Digo a verdade em Cristo, não minto. Minha consciência dá testemunho comigo, no Espírito Santo, de que tenho grande tristeza e incessante dor no coração. Porque eu mesmo desejaria ser amaldiçoado e excluído de Cristo, por amor de meus irmãos, meus parentes segundo a carne. Eles são israelitas, e deles são a adoção, a glória, as alianças, a promulgação da lei, o culto e as promessas. – Romanos 9:1-4
Israel como conhecemos hoje não honra o nome de Deus como nação: secularizada e liberal, é uma nação que não guarda a Palavra, ou seja, não guarda os mesmos valores que nós, cristãos, guardamos. Sendo assim, como a Igreja deve se posicionar?
Israel: Como a Igreja deve se posicionar?
A questão sobre Israel foi algo central para a Igreja primitiva. O apóstolo Paulo demonstrava pesar e tristeza pelo estado em que o povo judeu se encontrava (Rm 9:1-4). Apesar disso, ele afirmava que os judeus são inimigos do evangelho, sendo assim, inimigos de Deus, ainda que amados por Ele (Rm 11:28).
Havia várias promessas da parte do Senhor a respeito de uma nova aliança com Israel – que a Palavra de Deus, Seus preceitos e valores, seriam escritos no coração e na mente da nação judaica (Jr 31:31-34).
O Senhor tem misericórdia e compaixão de quem Ele quiser
O atual estado de Israel não corresponde a essas promessas, mas isso não significa que Deus falhou em cumprir o que havia prometido. E, sabendo do fracasso que Israel infligiu sobre si mesmo, Paulo defende a integridade de Deus.
A promessa fala da salvação de Israel como uma eleição nacional e corporativa. Mas a salvação não se daria pela sua raça ou etnia, ou pelas suas conquistas (obras), mas pela graça (Rm 11:6). O Senhor tem misericórdia e compaixão de quem Ele quiser (Rm 9:15).
Embora buscassem fervorosamente, os judeus não conseguiram obter justiça para si pois acreditavam que poderiam conquistar a promessa por meio de obras quando, na verdade, ela seria alcançada pela graça e pelo amor expressado no Filho e na Sua morte (Rm 9:30-32; At 3:13- 16).
Mesmo que eles tenham rejeitado o Messias, de modo nenhum o Senhor rejeitou o Seu povo. Prova disso é que Deus guardou o remanescente de Israel: a Igreja primitiva (Rm 11:1-5).
Deus é capaz de enxertá-los de volta na oliveira
Muitos gentios foram acrescentados ao longo do tempo, mas também muitos judeus reconheceram Cristo como o cumprimento da promessa de Gênesis 3 e das promessas dadas a Moisés e aos profetas. Como exemplo temos Simeão e Ana, e os próprios apóstolos: homens e mulheres judeus que se converteram ao Senhor e abraçaram o Seu plano.
A grande maioria de Israel permanece até hoje com o coração endurecido com relação a Jesus. Paulo se refere aos endurecidos de coração como aqueles que pertenciam à mesma árvore do remanescente, e como galhos cortados pelo agricultor, foram arrancados da oliveira. Mas com respeito à salvação judaica, não haverá um acréscimo ao remanescente, e sim uma reversão do endurecimento de seus corações (Rm 11:23-24). Aqueles judeus que abrirem mão da sua incredulidade, Deus é capaz de enxertá-los de volta na oliveira.
Salvação de Israel
A Igreja será um instrumento nas mãos do Senhor para a salvação de Israel. Por seu comprometimento com Israel, o Senhor fará com que a Igreja (gentios), em sua plenitude, desperte neles um ciúme espiritual; então o Senhor amolecerá o coração de Israel (Rm 11:11,25).
Quando olhamos para a cruz de Cristo, devemos ser gratos por tamanho amor e bondade, mas também cientes de sua severidade pois, assim como Ele arrancou os ramos originais (judeus) da oliveira por não crerem, pode também retirar os enxertos (gentios) que porventura não permanecerem firmes (Rm 11:18-22). Por isso, não devemos olhar para a Israel secularizada com arrogância ou desprezo.
O Senhor tem um plano em seu coração
Um mistério guardado através dos tempos: Ele encontrará uma Israel que não é perfeita e isenta de pecados, mas no momento certo, Ele removerá a sua cegueira espiritual (Rm 11:25-26; Mt 23:39).
O Reino Milenar de Cristo será plantado em Israel. No Dia do Senhor, Ele virá e governará a terra com justiça e a Sua promessa é que Ele habitará em Jerusalém para sempre (Ap 21:1-3).
Como a igreja deve se posicionar? Ainda que não seja possível entender completamente os conflitos envolvendo essa nação, nosso dever é orar por Israel – para que eles olhem para Jesus, e o seu coração de pedra se torne em coração de carne outra vez.
O cessar dos conflitos é uma paz provisória. Quando orarmos por paz em Jerusalém, oremos por Aquele que é o único que pode trazer a paz definitiva, o Rei da paz e da justiça. Oremos para que o Senhor acelere a hora em que um novo cântico será cantado em Israel.