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Disciplinas Espirituais – Por que o Senhor nos deixou as disciplinas espirituais?

Deus

Qual o objetivo de se praticar as disciplinas espirituais uma vez que já estamos salvos em Jesus Cristo? A resposta para este questionamento já levou muitos de nós para algum desses caminhos diferentes em um momento da nossa vida: o de condenação e o de espiritualidade sadia.

O caminho da condenação nos fez acreditar que poderíamos ser salvos e justificados pelas nossas próprias obras, ao praticar as disciplinas espirituais. Nos sentimos orgulhosos e poderosos, porque “parecíamos” mais santos do que os outros. Isso é semelhante aos fariseus que Jesus descreveu, orando e jejuando com um coração cheio de orgulho pelo seu sacrifício espiritual.

Por outro lado, podemos aprender com o Senhor Jesus que nos tornamos cada vez mais maduros em nosso relacionamento de intimidade com Deus quando praticamos as disciplinas espirituais, diferentemente dos fariseus que usavam as  disciplinas com o interesse de se autopromover.

 

Disciplinas espirituais: um caminho para a maturidade

 

Quando pensamos na palavra “disciplina”, geralmente, o que vem à nossa mente de imediato é uma ideia de sacrifício e perseverança. E logo nos lembramos da disciplina empenhada por atletas que precisam de alta performance para alcançar seus objetivos.

Eles se exercitam para que seu corpo seja capaz de corresponder ao máximo em curto tempo e sob pressão. Sua alimentação é balanceada e sua rotina é bastante abnegada, para serem capazes de ganharem um prêmio.

Nesse caso, eles entendem que o resultado não será imediato, mas demandará tempo e repetição no secreto, longe dos olhos das pessoas. Exigirá mudança de hábitos e constância para se aperfeiçoarem a cada dia. 

Aprendi com um querido pastor que assim também funciona a nossa vida espiritual. As disciplinas espirituais funcionam como esse preparo físico do atleta. Ela é o caminho para a maturidade. A maturidade espiritual não é medida pelo muito saber, mas pela obediência, por um coração que ouve as palavras de Cristo e as pratica.

Da mesma forma que ocorre com os nossos músculos ou com novos hábitos que desejamos agregar e que exige repetição, assim também a precisamos exercitar a nossa vida espiritual. Mas para qual objetivo?

 

Disciplinas espirituais: fortalecidos em nosso homem interior

 

Jesus tinha uma vida exterior e pública capaz de atender aos necessitados e de conversar com os doutores da lei, nutrida por uma vida interior prática. Ele só poderia fazer milagres e transmitir a sabedoria e a salvação do Reino de Deus, depois de anos praticando sua espiritualidade no secreto, ou até mesmo antes de tomar algumas decisões ou de falar. 

Pois Eu não tenho falado por mim mesmo, mas o Pai, que me enviou, esse me deu ordens sobre o que Eu deveria dizer e o que proclamar. João 12.49

Ele nos ensinou a ouvir as suas palavras e as praticar comparando com alguém que constrói a sua casa na rocha. Os cristãos que não praticam as suas palavras constroem sua casa na areia. As tempestades da vida virão e eles estarão suscetíveis a cair por qualquer vento.

O objetivo de praticar as disciplinas espirituais é fortalecer nosso homem interior.

Por isso não desanimamos. Embora exteriormente estejamos a desgastar-nos, interiormente estamos sendo renovados dia após dia. 2 Coríntios 4:16

 

Disciplinas espirituais: uma vida de intimidade com Deus

 

Praticar as disciplinas espirituais não é uma caminhada solitária, mas intencional. É uma jornada que percorremos na companhia do Espírito Santo de Deus nos levando à estatura do varão perfeito que é Cristo.

Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo. Efésios 4:13-15

Não se trata de práticas para obter salvação, porque já somos filhos amados de Deus. Também não se trata de uma tentativa de sermos mais amados por Deus, porque já fomos comprados pelo seu sangue. Trata-se de uma graça divina, que apesar de gratuita, é de alto preço. 

