes que podemos perder quando estamos constantemente falando ao ponto da exaustão. 

“ Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo.”  – Provérbios 25:11

Silêncio e solitude te fará entender o poder de liberar palavras com sabedoria. 

 “ O homem se alegra em responder bem, e quão boa é a palavra dita a seu tempo! ” – Provérbios 15:23

O que Deus quer ter com cada um de nós é um diálogo e não um monólogo no qual somos os protagonistas; Se soubéssemos o quanto Deus tem a falar iremos nos calar e escutá-lo. 

Eu aprendi em minha caminhada com Deus que Ele fala muitas vezes no silêncio. O Silêncio de Deus é poderoso. Jesus sabia disso, pois tirava momentos a sós com Deus e ficava neste lugar com uma atmosfera de quietude e solitude somente sentindo a presença poderosa do Pai. 

Encontrando a Paz 

Sem ruídos e vozes, ao escutar as direções de Deus você começa a viver uma paz sobrenatural, somente encontrada por aqueles que escolhem ouvir e obedecer as palavras do Mestre. 

Jesus em sua jornada neste mundo priorizava seus momentos para escutar o Pai, pois sabia que isso seria a paz e a força necessária para enfrentar qualquer um dos desafios que iria encontrar no caminho. 

Mas Jesus retirava-se para lugares solitários, e orava. Lucas 5:16

Jesus sabia que silêncio sem Deus não tem efeito algum, mas fazer isso com Ele é algo poderoso. 

Portanto, praticar a disciplina do silêncio te ajudará nas outras disciplinas da sua vida,  na oração, jejum e meditação da palavra. Praticar essas disciplinas espirituais será muito mais eficaz e saudável depois de entender e viver o poder de estar quieto. 

Vamos orar ?! 

Senhor, nos ensina o poder do silêncio e nos ajuda a praticar essa disciplina ao Seu lado. Que possamos escutar a Sua voz e obedecer suas direções. E que ouvir sua voz seja nosso anseio; e  o silêncio e a solitude sejam uma dádiva e não um sacrifício. Amém

O que vem à sua mente quando ouve essa expressão: Disciplinas Espirituais? Talvez alguns já recuem só de ouvir, outros inconscientemente pense que “não é pra mim..”. Sendo assim, quero te convidar a continuar essa leitura tendo em mente que as Disciplinas Espirituais são como um presente da graça do Senhor.

Portanto, imagine você recebendo uma caixa cheia e completa de ferramentas para você realizar seu trabalho da melhor forma possível. Elas são isso. Deus nos convidou a ingressar na vida cristã e nos deu todo o aparato necessário para a obediência, por meio da graça para o esforço e disciplina. E além disso, a doce companhia do Espírito Santo. 

Então, hoje vamos pensar um pouco sobre a leitura bíblica. Não se hesite e nem saia da página, se você é cristão essa conversa é com você.

“As duas disciplinas espirituais pessoais mais importantes são a absorção da Palavra de Deus e a oração – e nessa ordem. Pois é muito mais importante ouvir de Deus através da Sua Palavra do que Deus ouvir de nós em oração.” Donald Whitney

O que é a Palavra?

Primeiramente precisamos encarar a verdade da motivação e consciência do nosso coração. A grande dificuldade que temos em nos apegar com firmeza às escrituras é pela baixa consciência sobre seu Autor. A Bíblia é a Palavra de Deus! Mas a resposta motivadora deve ser: Quem é Deus para mim? Essa resposta precisa ganhar força e a consciência da grandeza e majestade de Deus precisa ser expandida para que a valorização da Bíblia também seja.

Mas como eu posso ter mais consciência sobre a pessoa de Deus e assim me apegar mais a Bíblia? “A fé vem pelo ouvir, e ouvir a Palavra de Deus.” (Rm 10:17).

Logo, precisamos ler a Bíblia para conhecer a Deus e quanto mais conhecemos a Deus mais queremos ler a Bíblia.

A palavra de Deus é a mesma que criou todas as coisas, pela sua palavra tudo que existe foi feito e agora mesmo todas as coisas são sustentadas pela palavra do seu poder. (Jo 1:1-3; Hb 1:3). Essa mesma palavra se revelou a nós em forma encarnada em Cristo e também nos deixou um livro. 

Certamente, precisamos orar como o Salmista pedindo “Abre tu os meus olhos, para que veja as maravilhas da tua lei.” Salmos 119:18. Insira na sua rotina de oração fazer esse pedido, assim como pedir

“que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o glorioso Pai, lhes dê espírito de sabedoria e de revelação, no pleno conhecimento dele. […] que os olhos do coração de vocês sejam iluminados, a fim de que vocês conheçam a esperança para a qual ele os chamou, as riquezas da gloriosa herança dele nos santos e a incomparável grandeza do seu poder para conosco, os que cremos, conforme a atuação da sua poderosa força.” (Ef 1:17-19)

9 DICAS PARA A CONSTÂNCIA NA LEITURA BÍBLICA

Vamos para ações práticas que te ajudarão a melhorar sua relação com as Escrituras. Talvez  não há nada de novo para você nessas dicas, de fato elas só têm efeito se forem colocadas em prática. Então, a medida que você lê, te convido a ter em mãos um bloco de notas para fazer resoluções para a aplicação de cada uma delas, preparado?

