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Arraigados na verdade

Devocional

“Estando ele sentado no monte das Oliveiras, seus discípulos aproximaram-se dele em particular, dizendo: Dize-nos quando essas coisas acontecerão e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo. Jesus lhes respondeu: Tende cuidado para que ninguém vos engane. Porque virão muitos em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos. E ouvireis falar de guerras e rumores de guerras; não fiqueis alarmados; pois é necessário que assim aconteça; mas ainda não é o fim. Porque nação se levantará contra nação, e reino contra reino; e haverá fomes e terremotos em vários lugares. Mas todas essas coisas são o princípio das dores.
Então sereis entregues à tortura e vos matarão; e sereis odiados por todas as nações por causa do meu nome.
Nesse tempo, muitos haverão de abandonar a fé, trair e odiar uns aos outros. Também surgirão muitos falsos profetas e enganarão a muitos. E, por se multiplicar a maldade, o amor de muitos esfriará.” Mateus 24:3-12

Discernir o tempo e as estações

O Senhor está desafiando os deuses desta era, e também abalando tudo aquilo que normalmente
adoramos e as coisas às quais nos seguramos. Diante disto, é importante tomar tempo com o Senhor, nos posicionarmos diante Dele e pedir a Ele que fale conosco a respeito de tudo o que está fazendo. E corrija em nossas vidas aquilo que não está alinhado com a Bíblia.

À medida que lemos a Palavra e nos posicionamos diante do Senhor, temos compreensão do que
Ele deseja falar conosco sobre o que está acontecendo na terra. Assim, em meio às dores de parto, o que
Deus deseja que a Igreja faça? Como devemos responder a isso?

Ao termos nossas vidas abaladas, devemos nos perguntar: no que realmente cremos? Estamos arraigados na verdade? Para onde se dirigem meus sentimentos? Seguimos um dever religioso, um estilo de vida cultural, ou uma
Verdade que seguiremos até o fim?

Crescendo no conhecimento de quem Deus é

Tempos virão em que o engano tomará conta da terra; mentiras serão contadas a respeito do que
irá acontecer e sobre quem Deus é. E para que não sejamos enganados, devemos ter o desejo de
crescer no conhecimento da verdade, pois aqueles que conhecem a verdade não serão enganados.

Corremos o risco de deixar de lado a verdade quando apenas fazemos parte de uma religião, e
nossas opiniões estão baseadas em um cristianismo cultural, mas não estamos arraigados na
verdade da Palavra de Deus.

Assim, de modo semelhante, quando nossas decisões são tomadas com base no que sentimos, corremos
grande perigo, pois nossa percepção não está arraigada na verdade.

A ofensa contra Deus ocorre quando nossas crenças em Deus são diferentes do que a Bíblia ensina
sobre Ele. Minha definição a respeito do Senhor deve estar baseada na Sua Palavra, para que
quando os abalos vierem, não sejamos surpreendidos ou confundidos.

O temor do Senhor não nos torna pessoas inseguras diante de Deus, mas nos dá uma reverência
santa por Ele. Como homens que são influenciados pelo engano, devemos sempre nos voltar às
verdades de Deus.

Conforme buscamos a verdade, entendemos que o Senhor é soberano sobre toda a terra. Podemos
ser odiados pela rebeldia dos homens, mas amaremos a Deus.

Busque comunhão com Ele

Deus nos ama e nos escolheu. Ele nos estende um convite, não para uma religião, mas para ter
profunda comunhão com Ele. Por isso, ao buscarmos ter encontros com Ele, Suas palavras trarão vida ao
nosso espírito, e o nosso amor pelo Senhor nos tornará pessoas estáveis.

Portanto, que possamos deixar de lado as tensões e as paixões que disputam o nosso coração com Jesus, e
permitir que Ele cresça em nós e seja nossa paixão.

Vamos nos arraigar no Senhor e ter confiança na Sua liderança. Quando temos isto como o
fundamento das nossas vidas, somos vivificados em nosso interior.

A parábola dos talentos traz continuidade aos ensinos de Jesus, iniciado na parábola das dez virgens, no capítulo 25 do livro de Mateus. Essas duas parábolas estão ligadas a um comportamento de espera, onde percebe-se que cada parábola tem em seu contexto elementos semelhantes, mas intenções diferentes.

Na parábola das dez virgens Jesus nos mostra a necessidade da atenção com caráter interno, mas na parábola dos talentos Jesus nos fala da prática externa. Herbert Lockyer fala sobre a vigilância e ação, utilizando como exemplo o texto de Neemias 4:18.

“E os edificadores cada um trazia a sua espada à cinta, e assim edificavam, mas o que tocava a trombeta, estava junto de mim.” Hebert Lockyer

Loycker explica que esta é a combinação fornecida por essas duas parábolas: a parábola das dez virgens nos ensina a necessidade de vigilância e a dos Talentos, o dever do trabalho.

Esse contexto é importante para o melhor entendimento da parábola dos talentos. No antigo oriente, no tempo de Jesus, os ricos tinham uma prática bastante comum: quando esses senhores precisavam se ausentar da cidade, eles chamavam seus servos de maior confiança. E faziam deles os administradores de toda sua terra e seu dinheiro. Estes tinham liberdade para negociar e gerar lucro para o seu senhor no período que ele estivesse fora. É com base neste costume que a parábola dos talentos é contada. E não é difícil entendermos a sua mensagem: o senhor rico é o Senhor Jesus Cristo, e sua viagem se trata do período compreendido entre a sua primeira e a segunda vinda.

Mas o que eram esses talentos? O que Jesus estava querendo ensinar com essa parábola?

A palavra “talento” utilizada na parábola vem do termo grego “talanton” e no mundo romano do primeiro século, um talento era uma moeda de mais alto valor, o equivalente a 20 anos de trabalho recebendo um salário mínimo mensal. Contudo, apesar de estar mencionando essa quantia grande de dinheiro, Jesus não está aqui ensinando teoria econômica, mas ele está transmitindo uma mensagem. Há uma grande influência dos textos judaicos no ensino sobre a fidelidade ao Senhor e esta é parte da base para o princípio usado nessa parábola, como veremos a seguir.

Encontramos similaridades entre a parábola e um escrito judaico chamado “Ahiqar 192”: “Se o teu senhor te confiar água para que guardes, e não te mostrares confiável nesta tarefa, como ele poderá deixar ouro na tua mão?” Claramente o ensino de Jesus deixa transparecer a influência judaica – Jesus era judeu e praticava o judaísmo – e seus discípulos, aos quais ele contou essa parábola eram judeus e esse discurso não era algo desconhecido de suas realidades.

Outro exemplo de influência de literatura judaica

Está relacionada à expressão encontrada nos textos de Mateus 25:29 e Lucas 19:26. Existe uma semelhança destes textos com o texto judaico “m ‘Abot 4.2”:

“Corre para cumprir o menor dos teus deveres como se fosse o maior deles e foge da transgressão; pois um dever traz outro depois dele e uma transgressão traz outra depois dela; mas o prêmio de dever cumprido, é outro dever a ser cumprido, e o prêmio de uma transgressão é outra transgressão.”