Praticar as disciplinas espirituais é um convite de Cristo para todo cristão que deseja seguir os passos de seu Mestre e vivermos a vida abundante, pisando em cada pegada deixada pelo caminho, até nos tornarmos como ele e nos encontrarmos na glória.

 

Conclusão

 

A prática das disciplinas espirituais não tem o objetivo de nos tornar introvertidos ou alienados do mundo, mas de despertar nosso interior para saborearmos melhor a realidade que Deus criou. Neste processo, a Shalom de Deus equilibra os amores do nosso coração para buscarmos a Deus acima de todas as coisas e amarmos o nosso próximo como a nós mesmos.

Não percebemos o quanto os amores constantemente moldam nossos desejos. Por mais que saibamos o quanto nossa cultura imediatista preza pelo consumismo, não nos damos conta do quanto nosso interior é orientado por esses padrões. As disciplinas espirituais vão na contramão disso. Quanto mais buscamos viver os passos de Jesus, mais encontramos nele o tesouro da vida.

Quanto a mim, que eu jamais me glorie, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, por meio da qual o mundo foi crucificado para mim, e eu para o mundo. Gálatas 6.14

 

Você se lembra de alguma vez em que não estava tão engajado em sua oração, mas de repente Deus te respondeu exatamente de acordo com o que você pediu? Isso acontece porque nossas ‘orações fracas’ (nós achamos que elas são fracas, mas não são) movem o coração de um Deus incrivelmente poderoso.

Orações “fracas”

Deus conhece nossas palavras antes mesmo que elas saiam de nossos lábios. Ele sim deseja que tenhamos comunhão com ele através da oração, mas em nossos dias difíceis ele também responde. As respostas de nossas orações mais tem a ver com Deus, que nos ouve, do que conosco, que pedimos.

Algumas pessoas acreditam que suas orações só são poderosas quando elas sentem algo no físico ou quando elas se sentem totalmente conectadas. Esse pensamento faz com que elas não orem quando o dia mau chegar. Elas crerão que Deus não pode ouvi-las quando estiverem com sono, cansadas depois de um dia de trabalho ou enfrentando problemas de saúde.

“Esta é a confiança que temos ao nos aproximarmos de Deus: se pedirmos alguma coisa de acordo com a sua vontade, ele nos ouve. E se sabemos que ele nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que temos o que dele pedimos. ” – 1 João 5:14,15

O Deus que ouve

Mesmo que nossas orações pareçam fracas, curtas e com poucas palavras, Deus nos ouve e também responde. Diante de Deus não existem orações fracas. Até mesmo em dias de tédio ou cansaço, Deus permanece com seus olhos e ouvidos atentos. Ele é imutável e, diferente de nós, Deus não se cansa. Ele ama ouvir sua voz nos seus dias de fraqueza ou desânimo. Peça ao Espírito Santo que te revele como suas orações movem o coração de Deus!

Firme sua vida de oração nas verdades de quem Deus é e não em como você se sente no momento. 

“Espírito Santo, te pedimos que nos revele como seus ouvidos estão atentos às nossas orações. Como você não se cansa delas e como nossas palavras impactam e são importantes para ti. Deixe-nos ver as circunstâncias da sua maneira e leve-nos a caminhar em ousadia e fé em nossa vida oração. Em nome de Jesus, amém!”

++ Leia sobre como encontrar palavra para orar

Iniciar o novo ano com esperança de novos começos é decisivo. Por isso, refletir no que passou e fazer uma espécie de balanço é inevitável e indicado. Contabilizar acertos e erros, separando o positivo do negativo pode ser de grande ajuda.

Porém, doses exageradas de culpa, frustração e quem sabe desesperança, precisam ser descartadas. Colocar o foco nas falhas não é adequado. Toda introspecção alimentará nossa desesperança, visto que não carregamos em nós mesmos as respostas.