Essas dicas servem para 3 coisas: 1) Constância na leitura; 2) Estruturar um rotina de alta exposição às Escrituras e 3) Introduzir a isso a estudo bíblico.

  1. Tenha um plano de leitura para se organizar;

Ter um plano de leitura torna mais sustentável ao longo dos dias sua rotina. Logo, você não precisa perder tempo diariamente escolhendo o que ler ou por onde começar, basta seguir o plano. O plano pode ser anual, semestral, por livro ou por tema. 

     2.  Faça um compromisso com um bom local e horário;

Defina qual o melhor momento do seu dia para a leitura. Autoconhecimento é importante nessa decisão, se você sabe que sua rotina ao longo do dia é agitada sem intervalos bons, escolha de manhã antes de começar o dia.

Assim, preciso deixar uma advertência aqui: muitas vezes travamos em seguir esse ponto por romantizamos ou colocarmos expectativas e idealizações irreais ou insustentáveis. Todavia, não comece se comprometendo a passar duas horas em um jardim com céu azul e sua bíblia e uma caixinha de som todos os dias se isso não for algo palpável no seu dia-a-dia. Seja simples e prático. Facilite sua vida. O objetivo central é ler a Bíblia – foque em cumprir isso, não se prenda no perfeccionismo dos meios.

    3. Esforce-se para cumprir o planejamento e leia.

 Sim, exige esforço! Alguns dias mais que outros. Mas a verdade é que nós somos os únicos responsáveis em guardar e zelar pela efetividade disso. Então, se você abrir mão e trocar seu momento por qualquer coisa, ninguém será levado a respeitar. Deixe as pessoas que moram com você cientes do seu compromisso. 

Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade, e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecediço, mas fazedor da obra, este tal será bem-aventurado no seu feito.”  Tiago 1:25

4. Esteja preparado para fazer anotações

Não é um requisito obrigatório, mas com certeza é muito útil, tanto para aprendizagem e fixação quanto para o registro da sua jornada com o Senhor. Assim, esteja lendo atento às perguntas, orações, percepções e insights que possam surgir durante a leitura. 

      5. Ouça a Bíblia ao longo do dia

Pode parecer estranho, mas lembra do versículo de Romanos 10:17, ”a fé vem pelo ouvir”? Portanto, precisamos nos expor às verdades da palavra ao longo do dia, isso nos ajudará a voltar para o Senhor constantemente. Você pode fazer isso com bíblia em áudio, os aplicativos da bíblia no seu smartphone tem essa opção, ou até mesmo ouvindo músicas bíblicas que são feitas baseadas em trechos da bíblia por exemplo. Sendo assim, escolha bem o que você consome durante o dia.

Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido. Josué 1:8

    6.  Use a Bíblia para orar

A leitura Bíblica não pode estar desacompanhada da oração. Você já deve ter ouvido que cada uma é a asa de um pássaro, precisamos das duas para voar na vida cristã. Logo, as Escrituras podem servir de linguagem e direção sobre o que orar e como orar. Sendo assim, pegue o trecho que você leu, coloque nas suas palavras e devolva para Deus em oração ou em louvor. 

     7 .  Converse sobre o que você está lendo 

Você sabia que a melhor maneira de aprender é ensinando? Aproveite isso e comente com alguém, um amigo ou na mesa de jantar em família sobre o que você leu e o que Jesus falou com você. Afinal, isso vai enriquecer de várias maneiras possíveis sua absorção dessas verdades.

   8.  Separe um dia para estudo

A leitura bíblica devocional é diferente do estudo. Sendo assim, para esse último você também precisa separar um tempo local e ter um plano. No estudo você vai mergulhar em questões mais profundas sobre o texto, vai buscar observar: o autor, o destinatário, a geografia, a história, o tipo de narrativa, os personagens, o cenário, cada um desses elementos fornecem uma chave para o entendimento do que o autor quis comunicar. Aqui você pode contar com bons panoramas bíblicos, comentários, dicionários. Mas pode começar usando e selecionando apenas as informações que a própria bíblia já nos dá.

O Método Indutivo do Estudo Bíblico pode ser feito em três fases: Observação (o que o texto diz); Interpretação (o que o texto significou para os ouvintes primitivos); e Aplicação (o que o texto significa para nós hoje).

  1. Conte com o Espírito Santo

Não poderia deixar de ser clara quanto a isso. Nós temos um ajudador e auxiliador para a Verdade o Espírito Santo de Deus. Então, não tente fazer isso sem a Sua companhia, Ele é o maior guia e a pessoa ideal para nos ajudar a usar bem as ferramentas que são as Disciplinas Espirituais. Ele também te sinalizará o caminho de volta quando as coisas não saírem como o planejado.

Lembre-se diariamente

Todas as Disciplinas Espirituais não são nosso castigo ou nossa “cruz”, elas são os meios graciosos do Senhor nos tornar parecidos com Eles, ou seja, voltarmos ao nosso projeto original. Então, comece a desfrutar desse presente logo.

Antes tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite. Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto no seu tempo; as suas folhas não cairão, e tudo quanto fizer prosperará.  Salmos 1:2,3

Você tem o costume de meditar na palavra? Eu tenho quase certeza de que você que está lendo esse texto conhece a maioria das histórias da Bíblia. Você já deve saber que no princípio, Deus criou todas as coisas. Assim como já deve saber a história de Adão e Eva, sabe como o pecado entrou no mundo, certo?

