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A esperança que vem de Deus

Oração

Talvez você saiba muito bem o que é sofrimento. Pode ser uma dor na alma que reflete no físico. Muitas vezes é  algo profundamente escondido que você não tem clara compreensão, você pode sentir medo, aflição e ansiedade. Até mesmo com o tempo você até se acostumou com essa dor e esses sentimentos. 

O cristianismo não nos livra das tribulações e dos desafios da vida. A princípio, Jesus mesmo nos avisou que apesar de passarmos por aflições, devemos manter o bom ânimo. Porque Ele venceu o mundo. Quando o Senhor afirmou essas palavras, Ele estava se despedindo dos seus discípulos pois subiria aos céus.

“Estas cousas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.” João 16.33

De igual modo, também somos chamados a vencer com Cristo. Sendo assim, precisamos refletir sobre as marcas da esperança que a Bíblia nos ensina. O que ela pode gerar em nós independente das situações enfrentadas? Precisamos pensar a respeito dessas verdades e ter nossas mentes renovadas pela Palavra de Deus.

O Deus da Esperança

“E o Deus da esperança vos encha de todo o gozo e paz no vosso crer, para que sejais ricos de esperança no poder do Espírito Santo.” Romanos 15.13

A esperança que vem de Deus não é fruto do nosso desejo de que as coisas terminem bem. Não é uma tentativa de apenas crer que o impossível pode acontecer. Estes são alguns dos aspectos da esperança, mas não a totalidade de seu significado.

A esperança não é fruto do acaso. . Ela é uma expressão da fé e  confiança no caráter de Deus. Ela vem do próprio Deus, que nos dá graça para confiar que Ele  tem cuidado de nós e se mantém fiel ao que pensa e diz a nosso respeito.

Paz no vosso crer

Para os homens que temem ao Senhor, a paz não é a ausência de conflitos. Sendo assim, mesmo em meio a ruídos, barulhos ou guerras, a esperança que vem de Deus nos mantém em perfeita paz interior. . E ela pode ser sentida como  uma brisa suave que tranquiliza a alma, em momentos que o comum seria sentir medo. ou mesmo como aquela sensação de paz que inunda a alma em uma situação onde o natural humano seria ter medo.

Por outro lado, é importante frisar que a esperança não é apenas um sentimento. Ela está relacionada com a fé em crer que  o Homem de Paz, Jesus Cristo, está conosco. E nos conduz com propósito. Deus nunca perde o controle de nenhuma questão. Ele é Soberano sobre tudo o que acontece.  

Uma vez ao orar a respeito dessa paz que é  descrita em Filipenses 4:7, entendi e experimentei literalmente o que a Palavra fala: 

 “E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus. Filipenses 4.7

É algo que não consigo explicar em palavras, mas foi uma experiência totalmente palpável. No dia seguinte a essa oração, , meu pai sofreu um acidente de carro terrível e por um milagre escapou com poucos arranhões. Sou muito apegada a minha família e se fosse em outros tempos,  deixaria tudo o que estava fazendo a fim de correr para a casa deles e tentar “controlar” as coisas. Na ocasião, entendi que Deus estava cuidando de tudo e que eu deveria ficar onde estava e apenas confiar.

Gozo é a alegria que vem do Espírito Santo

“Disse-lhes mais: Ide, comei as gorduras, e bebei as doçuras, e enviai porções aos que não têm nada preparado para si; porque este dia é consagrado ao nosso Senhor; portanto não vos entristeçais; porque a alegria do Senhor é a vossa força.” Neemias 8:10

No capítulo 8 de Neemias, observamos o livro da Lei de Moisés sendo trazido à praça pública a fim de ser lido para o povo. O Governador Neemias, o Escriba Esdras, os levitas e os sacerdotes passaram a ensinar as prescrições de Deus. Isso gerou comoção e choro no meio dos israelitas – “Porque todo o povo chorava, ouvindo as palavras da Lei” (Neemias 8.9).

Nesse momento, o povo foi encorajado pelos líderes a serem fortalecidos pela alegria do Senhor. A Palavra nos exorta, ensina e  leva ao arrependimento. Mas, também precisa gerar em nós uma alegria profunda. Jesus morreu pelos nossos pecados e ao terceiro dia ressuscitou e em breve voltará. Essa é a nossa verdadeira Esperança. Um dia Ele voltará e restaurará todas as coisas. É nessa promessa que nosso coração pode descansar e se alegrar.  

Toda Escritura foi dada com o fim de gerar em nós a vida de Deus  e do Filho mediante o Espírito da Verdade que habita no coração dos Filhos de Deus. Tudo foi escrito para nosso ensino e fortalecimento. Pelas Escrituras aprendemos a ter paciência, somos consolados e temos esperança do Espírito arraigada em nosso interior como árvores com raízes profundas.  

“Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança.” Romanos 15.4

A esperança não gera confusão 

Começamos este texto falando sobre o sofrimento que pode assolar o coração do homem, gerando dúvidas, medos e desesperanças. Porém, Jesus nos encorajou a passarmos por todos os desafios com bom ânimo. Além disso, observamos que a Esperança vem de Deus e, é gerada pelo Espírito Santo. Ela não anda sozinha, mas acompanhada da fé e gera em nós intensa alegria. o crer. 

Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado.” Romanos 5.5

Então, lembre-se: Jesus quer soprar esperança e trazer consolo ao nosso coração. E os  planos que Ele tem são melhores do que podemos imaginar.  Oremos com convicção e esperança.

