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O Senhor é digno de louvor

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Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder; porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade são e foram criadas. Apocalipse 4:11

Há uma canção sendo entoada desde a eternidade diante do trono de Deus. Anjos, anciãos, seres viventes e todas as criaturas celestiais levantam suas vozes em reverência ao Deus não criado – o grande Eu Sou. E quão maravilhoso é saber que a nossa voz fraca pode se juntar a esse coro infindável! Isso mesmo, esse não é um mero convite… É uma santa convocação, pois fomos criados para declarar dia e noite que Ele é digno e santo. E fazer isso não apenas com os nossos lábios, mas com todo nosso entendimento.

Grande é o Senhor, e muito digno de louvor, e a sua grandeza inescrutável. Uma geração louvará as tuas obras à outra geração, e anunciarão as tuas proezas. Salmos 145:3,4

Deus é digno 

Toda história da humanidade revela o desejo por algo que transcenda a materialidade e nos mostre que há um propósito maior para a existência. Buscamos algo que seja realmente valioso, digno de ser perseguido durante toda a vida. É somente quando nossos olhos encontram a beleza do Senhor que descobrimos o único tesouro capaz de preencher o nosso coração. Ele é mais desejável do que qualquer riqueza terrena.

Tudo em torno Dele

Deus não apenas merece toda glória, mas exige toda glória. Ele não precisa ser afirmado por nós, muito menos está carente de nosso louvor, mas como nosso Criador, nos conhece e sabe o propósito para o qual nós fomos formados. Quando não damos glória a Deus estamos indo contra a nossa própria natureza e, como consequência, elegendo ídolos de acordo com os desejos da nossa carne.

A centralidade de Deus desafia a nossa visão de mundo egocêntrica. Estamos acostumados a ouvir discursos antropocêntricos sobre o motivo do Senhor nos resgatar, mas a grande verdade é o motivo primário de todo o plano de Deus: a sua própria glória. Ele não é adaptável à nossa realidade, nós é que habitamos e pertencemos à realidade Dele. Nada do que fazemos está fora do seu domínio e absolutamente tudo gira em torno Dele.

Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis. Romanos 1:20

Tudo o que aquilo que admiramos e valorizamos no caráter de alguém, todos os traços de bondade, retidão e altruísmo, estão dispostos plenamente em Deus. Ele é a própria fonte de onde fluem todas as boas dádivas. Glorificar o Seu nome não significa torná-lo glorioso, significa reconhecer quem Ele é. Quando louvamos, o Espírito Santo ilumina os nossos olhos para conhecer a Deus, é como se posicionássemos o nosso coração como um telescópio e déssemos um zoom na beleza de Deus. É nesse momento em que nos damos conta do quão pequenos nós somos diante da majestade e da grandeza Dele.

Buscando a Deus

À medida que nós buscamos a Deus e o conhecemos, nosso entendimento é aprofundado e nossas emoções são afetadas. O ato invisível de experimentar a Deus com o nosso intelecto e as nossas afeições, precisa ser revelado de forma visível através da nossa adoração. É isso que faz os seres viventes e os anciãos ao olharem para o Cordeiro, eles contemplam Beleza e respondem prostrando-se a Ele.

“O canto cristão é o uso musical da voz para expressar verdades de acordo com a Palavra de Deus e sentimentos de acordo com a Sua dignidade.” John Piper

Se você acha que maturidade é não ser movido pela presença de Deus, observe esses seres que desde a eternidade tem os seus olhos postos Nele e mesmo assim não se cansam de admirar a sua glória em espanto. Eles não fazem isso para manter uma tradição celestial ou para bajular Aquele que está no trono, eles tremem e se ajoelham vez após vez em reconhecimento de quem Ele é. Não há ser nenhum nos céus ou na terra que permaneça neutro a quem Ele é. Se Ele faz derreter os montes com sua presença, o que seu sussurro não fará com alguém frágil e pequeno como eu?

Pois então que dia e noite, suba a Deus nossa adoração, aquele que é digno de tudo. Tudo vem Dele, tudo existe por meio Dele, tudo é para Ele.

A Ele pois seja a glória, para todo sempre, amém.

 

Originalmente publicado em 09 de outubro de 2019

Qual foi a última vez que sua zona de conforto foi desafiada?

Quando foi que você sentiu o frio na barriga por não fazer ideia do que viria após dizer sim para algo que Deus te pediu? Qual foi a última vez que sua zona de conforto foi desafiada?

Nesses momentos em que a nossa estabilidade é chacoalhada e somos lançados a milhas de distância do que nos é familiar, é que provamos um pouco do que significa andar por fé e não por vista, confiando que Ele pavimentará o chão para cada novo passo.

Alguns de nós se dão muito bem com mudanças, enquanto outros são desestruturados ao menor sinal de ajuste, mas o fato é que ambos desejam harmonia e clareza na caminhada, e quantas vezes isso já nos faltou

No momento de nos lançarmos tínhamos certeza de que Deus estava nos conduzindo para algo grande e belo, mas agora, após sermos absorvidos pela rotina e pelo comum do dia a dia, nossa bússola parece estar descalibrada, não sabemos continuar prosseguindo e chegamos até mesmo a nos perguntar se ouvimos ou não a voz do Senhor. Nesses momentos há uma tentação real de queremos nos segurar no que é palpável, depositamos nossa confiança em pessoas e situações, e assistimos nossa fé sendo levada de um lado para o outro como uma folha seca.