E a história daquele pastor de ovelhas que derrubou um gigante? Você também deve conhecer os belos salmos e os provérbios, as histórias dos reis e dos profetas. Como também a vida de Jesus na terra e sua morte e ressurreição.

Portanto, não tenho como objetivo aqui fazer uma checklist de todas as histórias e textos bíblicos que você conhece, a questão que tento levantar aqui é: o quanto da Bíblia você conhece profundamente?

Se aprofundando na Bíblia

Quando falamos de conhecer a Palavra de maneira profunda, isso vai muito além de adquirir conhecimento para se tornar “expert” naquilo. É portanto, sobre aprofundar o relacionamento com as Escrituras e Aquele que se faz conhecido por meio de sua Palavra.

A Bíblia nos diz que o homem que tem o seu prazer na Lei do Senhor e nela medita dia e noite será como uma árvore plantada junto a fontes de águas, tal árvore que frutifica no tempo certo e suas folhas jamais caem (Salmos 1). Deste modo, gostaria de trazer aqui três motivos para você começar a meditar na Palavra hoje.

  1. A Palavra nos santifica

“Santifica-os pela verdade, a tua palavra é a verdade” (João 17:17)

Sabe quando você se olha no espelho em um lugar bem iluminado e ali você observa todas as imperfeições do seu rosto que você não gostaria de ver? Eu costumo dizer que quando meditamos na Palavra nos damos conta dos nossos erros e falhas, porque ali está o padrão que devemos seguir. A Bíblia nos mostra onde não estamos, onde deveríamos estar e onde vamos chegar. Em Salmos 119:9 vemos “Como o jovem guardará puro o seu caminho? Vivendo de acordo com a tua Palavra”, e o verso 11 nos diz “Guardei a tua palavra no meu coração para não pecar contra ti”.

Ademais, ao meditarmos na Palavra estamos contemplando as verdades de quem Deus é, seu caráter perfeito, seus atributos, glória e santidade. E quando meditamos na beleza do Senhor nos tornamos cada vez mais parecidos com Ele, e começamos a caminhar rumo a sua vontade para nós de sermos santos e irrepreensíveis

“Para que aproveis as coisas superiores, a fim de serdes sinceros e irrepreensíveis até o dia de Cristo” (Filipenses 1:10)

 

  1. A Palavra nos sustenta no dia mau

“Este é o consolo da minha angústia: tua promessa me vivifica” Salmos 119:50

Lembro-me de uma estação em minha vida em que as circunstâncias estavam realmente difíceis, o mundo estava no início de uma pandemia e as incertezas e a angústia me rodeavam. Em meio às lágrimas, e antes que pudesse entrar em desespero senti o Espírito Santo soprando em meu coração: “você sabe o final da história!” Neste momento abri a minha Bíblia nas últimas páginas.

Sabe quando você está lendo um livro ou vendo um filme e o personagem principal está em meio a uma situação impossível? Eu não sei você, mas geralmente eu pesquiso logo o que vai acontecer, e isso me deixa mais tranquila. Foi o que eu fiz quando abri a Bíblia nas últimas páginas, eu encontrei a tranquilidade que eu precisava ao me lembrar de que no final:

“Ele enxugará dos olhos toda lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem lamento, nem dor, porque as primeiras coisas já passaram; O que estava assentado sobre o trono disse: Eu faço novas todas as coisas!” (Apocalipse 21:4-5a)

Portanto, meditar na palavra que é fiel e verdadeira é o que nos sustenta quando as estações difíceis chegam. Além disso, saber que a tribulação leve e passageira produz para nós uma glória de valor incomparável (2 Co. 4:17) nos ajuda a perseverar e a entender os tempos difíceis em uma perspectiva bíblica.

  1. Existe prazer em meditar na Palavra

“Alegro-me tanto no caminho dos teus testemunhos quanto em todas as riquezas” (Salmos 119:14)

Acredito que um dos maiores prazeres é poder ouvir a voz do Senhor. A meditação é uma forma de entrarmos na alegria da presença de Deus, uma vez que em sua presença existem delícias eternas, e vale mais um dia com Ele do que mil outros dias em outro lugar. Quando nos debruçamos sobre as Escrituras, ali está a oportunidade de um encontro com o próprio Deus e não há nada mais prazeroso do que isso.

Logo, quando meditamos na Bíblia, estamos meditando nas palavras de vida eterna, neste lugar descobrimos que essa é a melhor parte assim como Maria que escolheu se assentar aos pés de Jesus e ouvir os seus ensinamentos.

Conclusão

A meditação na Palavra nos leva a um lugar mais profundo no conhecimento de Deus, logo precisamos encontrar o prazer de estar nesse lugar. Quando meditamos e oramos as Escrituras estamos construindo a nossa história com Deus, nesse lugar Ele fala a nosso coração. E uma vez ouvi alguém dizer que a Bíblia é o único livro em que o autor está conosco 24 horas por dia, então se surgir alguma dúvida, basta perguntar!

 

Oração. Uma disciplina espiritual tão importante na vida de todo cristão que almeja um relacionamento com Deus. Afinal, como se relacionar com alguém sem se comunicar com ela? Oração é a comunicação com Deus. E essa comunicação é diária e até o tempo todo. Sim! O tempo todo, pois podemos conversar com Deus em voz alta ou em pensamento.