Conte-nos: que marcas da esperança tem fluído em sua vida? 

Você considera seu tempo sagrado? Hoje eu quero refletir junto com você sobre o tempo. É engraçado como cada pessoa  cuida de forma diferente desse “tempo”. Como estamos vivendo nossos dias? Qual data é tão esperada por nós? O que estamos esperando? 

Os mais atarefados vão circular em seus calendários e agendas as datas de reuniões importantes. Os que gostam de viagens vão circular os dias de suas férias. Os mais familiares vão circular em seus calendários as datas de aniversários. E isso mostrará o valor que o tempo tem a cada um de nós.

É importante notarmos também, que às vezes temos a sensação de que o tempo parou. Fazemos as mesmas coisas ano após ano, dia após dia. Como C. S. Lewis disse: “Não é engraçado como dia após dia nada muda, mas quando olhamos para trás, tudo está diferente?” Intrigante não é mesmo? Esses detalhes são importantes para analisarmos como essas coisas rotineiras são o quê de fato estão definindo o que nos tornaremos em breve. Consegue perceber?

Enxergando o comum como um tempo sagrado

Portanto, cada dia, por mais comum que pareça, é carregado de sentido. E se todo o nosso tempo fosse sagrado? Temos a ideia de que sagrado é somente o tempo que temos lá no culto ou nas reuniões que fazemos em casas com os grupos das nossas igrejas. Mas, e todo o restante dos nossos dias da semana?

Eu sei que é difícil ver como sagrado as coisas dos nossos cotidianos, tais como: dormir, arrumar a cama, escovar os dentes, nos alimentarmos, participar de reuniões no escritório, visitar clientes, ficar preso no trânsito, enfrentar ônibus lotados, levar as crianças na escola, ir para faculdade, lavar roupas, tomar banho e por aí vai…

E se Deus se importasse por cada uma dessas tarefas? Será que nós não mudaríamos nossa percepção a tal ponto de não mais deixarmos para o final da noite, nas nossas últimas forças, o tempo da oração?

É involuntário, eu sei, mas talvez nós pensamos no nosso inconsciente que o processo da santificação só acontece nos momentos de jejum ou de adoração nos cultos. Mas o processo de santificação durará nossa vida inteira, e isso inclui nosso tempo nas atividades do nosso cotidiano ( II Cor. 3:18). Não devemos desconectar do nosso dia a dia o processo de transformação que Deus está operando em nós. Que por sinal é onde mais gastamos o nosso tempo: nas atividades cotidianas.

Estamos sendo moldados

Ademais, perceba que muitas vezes nós não nos sentimos tão produtivos assim, por vezes é tão difícil levantar e sair da cama! Estamos cansados e é normal, pois nem todos os dias são iguais. Não são todos os dias que queremos acordar cedo, que queremos resolver conflitos no trabalho. Mas são nessas disciplinas calmas e repetitivas do dia a dia que a vida do cristão deve ser pautada. Observe como o fato de precisarmos cuidar do nosso corpo, por exemplo, nos alimentar e descansar, demonstra nossa finitude. Precisamos de um cuidado diário. É como um reflexo de nossa fé, de como somos dependentes em nossa obediência diária a Deus, momento a momento. Somos moldados pelo que fazemos diariamente. 

Jesus viveu uma vida cotidiana

Agora perceba algo interessante: pouco sabemos do que Jesus fez em 30 anos. Sem dúvidas, ele viveu nesse tempo uma vida cotidiana. Jesus trabalhou como carpinteiro, que sabemos que ele foi. Então nós vemos que o trabalho diário tem seu valor em nosso processo de transformação, ele é santificado e consagrado. Se Jesus passou a maior parte de sua vida de forma cotidiana, fazendo o que achamos comum como dormir, comer, tomar banho, bocejar, acordar de bom ou de mau humor, então há de se observar que a vida toda está sob o senhorio Dele.

Não há atividades rotineiras pequenas demais que não possam refletir a glória de Deus. Vale ressaltar que quando Jesus foi batizado e Deus declarou seu amor sobre Ele, Jesus ainda estava no anonimato. Ele não havia feitos grandes milagres e nem tinha ainda sido tentado no deserto. Mas a identidade Dele foi dita: “És meu filho amado”. Em seguida, uma voz dos céus disse: “Este é meu Filho amado, em quem muito me agrado”. Mateus 3:17

O tempo é sagrado e o nosso cotidiano é importante

Afinal, não somos definidos primariamente pelo quão produtivos somos ou pelas nossas capacidades, por nosso estado civil, nem pelo nosso histórico de sucesso ou fracassos, mas pelo fato de sermos Selados no Espírito Santo e amados pelo Pai.

Se conseguirmos mudar nossa visão a respeito do nosso dia a dia, vendo–o como sagrado, e o quanto o “nosso tempo” aqui é importante para produzir em nós raízes profundas de transformação e santificação, aprenderemos a encontrar alegria e a rejeitar desesperos em momentos difíceis que já passamos ou que ainda passaremos.

Todavia, falamos que cremos na soberania de Deus, mas é necessário mais que isso. Precisamos viver a experiência das pequenas coisas de um longo dia comum. E, assim, viver cada momento do nosso dia se relacionando com Deus, pois Ele é o Emanuel, “O Deus Conosco”.  Mas como fazer isso sem ter a sensação de que estamos desperdiçando nosso tempo? Por meio da oração, aprenda a orar desde o acordar até se deitar para dormir. Faça da sua vida uma oração constante. 