Este texto está relacionado com o ensino de Jesus sobre a recompensa que teremos no dia do seu retorno. Os talentos nada mais são do que os dons dados por Deus para a edificação de sua Igreja a fim de prepará-la para o dia das bodas do Cordeiro, assim como o evangelho da salvação, a graça, seu amor, sua revelação descrita nas Sagradas Escrituras. São dons dados por Deus, nada do que usufruímos é nosso, portanto todo o resultado produzido com o que recebemos do Senhor pertence a Ele.

Por isso Paulo nos diz:

“Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus” 1 Coríntios 10:31

Cabe salientar que dons espirituais são aqueles listados em Efésios 4:11-12 e servem para o aperfeiçoamento do corpo de Cristo. Enquanto que habilidades são capacidades naturais inerentes à cada um de nós e que podem ser cognitivas, sociais ou físicas.

De acordo com a parábola, na distribuição dos talentos, um recebe cinco, outro dois e o outro um talento, e podemos perceber que os dons surtem efeitos em uns mais do que em outros. Não podemos esquecer que as verdades de Deus são reveladas a todos servos, mas alguns servos recebem entendimentos espirituais diferentes. Cada um recebe os talentos na medida correta, nunca vamos receber de Deus mais do que aquilo que vamos usar. O critério da divisão dos dons que recebemos do Senhor está intimamente ligado à capacidade de cada um. Isso nos informa que existem pessoas com capacidades maiores do que outras. Entretanto, não podemos olhar para essa informação e afirmar que Deus está fazendo acepção de pessoas ao distribuir os dons. G. H. Lang diz:

“Deus não tenta colocar um lago dentro de um balde”.

O homem que tem uma capacidade maior de entendimento ou de desenvolver algo, tem privilégio maior quanto ao servir e tendo uma carga mais pesada em carregar.

Talvez, esse entendimento relacionado à distribuição dos dons possa trazer desconforto à alguns, por inferir que alguns são melhores do que outros. No livro de 1 Coríntios, Paulo fala claramente como os dons são distribuídos e qual o objetivo de todos eles (1Co 12:7) “A cada um de nós é concedida a manifestação do Espírito para o benefício de todos”, e Paulo continua no mesmo capítulo. Mas agora falando como essa distribuição se dá (1Co 12:11):

“Todas essas coisas, porém, são realizadas pelo mesmo e único Espírito, e ele as distribui individualmente, a cada um, conforme quer”.

Quando observamos o servo que recebera apenas um talento, não podemos de maneira nenhuma desconsiderá-lo! É preciso entender que sua capacidade de administrar era limitada a um talento somente! Imagine se o Senhor lhe confiasse algo além das suas capacidades? Seria um desastre e provavelmente um motivo de grande frustração para este servo.

Paulo fala sobre os diferentes dons em 1 Coríntios 12, e no versículo 28 ele fala sobre o dom de socorrer. Se analisarmos o dom como “somente socorrer” estaremos sendo precipitados, pois esse dom não é menor ou maior do que os outros. Mas juntos edificam o corpo de Cristo e farão com que a igreja desempenhe seu papel central.

A distribuição desigual dos dons tem muito a nos ensinar

Isso porque vamos perceber que o Senhor sempre sabe o que faz e nunca nos confia uma missão a qual não poderemos realizar. Aqueles que têm o privilégio de receber cinco talentos, a exemplo dos grandes pregadores, evangelistas e mestres, pessoas com grande capacidade de ensinar a outros, portadores de habilidades para comunicar as verdades espirituais, são pessoas que possuem grandes responsabilidades e se espera muito mais desses do que dos outros.

Aqueles que possuem dois talentos estão em uma posição mais discreta, onde possuem habilidades limitadas e não estão muito em evidência, recebendo do Senhor essa porção. Quanto ao servo que recebeu um talento, ele mesmo desprezou aquilo que recebeu do Senhor e não cumpriu com sua missão. Atitude que denuncia que este servo não conhecia ao seu senhor.

Honra e recompensa

Contudo, aqueles dentre nós que menos têm, recebem a responsabilidade de servir ao Senhor com o que possuem. E se o servirem fielmente com o pouco que ele concedeu, serão honrados e recompensados. A verdadeira arte de viver é aceitar nossas limitações que foram concedidas por Deus, e não lutar contra elas murmurando ou mostrando insatisfação com aquilo que recebeu do Senhor.

No serviço para Deus, é melhor estar em último, com fidelidade, do que ser o primeiro com deslealdade, entendendo que sempre se esperará mais do que possui mais talentos. Um exemplo claro dessa responsabilidade está no livro de Tiago (3:1), quando ele afirma que aqueles que ensinam terão uma responsabilidade maior que outros e ainda serão julgados de uma forma mais severa. Em nossa caminhada cristã, aquilo que será recompensado não se refere às nossas capacidades intelectuais ou o nosso brilhantismo em gerenciar os dons. Seremos recompensados pela devoção e pela fidelidade ao Senhor. Como falou Herbert Lockyer: “Se não podemos ser um Moisés, sejamos semelhantes a Arão ou a um levita inferior e leal”.

Outro aspecto importante

Além da responsabilidade, outro aspecto importante é a diligência. Ao lermos o texto com atenção, observaremos que os dois servos que receberam mais talentos “saíram imediatamente”. Isso demostra a importância dada à diligência e a preocupação dos servos em fazer com que o talento recebido gerasse lucro, pois não sabiam quando seria o retorno do seu Senhor.

Mais uma vez, Jesus nos ensina acerca do seu retorno através do texto de uma parábola. Os cristãos de hoje parecem não estar preparados para lidar com a escatologia de Jesus, como estavam os cristãos do passado. Com isso os sermões dessa parábola na era moderna, estão mais ligados ao tempo presente, firmados naquilo que chamamos de pensamento do sucesso “quanto mais tenho mais favorecido por Deus eu sou”. Porém, o sucesso que essa parábola está se referindo está relacionado com uso que se faz da mensagem do reino.

A fidelidade deve estar associada ao ensino de Jesus sobre o tempo presente e o futuro, e o conhecimento do Reino nos traz uma responsabilidade adicional. O fato da demora da “parousia” não nega a fé escatológica, mas reforça a questão da fidelidade. Esses dois servos eram diferentes quanto aos talentos recebidos, mas idênticos quanto à obediência, diligência e fidelidade ao seu senhor; entretanto, receberam uma recompensa idêntica, independente do número de talentos recebidos. O que irá conquistar a aprovação do Senhor quando ele retornar, não é a fama que conquistamos com os talentos, mas a fidelidade que mostraremos enquanto O aguardamos.

Que nosso coração possa ansiar mais do que tudo o dia em que nos encontraremos com o nosso Senhor!

