Sempre quando ouvimos falar sobre fé, nossos corações são direcionados a pensar em coisas grandes. Coisas que gostaríamos de alcançar, mas parecem difíceis demais.
Textos como Hebreus 11, onde a fé é definida e os heróis da fé são citados com maestria, enchem nossos corações de esperança trazendo a realidade de que é possível para homens comuns, como eu e você alcançar um lugar de manifestar e viver o sobrenatural de Deus.
É tão curioso que algo tão maravilhoso como a fé é comparado, em seu ponto inicial, com uma das menores sementes da criação: Um grão de mostarda, que ao ser cultivada se tornará uma das mais frondosas plantas.
“Pois em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele passará. Nada vos será impossível” (Mt 17.20).
Nossa capacidade de crer pode ser realmente pequena. Algo embrionário como uma semente, mas se aplicarmos o coração em exercitá-la veremos as maravilhas de Deus tocarem os montes mais elevados e difíceis de serem removidos!
Quando embarcamos nos “mares da fé” descobrimos uma força absurda que nos move e nos permite ver além de nossas limitações, além dos galhos secos que tentam ocultar as verdades do Senhor.
Vejamos Abraão, o Pai da fé, a forma como mesmo em meio aos seus medos e falhas o Senhor enxergou as verdades de Seu coração. Como mesmo em meio à dúvidas e descrença nasceu dele uma das mais belas virtudes: a capacidade de crer, de alcançar a realidade celestial por meio de um coração apoiado nas palavras do Criador.
Vamos pensar em Gênesis 15:
“Então o levou fora, e disse: Olha agora para os céus, e conta as estrelas, se as podes contar. E disse-lhe: Assim será a tua descendência.E creu ele no Senhor, e imputou-lhe isto por justiça”. Gênesis 15:5-6
Deus falou para um homem até então sem filhos e naturalmente impossibilidade de procriar que sua descendência seria tão grande como as estrelas no céu. Mas que estrelas?
Será que já prestamos atenção em que momento do dia o Senhor pediu para Abraão que contasse as estrelas?
Veja comigo a cena posterior deste capítulo:
“E pondo-se o sol, um profundo sono caiu sobre Abrão; e eis que grande espanto e grande escuridão caiu sobre ele”. Gênesis 15:12
Se a cena seguinte menciona o pôr do Sol, podemos concluir logicamente que o momento do dia em que Abraão foi convidado a “contar estrelas” fora durante a tarde. Você consegue imaginar alguma estrela visível no céu neste período do dia?
Certamente não, pois isto seria racionalmente impossível. Se não fosse a fé de um homem obediente à voz do Seu Senhor. Se não fosse por um coração marcado e movido pelas ondas de fé, que nos ensina a simplicidade de caminhar pelo sobrenatural.
UAU! Depois que compreendi esta passagem entendi porque justiça foi imputada a Abraão. Entendi o que significa que a fé não depende do que vemos, mas de nossa capacidade de enxergar além dos sentidos naturais.
A fé realmente é “o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem” .Hebreus 11:1. É a certeza de que no céu eu verei estrelas, mesmo que aos olhos naturais elas não estejam lá.
É um conforto esperançoso de que existe um Sol prestes a romper, ainda que eu não possa ver as sombras do dia.
Precisamos deixar que a pequena semente de mostarda cresça. Como algo que nos permite fluir e mergulhar sem medo, neste oceano que é a habilidade sobrenatural que nos permitirá contar estrelas invisíveis. Para isso, basta dizermos sim ao Espírito Santo, que é o principal interessado em regar essa semente e nos conduzir às verdades de Cristo!
Este post tem 2 comentários
Julia, paz!
A muitos anos Deus havia me mostrado isso e nunca havia achado ninguém vendo da mesma forma, ate agora! Glória a Deus!
Abraão creu, não porque viu muitas estrelas; Ele creu porque sabia, pelas experiências anteriores, que elas estavam ali, mesmo que ele não as vissem naquele momento! Aleluia! A verdadeira fé é crer mesmo que não se veja e por isso ele é chamado de pai da fé! Que benção! Um forte abraço e que Deus te abençoe ricamente!
Texto lúcido, sensível e esclarecedor!
Obrigada pela lição!