Primeiramente, a oração está ligada a outras disciplinas como: a meditação da palavra, adoração, jejum, solitude e até o silêncio. Na verdade, orar é também estar em silêncio. Oração é ouvir e não só falar, entende? Aprenda a associar sua oração ao silêncio e aprenda a ouvir a Deus.

A oração é também uma disciplina espiritual que, quanto mais praticada, mais te fará querer orar o todo. Conforme oramos e vemos os resultados de nossas orações mais a nossa confiança no poder de Deus cresce. Consequentemente, oramos mais e mais. 

A jornada da Oração

A oração é uma jornada, por isso, devemos prosseguir em nossa vida de oração, pois como em todo relacionamento, como em toda boa conversa acontece, a oração se transformará em encontros maravilhosos nossos com Deus. Será o céu em nosso cotidiano. 

Cresceremos em conhecimento de quem Deus é por meio de sua palavra e cresceremos em relacionamento por meio da oração, pois é impossível crescer em relacionamento com alguém sem saber quem é esse alguém. Mas Deus se revela a nós e por isso podemos nos relacionar com ele. Isso é um tesouro de grande valor.

Os benefícios da jornada da oração

 Em princípio, o melhor ganho que temos na jornada da oração como disciplina é o fortalecimento espiritual. ”Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças”. Filipenses 4:6.

Por certo, os benefícios da disciplina da oração são tantos que é impossível descrever todos eles. Mas um dos benefícios que eu vejo ser tão relevante é que a oração traz a nós um genuíno autoconhecimento. Pois diante de Deus, nós não conseguimos esconder nada.

Logo, enxergamos a nós mesmos sob uma nova luz, e esse autoconhecimento seria impossível alcançar de outro jeito. É também por meio da oração que experimentamos profunda transformação, pois ela reordena nossos afetos. Podemos dizer então, que a oração é a chave para tudo o que necessitamos fazer e ser na vida.  

Fortalecimento Espiritual por meio da Oração

Por meio da oração, somos fortalecidos internamente. Se analisarmos as muitas orientações de Paulo, veremos que ele prioriza a vida interior. “Oro para que, com as suas gloriosas riquezas, ele os fortaleça no íntimo do seu ser com poder, por meio do seu Espírito, para que Cristo habite em seus corações mediante a fé; e oro para que vocês, arraigados e alicerçados em amor, possam, juntamente com todos os santos, compreender a largura, o comprimento, a altura e a profundidade”. Efésios 3:16-18.

Note que no versículo citado acima, Paulo pede por “poder para compreender”.  Ou seja, conhecer melhor a Deus é do que necessitamos acima de tudo. Para Paulo, o bem maior de nossas vidas é a comunhão com Deus. De fato, se olharmos para a vida dele, tudo o que passou, as circunstâncias externas de sua vida, não seria possível passar por isso, se sua vida interior não estivesse fortalecida em Deus.

A oração é também uma disciplina espiritual que, prioriza nossa vida interior com Deus. Muitas pessoas baseiam sua vida interior nas circunstâncias exteriores. Paulo nos mostra que deve ser o contrário. Devemos basear nossa vida no amor imutável de Deus, senão, seremos assolados por tudo que acontece no mundo.

E aqui, cabe outro alerta. Priorizar a vida interior, não significa ser individualista. Conhecer mais a Deus, não é algo que fazemos sozinhos. Ela envolve nossa comunhão na igreja, a nossa participação na adoração comunitária e entre as muitas maneiras de conhecer a Deus está a oração tanto pública quanto privada. A intensidade e profundidade da oração privada e a da oração pública crescem juntas.

Seis conselhos para a prática diária da Oração:

  1. Comece seu dia com uma oração pela manhã. Se preciso for, acorde mais cedo. Antes de olhar os compromissos no seu celular, as mensagens recebidas nele, entregue seu dia ao Senhor. Uma simples oração pela manhã para ordenar seus afetos e pensamentos. Peça ajuda a ele para os desafios que você terá durante o dia.
  2. Se planeje para todos os dias conseguir ler alguns versículos ou até mesmo um capítulo da Bíblia e medite durante o dia.
  3. Faça pausas durante o dia e agradeça a Deus. Conserve um coração grato diante de Deus. Ações de graças fazem parte de uma vida de oração.
  4. Lembre-se durante seu dia, que orações rápidas são válidas, então sempre que possível ore. Antes de uma reunião, antes de uma prova, antes de quaisquer acontecimentos que te causem insegurança, entregue ao Senhor.
  5. Preste atenção durante o seu dia, em pessoas que Deus possa colocar diante de você e se tiver oportunidade, não deixe de orar por alguém também, ao longo do dia. Lembre-se que oração privada e pública crescem juntas.
  6.  E por fim, termine seu dia com uma oração. Entregando esse dia a Ele. 

As formas tradicionais de orações são experiências profundas a cada um, elas incluem adoração,confissões, ações de graças e súplicas. E não tem como essa disciplina não nos mudar ao praticarmos ela diariamente.

 Do dever ao deleite na Oração

Por fim, quero te dizer que não existe uma fórmula, um método para uma vida ideal de oração. Mas você pode começar como um dever e isso irá se transformar em um momento de prazer diante da presença de Deus. No começo, talvez, você não consiga ser tão fervoroso e claro, nem todos os dias serão iguais. Mas é por isso que a oração é também uma disciplina espiritual, algo pelo qual precisamos ordenar nosso espírito a fazê-lo. E lembre-se a oração é uma jornada.