Que possamos ter uma vida de diligência e fidelidade sabendo que o Senhor é galardoador daqueles que o buscam! Apocalipse 22:12 diz: “Eis que venho em breve, a minha recompensa está comigo, e eu retribuirei a cada um de acordo com o que fez”. Em sua graça, o Senhor nos deu dons e talentos para que possamos realizar as boas obras, e estas serão recompensadas! Este é o galardão da graça, que cada um de nós receberá de maneira completamente justa e apropriada! Naquele dia, todo santo será recompensado por Deus, por causa das suas obras, de forma que a obra iniciada nesta vida será finalizada. E a glória de Deus brilhará em cada santo para o louvor do Seu nome.

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Jesus nos estende um convite, o de seguir o caminho que leva à vida e salvação. E Ele alerta que existe um preço para todo aquele que quiser trilhar este caminho e seguir os Seus passos. É necessário negar a si mesmo e tomar a sua cruz.

O convite de Jesus causa um golpe fatal no egocentrismo humano. O homem, por si próprio, apenas tem interesse nas bênçãos e na glória, naquilo que faz bem a ele; porém Deus requer cruz e sacrifício. Quer que o homem morra para si mesmo.

Veja esse texto:

Chamando a multidão com os discípulos, disse-lhes: Se alguém quiser vir após mim, negue a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser preservar sua vida, irá perdê-la; mas quem perder a vida por causa de mim e do evangelho, irá preservá-la. Pois que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua vida? Ou, que daria o homem em troca da sua vida? Quando o Filho do homem vier na glória de seu Pai com os santos anjos, ele também se envergonhará de quem se envergonhar de mim e das minhas palavras nesta geração adúltera e pecadora. Marcos 8:34-38

A princípio, os discípulos de Cristo possuíam uma visão equivocada do reino messiânico. A visão deles tinha como centro o homem e seus interesses próprios. Esta visão foi desafiada pelo próprio Jesus, pois Ele deixou claro que não há glorificação sem que haja sofrimento. Não há coroa sem que haja uma cruz.

Este posicionamento continua sendo um grande desafio para a igreja atualmente. Para muitos, não há espaço para cruz e sofrimento em sua teologia. Ainda hoje, há uma cruz para mim e para você.

Atender ao convite de Jesus é um teste para a natureza da nossa fé

Se essa fé for verdadeira, nós não o seguiremos somente nas bênçãos e na glória, mas também ao carregar a cruz que há para cada um. Aquele que diz negar a si mesmo declara que não deseja mais se associar à pessoa que era antes. Reconhece a sua natureza pecaminosa e que não é merecedor desse convite. Abandona sua justiça própria, seus próprios planos e suas ambições.

Não há semelhança entre o chamado para conquistar sonhos e desejos e o chamado do evangelho. Assim, este chamado é um convite para abrir mão de si mesmo. A verdadeira conversão ocorre quando o homem entende que, dentro de si, há apenas o pecado e que a sua única esperança está em um relacionamento redentor com Cristo, e isso só é possível por meio da Graça.

Quem afirma seguir a Cristo, mas não carrega sua cruz, não pode ser Seu discípulo

“E aquele que não carrega sua cruz e não me segue não pode ser meu discípulo.” Lucas 14:27

Este convite para a salvação deve ser tão valioso para nós a ponto de não termos nossa vida como preciosa. Será que a salvação é realmente valiosa para nós? Será que ela é uma uma pérola de grande valor pela qual nós venderíamos tudo o que possuímos?

“O Reino dos céus é como um tesouro escondido num campo. Certo homem, tendo-o encontrado, escondeu-o de novo e, então, cheio de alegria, foi, vendeu tudo o que tinha e comprou aquele campo. O Reino dos céus também é como um negociante que procura pérolas preciosas. Encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo o que tinha e a comprou”. Mateus 13:44-46

A resposta que precisamos dar para Jesus a esse grande convite é a abnegação, é uma obediência leal. Pois, nossas vidas são marcadas quando obedecemos ao Senhor com amor, alegria e gratidão. Todos os dias, temos a oportunidade de negar a nós mesmos, pegar a nossa cruz e seguir a Cristo. Este é o único convite do evangelho: o caminho estreito é o caminho de morte que nos levará, um dia, a alcançar a eterna e gloriosa redenção em Cristo Jesus.

Você já ouviu a história de Davi, quando ele foi chamado para tocar a harpa enquanto o rei Saul era atormentado por um espírito mau? Davi tocava notas e melodias, e então Saul sentia alívio, e o espírito mau se retirava dele (1 Samuel 16:23). Vemos nessa história que a pessoa indicada para ajudar o rei deveria ser alguém que tocasse bem e que fosse de Deus. Davi era um músico com muita habilidade e ele era ungido pelo Senhor. E parecia entender que a música, através de notas e melodias, pode ser usada para profetizar e libertar. 

“E Davi, juntamente com os capitães do exército, separou para o ministério os filhos de Asafe, e de Hemã, e de Jedutum, para profetizarem com harpas, com címbalos, e com saltérios…” 1 Crônicas 25:1

Profetizando por meio de notas e melodias

Portanto, Davi quando se tornou rei, ele trouxe a Arca da Aliança para Jerusalém e separou homens para o ministério que pudessem profetizar com harpas, címbalos e com saltérios (1 Cr. 25:1). Esses músicos eram chamados para profetizar, e não para entreter, e como músicos, esse é o nosso chamado.

É evidente que profetizar significa trazer uma mensagem da parte de Deus, mas o que isso significa quando a minha mensagem é liberada através de melodias e não de palavras? Como músico, profetizar, é passar através de notas e melodias aquilo que o Senhor está falando ao nosso coração. Aquilo que Ele deseja liberar sobre paz, justiça, alegria. Um músico precisa buscar entender em momentos de intimidade com o Senhor o que Ele está dizendo e transmitir isso através de sons e melodias.

Por exemplo, quando estou com meu instrumento, sinto como se o Senhor soprasse algo sobre mim. Às vezes uma melodia, e muitas vezes uma palavra como: “refrigério”, “estar sensível”, “abrir o coração”, “se humilhe diante do Senhor”, “temor”, “graça”. E eu busco traduzir isso com uma melodia. Muitas vezes sinto algo bem forte do Senhor, como se meu coração queimasse, enquanto tocava algo mais forte, mais intenso, mas também já senti algo como um choro profundo dentro de mim, e eu sabia que deveria tocar de uma forma mais suave e leve. 

Por onde começar?

Primeiramente, você precisa ter domínio da ferramenta que você está usando, no caso, o seu instrumento, dominar é conhecer totalmente algo. Por exemplo, para quem toca guitarra, isso significa que é preciso conhecer toda a região do braço da guitarra, fazer qualquer tipo de acorde para quando o Senhor falar algo ao meu coração, eu não ter que ficar pensando: “Ah, aqui é onde fica o dó, não, é, espera..”. Então, eu preciso estudar ao ponto de poder tocar sem ter que ficar pensando muito, como pilotar no “modo automático”. 