No entanto, doses excessivas de expectativa, esperança e o otimismo nunca serão exageradas, já que são a mola propulsora da vida. Metas não atingidas são menos nocivas do que a ausência delas.

“Ora, o Deus de esperança vos encha de todo o gozo e paz na vossa fé, para que abundeis na esperança pelo poder do Espírito Santo.” Romanos 15:13

A esperança não confunde

“…sabendo que a tribulação produz a paciência, e a paciência a experiência, e a experiência a esperança. E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.” Romanos 5:3b-5

Um coração esperançoso é um coração saudável. Já que, a desesperança denuncia algum nível de desajuste em nosso foco. O Espírito Santo é quem garante que os níveis de alegria e expectativa de nosso coração estejam equilibrados.

Nossa esperança não está no novo governo, no novo emprego, em um novo relacionamento ou em qualquer novidade. Pelo contrário, nosso otimismo está alicerçado no caráter de um Deus que não muda. Porque nosso Deus tem compromisso conosco.

As promessas de Deus não falham

“Pois eu, o Senhor, não mudo; por isso vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos.” Malaquias 3:6

Pois eu bem sei os planos que estou projetando para vós, diz o Senhor; planos de paz, e não de mal, para vos dar um futuro e uma esperança.” Jeremias 29:11

Nossa fidelidade e confiança podem oscilar, mas o compromisso de Deus conosco não oscila. Ainda que as ondas façam nosso barco balançar, nenhum barco com Jesus dentro afunda. Ele nos convida a andar sobre as águas e nos dá autoridade contra qualquer tempestade.

Deus não se ofende com nossa indiferença ou falta de fé. Ele sabe do que somos feitos. Aliás, nossa jornada está fundamentada na obra da cruz, no preço pago, não em nossa essência que é falha.

A obra da cruz nos sustenta

A obra da cruz é a garantia de que nossa jornada será concluída. Nela nossos inimigos foram derrotados. Por causa dela podemos ter esperança. A expectativa de vitória não está fundamentada em mérito próprio e sim na obra eterna do Filho.

“Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo.” Gálatas 6:14

“e havendo riscado o escrito de dívida que havia contra nós nas suas ordenanças, o qual nos era contrário, removeu-o do meio de nós, cravando-o na cruz;” Colossenses 2:14

O ano de 2019 será um ano de novos começos. Um ano de restituição, de avanços e de conquistas de novos territórios. Nossa fé não está fundamentada em nossos acertos e muito menos em nossos erros. Nossa fé está fundamentada em um Deus que não muda e que nos ama.

As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; novas são cada manhã; grande é a tua fidelidade.” Lamentações 3:22,23

 

Feliz ano novo!

Como adorar a Deus em meio à dor

Ainda que sejam uma garantia em nossas vidas, os momentos de sofrimento dificilmente vêm acompanhados de euforia e empolgação. E, em meio aos sentimentos conflituosos que podem surgir nos trechos mais penosos da nossa caminhada, podemos sentir que é impossível agradar e adorar a Deus enquanto somos tomados pela dor. 

O que adoração tem a ver com dor?

A adoração não é restrita a um momento durante o culto congregacional, nem tampouco à música. Ela está presente ao longo de todo o nosso dia, desde que abrimos os olhos pela manhã até repousar a cabeça no travesseiro à noite. 

Em todas as nossas ações adoramos algo ou alguém. Quando agimos de acordo com o egoísmo nato da pecaminosidade que habita em nós, adoramos a nós mesmos. Em contrapartida, quando obedecemos à Palavra de Deus e nos movemos pelo Espírito, estamos adorando ao Senhor. Se a adoração é uma resposta à revelação de quem Deus é, então em tudo nossas vidas deve expressar aquilo que já contemplamos dEle.

E é aí que a dor entra. Os sofrimentos fazem parte dos nossos dias desse lado da eternidade, e a forma como reagimos a eles pode ser uma adoração ao Senhor – ou não. 

