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A imagem do deus invisivel

Série de Colossenses: A imagem do Deus invisível

Colossenses é uma das cartas de Paulo escrita em seu período de prisão em Roma. Paulo não conhecia pessoalmente a igreja de Colossos, uma cidade pequena da época. 

Essa igreja foi plantada por Epafras sob os cuidados de Paulo. Assim, Epafras  de tempos em tempos fazia um relatório atualizando Paulo sobre a situação da igreja.

Nesse contexto, em que Paulo vai escrever a carta aos colossenses, veremos que havia alguns pontos positivos neles como a fé e o amor. Mas também muitos problemas com ética, legalidade e de atuação  a chamada “heresia de colossos” influenciada por um grupo que mais tarde vamos conhecer como gnosticismo. 

Dentre as muitas doutrinas desses hereges, eles ensinavam que para ser salvo era necessário uma elevação no conhecimento e que existiam seres celestiais que deveríamos adorá-los para chegar mais próximo de Deus. Essa influência no entendimento da igreja de Colossos trazia a ideia de que Jesus era um ser inferior a Deus, mas ainda maior que toda a criação. Mas Paulo vai mostrar que Jesus é a imagem do Deus invisível.

A imagem do Deus invisível

Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação,”. Colossenses 1:15.

Deste modo, o que Paulo quis dizer é que Deus, sendo invisível, se tornou visível na pessoa de Jesus de Cristo. Portanto,  Ele é Deus encarnado. Nesse versículo, Paulo confronta a contradição platônica de matéria e espírito. Deus é espírito sim, mas se fez visível habitando em um corpo humano. Tornou-se  visível a nós.

Ou seja, essa declaração de Paulo sobre Jesus ser a Imagem do Deus invisível era porque na antiguidade, era comum que em cada território conquistado se erguesse uma estátua da imagem do Imperador para indicar que aquele território  tinha  o domínio deste representado pela imagem. 

Nesse sentido, quando Deus cria o homem à sua imagem e semelhança, ele nos dá domínio sobre a criação para governá-la como uma imagem sua.  Assim, declaramos ao mundo como uma expressão, de que todo universo criado pertence a Deus. A queda desestruturou a ordem das coisas criadas. Mas agora em Jesus, vemos a imagem do Deus invisível, que nos faz ver que toda criação é de Deus. Não mais de uma maneira desordenada como na imagem do homem corrompido, mas na imagem do homem perfeito: Jesus. 

Jesus, portanto, representa o domínio de Deus sobre todo o mundo de uma maneira que Adão não conseguiu representar. Agora o verbo encarnado, o filho de Deus encarnado, que é a imagem do Deus invisível nos faz mudar e  recondicionar nosso olhar para a criação. Olhamos  sob o olhar da redenção, que consegue ver a dimensão divina, a propriedade de Deus redimida. 

A imagem do Deus invisível e o Primogênito sobre a criação

Jesus é o primogênito de toda a criação. Isso não quer dizer que Jesus foi criado. Paulo está falando sobre aquilo que vem em primeiro lugar. Precisamos entender a primogenitura no contexto da época. Lembra de Esaú e Jacó? Por que Jacó queria comprar o direito da primogenitura? Exatamente pelo entendimento da benção que vem antes. Depois que Jacó conseguiu o direito, comprado por um prato de lentilhas, seu pai Isaque diz: 

Que as nações o sirvam e os povos se curvem diante de você. Seja senhor dos seus irmãos, e curvem-se diante de você os filhos de sua mãe. Malditos sejam os que o amaldiçoarem e benditos sejam os que o abençoarem“.Gênesis 27:29

Você consegue perceber que primogenitura no contexto, não é só uma questão de quem nasce primeiro? Mas ela representa o direito de herdar tudo aquilo que o pai tinha ou havia feito. E o senhorio, o governo e domínio sobre os demais. Então dizer que Jesus é o primogênito de toda a criação não se refere a Ele ser criado, mas de que Ele vem antes de toda a criação e está muito antes de toda a criação. 

A divindade de Jesus

Nesse sentido, Deus filho é o herdeiro de tudo de Deus pai. Sendo assim, Paulo está rebatendo a heresia de que entre nós e Deus havia mediadores que são anjos. Logo, ao enfatizar a divindade de Jesus, Paulo quer que eles entendam que Jesus criou todas as coisas. 

Em outras palavras, os hereges gnósticos queriam que as pessoas entendessem que em determinado momento Deus criou Jesus para resolver todo o problema do pecado do homem. Mas esse gnosticismo não corresponde com a revelação bíblica que nos faz entender que Jesus já existia antes de toda a formação do mundo. Ele é primogênito justamente porque Ele vem antes. Paulo precisa dar ênfase a isso para que eles entendessem a divindade de Jesus. Ele não é um ser inferior a Deus, Ele é Deus. “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus”. – João 1:1,2

O Senhorio de Jesus

Para nós, serve o mesmo ensinamento de Paulo, será que entendemos quão crucial é  compreendermos a afirmação dessa verdade sobre Jesus? Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro homem, por isso, não podemos separar as duas pessoas. Paulo vai mostrar Jesus como Deus, criador e mediador, o fim último. É por meio dele que o mundo surge e as coisas passam a existir. As coisas da terra e do céu. Toda a ordem da criação vai encontrar o fim último em Jesus. Tudo o que fazemos converge nele, Ele é o começo e o fim de todas as coisas.

Os gnósticos de colossenses tinham problemas com o senhorio de Jesus. Mas Paulo enfatiza a supremacia de Jesus. Nossa fé, amor e esperança devem estar em Jesus e não em outras coisas. A redenção de Cristo é completa e perfeita, não há nada que possamos fazer. Ele nos reconciliou. A ressurreição já começou, Jesus foi o primeiro. Nós aguardamos a nossa bendita esperança: a ressurreição dos mortos. Onde estaremos para sempre com Ele.

Que Deus torne essa palavra eficaz, exaltando seu filho Jesus. A quem aprouve o Senhor, residir toda a plenitude e que nele tivesse supremacia sobre todas as coisas. Amém.

“Porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele habitasse,” Colossenses 1:19

Sobre o autor

Angela Tartas

Angela Tartas é uma escritora apaixonada pelas escrituras. Dessa paixão, surgiu a vontade de dedicar parte do seu tempo ao estudo da Palavra. Ela foi aluna da nossa escola de teologia e ministério (ETM) e continua sua busca por mais conhecimento sobre o Eterno.

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