É muito importante e primordial que o músico também saiba ouvir a voz do Senhor. Para isso é preciso ter intimidade com Ele. Enquanto você estiver tocando, o Senhor pode soprar algo ao seu coração, e é preciso discernir o que Ele está querendo dizer, às vezes o profetizar naquele momento pode significar não tocar nada, que é o mais difícil. É preciso entender o ambiente e servir, sabendo que Deus sopra sobre os outros integrantes do time também, e pode ser o momento de outro instrumento liberar algo, e não o seu. É uma jornada até encontrar esse lugar, e para isso deve existir muito tempo com a Bíblia e oração (aprofundando em intimidade com Deus), e também estudando o instrumento, são duas coisas caminhando juntas, é por aí que começa.

“Cantem-lhe uma nova canção; toquem com habilidade ao aclamá-lo.” Salmos 33:3

A soberania de Deus é um importante fundamento da fé cristã. Independente dos tempos e dos eventos à nossa volta, é preciso compreender que Deus tem autoridade suprema sobre todos os acontecimentos da história e sobre a sua criação. Nada foge à determinação e propósito do Senhor.

Mas, como essa realidade tem impactado nosso modo de viver? Será que temos compreendido a soberania de Deus de forma profunda e pela perspectiva da Palavra? Ou, temos duvidado do Seu caráter diante do caos que enfrentamos?

Neste devocional, buscaremos algumas referências bíblicas a respeito da soberania de Deus. 

Deus é o supremo criador e o sustentador de tudo

Deus criou o universo e tudo que nossos olhos podem contemplar e Ele é infinitamente mais excelente do que tudo o que fez. Quando observamos a natureza, toda a beleza que há em cada detalhe da criação, ficamos extasiados. Ainda assim, bem sabemos que nenhuma de suas criaturas podem se comparar à Glória que lhe pertence.

“Pois tu, ó Eterno, o Altíssimo sobre todo o universo, de todos os deuses és o mais excelso.” Salmos 97.9

“O Senhor em sua soberania é o supremo criador de tudo e todas as coisas dependem dele para permanecerem. Pois, “Ele existe antes de tudo o que há, e nele todas as coisas subsistem.” Colossenses 1.17

Quem é o Seu conselheiro?

“Ó profundidade da riqueza, da sabedoria e do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! Pois, quem conheceu a mente do Senhor? Quem se tornou seu conselheiro? Quem primeiro lhe deu alguma coisa, para que Ele lhe recompense?” Portanto dele, por Ele e para Ele são todas as coisas. A Ele seja a glória perpetuamente! Amém.” Romanos 11.33-36

Ninguém pode dizer a Deus o que Ele deve ou não fazer. Alguém lhe dará conselhos ou lhe questionará? Tudo foi feito para a sua glória e o seu propósito se cumprirá. Todos os acontecimentos redundarão em louvor ao seu nome, tanto no presente quanto na eternidade. Gosto muito da oração feita pelo rei Nabucodonosor após voltar de sua crise de loucura por seu coração arrogante e orgulhoso. Diz assim:

“Contudo, ao final daqueles dias, eu, Nabucodonosor, ergui os meus olhos aos céus, e percebi que o meu entendimento havia retornado, e então comecei a bendizer Elah, o Altíssimo; louvei e glorifiquei Aquele que vive para sempre! A sua soberania sim, é eterna. O seu reino sim, permanece inabalável de geração em geração! Todos os povos da terra são como nada diante dele. Ele age como bem lhe apraz com os exércitos dos anjos e com os habitantes da terra. Ninguém é capaz de se opor à sua vontade ou questioná-lo, dizendo: “Explica-te! Por que ages assim?” Daniel 4.34-35

Atributos de Deus

“Ó Senhor, tua é a grandeza, o poder, a glória, a vitória e a majestade, porque tudo quanto há no céu e na terra a ti pertence. Ó Senhor, o reino é teu, e tu governas soberano sobre tudo e todos!” 1 Crônicas 29.11

Como acabamos de ler em primeiro Crônicas 29.11, existe uma lista de expressões atribuídas a Deus, sobre quem Ele é e como ele age. Com base nesse versículo devemos nos perguntar: Como esses atributos demonstram a supremacia de Deus em nossas vidas? Leia a lista logo abaixo e reflita como estas características do Senhor se manifestam em sua vida cristã:

  • Grandeza
  • Poder
  • Glória
  • Vitória
  • Majestade
  • Reino e Governo soberano

Sendo assim, pensar sobre como a grandeza de Deus, sua glória, Majestade tem coberto nossas vidas nos fará ver os eventos naturais de forma sobrenatural. Saber que Deus governa mesmo sobre o caos e que seu reino é soberano trará paz ao nosso interior e confiança no Deus da nossa salvação.

A soberania de Deus em dias desafiadores

A terra continuamente gira em torno de si e temos as estações: Dias de inverno cinzentos, dias de verão ensolarados, ou pode ser outono, ou primavera. Porém, Deus tem seus propósitos em todas as estações independente das cores e temperaturas que elas formam e de como tudo isso afeta o nosso ser.

A história não está oculta do Senhor e nada foge ao seu controle. Lembro-me de um período com grande dificuldades e lutas familiares. Havia uma frase que minha mãe repetia: “Deus está no controle de tudo! Deus está no controle de tudo!” Isso nos manteve seguras em dias de muito embate espiritual e nos deu esperança para seguir.

Nesta estação há um versículo que tem mantido meu coração aquecido: “Bondade e misericórdia certamente me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do Senhor para todo o sempre.” Salmo 23.6 

Olhar através da soberania de Deus, de que Ele é bom em todo tempo, dá muita alegria para viver e esperança para prosseguir. Além disso, saber que Deus ouve a nossa voz e que a história não foge do seu agir libera graça e fé em nosso coração. Um dos objetivos deste devocional é incentivar você a continuar buscando intensamente aprender sobre os atributos de Deus.

Nos conte, como crer na soberania de Deus te dá confiança para seguir?

Deus nos chama para lidarmos com o pecado do descontentamento. Trata-se de um mandamento divino: abandonar o amor ao dinheiro e aprender a olhar para tudo o que o Senhor nos provê como uma dádiva.

Thomas Watson, puritano inglês, sugere a seguinte estratégia:

“Você cresce em satisfação não adicionando ao que tem, mas subtraindo do que deseja.”

Ou seja, o cristão verdadeiro não encontra satisfação ao adquirir bens e posses para saciar seus desejos, mas trazendo tais desejos aos bens que já possui. É possível crescer em satisfação através do ato de fazer comparações saudáveis. Fazer comparações erradas é uma das principais fontes de descontentamento na vida. Porém, as boas comparações são uma ferramenta útil no cultivo da satisfação. Isso é capaz de revigorar a vida cristã, tornando-a cheia de Deus e de paixão por Jesus.