Deus não apenas gera o ‘sim’ em nosso coração

É Ele quem o sustenta até o fim. Se confiamos Nele para iniciar a jornada porque agora nos apegamos às circunstâncias como se nelas estive nosso refúgio? Ele é o Princípio e o Fim, mas também é o meio, aquele que é suficiente em todas as fases da vida. Nós não estamos sós, nós não precisamos calcular as nossas forças a cada passo. Ele já fez isso no início e sabe que só chegaremos ao fim totalmente apoiados Nele.

O Espírito Santo está  muito mais comprometido com o nosso amadurecimento do que com nosso conforto. Por isso, não serão uma nem duas vezes que Ele nos abalará. Talvez essa não seja a melhor palavra para ouvir no dia de hoje. Mas a verdade é que Ele já tem preparado os próximos desertos, vales e tempestades da nossa vida. E não só isso, Ele também já proveu os oásis, as montanhas e os dias ensolarados para cada um deles. Esse não é um jogo de manipulação, é uma jornada de amadurecimento. E o quanto antes entendermos o propósito de Deus em meio ao processo, menos nos desgastaremos em drama e mais ouviremos a sua mansa e terna voz sussurrando verdades ao nosso coração.

E qual é o fim de tudo?

Qual é o resultado dessas idas e vindas? Um coração parecido com o de Cristo, um amor maduro e genuíno por Ele e uma fé inabalável no Deus que sustenta tudo. Ele é a nossa linha de chegada.

Originalmente publicado em 01 de janeiro de 2020

Jesus respondeu: “Como podem os convidados do noivo ficar de luto enquanto o noivo está com eles? Virão dias quando o noivo lhes será tirado; então jejuarão.  Mateus 9:15

A Volta de Cristo inegociávelmente faz parte da ortodoxia cristã. Ou seja, todo cristão precisa saber e crer que essa é uma promessa certa e verdadeira (At 1:6; 2 Pe 3:4; 2 Ts 2:2). Contudo, ainda que essa seja uma realidade de crença da fé cristã, nem todo cristão tem a ortopraxia nesse sentido (a prática da crença). Muitas vezes, vivemos de maneira desconexa ao que a Bíblia nos ensina sobre a esperança da Segunda Vinda.

Existem muitas maneiras em que a Volta de Jesus deve afetar nosso viver. Na verdade, é mais correto dizer que nem um centímetro quadrado da nossa vida pode ficar intocado por essa promessa. Por exemplo, 1 Ts 4:13-18 nos diz que os cristãos não devem sofrer um luto desesperançados quando os seus irmãos em Cristo morrem como os ímpios sofrem, visto que aqueles ressuscitarão e se reunirão novamente com eles no Dia da Sua Vinda.

Então, se a vinda de Jesus deve promover em nós uma resposta adequada (a ortopraxia), por onde podemos começar? O que podemos fazer para nos engajarmos com essa verdade hoje?

VIVENDO PELO PARADIGMA DA NOIVA QUE ESPERA

O ensino do paradigma da noiva está intimamente relacionado à vida cristã à luz do fim dos tempos. Ele não só é solidamente bíblico, como é útil para tocar-nos de forma eficaz, pessoal e graciosa nos nossos corações. 

Vamos ver a seguir onde as Escrituras providenciam um dos alicerces do comportamento da Noiva nos últimos dias e o que isso pode somar ao nosso estilo de vida enquanto aqueles que verdadeiramente amam a Sua vinda (2 Tm 4:8).

A NOIVA QUE DESEJA ESTAR JUNTO DO NOIVO MAIS UMA VEZ PARA SEMPRE

Talvez este seja o ponto mais crucial. Quando falamos de escatologia da maneira correta, creio que é impossível não se apaixonar por esse estudo, tendo em vista que a grande trama da volta de Cristo tem no cerne um casamento. E, embora existam casamentos sem amor, é bastante seguro afirmar que Jesus não irá se casar com a Igreja por “interesse” ou sob coerção.

O que arde no coração de Jesus é o combustível para a chama no coração da Noiva. Nós queremos estar juntos porque Ele quer estar conosco.

Ou nas palavras de João, “Nós amamos porque ele nos amou primeiro.” 1 João 4:19

O teólogo e pastor John Piper ilustra este princípio assim: “O Noivo partiu numa jornada logo antes do casamento e a Noiva não pode agir como se tudo estivesse bem. Se ela O ama, ela vai desejar o Seu retorno.”

O que é agir como se as coisas não estão bem ou normais? 

Por mais chocante que isso possa soar, existe um aspecto de dor no estilo de vida do cristão que aponta para o fato de que até Jesus voltar, as coisas não estão bem como elas devem ser.

O próprio Senhor profetiza que quando Ele fosse para o Pai e não estivesse mais na presença dos seus discípulos, eles, como noiva, ficariam de luto e até mesmo redefiniriam o sentido do jejum como era conhecido.

Jesus respondeu: “Como podem os convidados do noivo ficar de luto enquanto o noivo está com eles? Virão dias quando o noivo lhes será tirado; então jejuarão. Mateus 9:15

A Sulamita do Cântico dos Cânticos de Salomão usa a seguinte expressão: Ó mulheres de Jerusalém, eu lhes faço jurar: se encontrarem o meu amado, o que dirão a ele? Digam-lhe que estou doente de amor. Cânticos 5:8

O CUIDADO COM O CORAÇÃO DE NOIVA

O abraçar do paradigma da noiva fala em primeiro lugar de cultivar um coração vibrante diante do Senhor. Como dito, é importante que a Noiva deseje, arda em saudade e até sinta dor diante da ausência física de Jesus literal na terra. O coração vibrante também fala de uma vida interna de oração fervorosa. A noiva preza pela comunhão com o Seu Senhor. Ela está engajada num relacionamento íntimo com Ele e o cultiva.