Que Deus te abençoe!

 

Por isso, é importante se perguntar se conhecer a Deus é algo que você tem sentido de urgência? Será que a Bíblia não exagera um pouco nesse ponto? E por fim, será que isso não interfere na sua vida mais do que você imagina?

Esses são os tipos de perguntas que confrontam qualquer cristão. Não importa o cargo que você exerça em sua igreja local, refletir sobre a sua jornada com Deus é um caminho benéfico que o faz rever muitas de suas ações. 

Imagina que o conhecimento que Deus tem a seu respeito não muda o fato de ele te amar e buscar se relacionar com você. A diferença está que ser conhecido por Deus é também saber que ele fala como um amigo sobre aquilo no qual ele se sentiu ofendido,  e o perdoa como alguém muito famoso que abre o coração para deixar você participar de tudo como membro da casa, parafraseando J. Parker em Conhecimento de Deus.

 

O que você deseja quando está buscando conhecer a Deus?

 

Jeremias registra o sentimento de Deus em relação ao seu povo: “O meu povo é tolo, eles não me conhecem. São crianças insensatas que nada compreendem. São hábeis para praticar o mal, mas não sabem fazer o bem.” Jeremias 4:22

A questão aqui não é sobre saber fazer o bem, muito menos sobre fazer o bem sem precisar de Deus. Esse pensamento apenas revela as reais motivações do coração humano, de continuar vivendo autônomo, sem Deus. E também, retrata uma tentativa de justificação própria.

Por outro lado, a questão é que se você está buscando amar a Deus, pois em algum momento você precisará amá-lo mais que a si mesmo. Porque conhecer a Deus é entender que as coisas giram em torno de Deus e não de si próprio.

 

Tenha consciência de seus desejos

 

É fácil nascer esforços quando a sua imagem está em jogo. E muito acontece que as pessoas amam a sua própria imagem, mas vivem como insensatas. Amam sua posição, mas não são aptas a lidar com as consequências de sua ganância. 

É verdade, amar a si próprio é mais fácil. E com isso, amar a Deus de graça é impossível. Não há freios que o parem. O ser humano é como uma locomotiva desgovernada. E é verdade que ele é governado pelos seus desejos. Porém, Deus afirma que são desejos maus.

Amplie a sua compreensão da graça de Deus

 

Já as Escrituras apresentam Deus como aquele que merece toda a glória, e que se importou com a humanidade ao encontrá-la desse jeito. Ela estava devastada por sua própria avareza e falta de freios.

E deste mesmo modo, as Escrituras nos mostram que comparado a Deus, tudo é insignificante. Mas, ele, mesmo assim, continua a dar coisas boas para o seu prazer e gozo, porque ele sabe que você é capaz de honrá-lo com essas coisas.

 

Faça tudo para a glória de Deus

 

Então a vida não precisa ser pesarosa. Pois fazer muitas coisas não melhora a sua imagem diante de Deus. No entanto, conhecer a Deus e ser conhecido por ele, melhora tudo o que você sabe a respeito dele. Deste modo, conhecê-lo é motivo de glorificá-lo, e sim, glorificá-lo passa a ser sua missão de vida.

Saber quem Deus é interfere na sua identidade

 

Deus ama você por pura graça e misericórdia. Ele se inclinou a você para ouvi-lo e para considerar a sua existência. Mesmo que ninguém o conheça, ele o conhece profundamente, e também está ciente de seus desejos maus. Mas a verdade é que ele deseja transformar os seus maus desejos em pensamentos que percebam a graça dele presente em toda parte de sua vida. Se arrepender e buscá-lo de todo coração é a melhor oferta.

Não deixe a vida passar sem perceber o quanto Deus o ama. Não só isso, mas também, o quanto ele é fiel, bom, justo, misericordioso e o quanto nos falta entendê-lo melhor para o amar mais e da melhor forma possível. Pois, disso depende a sua vida, conhecer a Deus e ser conhecido por Ele.

|| Transições || Ninguém está preparado para elas, tanto os que vão, como os que ficam. Devíamos estar acostumados de que em nossa jornada muitos chegarão e muitos partirão.Mas a verdade é que nunca estaremos. Isso mostra nossa humanidade. Eu e você já passamos por isso e vamos passar ainda mais vezes. São ciclos que se encerram e nos trazem momentos de reflexão sobre os propósitos de nossas vidas. 

Sabe, Jesus antes de partir deu vários sinais e indicações aos discípulos de que Ele estava indo. Mesmo assim os seus discípulos sofreram

Então Jesus disse: Estarei convosco um pouco mais de tempo; depois irei para aquele que me enviou.  Vós me procurareis e não me achareis; e não podereis ir para o lugar onde estarei. João 7: 33.34

Imagine a insegurança que os discípulos sentiram. No lugar deles, nós sofreríamos também. Mas Jesus também disse que a sua partida traria benefícios a eles:

Todavia, digo-vos a verdade; é para o vosso benefício que eu vou. Se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, se eu for eu o enviarei.  E quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo. João 16: 7.8

Aqui nós vemos a fé entrando nos corações dos discípulos durante a jornada. Jesus disse que deixaria o Consolador que apontaria o caminho e que os  revelaria aquilo que eles precisariam saber para prosseguir.