O descontentamento é um pecado

Conservem-se livres do amor ao dinheiro e contentem-se com o que vocês têm, porque Deus mesmo disse: Nunca o deixarei, nunca o abandonarei. Podemos, pois, dizer com confiança: “O Senhor é o meu ajudador, não temerei. O que me podem fazer os homens?” Hebreus 13:5,6

Agora temos a consciência de que descontentamento é um pecado e o fato de estarmos satisfeitos em Jesus, mostra que o mundo não nos basta e por isso, tentamos manter a  nossa vida livre do amor ao dinheiro e nos contentarmos com o que temos. Trazendo assim nossos desejos ao que já temos. Conduzindo a este pensamento podemos ter outra forma que conseguimos crescer em contentamento ao fazermos comparações saudáveis. Comparações essas que vão nos ajudar no crescimento do contentamento.

Por isso, quero apresentar algumas dessas comparações que tem nos ajudado a crescer em contentamento: 

1- Compare a sua condição com o que você merece

Quando se trata da misericórdia e bondade de Deus é nos dado mais do que merecemos dEle e quando se trata de dores e aflições o Senhor nos deu menos do que merecemos comparado ao que realmente merecemos. Esdras 9:13

2- Compare a sua condição com os outros que têm menos

Quando olhamos para aqueles que têm mais automaticamente a insatisfação cresce dentro de nós, então ao invés disso devemos olhar para os que têm menos, então talvez agradecimento e ação de graças entre em nosso coração e isso nos fará  gerar misericórdia e compaixão com relação ao que tem menos. 

3- Compare a sua condição com a de Cristo na terra

Você está descontente com as coisas que você tem ? Olhe para Jesus, ele não tinha nem  onde reclinar a cabeça (Mateus 8:20).  Por isso sempre que estivermos enfrentando dificuldades o que nos  ajudará  será  olharmos para Jesus e percebermos que Ele sabe muito mais sobre sofrimento do que nós  jamais conheceremos. 

4- Compare a sua condição com o que você era antes

Nós éramos herdeiros de sofrimento eterno, juízo de inferno e essa era a nossa condição, quando chegamos a terra. Essa pode não ser a nossa condição de hoje, mas materialmente não tínhamos nada.Se nós não temos o que queremos deste mundo, certamente já temos muito mais do que quando entramos entramos neste mundo.

5- Compare a sua condição hoje com o que será muito em breve

Tudo o que você sempre quis,chegará em um momento que isso  não será mais útil, não será mais satisfatório, existe um reino vindouro, existe um tempo que logo se aproxima, logo o amanhã vem e então nada do que almejamos fará sentido algum, nada teremos como herança daqui. Por isso devemos colocar a nossa mente, coração, desejos e satisfação na coisas de cima, nas coisas do alto onde Cristo está, devemos esconder nossa vida, coração em Deus, libertos do amor ao dinheiro. 

Por fim, existe uma promessa de que Ele nunca nos deixaria, nunca nos abandonaria e essa é a nossa motivação. Devemos manter a nossa vida livre do amor ao dinheiro e do descontentamento porque há um motivo maior: Ele disse que nunca nos deixaria, por isso o motivo e o poder está nesta promessa,e no mandamento de nos deixar livre do amor ao dinheiro. Para onde quer que nós estejamos Deus não nos abandonará. Cristo foi abandonado na cruz para que não fôssemos abandonados na vida. Em Jesus nunca ficaremos sozinhos, buscaremos força e coragem em sua palavra. Deus sempre estará ali,  e a presença de Cristo é a resposta cristã ao medo, ansiedade e preocupação. 

O Senhor é o nosso ajudador e por isso não teremos medo, pois o espírito santo está  dentro de nós. E também por isso, hoje o nosso convite que Deus nos chama para sairmos da zona de conforto, caminharmos em fé, para viver uma vida livre do descontentamento, a partir de algumas das comparações e do entendimento de que encontremos satisfação naquilo que nós já temos . 

 

O tema da celebração e das festas de casamento é recorrente não apenas nos evangelhos, mas especificamente nas parábolas contadas por Jesus. Em uma delas, Jesus conta uma história a respeito do casamento do filho de um rei, descrito em Mateus 22:1-14, que é muito conhecida como “A parábola do casamento”.

É essencial percebermos sempre o contexto em que cada parábola é contada, pois isso nos auxilia na compreensão da mensagem. Nessa passagem Jesus estava em meio a um diálogo com os sacerdotes e fariseus no templo. No capítulo 21, nesse mesmo contexto, Ele já havia contado outras duas parábolas: a do pai que tinha dois filhos e a do proprietário de terras que plantou uma vinha (Mateus 21:28-46). Os líderes religiosos ouvindo a explicação de Jesus acerca dessas parábolas já haviam entendido que falava deles e a essa altura já buscavam prendê-Lo (Mateus 21:46), ofendidos por Seus ensinamentos. Ler, em conjunto, os capítulos 21 e 22 de Mateus nos ajuda a perceber de forma mais clara e ampla o que Jesus estava ensinando.

Enquanto as multidões o seguiam, os cegos e mancos eram curados, muitos o cercavam e o aclamavam, porém os chefes dos sacerdotes e os mestres da lei questionavam a sua autoridade. É nesse cenário que Jesus segue falando e apresenta a parábola do Casamento.

A parábola do casamento

Essa narrativa de Jesus fala a respeito da festa que um rei planejou em honra ao filho, por causa do seu casamento. Entretanto, a história nos conta que os convidados se recusaram a participar da celebração. É importante perceber que aqui Jesus fala de casamento em um contexto judaico que é diferente do casamento como conhecemos em nossa cultura. Naquele contexto o casamento acontece em três fases: a promessa (firmado entre os pais dos noivos mediante um contrato), o noivado (promessa pública e troca de presentes entre os noivos, a partir daí o casamento só seria desfeito mediante divórcio) e a festa nupcial (é a celebração do casamento, que poderia acontecer até 1 ano após o noivado, podendo durar vários dias).

A parábola trata do anúncio de que tudo estava pronto para a terceira fase do casamento, a festa começaria em breve. Da parte do rei, tudo estava preparado e não havia empecilhos. Agora imagine recusar-se a comparecer à festa de casamento do príncipe! Um convite de grande honra e um banquete certamente abundante para uma das festas mais
importantes de um reino. É inclusive estranho tentar entender alguém que recusaria um convite para um banquete como esse.

A atitude do rei

O rei certamente teria pleno poder para obrigar os convidados a se fazerem presentes, mas é interessante perceber que nessa parábola, não é assim que o soberano age. O filho do rei recebe honra através da presença daqueles que aceitam o convite. O rei então, envia os servos pelos caminhos e esquinas a convidar e trazer todos aqueles que fossem encontrados, bons e maus, já que os primeiros convidados não eram dignos de participar da festa (Mateus 22:8).

A virada quase irônica da parábola está em que aqueles primeiros convidados que aparentemente honrados foram considerados indignos pelo rei e então são convidados para a festa todos aqueles que estavam pelo caminho. A última parte da parábola conta que em meio aos convidados, o Rei encontra alguém que não estava vestido adequadamente (Mateus 22:12) e ele então é colocado para fora. Com isto acontece algo muito semelhante ao que é relatado sobre as virgens imprudentes na parábola de Mateus 25; por não estarem adequadamente preparados, ambos são impedidos de participar das bodas.