Em Salmos 103, Davi ordena sua alma a adorar ao seu Criador: “ó minha alma, bendize ao SENHOR, e todo o meu ser bendiga seu santo nome. Ó minha alma, bendize ao Senhor, e não te esqueças de nenhum de seus benefícios”. Salmos 103:1,2. Aprenderemos a orar praticando a oração e meditando na palavra. Que o Senhor nos conduza nessa jornada da oração, para que possamos conhecê-lo e prosseguir em conhecê-lo. Deus te abençoe.

Qual é o significado da promessa de Isaías 45? Quando a Palavra nos garante que todo joelho se dobrará ao Senhor, o que de fato isso quer dizer? O que nos impede de render o nosso orgulho e escolher o caminho da submissão, hoje? Assim, no texto de hoje, estudaremos o que bíblia nos promete em Isaías 45 e a mesma promessa que é reforçada também em Filipenses 2:5-11.

“Tende em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus, que, existindo em forma de Deus, não considerou o fato de ser igual a Deus algo a que devesse se apegar, mas, pelo contrário, esvaziou a si mesmo, assumindo a forma de servo e fazendo-se semelhante aos homens. Assim, na forma de homem, humilhou a si mesmo, sendo obediente até a morte, e morte de cruz. Por isso, Deus também o exaltou com soberania e lhe deu o nome que está acima de qualquer outro nome; para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.” Filipenses 2:5-11 

Existe um grande paradoxo na história da ressurreição: o Mestre e Criador se torna um servo. Por isso, o mesmo Jesus que foi humilhado será também por Deus exaltado; e a sua exaltação se dará através de joelhos que se prostram e línguas que o confessam.

A profecia em Isaías

O Senhor profetiza em Isaías 45:23:

“Jurei por mim mesmo (…). Todo joelho se dobrará e toda língua haverá de jurar diante de mim.

Aquilo que Deus profetizou e prometeu, Ele cumprirá por meio do seu Filho.

“Eu jurei por mim mesmo.” A razão de fazermos juramentos é porque não cumprimos muitas das coisas que falamos ou prometemos. Deus, conhecendo o coração humano e sabendo que somos descumpridores de promessas, faz Ele mesmo um juramento. O próprio Deus usa a mais forte e elevada forma de linguagem para afirmar o Seu compromisso (Hebreus 6:13-16).

A promessa feita em Isaías 45, e firmada por Paulo em Filipenses 2, é muito importante. O Senhor jurou por si mesmo que todo joelho se dobrará; ou seja, no Grande Dia, todos se dobrarão e se prostrarão diante do nosso Senhor Jesus.

O grande presente da glorificação com Cristo é o corpo ressurreto e glorificado que nós receberemos. Todas as pessoas que viveram nos séculos e gerações passadas se dobrarão a Jesus. Tanto ímpios quanto crentes receberão esse corpo ressurreto: alguns o receberão para a glória do descanso eterno, e outros, para sofrimento eterno.

O materialismo e individualismo

Existem muitos joelhos rígidos que não se dobram a Jesus. Um destes é o joelho do materialismo e o amor ao dinheiro (Marcos 10:25-27). O amor ao dinheiro substitui Deus no trono do coração humano. Não há compatibilidade em servir Jesus e o dinheiro. Somente Deus pode desapegar o coração do homem do materialismo.

Um outro joelho rígido é o joelho do individualismo. O individualismo, que coloca o Eu no lugar de Deus, é aquele que não permite que a verdade definida por Deus seja a verdade para a sua vida.

Nem todo joelho se renderá a Jesus da mesma forma. Cada pessoa que tenha vivido na terra se curvará diante de Deus de uma entre duas maneiras:

Alguns se curvarão diante de Deus como rebeldes e derrotados. Essas pessoas são as que rejeitaram Jesus e fizeram de tudo para manter Deus às margens de suas vidas. Aqueles que passaram a vida enfurecidos e indignados com o Senhor serão levados diante dele e se prostrarão involuntariamente (Isaías 45:24).

Outro grupo são aqueles que se curvarão como servos dispostos diante de Deus e irão voluntariamente reconhecer a glória do Cristo ressurreto, pois não encontraram outro sentido na vida senão viver rendidos a Ele.

Uma resposta

A celebração da Páscoa e da ressurreição de Cristo exige mais do que viver práticas religiosas; ela demanda de nós uma resposta: dobrar os nossos joelhos diante de Jesus.

Portanto, acredite no juramento que Deus fez. Submeta-se a Jesus hoje. Permita que o seu joelho não se endureça diante do Senhor. Aquele que se prostra diante de Jesus hoje estarão também entre aqueles servos voluntários, apaixonados e fascinados que, assim como o apóstolo João, terão um encontro com o Senhor.

Este é o último texto da série de Páscoa aqui do blog Fhop. Se você perdeu algum texto, clique aqui.

O que as pessoas a nossa volta pensam a respeito de Jesus? Por que foi necessária a Cruz? Para além da moral e da ética,Jesus veio nos resgatar da condenação eterna. Você entende a profundidade disso? São sobre essas questões que o texto de hoje, da série de Páscoa, irá abordar.