Isso deve ser mais que jargões como “maranata” vazios. O verdadeiro clamor maranata é um grito percebido no estilo de vida daquele que ama o Senhor e aceita as Suas palavras. Isso também quer dizer que o cristão não deve permitir que o mundo o console a ponto de estar tudo bem para ele se Jesus não voltar. Quem coloca o seu amor no mundo não tem espaço para colocar seu amor em Jesus. Não podemos nos embaraçar tanto com as paixões passageiras do mundo, os confortos e as “ansiedades da vida” a ponto do nosso coração e mente tenham um tráfego tão intenso de coisas que não sobra espaço para desejar Seu retorno.

 Se alguém não ama o Senhor, seja amaldiçoado. Maranata! 1 Coríntios 16:22

Não amem o mundo nem o que nele há. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele. 1 João 2:15

“Tenham cuidado, para que os seus corações não fiquem carregados de libertinagem, bebedeira e ansiedades da vida, e aquele dia venha sobre vocês inesperadamente. Lucas 21:34

DE DENTRO PARA FORA

Tal como ressaltado, a crença na promessa da vinda do Senhor deve ter efeitos na forma com que praticamos o cristianismo. Isso influência nossa vida de oração, jejum, as escolhas que fazemos com o que nos ocupar e dentre outras coisas. Talvez precisamos acordar para a realidade da Noiva e se comportar de tal maneira. Ao considerar textos nas Sagradas Escrituras que apontam para isso, podemos nos perguntar: o que a Noiva deve fazer diante dessa realidade?

O zelo que tenho por vocês é um zelo que vem de Deus. Eu os prometi a um único marido, Cristo, querendo apresentá-los a ele como uma virgem pura. 2 Coríntios 11:2

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Ao longo da semana temos conversado aqui no blog sobre sermos casa de oração. Neste devocional, vamos falar um pouco sobre a relação entre a nossa identidade eterna como casa de oração e o fim dos tempos.

Em Isaías 56:6-7 diz assim:

“E os estrangeiros que se unirem ao SENHOR para cultuá-lo e amar o nome do SENHOR, tornando-se assim seus servos, todos os que guardarem o sábado, sem profaná-lo, e os que abraçarem a minha aliança, eu os levarei ao meu santo monte e os alegrarei na minha casa de oração; os seus holocaustos e os seus sacrifícios serão aceitos no meu altar; porque a minha casa será chamada casa de oração para todos os povos.”

Somos casa de oração

Como dissemos nos devocionais anteriores, uma das identidades primárias da igreja no Novo Testamento é como casa de oração. A igreja nunca foi feita para existir separada da sua identidade eterna de casa de oração. Inclusive, o próprio Jesus falou sobre isso em Mateus 21:13, citando a promessa de Isaías:

E disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração;

Todo este movimento que tem surgido na igreja global, de resgatar o espírito profético de oração e intercessão do tabernáculo de Davi, não é algo novo e não é exclusivo de alguns ministérios. Segundo Mike Bickle, Deus está estabelecendo um novo paradigma em sua igreja, que na verdade é tão antigo quanto Isaías 56. É uma resposta da igreja ao que o Espírito Santo está gerando no lugar de intimidade, jejum e oração.

A igreja está despertando para a sua identidade eterna de casa de oração. Não é algo somente para esta era, mas algo que faremos no Milênio e na eternidade: a comunhão com Deus e a participação nos seus planos. Isso é o que Deus sempre desejou para Sua Igreja.

O lugar de oração no fim dos tempos

Qualquer cristão atento percebe que estamos vivendo em tempos próximos do fim. Porém, não precisamos nos desesperar, pois fazemos parte de um povo que não será pego de surpresa. À medida que a perversidade, a iniquidade e as trevas aumentam, Deus chama a sua igreja para ser a luz na escuridão e participar do que Ele deseja derramar sobre a terra nos últimos dias. E como faremos isso?

Nosso primeiro impulso como seres frágeis e amedrontados é tentar buscar soluções humanas para a crise. Isto é, queremos respostas práticas, queremos encontrar uma nova abordagem ou uma nova solução. Queremos algo inédito e que nos ajude a sair dessa crise vitoriosos.

Entretanto, quanto mais lemos as Escrituras, vemos que Deus tem a mesma ideia desde Isaías. Ele deseja que a sua igreja caminhe em jejum e oração, vigiando e sendo sentinela sobre os muros. Seremos luz na escuridão, sustentando a Grande Comissão a partir de uma vida de intimidade como casa de oração.

Quando o próprio Deus promete que seremos casa de oração, Ele não está falando sobre algumas igrejas locais ou ministérios específicos. Deus estava falando sobre toda a sua igreja, o corpo de Cristo, profetizando que caminharíamos em um estilo de vida de profunda intimidade e cooperação com o Espírito Santo na terra.

A igreja no fim dos tempos estará vigilante às profecias bíblicas e à voz do Senhor, não se desesperando, mas buscando a Deus intimamente e acima de tudo. Além disso, Deus nos promete que encontraremos alegria neste lugar. Ou seja, é caminhando em nossa verdadeira identidade como igreja que experimentamos a alegria do Senhor. Essa alegria nos sustentará para permanecermos com Ele até o fim.