O que a parábola ensina

Jesus já possui glória eterna em seu ser divino junto ao Pai, como criador e sustentador de todas as coisas, por que então o Pai deseja honrar o Filho? Essa é uma celebração para que seja dada honra ao Filho em Sua posição como Salvador. A honra da festa das bodas é celebrada por Sua gloriosa posição no relacionamento e união com Sua Igreja,
como seu Noivo e Redentor. Jesus se oferece ao lugar de Redentor, através da encarnação fazendo-se o Noivo, que se unirá a Sua amada Igreja. Sua encarnação, morte de ressureição são semelhantes à promessa pública do noivado judaico, todos sabem que haverá um casamento. As Bodas do Cordeiro celebram a consumação dessa promessa, o resultado último da obediência do Filho (Filipenses 2:9).

Como não aceitariam um convite de tamanha honra? Como não iriam se alegrar quando o grande Senhor dos senhores encarna como homem e aceita redimir a humanidade da ruína causada pela Queda? Mas a insensatez do coração humano é tamanha que não percebe a honra que lhe foi estendida, para o maior e mais aguardado evento do Reino eterno. Tamanha é a generosidade do convite feito, que nada é exigido dos convidados senão a disposição em comparecer. A festa já está preparada, o banquete já está pronto, o generoso Rei já providenciou cada detalhe.

Segundo Spurgeon:

“Vocês podem e devem vir tal como estão neste momento ao banquete do evangelho; e o único traje de convidado nupcial necessário, nesse caso, é gentilmente e gratuitamente providenciado pelo rei para vocês”.

Um entendimento obscurecido rejeita a bondade do Rei divino distraindo-se com ocupações menores e desprezando o Seu generoso convite. A oportunidade é então estendida àqueles que sequer se imaginariam dignos. A analogia dessa parábola é reafirmada no texto de João 1:11-12 ao dizer que o Filho veio para os que eram seus, mas eles não o receberam, então o convite é estendido a todos quanto o receberam. Pois é desejo do Rei que as Bodas de Seu Filho sejam uma grandiosa festa e que Ele receba a honra de todos aqueles que humildemente aceitam o convite.

A narrativa do casamento do Filho, ou das Bodas do Cordeiro será novamente encontrada, não mais em forma de parábola, mas agora como visão em Apocalipse 19:9 em que João nos lembra “Felizes os convidados para o banquete do casamento do Cordeiro”.

A questão é, será que entendemos o quão importante é o convite que nos foi feito? Daremos atenção ao mensageiro e responderemos ao convite, ou estaremos distraídos, tão absorvidos em nossas próprias rotinas, considerando nossos afazeres tão importantes que menosprezamos a honra que nos foi estendida?

Semelhança com outras parábolas

Existem algumas semelhanças entre a parábola do Casamento e outras que falam desse tema da preparação, especialmente a das Dez Virgens em Mateus 25.1-13. As pessoas não entendem o significado daquilo à que são convidadas a participar, por isso não respondem de forma apropriada e são excluídas. Ainda que haja uma grande distância temporal e cultural entre o contexto no qual Jesus falou e o nosso, e mesmo que a parábola tenha sido originalmente dirigida a líderes judeus, percebemos que a mesma mensagem encontra sentido em nossa realidade. Vivemos em um capítulo da existência humana entre a redenção conquistada na Cruz – a promessa firmada no madeiro de que haverá um casamento – e a consumação aguardada que será completa Naquele Dia, com o retorno do Noivo para as Bodas do Cordeiro.

Conhecemos o convite que nos foi feito, mas enquanto aguardamos nos envolvemos com tantas coisas; perceba o quanto é possível que não entendamos em plenitude o privilégio da mensagem do Evangelho e a grandeza daquilo a que somos convidados. Que sejamos encontrados preparados e com corações aguardando ansiosamente pelo anúncio “tudo já pronto; vinde às bodas” (Mateus 22:4).

Leia mais sobre as parábolas bíblicas clicando aqui.

Existe sabedoria em aprender a viver somente com aquilo que é necessário. Não tendo muito, para que não venhamos a nos esquecer de Deus, nem tendo tão pouco a ponto de sermos tentados e desonrarmos o Seu nome. Hoje quero meditar um pouco sobre como podemos aprender a sentir satisfação em Deus.

Paulo nos traz o testemunho fiel daquilo que ele viveu. Aquilo que aprendeu durante a sua vida, ele desfrutou do melhor e o pior. Ele teve acesso à formação, ele sabia o que era ser reconhecido e o que era ser humilhado e tudo isso o levou para um lugar de gratidão por tudo o que ele tinha. Ele aprendeu a não colocar o foco nas coisas passageiras e nos mostra que devemos aprender a viver com o pouco que se tem. Com somente aquilo que é de fato somente o necessário.

Não estou dizendo isso porque esteja necessitado, pois aprendi a adaptar-me a toda e qualquer circunstância.Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando necessidade.Tudo posso naquele que me fortalece. Filipenses 4:11,12,13

Aprendendo sobre contentamento

Paulo nos ensina que contentamento é uma graça conquistada ao longo dos dias é e que é um processo que vamos passando e aprimorando com o passar do tempo. Conquistando dia a após dia  até vivermos uma vida de contentamento de forma natural. Ele nos deixa claro que nem sempre viveu de forma satisfeita e que assim também é conosco. Que antes não tínhamos esse entendimento, mas que estamos aprendendo a estar satisfeitos com aquilo que Deus liberou para vivermos de acordo com a estação em estamos.

Paulo aprendeu e cresceu em satisfação e assim nós também queremos crescer neste lugar. Mas então como Paulo aprendeu a viver uma vida de satisfação em Deus? É possível aprender a viver uma vida desta forma ?

Para isto é necessário sempre refletir com gratidão as bênçãos do Senhor  já recebidas sobre as nossas vidas. Sempre tentando focar mais nas bênçãos do que nas dificuldades, mais nos ganhos do que nas perdas, trazendo a memória do quão bom Deus tem sido conosco. Nada do que temos é merecido porque fizemos algo. Mas se temos tais coisas é porque temos a misericórdia de Deus sendo derramada sobre a nossa vida. Se começarmos a praticar essa mentalidade automaticamente a nossa fala e oração vai nos impulsionar para mudarmos e assim cresceremos em contentamento, tendo em mente que a misericórdia de Deus deve ser maior do que a cruz (obstáculos) que encontramos em nossos caminhos, enfatizando sempre aquilo que Ele já fez por nós.

Sendo assim, não devemos viver uma vida de preocupações e ansiedade, pois a misericórdia já nos alcançou.