O que podemos aprender com as transições

Em contrapartida, as transições nos fazem refletir sobre nossas inseguranças. Sim, porque às vezes nos apegamos tanto às pessoas ou situações e esquecemos que nosso porto seguro é o Senhor. E é nesses momentos que voltamos nosso olhar Àquele que começou a boa obra em nós, e nos lembramos que cada um tem seu propósito nessa jornada cristã. Durante a nossa jornada, até o retorno de Jesus, nós seremos provados em cada etapa. No nosso amor pelo Senhor e naquilo que Ele nos chamou para fazer.

Podemos ver em toda história isso acontecendo: na vida de Moisés e Josué, Davi, Paulo, Pedro. Esses homens de Deus eram a segurança do seu povo e por vezes o Senhor os transicionou. A insegurança nos mostra que estávamos confiando em algo que não era o Senhor. É Dele que vem a voz e a direção que precisamos. É claro que precisamos uns dos outros, mas por que estamos onde estamos?

Ademais, quem muda muito, por falta de adaptação, não ouviu o chamado, pois o chamado não depende da adaptação, mas sim da confiança naquele que nos chamou. Sejamos fiéis a essa voz que nos chamou. Não queremos ser desses que se apavoram e se vão de um lado para o outro sem direção. 

Aprenda a celebrar

É engraçado como essas situações acontecem. Por isso te encorajo a Celebrar. Sim! Celebre partidas e Celebre chegadas. Chore sim com os que vão, sinta saudades, deixe essa dor sair de você, mas depois Celebre o período de mudança, do novo de quem está transicionando. E a alegria de quem chegará e de novas amizades, novas histórias.

 Mas e se você for o que sempre fica? Aquele que sempre vê pessoas indo embora e pessoas chegando? Celebre também, não há algo mais lindo do que oportunidades de relacionamentos e possibilidades de ter amigos por todos os lugares. Faça pontes e conexões. Pois, mais transições virão e isso nos provará nossa fidelidade ao Senhor.

Por fim, minha oração é para que Deus traga luz e nos mostre o caminho. Que Ele nos anime, mesmo em meio às incertezas Ele nos mostre onde está o nosso coração e nos alinhe para irmos aonde Ele quer nos conduzir, pela Sua graça. Que possamos crescer no conhecimento desse Deus que está conduzindo com toda maestria, todo esse movimento central para o retorno do Seu Filho Jesus. Que em meio a tudo isso, o Senhor seja Senhor sobre tudo em nossas vidas.

 

O Deus de paz, que pelo sangue da aliança eterna trouxe dentre os mortos  nosso Senhor Jesus Cristo, o grande pastor das ovelhas,
Vos aperfeiçoe em toda a boa obra, para fazerdes a sua vontade, realizando em nós o que perante ele é agradável,  por meio de  Jesus Cristo, a quem seja a glória para todo o sempre. Amém. Hebreus 13: 20 – 21.

 

Caminhar vencendo as tentações é o desejo de todo cristão genuíno. Porém, muitos acreditam não ser possível resistir aos desejos da carne. O pecado que tenazmente assedia, faz duvidar que somos filhos de Deus. Mas, essa não é a verdade sobre nós. É preciso compreender que a Bíblia traz recursos que nos farão resistir às tentações. Sendo assim, nos tornamos vencedores. Jesus é a Palavra que nos faz andar vencendo as tentações.

Hoje trataremos de alguns pontos que nos ajudam na luta contra o pecado.  O primeiro aspecto a destacar é que Deus não permite que sejamos tentados além dos limites que podemos aguentar. Muito pelo contrário. Apesar d’Ele permitir a tentação, também providência livramento. Isto é, nos dá estratégias para que possamos resistir.

É preciso aprender a vigiar. E, um dos segredos para isso, é não pensarmos de forma altiva a nosso próprio respeito. Uma atitude que precede a queda ao pecado é acreditar que somos autossuficientes.

“Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia. Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que possais suportar.” I Coríntios 10.12-12

Orem para que não caiam em tentação

“Vigiai e orai, para não cairdes em tentação. O espírito, com certeza está preparado, mas a carne é fraca.” Mateus 26.41

Jesus disse essas palavras alguns momentos antes de enfrentar a Cruz. Ele estava no Getsêmani com Pedro e os filhos de Zebedeu. Sua alma estava em agonia e o que Ele desejava era ter amigos que vigiassem com Ele. Para que, assim, fosse possível dividir um pouco de sua dor.

Entretanto, lamentavelmente, seus amigos dormiam. Não podemos negar que provavelmente, havia ali um peso da opressão que os deixavam sonolentos. Jesus estava consciente da tribulação que viria sobre ele e seus amigos. Eles seriam tentados. Jesus os advertiu a se tornarem vigilantes, pois apesar estarem fortes no espírito, a carne rugiria de fraqueza diante daquilo que viria acontecer. A alma se tornaria tempestade.

Somos tentados pelos nossos medos. E, por aquilo que pode nos dar prazer, mesmo sendo legítimo. A oferta é que seja realizado na hora errada e independente da vontade de Deus. O pecado acontece quando tentamos fazer do nosso jeito aquilo que Deus quer que façamos do jeito d’Ele e segundo Sua Palavra. Não foi essa situação que aconteceu com Adão e Eva? 

Submetam-se a Deus

“Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.” Tiago 4.7

Você já tentou resistir ao pecado com todas as suas forças e acabou se rendendo? Quem sabe até se sentiu de alguma forma envergonhado, não é mesmo? O que acontece é que, muitas vezes, tentamos andar na força do nosso braço. Precisamos entender que não podemos resistir ao diabo sem nos submetermos a Deus com todo o nosso coração e alma.