“E saiu Jesus, e os seus discípulos, para as aldeias de Cesaréia de Filipe; e no caminho perguntou aos seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens que eu sou? E eles responderam: João o Batista; e outros: Elias; mas outros: Um dos profetas. E ele lhes disse: Mas vós, quem dizeis que eu sou? E, respondendo Pedro, lhe disse: Tu és o Cristo.
E admoestou-os, para que a ninguém dissessem aquilo dele. E começou a ensinar-lhes que importava que o Filho do homem padecesse muito, e que fosse rejeitado pelos anciãos e príncipes dos sacerdotes, e pelos escribas, e que fosse morto, mas que depois de três dias ressuscitaria.” Marcos 8:27-31

Qual a visão popular sobre Jesus?

A percepção popular sobre Jesus era de um profeta, um dos grandes homens enviados por Deus com um bom ensino, apoiador de boas causas, um mestre que realizava milagres. De semelhante modo, essa continua sendo a forma com que Jesus é visto pelas pessoas em nossa sociedade.

A Cruz não era uma opção

O sofrimento de Jesus não era uma opção, era algo necessário (v. 31). A vontade do Pai era que o Filho do Homem passasse por um sofrimento intenso. Esse sofrimento envolvia ser rejeitado pelas pessoas mais influentes da sociedade, ser maltratado e morto.

Pedro repreende Jesus por falar sobre a Sua morte (v.32). Isso mostra que Pedro queria o Jesus dos milagres, o Jesus adorado pelas multidões, mas não o Jesus da cruz.

Ainda nos dias de hoje, muitos querem um Jesus sem a cruz. Porque sempre haverá aceitação para um Jesus que oferece um bom ensino ético e moral.

Isso ocorre inclusive dentro da igreja: querem um Jesus que ensine uma boa mensagem, que tenha um bom diálogo com a sociedade, que aceita a todos e não incomoda ninguém, um Jesus que se encaixe nas vidas dessas pessoas. Porém, uma igreja que segue um Jesus sem cruz não consegue lidar com o pecado do homem.

Mas qual é o problema de um Jesus sem cruz?

Em outras palavras, se as pessoas vivem uma vida melhor, aprendem moralidade e boas condutas e tem suas necessidades supridas, qual é o problema? Jesus responde de forma direta (v.33): nós ficamos entretidos demais com as coisas dos homens e deixamos de cuidar das coisas de Deus. Não compreendemos que a maior enfermidade que Jesus deseja curar é o pecado que está dentro de nós.

Devemos ser gratos pelas provisões, curas e milagres, mas entender que eles podem trazer a solução e conforto para hoje, mas não para o dia do grande encontro que teremos com o Senhor.

O homem pode questionar a economia e a saúde pública, estar apreensivo sobre o futuro e tentar antecipar uma solução para os problemas. Mas quando colocamos nossa mente nas coisas de Deus, começamos a entender a grande necessidade que temos do Jesus da cruz: um Salvador que nos lave dos pecados e faça paz entre o homem e Deus, criando um caminho que nos levará de volta a Ele.

Assim, quando entendemos a gravidade da doença que existe dentro do homem, compreendemos a importância de abraçar a cruz e viver os ensinamentos de Cristo.

Jesus veio nos resgatar

O objetivo de Jesus não era curar as doenças do corpo ou alimentar uma multidão. Ele pode nos saciar momentaneamente, mas através de seu momento de sofrimento e rejeição, o Pão da Vida nos seria dado e nossa fome, para sempre aplacada, a doença do pecado, para sempre retirada dos corações.

O Jesus da cruz está disponível para aqueles que o amam e desejam. Para os que querem encontrá-lo além da boa ética moral e das bençãos, só existe um Jesus, que é o Jesus da cruz.

Quando colocamos a mente nas coisas de Deus, percebermos que tudo o que fazemos não muda a condição humana ou compra nossa salvação. A única esperança que temos é permitir que a mensagem de Cristo rasgue nosso coração, nos arrependermos de nossos maus caminhos e nos encontrarmos com Jesus na cruz.

Qual é o impacto da Páscoa para nós, seguidores de Cristo? Aqui, nesse terceiro texto da série da Páscoa, vamos compreender o ministério da reconciliação em Jesus Cristo, por meio da Cruz do Calvário, e refletir sobre qual deve ser o nosso papel hoje diante dessa realidade.

“E tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação; Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus. Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus.” 2 Co 5:18-21

A gloriosa doutrina da reconciliação é digna da nossa atenção pois trata da obra de Cristo.

Vemos que a entrada do pecado resultou numa morte prematura, a separação de Deus e o que era totalmente harmonioso e unido foi quebrado.

Porém, Deus estende sua graça e estabelece reconciliação, e portanto, é glorioso ver o ofendido procurando o ofensor. E isso somente foi possível por meio Cristo. Além do mais, Ele foi o único capaz de reconciliar a humanidade e toda a criação com Deus.

Assim, reconciliar significa a troca de valores equivalentes. Portanto, Deus olhou para o Seu Filho com valor supremo e trocou Jesus por nós, para Ele foi uma troca equivalente.

Além disso, a dívida que nós tínhamos era impagável, mas o ofendido chega até nós e limpa a nossa dívida – o que é colocado sobre nós é a justiça de Deus.

Então, na cruz, Deus trata Jesus como se ele tivesse vivido a nossa vida de pecado, e agora Ele nos trata como se vivêssemos a de Cristo.  Já pensou em que magnífica a obra da substituição?

Fomos reconciliados num lugar em que éramos inimigos e agora somos da família de Deus e filhos de Dele!