O maior segredo

O maior segredo do contentamento está em Filipenses 4:13 em que Tudo podemos naquele que nos fortalece. O fato de fazer tudo está ligado ao suportar os tempos difíceis, tendo a consciência que iremos passar tempos bons, ruins. E, ainda sim, teremos ao nosso lado aquele que nos dá forças para passar por todos os processos. Ao viver uma vida de contentamento não significa que seremos indiferentes as circunstâncias que nos cercam e que não vamos fazer nada para tentar melhorar. Muito pelo contrário, pois ao decidirmos viver uma vida de contentamento não seremos mais controlados pelas circunstâncias mas sim pela graça que  não nos faltará.

Cristo é o segredo de estarmos satisfeitos em toda e qualquer circunstância da vida. Sabendo que podemos passar por qualquer circunstância, porque a nossa alegria não depende de nós mesmos, mas sim em quem nós confiamos que é o Senhor nosso Deus. E assim abraçarmos a supremacia de Cristo sobre nós.

Em Filipenses 1:21 Paulo nos diz que viver é cristo e morrer é lucro. Ele vê a morte como uma forma de aprender e receber mais de Jesus do que temos hoje e que Ele deve ser a nossa fonte de alegria. Nós devemos nos submeter a liderança dEle e para a assim podermos dizer que tudo podemos naquele que nos fortalece.

 

O apóstolo Paulo afirma que uma vida piedosa e satisfeita é uma grande fonte de lucro. Afinal, qual tem sido o nosso ganho em satisfação e piedade diante do Senhor, no que se refere a finanças a bens materiais? Quando Deus nos concede riquezas, isso nos traz grandes oportunidades, mas também responsabilidades e tentações. Por isso, temos que aprender a guardar o coração das tentações e saber como posicionar nosso coração quando Deus nos dá de forma abundante.

Em 1 Timóteo 6:6-8 o apóstolo Paulo, instrui Timóteo a respeito do contentamento na vida financeira:

“De fato, a piedade com contentamento é grande fonte de lucro, pois nada trouxemos para este mundo e dele nada podemos levar; por isso, tendo o que comer e com que vestir-nos, estejamos com isso satisfeitos.”

Aqui ele está focando principalmente no cuidado que devemos ter para não cair em tentação e que nossa satisfação deve estar naquilo que já temos como o que vestir e comer. Paulo também nos faz um alerta devido ao anseio do ser humano de que sempre que temos acesso a riquezas queremos mais.

Paulo aprendeu a viver uma vida de satisfação em Deus

“Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando necessidade.
Tudo posso naquele que me fortalece.” Filipenses 4:12,13

Ele soube posicionar o seu coração no Senhorio de Jesus para não cair em tentação e, assim como Paulo, precisamos aprender que no muito o no pouco que teremos o nosso coração permanecerá em Jesus. 

Paulo continua instruindo Timóteo para ensinar aqueles que tinha a mais não fossem orgulhosos:

Ordene aos que são ricos no presente mundo que não sejam arrogantes, nem ponham sua esperança na incerteza da riqueza, mas em Deus, que de tudo nos provê ricamente, para a nossa satisfação.1 Timóteo 6:17

O orgulho é uma das características de quem não sabe lidar bem com os bens. Assim, pessoas que têm os corações orgulhosos colocam suas esperanças nas coisas e não em Jesus.  Devemos ter cuidado para que o orgulho não seja plantado em nossos corações, pois o grande problema de termos isso enraizado dentro de nós é que iremos desenvolver uma mentalidade de que, quanto mais temos, mas exaltaremos o nosso esforço próprio, de que somos os conquistadores de tudo.  E, muito pelo contrário, se não fosse a graça e a misericórdia de Deus nós seríamos totalmente incapazes de conquistar qualquer coisa que fosse. 

Então, sim, devemos ter cuidado com o orgulho que ronda os nossos corações e que nos instiga a confiar na incerteza das riquezas. Que nos faz confiar na reserva financeira que nós temos, no salário que é depositado todos os meses, mas como então devemos posicionar nossos corações diante das bênçãos materiais? Em humildade, sabendo que o que temos foi Deus que nos deu, que vivemos pelos valores de uma mentalidade de Reino e não de mundo. Sabendo que tudo aquilo que Deus depositou em nossas mãos, deveremos prestar contas à Ele naquele dia, e quanto mais tivermos mais contas teremos que prestar. 

Aprendendo com o que o Senhor deposita em nossas mãos

Devemos aprender a melhor maneira de usar aquilo que o Senhor depositou em nossas mãos. A discernir aquilo que Ele nos deu e a não colocar a nossa satisfação nos bens ou no pouco que temos. Aprender que a boas obras devem fazer parte da nossa vida e que sermos generosos e solidários é sim uma característica daquele que é seguidor de Jesus. 

Você sabe que está satisfeito em Deus quando você gosta daquilo que tem e não depende do que não tem para ter alegria. Tenha em mente que não é pecado nós desfrutarmos daquilo que Deus nos deu. Mas devemos encontrar a satisfação plena somente nEle, pois somente em Deus encontramos motivos para estar alegres e satisfeitos.

Minha oração é para que o Senhor nos ensine a fazer um bom uso daquilo que Ele nos deu. Que nosso coração seja guardado do orgulho que quer permeia nossos corações e que sejamos livres das garras do dinheiro e que encontremos confiança somente no Deus que é soberano sobre tudo e todos. 

Uma das parábolas de Jesus mais conhecidas é a Parábola das dez virgens, descrita em Mateus 25:1-13. Essa parábola está localizada entre outras duas – a parábola do servo bom e do servo mau e a parábola dos talentos. Como a Bíblia está dividida em capítulos e versículos, temos a impressão que há um corte na narrativa entre a parábola dos dois servos e a parábola das dez virgens. Porém, essa interrupção não acontece, e precisamos ler a narrativa destas três parábolas em sequência, pois elas são complementares e enfatizam aspectos diferentes da mesma lição que Jesus está ensinando.

O que a Parábola das dez virgens nos ensina

Ao longo da história da Igreja, muitas teorias surgiram (e ainda surgirão) sobre a descoberta do período específico em que acontecerá a Segunda Vinda de Cristo. Na sequência dessas três parábolas o próprio Jesus reafirma o que está escrito um pouco antes em Mt 24:36 – que o dia e a hora do seu retorno ninguém sabe – e nos proíbe de fazermos tal presunção.

Enquanto a parábola do servo bom e do servo mau nos ensina que não devemos supor que Cristo voltará de forma antecipada ao que esperamos, mas que devemos estar prontos para Ele a qualquer momento, a parábola das dez virgens nos ensina o contrário, ou seja, que não devemos ser pegos de surpresa se, de fato, Ele se atrasar. Isso nos ensina que devemos estar com a nossa expectativa ajustada e equilibrada, vivendo em prontidão, enquanto aguardamos o Seu retorno.

Viver em prontidão, significa que precisamos permanecer pacientes, fiéis e diligentes por mais que nos pareça que Cristo possa estar adiando o seu retorno. A parábola das dez virgens nos ensina que precisamos estar preparados, quer ele volte agora quer espere outros mil anos. E enquanto esperamos, precisamos permanecer fiéis às nossas responsabilidades.

