Quando estamos construindo um altar ao Senhor, precisamos entender o que isso significa. Olhando para a história da mulher samaritana e Jesus, vamos entender mais sobre isso.
Em um poço, ao meio dia, uma mulher excluída da sociedade é encontrada por um homem judeu que lhe dirige a palavra. Então, o que no início era apenas um pedido de água acabou na revelação da fonte da água da vida, o Messias. Essa situação se encontra no capítulo 4 do livro de João dos versos 19 ao 26.
“Disse-lhe a mulher: Senhor, vejo que és profeta. Nossos pais adoraram neste monte, e vós dizeis que é em Jerusalém o lugar onde se deve adorar. Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me que a hora vem, em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai. Vós adorais o que não sabeis; nós adoramos o que sabemos porque a salvação vem dos judeus. Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.” (João 4:19-24)
Nessa passagem em questão, em resposta a afirmação da mulher samaritana, Jesus declara que os samaritanos adoram o que não conhecem. Assim, Ele completa que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. Logo, pude deduzir que a adoração está atrelada ao conhecimento. Ou seja, a minha adoração só será verdadeira se eu conhecer o alvo dela que deve ser o Deus verdadeiro. Assim, conhecendo o alvo da minha adoração construirei um altar legítimo para o Deus legítimo.
O altar é o lugar de relacionamento
Contextualizando, um altar, no antigo testamento, era um lugar onde o sumo sacerdote ia para oferecer holocaustos e sacrifícios em favor do povo. O altar também era um lugar de relacionamento e adoração.
Durante todos os relatos no antigo testamento vemos que o altar está relacionado com adoração do povo ao Senhor. Era no altar onde pessoas específicas, geralmente o sumo sacerdote, ofereciam holocaustos e ofertas de gratidão. Logo, todos esses feitos subiam como incenso perante o Senhor (quando feitos segundo a Sua vontade).
Altar também é um lugar de relacionamento. Ou seja, quando alguém estava indo para um altar, logo se deduzia que ele estava indo se relacionar e adorar ao Senhor. Altar é o lugar que Deus escolheu para que seus filhos o adorem. É lugar de prazer e deleite no nosso amado.
Na antiga aliança o altar era acessado apenas por pessoas específicas. Isto é, um escolhido se colocava como representante do povo e intercedia por este. Porém, na nova aliança Jesus abriu o caminho de acesso ao Pai. Agora, não é mais preciso que terceiros se apresentem a Deus, temos livre acesso para ir até o altar. E mais, temos livre acesso para construí-lo. Construtores de altar é uma identidade, são aqueles que decidiram viver uma vida de adoração, que dia e noite levanta incenso ao Pai.
O conhecimento de Deus é indispensável para uma adoração verdadeira
Em João 4, a conversa que Jesus teve com a samaritana envolveu o tema adoração, onde ela fala sobre os seus antepassados adorarem no monte e os judeus em Jerusalém. Jesus responde que chegaria a hora que o Pai não seria adorado nem no monte nem em Jerusalém, mas em espírito e em verdade. Também falou que os samaritanos adoravam o que não conheciam, e essa é a chave. Eles adoravam o que não conheciam, ou seja, adoravam um deus falso, logo, construíam um altar para ídolos.
Partindo do pressuposto que todos (independente da crença) estamos construindo um altar e que altar é um lugar de adoração, podemos deduzir que há duas esferas de construtores: os samaritanos e os judeus.
Os samaritanos são aqueles que adoram o que não conhecem e os judeus os que adoram o que conhecem. Diante disso, muitas vezes em nossa vida podemos estar como os samaritanos, adorando o que não conhecemos como, nossa visão de quem o Senhor é. E quando paramos para perceber, em nosso coração há milhares de altares levantados para milhares de ídolos que nós mesmos fabricamos. Enquanto não conhecermos o que adoramos estaremos construindo um altar para uma forma turva.
Construindo um altar legítimo
Para construirmos um altar legítimo para o Deus legítimo precisamos conhecê-lo, não tem como adorarmos o que não conhecemos. Sendo assim, é necessário estarmos aos pés dele (Lucas 10: 38-42), olhando para cada detalhe de sua pessoa, contemplando sua beleza. Adorar é conhecer e prosseguir conhecendo ( Oseias 6:3), é construir um altar, uma vida de adoração que levanta incenso pro Pai dia e noite a partir do conhecimento de quem Ele é.
Quanto mais eu conheço do caráter de Deus, mais pura e verdadeira minha adoração se torna. Não se restringe apenas a um levantar de mãos ou a uma música que canto no domingo, mas sim à posição do meu coração. Quanto mais eu conheço o Alvo da minha adoração, mais em espírito e em verdade eu O adoro.
A quem temos adorado?
Muitas vezes não temos adorado ao Deus verdadeiro, mas sim a uma ideia de quem Ele é. Para que isso se rompa é preciso reconhecer os altares que há em nosso coração e perceber para quem eles são direcionados, isso deve gerar arrependimento dos altares construídos a outros deuses.
Também devemos nos lembrar que não existe adoração sem antes ter uma revelação, a pecadora que unge Jesus só fez isso porque antes ela teve uma revelação de quem Jesus era (João 12: 1-11), por isso devemos investir tempo no secreto, conhecendo o coração de Deus, escutando o que Ele tem para revelar de si mesmo para nós e contemplando a sua face.
É importante também ter paciência, lembrando que sempre devemos conhecer mais de quem Ele é, e que existe graça o suficiente para isso. Por fim, devemos adorá-lo em espírito e em verdade, com todo entendimento e render-lhe glórias em cada ação, como resposta a Ele que se revela a nós da mesma forma que se revelou a mulher samaritana.
Lavínia Pequim – Aluna Fascinação Turma 18