O significado da Páscoa

Assim, a Páscoa é a grande oportunidade para que aqueles que são inimigos de Deus, se tornem amigos de Deus. Além do mais, na reconciliação, alguém nos substituiu, alguém morreu por nós. E assim, Jesus é o único e vivo caminho para redenção. É essa mensagem da reconciliação que o mundo precisa conhecer.

Assim, não é compatível carregamos uma mensagem de reconciliação e não sermos reconciliadores.

Portanto, todo cristão tem o ministério da reconciliação, por isso precisamos anunciar que Deus quer se reconciliar com o mundo.

Qual o significado da obra de Jesus na Cruz?

“Depois, sabendo Jesus que já todas as coisas estavam terminadas, para que a Escritura se
cumprisse, disse: Tenho sede. Estava, pois, ali um vaso cheio de vinagre. E encheram de vinagre
uma esponja, e, pondo-a num hissopo, lha chegaram à boca. E, quando Jesus tomou o vinagre,
disse: Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.” João 19:28-30 

Portanto, se quisermos ver toda a extensão do amor de Cristo, certamente a encontraremos olhando para a Cruz.

A Cruz é o centro da fé cristã, por isso é importante lembrarmos do que aconteceu naquele momento.

No caminho da Cruz

A História conta que Jesus é pregado na cruz às 9 horas da manhã de sexta-feira. Entre 9 e 12h, Jesus está preso na cruz e durante esse período de 3 horas de sofrimento Ele fala apenas três vezes. (Lc 23:34, 43 e Jo 19:26-27)

Logo, Ele morreu em silêncio “como um cordeiro levado ao matadouro”, como o profeta Isaías havia dito. (Is 53:7)
Portanto, depois de 6 horas de silêncio, Jesus clama “estou com sede”.

Em algum momento de nossas vidas, teremos um ponto de sofrimento onde pensaremos estar no limite do nosso sofrimento, de extrema dor. Todavia, podemos lembrar que Jesus também já esteve em um lugar onde Ele já não mais aguentava o peso da dor e Ele clama por ajuda. Assim, o nosso Senhor chegou no limite da mais profunda dor, não só física, mas de abandono, de solidão, de traição.

Em todas as religiões do mundo, nenhuma apresenta um Deus que sofre, um Deus que conheceu a dor. Mas, podemos correr para um Deus que sofreu uma dor que nunca imaginaríamos. E além disso, uma dor não somente física, mas a dor do abandono que Deus Pai inflige sobre o Filho. Logo, não há ninguém como Ele a quem podemos nos achegar.

Jesus conscientemente cumpriu as profecias do Antigo Testamento. Afinal, Ele conscientemente sofre e passa pela cruz sabendo que havia uma profecia em que o Filho de Deus clamaria por sede, cumprindo assim as Escrituras.

Na cruz, Jesus mostra que Ele cumpre cada detalhe do que foi prometido nas Escrituras. E assim, Ele não tinha só uma sede física, mas uma sede por cumprir o que estava escrito. Não só no Antigo Testamento, mas o que o próprio Jesus havia prometido (João 7:37).

Está consumado

E sabendo Jesus que estava cumprindo o que prometeu, declarou “está consumado”.

Ser cristão é ter acesso a fonte inesgotável de água, Jesus. Além do mais, Ele foi ferido como Moisés feriu a rocha para que nós pudéssemos ter água, e também, para termos o Espírito Santo e caminho que leva de volta ao Pai.

Jesus tinha sede de viver novamente a conexão com o Deus Pai que Ele tinha momentos antes, Ele deseja trazer as pessoas que Ele redimiu à presença do Pai, Ele tem sede de ver o fruto do seu sofrimento.

A obra de Jesus na Cruz

Quando entendemos a obra pascoal, Jesus é glorificado e o seu sofrimento não é em vão.

Que possamos viver o fruto do sofrimento de Cristo, que suportou a cruz pela a alegria que estava proposta (Hb 12:2).

Da primeira à última Páscoa. O que de fato era a Páscoa e como foi sua primeira celebração?   

Antes de mais nada, acho importante compreendermos o que Jesus fez na sua última Páscoa com seus discípulos, a luz do que aconteceu na primeira Páscoa no Antigo Testamento. A Páscoa que se instituiu nos capítulos 11 e 12 de Êxodo. 

A palavra Páscoa está relacionada ao termo hebraico Pessach que significa “passar por cima, passar sobre” se referindo ao livramento que o povo de Israel recebeu. A Páscoa é a primeira das três principais festas que o povo celebrava. 

A Páscoa precede a libertação

A saber, o povo hebreu estava sendo escravizado no Egito. Então Deus enviou dez pragas a fim de mostrar seu poder perante Faraó e libertar o seu povo. Por trás de cada praga que Deus enviou antes da libertação do povo do Egito, era com o propósito de humilhar uma divindade daquele lugar. Todavia, quando Deus envia a última praga era com o intuito de humilhar o próprio Faraó. 

À meia-noite eu sairei pelo meio do Egito; E todo o primogênito na terra do Egito morrerá, desde o primogênito de Faraó, que haveria de assentar-se sobre o seu trono, até ao primogênito da serva que está detrás da mó, e todo o primogênito dos animais. E haverá grande clamor em toda a terra do Egito, como nunca houve semelhante e nunca haverá”; Êxodo 11:4-6.