Portanto, assim como vocês receberam a Cristo Jesus, o Senhor, continuem a viver nele. Colossenses 2:6

O apóstolo Paulo, escritor da carta aos colossenses, teve como motivação ao escrevê-la o combate a heresias e ensinos comprometedores que estavam surgindo no meio daquela igreja. Ele começa a carta doutrinando seus ouvintes acerca da pessoa de Cristo. 

Lembre-se: os colossenses eram gentios, mergulhados em uma cultura politeista que abraçava vários deuses e sofriam a pressão de várias filosofias pagãs e falsas. Além de lidarem com a pressão dos judeus para abraçarem seus costumes da Torah com requisitos para a fé cristã.  

Então, Paulo, gasta um tempo falando que tipo de personagem Jesus realmente é e o distingue do padrão atual de deus. Ele prega a divindade de Cristo como a expressão exata do ser de Deus, e aquele que vem antes de todas as coisas. Era importante deixar claro a preexistência de Cristo, sua superioridade sobre tudo e a sua divindade. 

Quando a mentalidade de uma comunidade está comprometida com algum ensino falso é inevitável que seu estilo de vida reflita essa incoerência. Depois que o apóstolo aponta e corrige os erros de mentalidade ele traz clareza sobre como viver após a correção do seu entendimento. Ele faz isso no capítulo 3 e 4, que veremos alguns pontos hoje. 

Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Romanos 12:2

Vivam como se a redenção estivesse completa

Portanto, já que vocês ressuscitaram com Cristo, procurem as coisas que são do alto, onde Cristo está assentado à direita de Deus.  Mantenham o pensamento nas coisas do alto, e não nas coisas terrenas. Pois vocês morreram, e agora a sua vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, que é a sua vida, for manifestado, então vocês também serão manifestados com ele em glória. Colossenses 3:1-4

Paulo está chamando essa igreja, e podemos receber este convite, para viver como se a redenção estivesse completa. “Pois ele nos resgatou do domínio das trevas e nos transportou para o Reino do seu Filho amado,”Cl 1:13. Não é um convite a alienação, mas a enxergar que toda a realidade é de Cristo (Cl 2:17). Olhar para alto é viver segundo o padrão de Deus, segundo a constituição do reino para o qual fomos resgatados. 

A salvação e redenção com Jesus é tão radical quanto a cruz! Ele deu como morto nosso antigo estilo de existir e inaugurou uma nova criação em nós. Agora essa criação cresce e se aperfeiçoa segundo o padrão e vontade original do seu criador. Nessa nova criação “Cristo é tudo e está em todos.”(Cl 3:11).

O que deve morrer?

O apóstolo segue seu ensino sendo incisivo, note a repetição e ênfase que ele dá sobre o tema de morte da natureza caída e da nova criação em Cristo. Ele lista uma série de coisas que deveriam morrer no meio dessa igreja: 

“Assim, façam morrer tudo o que pertence à natureza terrena de vocês: imoralidade sexual, impureza, paixão, desejos maus e a ganância, que é idolatria.

[…] Mas agora, abandonem todas estas coisas: ira, indignação, maldade, maledicência e linguagem indecente no falar. Não mintam uns aos outros […]” Cl 3:5-9

A morte e o nascer de novo  como saída

A mensagem aos colossenses é enfática, só há um caminho para viver o cristianismo: morte. Assim como seu fundador inaugura a fé cristã com a cruz, os seus seguidores devem estar cientes que também devem experimentar a morte. É o eco do convite de Jesus que disse: “Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.Pois quem quiser salvar a sua vida, a perderá, mas quem perder a vida por minha causa, a encontrará.” Mt 16:24,25´. 

É confirmado por Paulo que o caminho para se livrar desse mal que é o pecado cravado em nossa natureza é fazê-la morrer. Perceba que não é consertável, ou que dá pra fazer uns remendos, mas é necessário descartar a velha vida sem Cristo. O que nos resta então? Ele também deixa claro: é o revestir-se da nova criação. A vida do novo nascimento deve ser um relance e sombra do que viveremos na eternidade.

O prenúncio da eternidade

Portanto, como povo escolhido de Deus, santo e amado, revistam-se de profunda compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência. Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou. Acima de tudo, porém, revistam-se do amor, que é o elo perfeito. Colossenses 3:12-14

Primeiramente é apresentado qual o padrão dessa nova criação: compaixão, bondade, mansidão entre outras coisas. Mas todas se resumem no final do versículo 14:  revestir-se do amor, o elo perfeito e a ação perfeita para o nascido de novo.

Posteriormente Paulo faz afirmação que aponta explicitamente o estilo de vida do qual fomos projetados para operar originalmente. O plano de Deus desde o Éden é o que ele fala no versículo 23: “Tudo o que fizerem, seja em palavra ou em ação, façam-no em nome do Senhor Jesus, dando por meio dele graças a Deus Pai.” Colossenses 3:17

Ele é o padrão, se sabemos quem Jesus é devemos viver como se estivéssemos na pele dele. Vivendo como ele viveu e existindo para sua glória. Esse é nosso maior chamado. 

O convite inevitável 

Talvez assim como aqueles cristãos você tem lidado com mentiras sobre o caráter de Deus e com um comportamento incoerente com a fé cristã. Ou talvez seja um cristão sincero mas que tem lutado com pecados que persistem em estar junto de ti, problemas de relacionamento, falta de perdão, fofoca, murmuração, imoralidade ou idolatria. A solução e o conselho de Paulo ainda serve muito bem a nós hoje: viva como se estivesse morto para você mesmo e vivo para a criatura formada por Cristo.