Corra para Ele, não dEle

Ao longo da jornada, nos depararemos com situações em que a grande pergunta “por quê, Deus?” invadirá nosso coração, e dele sairá frustração e revolta contra o Senhor.

À medida que somos tomados por esses sentimentos, muitos de nós podem tomar um caminho contrário ao que leva a Deus. Em uma tentativa frustrada de nos escondermos dEle, o movimento de fuga nos afasta do Pai e distancia um relacionamento que deveria ser íntimo.

Resistir a este ímpeto nem sempre é tarefa fácil, mas mesmo em meio ao turbilhão de emoções precisamos nos lembrar de que um Ajudador está disponível – e disposto – a nos conduzir no caminho que leva ao Pai. E, quando deixamos de correr dEle e passamos a correr para Ele, caminhamos pelo vale com a certeza de que Ele nos acompanha.

Quando eu tiver de andar pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo; tua vara e teu cajado me tranquilizam.” Salmos 23:4 

Ore em todo o tempo

Ao escrever aos Tessalonicenses, Paulo os presenteia com uma série de conselhos que permanecem extremamente válidos nos dias de hoje, sendo um deles orai sem cessar (1Tessalonicenses 5:17). Isto é, em todos os momentos.

Ainda que em meio a algumas circunstâncias possa parecer impossível permanecer em oração, há poucas coisas tão efetivas a se fazer em meio à dor quanto orar.

Os justos clamam, e o Senhor os ouve; livra-os de todas as suas angústias. O Senhor está perto dos que têm o coração quebrantado; ele salva os de espírito arrependido. As aflições do justo são muitas, mas o Senhor o livra de todas elas.” Salmos 34:17-19

Uma vez que nos posicionamos diante do Senhor, não precisamos fingir que está tudo bem. A oração é um lugar de entrega, onde nosso coração partido pode ser derramado diante de Deus.

Busque nEle sua alegria 

Parece contraditório falar de alegria enquanto falamos de dor. Janet Erskine Stuart disse: “A alegria não é a ausência de sofrimento, mas a presença de Deus.”. Mesmo em meio ao sofrimento mais profundo, há alegria para aqueles que estão no Senhor.

Alegria não é sorrir o tempo todo, nem tampouco é a ausência de tristeza. Na verdade, a alegria diz respeito a fixar os olhos na eternidade e manter o coração esperançoso nas coisas do alto. É lembrar (e confiar) que o Senhor permanece inabalável mesmo enquanto somos abalados.

Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto nas videiras; ainda que o produto da oliveira falhe, e os campos não produzam mantimento; ainda que o rebanho seja exterminado do estábulo e não haja gado nos currais; mesmo assim, eu me alegrarei no Senhor, exultarei no Deus da minha salvação.” Habacuque 3:17-18

Seja grato

Sede gratos por todas as coisas, pois essa é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.” 1Tessalonicenses 5:18

Esse singelo versículo guarda uma exortação poderosa sobre gratidão. Não raramente nos questionamos sobre a vontade de Deus, buscando compreender coisas que nos foram encobertas. Porém, a revelação contida na Palavra é suficiente. Ao escrever aos irmãos em Tessalônica, Paulo nos deixou (de forma bem clara, inclusive) um dos desejos do coração do Pai, que de forma desenfreada tantas vezes ignoramos.

Somos instruídos a ser gratos sempre, ainda que não nos sintamos propensos à gratidão e que as circunstâncias não nos ofereçam motivos para agradecer. Quando nos posicionamos com ingratidão nosso coração endurece e não obedecemos a vontade revelada de Deus sobre nossas vidas.

Por outro lado, com o coração grato e satisfeito em Deus estamos adorando a Ele, caminhando na Sua suficiência e glorificando-O à medida que reconhecemos que o Seu amor é tudo de que precisamos.

Mas ele me disse: A minha graça te é suficiente, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. Por isso, de muito boa vontade me gloriarei nas minhas fraquezas, a fim de que o poder de Cristo repouse sobre mim.” 2Coríntios 12:9

Se permita ser transformado

Em algumas circunstâncias pode parecer impossível enxergar propósito na dor, mas temos a garantia da Palavra do Senhor sobre isso.

