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Plenitude na pobreza de espírito

“Bem aventurado o pobre de espírito porque dele é o reino dos céus”…Tenho que confessar algo: cresci na igreja, mas nunca havia entendido bem essa citação das escrituras. Eu ficava bem confusa com essa declaração, pensando sobre o que isso poderia ser.

Mas, estudando sobre um dos mais famosos ensinamentos de Jesus, o sermão do monte, aprendi finalmente do que Ele estava falando. E é sobre essa bem aventurança que vamos falar aqui.

Pobreza de espírito é o estado de todo ser humano, porém bem aventurados são aqueles que reconhecem o quão pobres são em si mesmos e que não há nada que possam produzir que mude esse estado. É reconhecer nossa falta e carência diante de Deus.

Pobreza é a falta do necessário à vida. Quando olhamos para nós e nos deparamos com a  inabilidade de produzir vida em nosso próprio espírito, somos levados ao reconhecimento da pobreza espiritual. Não podemos comparar-nos a outras pessoas para justificar nosso “nível”  de vida interior, precisamos nos comparar a palavra de Cristo e nos contrapondo a ela, só nos resta admitir que não podemos andar em tão elevado padrão sem ajuda, ou seja, não alcançamos ainda o essencial e tampouco podemos faze-lo sem a intervenção do próprio Deus.

Há tanto que Deus deseja fazer em nós e através de nós. Olhando para os evangelhos somos confrontados com o estilo de vida que Jesus nos chamou a viver e a autoridade que Ele nos deu para fazer até mesmo, obras maiores do que Ele mesmo fez. Porém nós nos acostumamos com a vida e permitimos que coisas do dia a dia adormeçam nosso coração, nos acostumamos com a mediocridade. Viver no estado de pobreza espiritual significa viver em uma área de desconforto. Reconhecer que o que temos é insuficiente e precisamos constantemente de mais de Deus, estando inconformados com qualquer coisa que seja menos do que plenitude. Jesus nos diz que se nós que somos maus sabemos dar boas dádivas aos nossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lhe pedirem. Essa fome, é justamente para que Ele nos dê mais.

Ser pobre de espirito é reconhecer que não podemos amar o nosso próximo como a nós mesmos sem a ajuda de Deus, assim como não podemos curar o enfermo ou se compadecer do necessitado, estender misericórdia ou ser manso… Quão escassos dessas riquezas somos em nós mesmos, e somente com a ajuda de Deus podemos viver essa realidade. O que temos comparado ao que está disponível a nós, só nos faz perceber que não temos nada.

Podemos conhecer a Deus muito mais do que conhecemos hoje, se o conforto não for maior do que a pobreza. Há mais de Deus acessível a nós e Ele está nos chamando a andar em uma nova realidade, Ele está nos convindo a subir ao monte do Senhor e conhece-Lo. Quando experimentamos a dor da separação, a dor da distância daquilo que poderíamos ter e do que temos hoje estaremos apenas no início de pobreza de espírito.

Sobre o autor

Roberta Pereira

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