“[…]vocês já se despiram do velho homem com suas práticas e se revestiram do novo, o qual está sendo renovado em conhecimento, à imagem do seu Criador.” Colossenses 3:9,10

 

Não importa há quanto tempo você começou a sua jornada com Cristo ou o quanto você já sabe Dele, há sempre muito mais para conhecer e descobrir sobre o Senhor, afinal, Ele é uma fonte inesgotável! É sempre possível ir mais profundo em Deus.

Se você deseja isso, é preciso se aproximar das águas e dar um passo de cada vez. Fazendo isso não há dúvidas de que você irá descobrir as riquezas insondáveis do conhecimento de Deus!

A seguir você terá 7 dicas para ir mais profundo em Deus!

1. Ore 

O fundamento de todo bom relacionamento é a conversa, por isso além de reservar um tempo diário de oração devemos fazer da nossa rotina um constante diálogo com o Senhor. É mais simples do que imaginamos, conversar sobre o dia a dia com o Espírito Santo, fortalece a nossa confiança no caráter de Deus e nos dá uma perspectiva correta sobre as situações da vida.

“Orai sem cessar.” 1 Tessalonicenses 5:17

2. Guarde o seu coração

Se o coração é de onde procedem todas as nossas ações e reações, precisamos estar atentos com o que o alimentamos. Cerque-se da verdade, valorize amizades que te edificam. Seja diligente quanto ao que você ouve e vê. Se desvincule de todo o lixo que te mantém na superfície.

Não se deixem enganar: “as más companhias corrompem os bons costumes”. 1 Coríntios 15:33

3. Conte com o Espírito Santo

O Espírito Santo não é apenas uma sensação, Ele é uma pessoa, o próprio Deus. Reconheça sua necessidade diante Dele, pois Ele é o seu ajudador. Não podemos dar nenhum passo além no conhecimento de Deus sem o Espírito da Verdade.

“E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre;
O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós.” João 14:16,17

4. Crie raízes na Palavra

O Evangelho vai muito além da experiência, por isso não se apegue ao que você já viveu, antes deposite sua fé na Palavra que não passa. Dedique-se diariamente ao estudo da Bíblia, faça dela o seu tema de meditação, você pode começar com pequenas porções ou apenas um versículo.

“Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as pratica é como um homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha.
Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela não caiu, porque tinha seus alicerces na rocha.
Mas quem ouve estas minhas palavras e não as pratica é como um insensato que construiu a sua casa sobre a areia.
Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela caiu. E foi grande a sua queda”. Mateus 7:24-27

5. Dê um passo de cada vez

Estabeleça passos práticos e seja disciplinado, tenha uma rotina, mas não se frustre se de vez em quando as coisas não acontecem como planejado, há graça suficiente para você. O Senhor não mede nossa fidelidade pela performance, mas pela disposição do nosso coração. Deus não está com pressa, Ele é paciente e nos conduzirá a uma fé firme e constante.

“Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Provérbios 4:18

6. Não se compare

É importante termos referências e exemplos de fé, mas sua jornada com Cristo é única e pessoal, por isso não se compare com os outros. A vida cristã não é uma competição, ela é sobre caminhar sobre as pegadas de Jesus e viver como Ele viveu.

“Pense o tal isto, que, quais somos na palavra por cartas, estando ausentes, tais seremos também por obra, estando presentes. Porque não ousamos classificar-nos, ou comparar-nos com alguns, que se louvam a si mesmos; mas estes que se medem a si mesmos, e se comparam consigo mesmos, estão sem entendimento. Porém, não nos gloriaremos fora da medida, mas conforme a reta medida que Deus nos deu, para chegarmos até vós; Porque não nos estendemos além do que convém, como se não houvéssemos de chegar até vós, pois já chegamos também até vós no evangelho de Cristo, Não nos gloriando fora da medida nos trabalhos alheios; antes tendo esperança de que, crescendo a vossa fé, seremos abundantemente engrandecidos entre vós, conforme a nossa regra, Para anunciar o evangelho nos lugares que estão além de vós e não em campo de outrem, para não nos gloriarmos no que estava já preparado. Aquele, porém, que se gloria, glorie-se no Senhor.” 2 Coríntios 10:11-17

7. Mantenha seus olhos em Jesus

O propósito da vida é conhecer Jesus, ir mais profundo em Deus, independente de onde isso irá te levar, de que títulos irá te trazer ou te tirar, no final das contas toda nossa vida é simplesmente sobre Ele. Por isso, fixe seus olhos em Jesus, Aquele que é fiel para te conduzir até o fim!

“Portanto, também nós, uma vez que estamos rodeados por tão grande nuvem de testemunhas, livremo-nos de tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos envolve, e corramos com perseverança a corrida que nos é proposta, tendo os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé. Ele, pela alegria que lhe fora proposta, suportou a cruz, desprezando a vergonha, e assentou-se à direita do trono de Deus. Pensem bem naquele que suportou tal oposição dos pecadores contra si mesmo, para que vocês não se cansem nem se desanimem.” Hebreus 12:1-3

Minha oração por você hoje é que você vá,a cada dia, mais profundo em Deus!

