O amor é a maior de todas as virtudes. Pois afinal, todas as outras características do Fruto do Espírito estão de alguma forma ligadas a esse atributo. No livro de Gálatas podemos ler que o Fruto do Espírito é conhecido: “amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas virtudes não há Lei.” (Gálatas 5.22-23). As obras da carne, porém, são opostas ao Fruto do Espírito.
“Ora, as obras da carne são manifestas: imoralidade sexual, impureza e libertinagem; idolatrias e feitiçarias; ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções e inveja; embriaguez, orgias e tudo quanto se pareça com essas perversidades, contra as quais vos advirto, como já vos preveni antes: os que as praticam não herdarão o Reino de Deus!” Gálatas 5.19-21.
A comunhão com Deus e o conhecimento da Palavra nos ensinam como devemos viver, mas é o próprio Espírito que libera o fruto sobre cada um de nós. Por exemplo: sabemos que sem o amor, nenhuma de nossas ações são válidas por mais nobre que elas possam parecer. Então, como podemos amar de forma verdadeira como Jesus nos ensinou a fazer? E como podemos cultivar o fruto do Espírito em nossas vidas?
Primeiro, precisamos conhecer a Palavra e o que ela diz sobre viver no Espírito ao invés de viver na carne. Sendo assim, investigaremos a respeito do amor e como podemos crescer nessa virtude.
O Amor na Bíblia
Na Bíblia existem diferentes termos grego para a palavra amor: Eros, Phileo, Storge e Ágape. Cada um deles é usado para representar algo específico. Vejamos:
O Amor Eros
Este é o sentimento que co-existe entre homem e mulher, descrito especialmente em Cânticos dos Cânticos. Evoca paixão e é exigente e até egoísta, sofre intensamente por ciúme. Eros é o termo grego para amor sensual e daí surgiu a palavra erótico. É passageiro e sempre espera ser retribuído.
O Amor Phileo
Este é o amor fraternal, aquele que vem de amizades profundas e intensas como a amizade de Davi e Jônatas. Mas, também pode existir entre irmãos e entre pais e filhos. Não é exigente e representa muito bem a lealdade. Como por exemplo demonstrou Rute, que preferiu deixar seu próprio povo ao invés de abandonar sua sogra Noemi. Paulo, também sugere este tipo de amor em suas cartas sempre saudosas a seus amigos e irmãos das Igrejas que ele fundou.
Muitas palavras são derivadas deste termo grego, tais como: “Filadélfia (“fileo”, amor-amizade, e “adelfos”, irmãos) que significa “amor entre irmãos” ou “amizade fraternal; Teófilo (“Teos”, Deus, e “fileo”, amizade ou amigo) que quer dizer “amigo de Deus”; Filantropia (“fileo”, amizade, e “antropos”, homem) significa “amor humano”. Em suma, se você possui boas amizades, logo o que está em evidência é o amor “fileo”.” Fonte: CACP
O Amor Storge
É o que sustenta a harmonia familiar. É humilde e sacrificial. O sentimento e cuidado básico que os pais dão aos filhos e que a falta dele pode gerar traumas emocionais. É mais forte que a afeição. Um exemplo bíblico de relação familiar negativa nos é dado pelo rei Davi e seus filhos, principalmente no que tangia a revolta de Absalão para com seu pai Davi.
O Amor Ágape
Este é o amor de Deus, o mais sublime e intenso. É incomparável. Aquele que não pode ser explicado de forma simplista e que é difícil para a mente humana conceber, pois ele nos ensina até mesmo amar os nossos inimigos. Envolve compaixão e misericórdia. É incondicional, isto é, não espera nada em troca. É sobrenatural e eterno.
Todos os seres humanos têm inerentes a si os três amores, exceto o Ágape que apenas se manifesta quando nos tornamos morada de Deus e templo do Espírito Santo. Porém, este é o desafio de cada cristão, amar tal qual o Pai nos ama e assim como Jesus nos ensinou, de forma sublime, abnegada e sacrificial.
“Maridos, cada um de vós amai a vossa esposa, assim como Cristo amou a sua Igreja e sacrificou-se por ela,” Efésios 5.25
O amor próprio e o amor a Deus
O amor próprio é algo que nós cristãos geralmente temos a tendência de rejeitar, principalmente pelo medo de nos tornarmos pessoas egoístas. Mas, é bom lembrar que a medida de amor que devemos dar ao próximo é a mesma medida que devemos dar a nós mesmos. E acima de todos os nossos amores somos chamados para amar a Deus sobre todas as coisas.
“Asseverou-lhe Jesus: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e com toda a tua inteligência. Este é o primeiro e maior dos mandamentos. “O segundo, semelhante a este, é: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’.” Mateus 22.37-39
O Ágape de Deus
Deus é amor, essa é Sua essência. Portanto, tudo que Ele fez e faz continuam a ser respaldado por essa emoção. Não há justiça de Deus sem amor. Desde a criação até a Eternidade toda a sua motivação em agir estará coberta pelo seu amor leal. Não há graça de Deus sem amor, e nem mesmo a sua ira virá sobre nós sem que seu amor também esteja presente. Ele amou tanto ao mundo que deu o seu filho Jesus para nos salvar.
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” João 3.16
Amando-nos uns aos outros
“O amor é o solo onde são cultivadas todas as demais virtudes espirituais.” Champlin
Se existe um desejo latente no coração do Pai é que possamos amar assim como Ele nos amou. Essa é a mensagem da Cruz impregnada em toda a Palavra de Gênesis a Apocalipse. Somos chamados a amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Este é o primeiro e o segundo mandamento, e isso representa conhecer verdadeiramente a Deus.
“Amados, amemos uns aos outros, pois o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, porquanto Deus é amor.” 1 João 4.7-8
1° Coríntios 13 nos descreve que qualquer obra que façamos sem o amor será apenas como um sino barulhento. Não há sentido em servir sem o amor, em ajudar sem o amor, em orar sem o amor, ou fazer qualquer coisa por mera obrigação, culpa ou apenas dever. Além disso, essa é uma obra do Espírito:
“E a esperança não nos decepciona, porque Deus derramou seu amor em nossos corações, por meio do Espírito Santo que ele nos concedeu.” Romanos 5.5
Conclusão
A vida cristã é crescente. Pois, nem sempre nossa transformação ocorre de forma instantânea como bem gostaríamos que fosse. Para muitos cristãos fiéis, viver no Espírito é um processo contínuo que acontece todos os dias quando permanecemos firmados em Jesus. Nossa alegria está em saber que, à medida que temos comunhão com Ele, somos transformados de glória em glória.
“Mas todos nós, que com a face descoberta contemplamos, como por meio de um material espelhado, a glória do Senhor, conforme a sua imagem estamos sendo transformados com glória crescente, na mesma imagem que vem do Senhor, que é o Espírito.” 2 Coríntios 3.18
Então, sinta-se encorajado a prosseguir olhando para o alvo. E, assim como um pai orou pedindo que Jesus aumentasse sua fé a fim de ver sua filha curada, minha oração é para que Deus aumente em nós o Fruto do Espírito.