Não adianta relutar e nem fugir do Senhor. É preciso nos sujeitar a Ele e ao processo que temos que passar. Em nossas tentações, temos ido ao Senhor em oração? Ou, temos nos calados em orgulho? Temos buscado sua face ou nos arrastados em dor e desilusão?

Quando entendemos que em Seu amor obtemos a força necessária para vencermos as tentações, fluímos em Seu poder. Nosso coração não deve ser duro diante do que temos que enfrentar, mas que se torne tenro em sujeição e amor ao Senhor.

Jesus se identifica e nos ajuda

“Pois, naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer o que são tentados.” Hebreus 2.18

Jesus, se identifica com cada um de nós. Ele se tornou humano nascendo como um bebê. Passou por todas as fases da vida até sua morte aos trinta e três anos. Cresceu em estatura e graça, diante de Deus e dos homens. Ele teve uma família. Sentiu-se entristecido e angustiado. E, chorou pelo amigo que estava morto. Tantas vezes se compadeceu e com compaixão amou. Amou a multidão, curou os feridos. Amou os seus discípulos, até mesmo quem lhe traiu e o que negou. Jesus também foi guiado pelo Espírito no deserto para ser tentado por quarenta dias.

“Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou ao Jordão e foi guiado pelo mesmo Espírito, no deserto, durante quarenta dias, sendo tentado pelo diabo…” Lucas 4.1-2a

O diabo atacou Jesus questionando-o em sua identidade de filho de Deus. Em tudo o que o diabo a desafiava, Jesus respondia citando uma parte da escritura. E, mais do que conhecer a Lei, Ele é a própria Palavra. Assim, Ele nos ensina que se queremos vencer a tentações, também precisamos ter o mesmo nível de intimidade com Ele e com tudo o que Ele diz.

Jesus sabe como nos socorrer. Ele nos faz lembrar das escrituras e de toda e qualquer história que for importante no momento em que estamos sendo provados. Ele é o nosso refúgio e fortaleza. Ele nos ajuda em nossas fraquezas.

Vencendo as tentações pelo amor

“Mas, em todas essas coisas somos mais que vencedores, por meio daqueles que nos amou.” Romanos 8.37

Jesus não nos deixou sós, Ele nos deu o Seu Espírito o qual nos ajuda em todas as coisas. Independentemente do que temos que passar, há uma promessa sobre nós. Ele estará conosco. E que maravilhoso é saber que em tudo somos mais que vencedores por meio do seu amor. E mesmo quando não resistimos às tentações, temos um advogado no céu, o qual intercede por nós. Basta confessarmos os nossos pecados, pois Ele é Fiel e Justo para nos perdoar e purificar de toda injustiça. Sim, o seu sangue nos livra da morte.

Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo;” I João 2.1

“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” I João 1.9

Você também está vencendo as tentações? Quais estratégias o Senhor tem te dado para permanecer inabalável? Lembre-se que esses são apenas alguns pontos. O Senhor esteja contigo e te dê vitória sobre o pecado.

“Deleita-te no Senhor e Ele concederá os desejos do seu coração.” Salmos 37:4. Deleitar e descansar diz muito a respeito do que nós adoramos e amamos. E estamos cientes que vivemos num mundo cheio de prazeres. Temos objetivos, desejamos coisas, afetos e felicidade.

E diante disso tudo, Deus nos chama a sermos seus por meio de Cristo Jesus. Ele nos convence do pecado e do juízo que virá. E agora a nossa fonte de satisfação é Ele, que se faz a recompensa e a herança dos santos, o próprio Cristo é o deleite. Deleitar em Jesus é um convite e uma realidade maravilhosa!

Com isso, não estamos mais diante de um legalismo e regras que nos moldam a sermos irrepreensíveis, mas diante dos nossos corações sendo provados por Deus.

 

Buscar deleitar no Senhor muda as intenções do coração

 

Amar a Deus é se deleitar Nele. E com isso, certamente, uma chave vira em nossas vidas, quando abrimos os nossos olhos para a realidade e centralidade de Jesus.

Mas, também é verdade que Deus não tirou de nós o uso ou abuso das dádivas que Ele nos deu¹. Ele nos proporcionou uma natureza que não descansa em coisas perecíveis. E o que isso quer dizer?

As coisas da terra são dadas por Deus para nosso desfrute, mas ainda assim não são um fim em si mesmas. Elas cooperam para o propósito divino. Elas revelam a glória de Deus. E, é a Deus que devemos entregar todo o nosso amor.

Quando nos deleitamos em Deus, nossos desejos são mudados e alinhados aos dele, e neste caso Deus deseja realizá-los.

 

Deleitar no Senhor é a dádiva mais suprema

 

A caminhada cristã nos oferece deleite e descanso. E Deus sempre escolheu o descanso dos homens. Ele nunca nos cobrou uma performance, mas nos ensinou sobre louvores em espírito e em verdade. Neste sentido, gratidão e satisfação em Deus fluindo de nós é um fim em si mesmo. Pois neste caso, é descanso verdadeiro em Deus.

Desse modo, o descanso tem o papel de centralizar as nossas vidas e inquietações àquele que é nosso Pai. Sendo assim, a vontade de Jesus é alinhar o nosso coração aos propósitos dele, para que tenhamos unidade com Ele e o Pai, como em João 17¹.

 

Temos algo mais excelente que as coisas perecíveis

 

Não desprezamos aquilo que Deus nos deu e aquilo que envolve as nossas escolhas nesta terra. Por outro lado, o intuito da Bíblia é nos mostrar de onde procede o valor supremo que rege todas as coisas.