Neste mês, a FHOP está se juntando à campanha Maio Laranja para dar voz aqueles que não tem voz. A campanha conscientiza o Brasil sobre o abuso infantil, trazendo estatísticas e informações para prevenção. Como igreja, enfatizamos a importância de trazer este assunto à luz e nos posicionarmos corretamente. E se preciso for, podemos discar 100 para denunciar a favor das vítimas. Sei que muitas vezes nos sentimos impotentes diante de números assustadores, mas cremos que cada pequeno passo é importante para avançarmos no combate ao abuso infantil. Também podemos peticionar com ousadia na certeza de que temos um Pai assentado no trono. Com certeza, seus ouvidos estão atentos a cada oração feita a favor dos mais vulneráveis. Por isso, neste post queremos te ajudar a se posicionar em oração em favor daqueles que não podem se defender.

 

Oração por proteção – 1 Tessalonicenses 3:1-5

1 Por fim, irmãos, orai por nós, para que a palavra do Senhor seja divulgada e glorificada, como também aconteceu em vosso meio,

2 para que nos livremos de homens perversos e maus; pois a fé não é para todos.

3 Mas o Senhor é fiel e vos fortalecerá e guardará do Maligno.

4 E, quanto a vós, confiamos no Senhor que não só estais fazendo como também fareis o que vos ordenamos.

5 Que o Senhor guie o vosso coração no amor de Deus e na perseverança de Cristo.

Tendo em mente os pequeninos, peça ao Senhor:

  • Que eles sejam protegidos dos homens perversos e maus que os atormentam.
  • Por fortalecimento;
  • Por proteção do maligno;
  • Que o Senhor direcione seus corações para a revelação do amor de Deus por eles.
  • Que eles tenham a mesma perseverança que havia em Cristo.

 

Oração por justiça – 1 Timóteo 2:1-4

1 Antes de tudo, exorto que se façam súplicas, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens,

2 pelos reis e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranquila e serena, em toda piedade e honestidade.

3 Isso é bom e agradável diante de Deus, nosso Salvador,

4 que deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade.

O Senhor é o maior interessado em fazer justiça em favor daqueles que não podem se defender. Inclusive, existe um dia reservado para o Senhor vingar toda a injustiça feita aos seus (Is 34:8). Mas enquanto sua justiça ainda não se manifesta em plenitude, podemos clamar para que Ele intervenha, ainda nessa era, sobre as autoridades, os governantes e sobre aqueles que fazem as leis, para que todos tenham uma vida tranquila. Peça ao Senhor:

  • Pela vida de todos aqueles que exercem algum tipo de autoridade no Brasil, que eles sejam cheios da sabedoria que vem do alto (Tg 3:17);
  • Que as autoridades brasileiras sejam instrumentos na mão do Senhor para Ele exercer justiça na vida dos indefesos;
  • Para que ele intervenha com justiça a favor dos pequeninos, e eles tenham uma vida tranquila.

 

Oração por esperança – Romanos 15:13

13 Que o Deus da esperança vos encha de toda alegria e paz na vossa fé, para que transbordeis na esperança pelo poder do Espírito Santo.

Nossa esperança está em Deus e Ele é poderoso para restaurar a alegria, a paz e a esperança de todas as vítimas de abuso. Tendo essas pessoas em mente, peça ao Senhor:

  • Que os encha de alegria e paz;
  • Por um transbordar de esperança;
  • Que pelo poder do Espírito Santo eles tenham sua esperança, alegria e paz restaurados.

 

Oramos a um Deus compassivo

Posicione seu coração a favor daqueles que não podem se defender e interceda com fé e ousadia. Talvez não pareça fazer muito, orar um versículo da Bíblia. Entretanto, não oramos a um Deus que está indiferente, mas a um Deus que é atraído em compaixão pelo sofrimento dos seus pequeninos. Como igreja, podemos tomar atitudes práticas para combater o abuso infantil, mas podemos e devemos nos colocar em oração e intercessão pelos mais vulneráveis.

Dia 18 de Maio é o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes no Brasil. Você sabia que em nosso país, a cada 1 hora, é estimado que, 4 crianças ou adolescentes sejam vítimas de violência sexual?

Portanto, devido aos dados alarmantes que mostram a realidade brasileira, no mês de Maio, instituições de todo o país se mobilizam para dar destaque e voz a esta causa. Além disso, realizam ações de reflexão e sensibilização para a importância de proteger crianças e adolescentes do abuso e exploração sexual.

Assim, a proposta da campanha, que em 2020 teve maior visibilidade através das redes sociais, influenciadores e celebridades, é destacar a data para sensibilizar, informar e convocar toda a sociedade a participar dessa luta.

Então, acreditamos que como cristãos, parte do nosso papel é abraçar esta causa. Orando, ajudando a conscientizar as pessoas ao nosso redor e protegendo nossas crianças e adolescentes.

Nós entendemos a importância do texto bíblico que diz:

Abre a tua boca em favor dos que não podem se defender; sê o protetor dos direitos de todos os desamparados! Pv 31:8

Portanto, durante o mês de maio iremos compartilhar textos com informações de como você pode orar por essa situação. Além disso, dados, informações sobre essa realidade brasileira e como você pode abraçar essa causa.

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Entre conosco nesta campanha.

Ore, compartilhe, denuncie. Seja a voz para aqueles que não tem voz – a qualquer suspeita de abuso e exploração, disque 100.

Ore por proteção, justiça e esperança para as nossas crianças (Romanos 15:13).

ABUSO NÃO É BRINCADEIRA!