 A festa nupcial

Jesus conta a história de um casamento grandioso, que terá um grande banquete nupcial, sugerindo que os noivos provêm de famílias nobres e que se trata de um evento muito importante. Esse é um casamento judaico – é muito diferente do casamento que conhecemos em nossa cultura – e acontece em três fases: a promessa (firmado entre os pais dos noivos mediante um contrato), o noivado (promessa pública e troca de presentes entre os noivos, a partir daí o casamento só seria desfeito mediante divórcio) e a festa nupcial (é a celebração do casamento, que poderia acontecer até 1 ano após o noivado, podendo durar vários dias).

A história relata o primeiro dia da festa nupcial. A chegada do noivo marcaria o início e o ápice da celebração do casamento, o momento mais glorioso. Na tradição judaica, as dez virgens são as madrinhas (afinal, era um casamento judaico e não um casamento poligâmico –as virgens não são para o noivo – aliás, você reparou que a noiva não aparece na história?). Cabe aqui uma desmistificação: a palavra “virgens” utilizada no texto, era utilizada na época de Jesus para indicar castidade e pureza, mas também tinha seu uso muitas vezes em referência a jovens solteiros, a exemplo de 1 Corintios 7:25.

O papel das madrinhas na festa nupcial

As madrinhas têm uma função muito nobre: sairiam para receber o noivo e acompanhá-lo com as suas lâmpadas em seu trajeto pelas ruas até o seu destino, iluminando a sua entrada triunfal na festa nupcial. As madrinhas deveriam trazer glória para o noivo!

Geralmente, não se sabia qual a hora que o noivo chegaria ao casamento. A responsabilidade das virgens era muito grande, pois o casamento acontecia à noite, e era iluminar a chegada do noivo ao casamento garantiria a honra e a glória dele. Entretanto, cinco delas não se prepararam adequadamente para este dia, e não levaram óleo extra, o que seria óbvio, pois para manter uma tocha acesa era necessário o óleo. Elas não fizeram o óbvio, não usaram o senso, foram insensatas. Ora, o que poderíamos esperar de uma madrinha de casamento? Que ela, ao menos, vestisse uma roupa adequada à cerimônia. Mas a atitude dessas madrinhas, seria equivalente a elas irem ao casamento vestindo pijamas! Ou seja, não cumpriram com o mínimo que era esperado delas!

O resultado da insensatez

Mas, voltemos à história. Algo acontece, e o noivo se atrasa muito. As virgens apagam suas lâmpadas e adormecem. Ao ouvirem o anúncio de que o noivo estava a caminho, elas despertam e preparam as suas lâmpadas para sair ao encontro do noivo. Neste momento, a realidade é dura com as cinco madrinhas insensatas. Elas percebem que não poderão cumprir com sua responsabilidade e poderiam atrapalhar toda a cerimônia! Elas saem em busca de óleo e acabam perdendo o cortejo e a oportunidade de honrar e glorificar o noivo.

Agora, nada mais poderia ser feito. O noivo chega, entra na festa nupcial, juntamente com as virgens prudentes, e a porta foi fechada. Porém, a história nos relata que as cinco madrinhas insensatas retornam, e batem à porta, suplicando para que o noivo as deixasse entrar. Porém, elas perderam sua chegada, por isso, foram excluídas da festa nupcial. Elas deveriam ter se preparado para um possível atraso, mas foram insensatas, e descumpriram seu único dever como madrinhas, e agora, estavam atrapalhando a celebração.

A resposta do noivo

A resposta do noivo é assustadora: “A verdade é que não as conheço”. Isso é um eco assombroso daquilo que Jesus dirá aos hipócritas religiosos no juízo final: “Nunca os conheci. Afastem-se de mim vocês, que praticam o mal!” conforme o que está escrito em Mateus 7:23. A resposta dele também remete a Lucas 13:24-28, onde Jesus fala sobre a porta estreita. Nesta parábola Jesus fala sobre o Reino que será semelhante às dez virgens, nos mostrando que há uma sentença de juízo para aqueles que são infiéis quando chegar o dia do retorno do nosso Senhor.

É uma resposta à pergunta dos discípulos – “quando Senhor?”. Por fim, Jesus deixa claro:

“Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora”.

Pode ser que Sua vinda seja rápida, pode ser que demore. O fato é que precisamos estar preparados. As parábolas enfatizam a justiça e o juízo contra os infiéis, as também revelam que, para aqueles que foram fiéis, há um reino que foi preparado como herança desde a criação do mundo! Não há somente juízo na mensagem das parábolas! Há também um banquete preparado pelo noivo!

A grande questão é: será que somos como as madrinhas prudentes?

Nossa vida e nossos frutos atestam nossa prudência ou a nossa tolice? O apóstolo Pedro conclui o que aprendeu neste dia – ele foi um dos que fez a pergunta a Jesus – e registra em 2 Pedro 3:11-12 que tipo de pessoa devemos ser enquanto aguardamos a vinda do nosso Senhor: “vivam de maneira santa e piedosa, esperando o dia de Deus e apressando a sua vinda”.

Que nossos corações anseiem enquanto aguardamos o Grande Dia do Senhor, e que estejamos empenhados para sermos encontrados por Ele em paz, imaculados e inculpáveis. Estejamos preparados!

A história das Parábolas

As parábolas de Jesus revelavam histórias extremamente simples, e por meio destas metáforas, Ele transmitia lições espirituais profundas. Havia motivos pelos quais Jesus falava por meio de parábolas, e em Mateus 13:10-15, temos a explicação do próprio Cristo acerca disso. Nesta passagem Jesus nos traz a informação de que havia uma profecia feita em Isaías 6:9-10 e que seria cumprida através das suas parábolas. Em 1 Corintios 2:7-8, Paulo nos traz uma informação que está intimamente ligada ao uso de parábolas: Jesus falou em parábolas, também, para que os poderosos não entendessem a sua mensagem, pois se a compreendessem, não o teriam crucificado.

Portanto, elas ilustravam e traziam a verdade para aqueles que tinham ouvidos para ouvir, mas tinham o efeito contrário para aqueles que se opunham e rejeitavam a Cristo. As parábolas traziam o juízo divino para os descrentes, o que continua sendo válido nos dias de hoje. E também demonstram a grande misericórdia de Deus ao viabilizar a nossa redenção através da sua graça, mediante a obra da cruz.

Em muitas oportunidades Jesus explicou as suas parábolas justamente porque aqueles que ouviam não conseguiam compreendê-las. E quantos questionamentos e interpretações diferentes surgem acerca delas até os dias de hoje! Atualmente, temos uma barreira ainda maior para a compreensão das parábolas, pois vivemos na contemporaneidade, em uma grande distância cultural e histórica do texto, dificultando ainda mais a sua interpretação. Por isso, é muito importante ao lermos as parábolas, buscarmos compreender o que elas realmente estão informando, pesquisando o seu contexto histórico-cultural e sua mensagem.