As outras preocupações de futuro, namoro e carreira fazem parte da nossa vida. Mas elas não devem ser um plano de felicidade. Elas são a gestão daquilo que Deus coloca em nossas mãos.

E no Espírito Santo nós temos a capacidade de amar a Deus plenamente. E permitir que outros provem desse mesmo amor ao estendermos o amor de Cristo ao nosso próximo.

 

A Bíblia nos dá direção de como orar

 

Precisamos fazer as orações de Paulo as nossas, pedir que nosso amor por Jesus seja aumentado (Efésios 3:16-19). E como o salmista, também pedir que a nossa alma se satisfaça no Senhor como quando tem rico banquete (Salmos 63:5).

Pois a verdade que carregamos é que Jesus é precioso. E que nossas vidas em algum momento da história se deparou com a agonia de viver sem tal precioso tesouro. Jesus nos chama a um convite de conhecê-lo e crescer em compreensão de sua graça infinita.

Por isso, o Amado das nossas almas deseja que dediquemos o restante das nossas vidas buscando amá-lo de todo o nosso coração, de toda a nossa alma, de todo o entendimento e de todas as nossas forças (Marcos 12:30). Porque isso vale muito mais a pena do que conquistar o mundo inteiro para si.

 

¹ RIGNEY, Joe. Coisas da Terra. Monergismo, 1ª edição. Brasília, 2017.

Você já parou para pensar que viver em comunhão é uma graça de Deus para nós? É um privilégio para nós, cristãos, podermos partilhar em uma comunidade, da comunhão com irmãos e da palavra de Deus. Há muitas pessoas no mundo que não possuem essa dádiva. Pense nos nossos irmãos missionários pelo mundo que estão hoje mesmo em culturas diferentes e com pessoas que não possuem a mesma fé que eles. Ou pessoas doentes que estão impossibilitadas de saírem dos hospitais, ou mesmo em quantas pessoas solitárias que existem. Quando pensamos assim, fica fácil identificar a comunhão como uma graça vinda de Deus. Mas, infelizmente, hoje temos também pessoas que não acham mais importante o viver em comunhão fazendo parte de uma comunidade, são os chamados “desigrejados”. 

Mas Deus nos criou para que nos relacionássemos, e isso faz parte dos mandatos criacionais que Ele nos deu. O Senhor nos fez para que tenhamos prazer nessa jornada em ajudar uns aos outros, para que nos fortalecêssemos uns aos outros nos ensinos das escrituras. Estar só não te fará cumprir seu papel nessa jornada, o de fazer parte da grande comissão. Entenda, não estou falando de solitude, mas de solidão. Sim, momentos de solitude nos fazem bem, o próprio Jesus se retirava para ficar a sós com Deus e orar. Mas a comunhão, os relacionamentos são essenciais para nosso crescimento e amadurecimento. 

Não caminhe sozinho

Andar sozinho e não congregar é uma afronta a Cruz de Cristo. Pois foi na Cruz que Jesus derrubou o muro que nos separava dos homens e de Deus. Cristo tornou-se o mediador e trouxe a paz com Deus e entre as pessoas.

E não somente pela nação, mas também para reunir como um só povo os filhos de Deus que estão dispersos. Jo 11:52. 

Pense agora sobre as cartas escritas por Paulo aos irmãos distantes, quão confortante foi para eles receberem as saudações escritas por Paulo. Que linda comunhão possuíam e isso os encorajava a prosseguir. É na comunhão que vamos receber pequenas medidas de graça para podermos continuar firmes. Às vezes pode ser em uma visita recebida, um convite para um café, nos momentos em nossas reuniões nas casas onde compartilhamos testemunhos, ou em oração em conjunto. Deus quis que procurássemos e achássemos sua palavra viva no testemunho de irmãos, na boca de uma pessoa. Por isso o cristão precisa de outro cristão que lhe diga a palavra de Deus, e necessita dele constantemente, quando a incerteza e o desânimo o cercam, pois não poderá ajudar a si mesmo sem ludibriar a verdade. 

Em Jesus aprendemos a nos relacionar

Somente por meio Jesus Cristo temos esse acesso uns aos outros, temos essa comunhão, estamos unidos firmes na fé. Devemos ser gratos por essa comunhão cristã que temos, por irmãos com quem compartilhamos a jornada. Embora pareçam pequenas essas dádivas, na verdade não são tão pequenas assim, por isso, cresçamos em gratidão a Deus por esse mimo do céu.

Mas não devemos ver a comunhão cristã como um ideal que devêssemos realizar. A comunhão é uma realidade espiritual, é uma graça de Deus, fundamentada em Jesus. Pois lembre-se: apenas em Jesus Cristo nós somos um, apenas por meio dele estamos unidos.

Como Jesus orou:

Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra; a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste. Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos; eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim.(João 17:20-23).

Logo, a comunhão espiritual é comunhão de pessoas chamadas por Cristo. Onde reina a palavra de Deus somente, todo o poder, honra e domínio estão entregues ao Espírito Santo. Onde amamos uns aos outros por amor a Cristo. Assim, não criamos dependências emocionais, não colocamos peso sobre o outro, apenas damos suporte e em tudo que falamos recomendamos uns aos outros a Cristo. Deixando assim, que Cristo haja nele, respeitando os limites um do outro. Sabemos que o caminho mais próximo ao irmão sempre passa através da oração a Cristo.