#maiolaranja

O Senhor que sustenta

No último texto da série, lemos a respeito de como acontece a proteção do Bom Pastor e como é a sua liderança em nossas vidas quando as circunstâncias ao redor não são favoráveis.

No texto de hoje vamos refletir especificamente no verso 5 de Salmos 23. Vamos compreender o significado dos dizeres do salmista sobre a mesa, o óleo e o cálice e, assim, perceber o cuidado perfeito do Pastor. Afinal, é o Senhor que sustenta

“Preparas para mim uma mesa diante dos meus inimigos;
unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda.” Sl 23:5

O Senhor sempre cuida de nós: seja como pastor, seja como hospedeiro — alguém que nos recebe em sua casa como hóspedes.

Deus usa, em Sua palavra, as figuras de coisas materiais para falar a respeito de coisas espirituais: neste versículo, temos a mesa, o óleo e o cálice.

A mesa

A mesa mostra que o Senhor nos sustenta nos dando força. Através dela o hospedeiro recebe o cansado, aquele que passou pelo deserto, em sua casa, onde ele prepara uma farta mesa para seus hóspedes. Portanto, trata-se de um lugar de renovo e fortalecimento.

Assim, temos a imagem do Senhor nos recebendo e nos servindo com grande alegria e fartura, providenciando abundantemente tudo aquilo de que precisamos. Essa imagem nos mostra que Ele nos fortalece e nos sustenta, mesmo em meio às dificuldades que enfrentamos ao longo da vida.

Assim como o Senhor fez com Davi, fornecendo provisão em meio ao caos e à perseguição, nós também experimentamos isso em Cristo. Sendo assim, quando nos sentimos sobrecarregados em meio às muitas aflições da vida, Ele nos revigora e nos sustenta.

O óleo

O óleo fala a respeito de propósito. Vemos isto no Antigo Testamento, quando homens eram ungidos com um propósito específico. Assim, estes homens eram cheios do Espírito e eram capacitados pelo Senhor. Ao serem ungidos com óleo, havia um derramar abundante que transbordava deles.
O mesmo ocorre conosco quando somos recebidos pelo Senhor: recebemos a Sua unção em abundância, pois é derramado sobre nós o Espírito Santo e a Sua plenitude. E o nosso propósito é que fomos criados para a glória de Deus; como filhos de Deus e representantes do Rei nesta terra, devemos conhecer a Deus e glorificar a Ele. À medida que nos assentamos à Sua mesa, Ele nos unge e nos dá um propósito, e esse propósito nos fortalece.

O cálice

O transbordar do cálice significa que o Senhor nos dá alegria. Deus nunca prometeu uma vida perfeita, sem dificuldades ou desafios, mas Ele nos promete alegria ao longo da jornada. Portanto, se não compreendermos isso, viveremos murmurando e não experimentaremos o sustento que há em nos regozijarmos no Senhor mesmo em meio às dificuldades. No vale da sombra da morte ou na presença dos nossos inimigos, sentimos a presença do Senhor nos sustentando.

Deus não apenas nos enche, mas nos faz transbordar da Sua alegria. No Senhor existe uma fonte inesgotável de alegria; não se trata simplesmente de um encher, mas um transbordar. Não é por nosso próprio mérito que isso está disponível para nós; mas porque em Cristo Jesus, somos abençoados com todas as bênçãos espirituais (Ef. 1:3).

A plenitude em Cristo

Sem Cristo, não há banquete, propósito ou alegria. Sem Ele, estamos destinados ao nosso próprio caminho que leva à morte.
Vemos na Palavra que Cristo se assentou à mesa com seus discípulos, declarando que se entregaria por amor a nós. Ele é o pão da vida (João 6:33,35), o verdadeiro sustento, do qual devemos nos alimentar.

Cristo foi ungido para o seu próprio sepultamento. Maria o ungiu com um frasco de perfume, preparando-o para o propósito de morrer em uma cruz (João 12:3,7).

Cristo bebeu da taça da ira divina (Mt 26:39). Assim, Ele experimentou o julgamento pelo pecado da humanidade e levou sobre si o castigo que nós merecíamos por sermos inimigos de Deus. Jesus bebeu do cálice da ira divina, para que nós pudéssemos beber do doce cálice que transborda da alegria que há em Deus, da intimidade e da satisfação que encontramos Nele.

O Senhor que sustenta

Portanto, as ovelhas ouvem a voz do seu Senhor e o seguem (João 10:3). Assim, que possamos ouvir a voz do Bom Pastor, aquele que deseja nos hospedar, preparar para nós um banquete e sustentar-nos em todos os momentos. Nada nos faltará pois Ele estará presente.

Fé e obras – vamos entender a relação delas? Falar sobre fé e obras é compreender a vivência cristã no cotidiano. Sabe por quê? Porque há sim, relação entre as duas e elas fazem parte da nossa jornada, do nosso amadurecimento e crescimento em Cristo. Qual o lugar das obras na salvação?  Há muitas dúvidas e divisões de opiniões nesse tema.

Ter fé sem obras é viver uma religiosidade que apenas ouve

Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo? Tiago 2:14

Para começarmos a compreender esse texto de Tiago, é preciso perceber que esse texto em específico não está tratando primariamente sobre salvação. E que a palavra salvação descrita no versículo, no original grego é no sentido de “preservação”.  Tiago está tratando aqui de uma vida de religiosidade que apenas ouve e não pratica ou que não vive de acordo com aquilo  que  tem ouvido e crido.