Meus irmãos, considerai motivo de grande alegria o fato de passardes por várias provações, sabendo que a prova da vossa fé produz perseverança; e a perseverança deve ter ação perfeita, para que sejais aperfeiçoados e completos, sem vos faltar coisa alguma.” Tiago 1:2-4

Aqui está um dos motivos pelos quais passamos por momentos difíceis e dolorosos em nossa caminhada: para produzir perseverança e aperfeiçoar nosso caráter. Nas estações tranquilas e também naquelas em que tudo parece estar fora do lugar, o Senhor está fazendo Sua obra em nós (Filipenses 1:6), a fim de nos moldar à Sua semelhança (2 Coríntios 3:18).

Se permita ser consolado

Ao reconhecermos o processo gracioso do Senhor em nossas vidas, somos convidados a abaixar as nossas defesas e permitir que o Espírito Santo traga consolo aos nossos corações. 

Quando Jesus vai até Lázaro, a pedido das irmãs Marta e Maria, Ele sabe que seu amigo ressuscitará. E, nestas circunstâncias, a Palavra nos diz que: 

Ao vê-la chorando [Maria], e também os judeus que a acompanhavam, Jesus comoveu-se profundamente no espírito e, abalado, perguntou-lhes: Onde o pusestes? Responderam-lhe: Senhor, vem e vê. Jesus chorou.” João 11:33-35

O Senhor chorou e comoveu-se com a dor e lamento do coração de Sua amiga. Ela derramou aos pés dEle suas lágrimas, e Ele chorou com ela. Assim também Ele chora conosco, se compadece de nós e se comove com a dor em nosso coração.

Jesus não tem medo do nosso sofrimento. Pelo contrário, Ele adentra a nossa dor ao invés de ficar alheio a ela. Ele continua perto de nós, mesmo quando tudo que temos para Lhe oferecer são as nossas amargas lágrimas.

Existem aspectos de Deus que somente conhecemos em meio ao sofrimento. Se a adoração é uma resposta àquilo que conhecemos de Deus, então nossas ações devem refletir aquilo que contemplamos em Sua face quando vivenciamos a dor.

Há beleza nos pedaços, mesmo quando não vemos. Por enquanto, O adoramos com aquilo que temos, mesmo em meio às dores. Mas algo belo está sendo construído com aquilo que foi partido em pedaços e, um dia, será manifestado plenamente. Nesse mesmo dia, “Ele lhes enxugará dos olhos toda lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem lamento, nem dor, porque as primeiras coisas já passaram.” (Apocalipse 21:4).

Não haverá mais sofrimento, e Ele continuará sendo adorado, por toda a eternidade.

Adoração e o Canto das Estrelas

Você já ouviu falar no Canto das Estrelas? Este é um dos meus vídeos preferidos e já escrevi sobre isso no texto –  Adoração: Convite a se render. Apesar do cosmo parecer silencioso para nós humanos, é possível ouvir o som das estrelas. Tudo isso através de um telescópio eletromagnético avançado.

Louie Giglio se imaginou por um minuto ouvindo o que Deus ouve no universo. Então, ele usou um aplicativo para juntar o canto das estrelas, das baleias e dos homens na canção: “How Great is Our God” (Quão grande é meu Deus), de Chris Tomlin. E o resultado é ao mesmo tempo extraordinário e emocionante.

Você já se imaginou neste lugar? De ver e ouvir o universo em sua magnitude assim como Deus o faz? No Salmo 148.1-12 há um convite para que toda a criação louve ao Senhor. E se para o homem o universo é magnífico em esplendor, quanto mais é o Deus que o criou?