Podemos refletir com Dietrich Bonhoffer 

Dietrich Bonhoffer escreveu: “Por acaso não basta o que nos é dado; irmãos que em pecado e tribulação, ficam ao nosso lado sob sua bênção e graça? Ou a dádiva de Deus de uma comunhão cristã em algum dia, também nos dias difíceis e desventurados, será menos do que essa grandeza imensurável? Mesmo quando o pecado e desentendimento pesam sobre a comunhão, o irmão pecador não permanece sendo o irmão junto do qual estou colocado sob a palavra de Cristo? Seu pecado não se torna um motivo para renovadamente dar graças por podermos ambos viver sob o amor perdoador de Deus em Jesus Cristo?”.

A comunhão é uma graça de Deus

A comunhão é uma graça de Deus, é um presente de Deus, ao qual não temos direito, assim como a santificação, regeneração e graça. Só Deus conhece a situação de cada um. Por isso, o que parece pequeno para nós pode ser grande e maravilhoso para Deus. Não cabe a nós ficarmos medindo a vida espiritual de cada um, mas devemos pedir a Deus para fazer crescer nossa comunhão segundo a medida e riqueza à disposição de todos em Cristo Jesus.

Como é bom e agradável os irmãos viverem em união. Salmos 133:1.

 

Vivemos para Deus. Então por que precisamos viver como igreja? Será que há necessidade de congregarmos em uma igreja local? A verdade é que o significado de congregarmos como igreja é essencial para nossa vida espiritual. 

Chateados com a Igreja local

Entendemos que alguns tiveram experiências negativas com igrejas locais. E isso possa ter afetado o compromisso com a comunidade e até mesmo como cristãos. Muitos se iludem com o que esperavam, e isso é difícil. Muitos também reconhecem que foram aquém com o que poderiam ter oferecido.

É verdade que a igreja, de forma geral, passou por uma fase na história que deu origem à consequências que vivemos hoje em nossa nação. Assumimos a igreja de commodity ou de mercadoria, que provocou uma grande mudança do propósito de nos reunirmos como igreja e até mesmo com o de sermos cristãos. Sofremos uma deturpação, e com isso, um desalinhamento do propósito original. Isso gera consequências até hoje.

Agora, precisamos reverter e voltar às origens. Precisamos das tradições e dos legados dos antepassados que conservaram a adoração ortodoxa e a reverência à palavra de Deus. Pois, eles nutriram a doutrina dos apóstolos em meio à tantas pressões contrárias. E da mesma forma, precisamos rever nossas motivações e nos curvar à essência do por que fazemos o que fazemos, e do motivo pelo qual nos reunimos como igreja.

Não acreditamos que o tradicionalismo seja resposta, mas um gesto de amor nosso para Deus. Pois isso nos leva a orar e amar a palavra dele, e a um amor ao próximo que nos leva a servir. 

Não podemos mais deixar perpetuar essa herança negativa

Desde as indulgências da Idade Média, até as muitas campanhas de libertação dos dias atuais, nos trouxeram a imagem de uma igreja que prega a salvação por obras ou por barganhas. O reflexo disso é o engano desmedido e um antropocentrismo escancarado. Nos curvamos ao silêncio, nos calamos diante dos sistemas de valores deste mundo. E nos juntamos ao lado deles assumindo uma adoração não característica da nossa fé.

Em meio a tudo isso, Deus preservou uma igreja que ora e que adora em espírito e em verdade. Àqueles que perseveraram até o fim, e nisto temos testemunhas fiéis (Hebreus 11). Da mesma forma, não queremos confinar a nossa fé às quatro paredes e nos tornar irrelevantes.

Podemos nos dispor a começar em nós o que Deus deseja fazer em toda a Terra. Temos ao nosso alcance a palavra e o Espírito de Deus que nos nutrem e nos ensinam a sermos igreja. Por isso, precisamos reconhecer que fazemos parte de um corpo. Não estamos sozinhos. E além disso, seremos guiados a nos afastarmos do individualismos e a procurarmos o entendimento da palavra para nos fortalecer mutuamente.

Reunidos como igreja

Quando nos reunimos como igreja conservamos as tradições. Somos alinhados e refinados na mesma palavra edificadora. Pois onde os cristãos estão, eles se unem para adorar. Eles demonstram a graça salvadora e redentora em ação de graças, e clamam pela volta do seu noivo.

Eles amam e ajudam os que estão iniciando na fé e também exortam uns aos outros. Além de alimentarem a consciência de que vivem para a audiência de um, não se considerando superiores a ninguém. E assim, eles vivem em unidade preservando a mesma mentalidade, o mesmo propósito. Assim, temos a consciência de que estamos diante do nosso Pai, praticando o evangelho da graça, perdoando uns aos outros da mesma forma como foram alcançados e perdoados por Cristo.

Quem somos nós neste mundo

Deus nos fez filhos além de nos tornar herdeiros do próprio Deus e da redenção do mundo. Ele também nos fez uma única noiva de Cristo. E o Novo Testamento nos mostra também que somos corpo deste mesmo Cristo. Com isso, não devemos visar ser superiores dentro deste corpo, porque até mesmo aquele que é o cabeça se humilhou. Ele nos ensinou a servir e mostrou o verdadeiro significado de se doar sem reservas.

E da mesma forma, não devemos nos considerar superiores àqueles que não creem em Cristo, porque na verdade somos agraciados. Fomos presenteados com o dom da fé, elegidos para uma nova vida. Mas somos semelhantes pecadores. E diante de tal presente nutrimos a esperança da eternidade, em que provaremos da obra completa de redenção.