Por isso, a relação de fé e obras não está atrelada a salvação nesse contexto que Tiago está escrevendo. Tanto que ele mesmo  diz isso no texto: “Se um irmão ou irmã estiver necessitando de roupas e do alimento de cada dia e um de vocês lhe disser: “Vá em paz, aqueça-se e alimente-se até satisfazer-se”, sem, porém lhe dar nada, de que adianta isso”? Tiago 2:15-16.

Em outras palavras, é como se Tiago estivesse dizendo: O que vocês fazem nesse caso? Vocês o mandam embora dizendo que vão orar por ele? Não que orar seja ineficiente, então que a oração seja o início de uma atitude que vocês vão tomar após verem a necessidade alheia.  Agir de maneira desconectada, não é suficiente, entende? Mas que obras são essas que Tiago está tratando aqui? Não são as obras e ações atreladas a salvação, ou a como ganhar o favor de Deus. Mas é relacionada em como vivemos no favor de Deus, percebe a diferença?

A influência do Período da Reforma

Em  segundo, precisamos nos lembrar que esse texto começou a ficar polêmico na época da Reforma Protestante. E o principal opositor a essa epístola foi Martinho Lutero, chegando a sugerir que a retirassem do Novo Testamento. Mas não ficaremos bravos com ele. Entendendo o contexto da Reforma dá para compreender a preocupação que os reformadores tinham.

Afinal, nesse  período  eles combatiam muitas  heresias e confusões. Logo, tudo que desse a ideia de lei atrelado ao legalismo causava um tipo de repulsa neles. Pois, era como se causasse confusão na questão central da salvação ser pela graça. Isso é compreensível, certo?

Dessa forma, era necessário trazer essa libertação no entendimento das pessoas que viviam uma religião de obras,  em que  se faziam barganhas para  adquirir salvação. Não se entendia que a salvação era por meio da fé em Cristo e não pelas obras.  Lembrando que nessa época também, as pessoas não tinham acesso a bíblias como nós temos hoje. Então, as pessoas só sabiam o que era ensinado por intermediações de líderes da época.

Mas hoje, nós sabemos que a salvação é por meio da graça, que não precisamos fazer nada para “herdar” esse favor. Sabendo disso, como eu pratico fé na minha vida? Como vivemos a liberdade que Jesus ofereceu através do sacrifício no meu cotidiano?

Se retirarmos a questão da salvação e pensarmos apenas na vivência da fé, no dia a dia no favor de Deus, então podemos compreender melhor o que Tiago quis dizer. Vamos apenas trocar a ênfase do que provavelmente Tiago quis dizer, para  mudar o nosso entendimento ao ler o texto.

A fé que se move em obras de amor

Sendo assim, já temos o amor, o favor de Deus e agora, como viveremos a partir desse favor? A salvação é uma realidade, já a ganhamos, então agora como nos movemos?

As obras do amor surgem da liberdade e não para querer ganhar algo de Deus. Pela fé entendemos que somos Filhos de Deus por isso agimos em amor. Amamos o nosso próximo e  oferecemos perdão aos que nos ofendem. Tratamos os outros em graça, em amor e sem esperar  nada em troca.

Ou seja, a fé nos leva a ter ações para com o outro. Produzimos frutos de serviço, de amor e  bondade.  A fé não é morta, ela é viva e se move.  Como Tiago mesmo diz, ela se moverá na verdadeira religião: ”A religião que Deus, o nosso Pai aceita como pura e imaculada é esta: cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades e não se deixar corromper pelo mundo”. Tiago 1:27.

Percebemos então que a condição para começar no pacto da graça é sempre e somente a fé na obra de Cristo. Logo, a condição de continuar na aliança é entendida como obediência aos mandamentos de Deus. Embora esta obediência não funcionasse no Antigo Testamento ou no Novo Testamento para ganhar mérito com Deus. Se nossa fé em Cristo é genuína, ela irá produzir obediência. E obediência a Cristo no Novo Testamento é considerada uma das provas necessárias de que somos verdadeiros crentes e membros da nova aliança (I Jo 2:4-6).

A fé genuína resulta em obras de obediência a Deus

Finalmente, um aspecto importante da evidência de que somos crentes genuínos está em uma vida de obediência aos mandamentos de Deus. Assim, sabemos que estamos nele: “aquele que diz estar nele deve andar como ele andou “(I Jo 2:4-6). Você não precisa de uma vida perfeita. João está dizendo que, em geral, nossa vida deve ser como Cristo e imitá-lo em tudo o que dizemos e fazemos.

Por certo, se tivermos uma genuína fé salvadora, haverá resultados claros em obediência  nas nossas vidas (ver também I João 3:9-10,24; 5:18). Um aspecto importante de obediência a Deus inclui amar outros crentes. “Quem ama seu irmão permanece na luz” (I Jo 2:10). “Nós sabemos que passamos da morte para a vida porque amamos nossos irmãos. Quem não ama permanece na morte “(I Jo 3:14,17 e 4:7).

Por fim, na comunidade de Tiago faltava comida e roupa.  E a resposta é a fé que age e que atua pelo amor. Fé e obras, que agem e não apenas ouvem. E em nossas comunidades, o que está faltando que podemos ser resposta? Uma evidência deste amor é continuar na comunhão cristã (I Jo 2:19), e outra é dar ao irmão necessitado (I Jo 3:17, cf. Mt 25:35-46).

Assim também a fé, por si só, se não for acompanhada de obras, está morta”.
Tiago 2:17.