 Esse momento final, da última praga, está ligado ao tanto que Faraó tinha feito o povo sofrer então, ele tinha que sentir na pele a morte de seu primogênito e também de todo o seu povo. 

Logo, Faraó era visto como um ser divino e seu filho seria seu sucessor nesse papel divino humano. Mas, todos os primogênitos estavam sujeitos à morte com o envio da última praga, a não ser  que algo fosse feito. 

Nesse sentido, um cordeiro sem defeito teria que ser imolado e seu sangue colocado nos umbrais das casas dos hebreus. Então, o anjo passaria e não mataria o primogênito dessas casas marcadas. Por isso a Páscoa precede a libertação e passa a ser  a celebração da última praga que Deus livrou seu povo, porque obedeceram a sua ordem de colocar sangue nos umbrais das portas. Essa foi uma forma de mostrar que nessas casas haviam pessoas de aliança com Deus. 

A festa da primeira Páscoa

Deus estabelece a festa da primeira Páscoa nessa ocasião da libertação do povo de Israel do Egito. O capítulo 12 mostra isso: “O sangue será um sinal para indicar as casas em que vocês estiverem; quando eu vir o sangue, passarei adiante. A praga de destruição não os atingirá quando eu ferir o Egito. Este dia será um memorial que vocês e todos os seus descendentes o comemorarão como festa ao Senhor. Comemorem-no como decreto perpétuo”. Êxodo 12:13,14.

Dessa forma, o final do capítulo 12 mostra as recomendações de como a primeira Páscoa deveria ser celebrada dentro da comunidade de Israel quando eles, de fato, receberam a grande libertação. 

A libertação mostra a superioridade de Deus sobre outros deuses falsos, os poderios humanos e a força tirana dos governantes maus. E assim como Deus mostrou justiça, misericórdia e poder trazendo a maior libertação da história do povo hebreu da escravidão egípcia, Ele continua agindo hoje poderosamente produzindo grandes libertações e, sobretudo, libertação espiritual. 

A última Páscoa

Assim, em sua última Páscoa com seus discípulos, na noite antes de sua morte, Jesus diz: “Desejei ansiosamente comer esta Páscoa com vocês antes de sofrer. Pois, eu lhes digo: Não comerei dela novamente até que se cumpra no Reino de Deus”.Lucas 22:15,16. 

Portanto, muitas instruções foram  dadas para a primeira Páscoa. Ela apontava para a última Páscoa. Eles precisavam de um cordeiro sem defeitos antes de saírem para um êxodo. 

Então, após a libertação deles, um êxodo foi necessário para prepará-los para a tão aguardada terra prometida. E nessa peregrinação, nesse êxodo em que Deus fez  coisas maravilhosas por meio de Moisés, vemos que o que Ele  fez por meio de Jesus é muito maior. Você percebe? Temos um novo Moisés, um que liberta o povo definitivamente. Cristo está nos liderando para um novo êxodo, nós precisamos ser libertos também e preparados para à terra prometida.

A Páscoa é necessária para o êxodo, sem Páscoa não há êxodo. Sem cordeiro não há libertação. Assim como os hebreus precisaram comer e estar preparados antes da peregrinação, nós também estamos em jornada, sendo preparados para uma terra que não conhecemos ainda, mas que já cremos.

Assim, Jesus é nosso cordeiro sem defeitos, Ele foi analisado por autoridades e nenhuma falha foi encontrada. Mas eles precisavam condená-lo. O sangue está disponível, Ele foi morto. O cordeiro que vinha sendo anunciado pelos profetas agora está ali com seus discípulos anunciando que as profecias são  sobre Ele. Nós precisamos de um novo êxodo e de salvação. Nós necessitamos de uma Páscoa e um cordeiro. 

A ordem de Deus é para celebrarmos a Páscoa

Sem dúvida a Páscoa não é simplesmente um feriado em nosso calendário.  Ela aponta para nossa necessidade maior. Precisamos de uma libertação e de um êxodo. A Páscoa das Páscoas já aconteceu e agora temos nosso cordeiro perfeito. E a partir dessa realidade, precisamos ter consciência da  nossa necessidade de um cordeiro sacrificado por nós. Um cordeiro que ressuscitou e nos garante a esperança de um último êxodo definitivo.

Assim como Jesus disse que não mais cearia até que se cumpra no reino de Deus, nós celebramos a Páscoa justamente para lembrar essa promessa. A primeira Páscoa marcou a libertação do povo de Deus do Egito. A última Páscoa com Jesus presente marca a libertação dos filhos de Deus da escravidão do pecado, pela morte e ressurreição de Jesus. O verdadeiro cordeiro perfeito. Por isso ceiamos, pois celebramos a vitória de Cristo.

Por fim, a ordem de Deus é para celebrarmos a Páscoa. Esse é um memorial perpétuo que deve permanecer em nossa prática. Isso significa que devemos nos lembrar dos grandes feitos de Deus na história em favor do seu povo e nos reunir em família, em comunidade e como igreja e comemorar com o espírito correto aquilo que Deus ordenou. 

Mas se a Páscoa não for uma realidade em nossa vida, se Deus não trouxe libertação ao nosso coração então, nossa comemoração será vazia. Observe, hoje, se seu coração foi libertado por Cristo Jesus e se você já está em comunhão com Deus. Então sim! Sua Páscoa será verdadeira e completa.

Pai, obrigada, porque devido ao cordeiro uma Páscoa foi possível.