Nos reunimos para a glória de um, e vivemos pelo mesmo motivo. Somos igreja, porque fomos enxertados, agraciados e presenteados com o mesmo dom da fé. E quem é presenteado dessa forma ganhou a vida e a eternidade. Assim, entendemos que a igreja não é um hospital, mas o aroma suave, a herança de Cristo e a noiva restaurada, que aguarda o grande dia do casamento celestial.

 

Eu não sei você, mas já me aconteceu de ler o antigo testamento e me sentir um tanto distante do Deus da ira que é retratado. Somos tão apresentados a imagem do Deus que é amor, que a ideia de que esse mesmo Deus também se ira não fazia sentido na minha cabeça.

Deus mudou?

Em busca de justificar tamanha ira derramada sobre o povo, é comum vermos sendo propagada a ideia de que existe um Deus antes de Jesus e outro Deus depois de Jesus. Mas, à medida que estudamos mais a fundo os atributos de Deus, passamos a entender a relação de interdependência. E principalmente, o fato de que esses atributos não mudam do antigo para o novo testamento.

“Os julgamentos que Deus libera sobre a terra contra aqueles que se opõem a Ele e oprimem Seu povo não acontecem porque Ele está eternamente zangado ou simplesmente porque Ele é mau(…). Ele fará o que for preciso para que não haja obstáculos para que Seu amor encha a terra (Hc 2:14), e para que Seu povo, o alvo de Sua afeição, receba esse amor em sua totalidade” – Mike Bickle,  no livro A resposta de Deus à crescente crise.

Quando vemos a ira de Deus da perspectiva de um Deus que é amor e que deseja derramar seu amor sobre Seu povo, fica mais fácil entender a ira como um atributo que denuncia o pecado; denuncia que algo está errado. É uma demonstração do zelo de Deus por nós – a noiva – ao querer nos amar em toda a sua plenitude.

A ira contra o pecado

A partir dessa perspectiva, comecei a ver a ira de Deus não como algo contra nós. Mas contra o pecado que nos afasta dele. Ele é totalmente puro e santo. Nele não há pecado – logo, Ele não coabita com o pecado. Ao invés da ira tornar Deus mais cruel, apenas reforça o zelo pela Sua noiva. É um cuidado para que recebamos todo o Seu amor, porque esse é o seu desejo.

Agora, quando vejo a ira de Deus, vejo uma outra faceta do seu amor e da sua misericórdia. A cruz é o exemplo perfeito disso, pois quando Jesus morreu, bebeu o cálice da ira de Deus. Mas ao ressuscitar, nos tornou dignos de termos acesso ao amor do Pai. Sua ira foi derramada sobre Jesus para que nada impeça o amor dele por nós.

Quanto mais conheço os atributos de Deus, mais vejo o quanto Ele nos ama. E, por um motivo maior do que sou capaz de compreender, o quanto Ele quis compartilhar esse amor conosco. Enxergar seus atributos através do amor, nos faz conhecer ainda mais o Deus que é o mesmo ontem, hoje e sempre.

Pensando sobre o cenário brasileiro e mundial, para onde quer que olhamos, encontramos motivos para nos desesperarmos e sermos tomados por uma falta de esperança pelo futuro ou por uma melhora no caráter do ser humano. É comum ouvir comentários sobre como está cada vez mais difícil acreditar na humanidade. De fato, enquanto nossa confiança estiver no ser humano, estaremos sempre nos frustrando.

Como Paulo disse, todos pecaram e foram destituídos da glória de Deus (Rm 3:23), logo estamos propensos a falhar continuamente. Isso significa que nenhum esforço nosso pode nos levar a atingir algum tipo de perfeição, justiça ou bondade ideal. Até mesmo aqueles que tiveram seus corações regenerados precisam do Espírito Santo para darem bons frutos e fazerem boas escolhas.

Onde devemos depositar nossa confiança

Quando vemos tamanhas injustiças que ocorrem no mundo e em nosso país, começamos a projetar soluções. Muitas vezes, depositamos toda a nossa esperança em uma instituição, em uma pessoa, ou em um sistema de justiça. No entanto, por mais eficientes que esses sejam, em algum momento irão falhar. Nesses momentos que nosso coração é posto à prova e vemos em quem realmente temos depositado nossa confiança.

Davi declara que é melhor se refugiar em Deus do que depositar nossa confiança na humanidade (Sl 118:8). Acostumado com guerras, ele sabia na prática o que era depender completamente de Deus para que a justiça fosse estabelecida.

Jesus é a resposta que precisamos

Em momentos de crise como a que estamos vivendo no país e no mundo, podemos lembrar que quem realmente retém todo o poder de estabelecer a justiça na terra é Jesus. E é com essa esperança que te encorajo a orar para que a justiça seja feita ainda nesse tempo, enquanto aguardamos a sua vinda. A crescente crise nos faz reconhecer que a oração é uma maneira de não só intercedermos pelas injustiças que estão ocorrendo. Mas também de mantermos nosso espírito fortalecido para lidarmos com situações difíceis e emocionalmente pesadas.

Por isso, te convido a confiar que Ele é refúgio para nós, os que o buscam. Podemos depositar nossa esperança em Deus e orar sabendo que somente Ele trará a justiça plena e guardará nossos corações de toda ansiedade e medo em relação ao hoje e ao amanhã.