“Louvai ao SENHOR. Louvai ao Senhor desde os céus, louvai-o nas alturas. Louvai-o, todos os seus anjos; louvai-o, todos os seus exércitos. Louvai-o, sol e lua; louvai-o, todas as estrelas luzentes. Louvai-o, céus dos céus, e as águas que estão sobre os céus. Louvem o nome do Senhor, pois mandou, e logo foram criados. E os confirmou eternamente para sempre, e lhes deu um decreto que não ultrapassarão. Louvai ao Senhor desde a terra: vós, baleias, e todos os abismos; Fogo e saraiva, neve e vapores, e vento tempestuoso que executa a sua palavra; Montes e todos os outeiros, árvores frutíferas e todos os cedros; As feras e todos os gados, répteis e aves voadoras; Reis da terra e todos os povos, príncipes e todos os juízes da terra; Moços e moças, velhos e crianças.” Salmos 148:1-12

Todos os povos o adorarão

“Louvem o Senhor, todas as nações; exaltem-no, todos os povos! Porque imenso é o seu amor leal por nós, e a fidelidade do Senhor dura para sempre. Aleluia!” Salmos 117:1,2

Imaginar todos os povos e culturas diante de Deus é uma das coisas que mais mexem com o meu coração. Desde criança ouço canções que falam sobre essa verdade. Como todo joelho se dobrará e toda língua confessará ao Senhor. Jesus será exaltado de forma massiva, por homens simples, príncipes e reis. Todos adorarão. Não haverá exceção. Todos hão de reconhecer a Glória do Pai, do Filho e do Espírito.

A visão de povos e culturas adorando ao Rei dos reis é o que me fez deixar a minha casa e seguir para o campo missionário. O entendimento de que Jesus é totalmente Digno de honra, digno de louvor, de receber os tesouros da terra e as expressões culturais. As cores, as formas, as melodias e canções. As danças, as festas, as artes, todo o trabalho de mãos humanas. A força, a vida, a essência do ser. Tudo se voltará para aquele que criou o universo e que ama de forma sobrenatural e inexplicável.

O sacrifício de cruz será reconhecido. Ninguém poderá negar que Jesus se entregou para que nós recebêssemos perdão. Não haverá mais dúvidas e sim joelhos que se dobrem e línguas que confessem que Jesus é o Senhor.  

“Porque está escrito: Como eu vivo, diz o Senhor, que todo o joelho se dobrará a mim, E toda a língua confessará a Deus.” Romanos 14:11

Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai. Filipenses 2:10,11

E como adoramos?

Adoração não é apenas sobre as músicas que cantamos, mas principalmente sobre a forma que vivemos. Adoramos em nosso cotidiano, realizando diante de Deus o que não pode ser visto por uma plateia. Lembra do termo latino Coram Deo? Significa “viver diante da face de Deus.” É a essência da fé, é o nosso chamado mais sublime pois propõe que tudo o que façamos, façamos para o louvor daquele que nos chamou da morte para a vida.

Ser músico em um time de louvar não te garante ser um verdadeiro adorador. Mas, a forma que você vive demonstra quem você é em essência. É o que chamamos de adoração como estilo de vida. Há generosidade e graça em suas ações? Ternura para com Deus e o próximo? Humildade e arrependimento quando se trata dos pecados?

Não estamos falando a respeito de perfeição, mas sobre um relacionamento real com Deus, onde respondemos ativamente ao convite de permanecer nele. Se somos adoradores é preciso que vivamos como verdadeiros adoradores.

“Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.” João 4:24

Adorador extravagante

E para concluir o nosso texto, falarei sobre o rei Davi, que foi um adorador extravagante e continua a nos inspirar. Tanto através de seus Salmos como por ser um homem segundo o coração de Deus.

De tudo o que podemos falar sobre o rei Davi, quero destacar sua humildade. Davi não se esquivava de Deus quando pecava, mas reconhecia suas fragilidades e falhas e os confessava ao Senhor. Ele admitia que era pecador e que precisava de perdão. O rei sabia que seu coração podia se enganar e orava para que Deus o guiasse.

“Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos. E vê se há em mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno.” Salmos 139:23,24

O quebrantamento faz parte da vida de um adorador, não em culpas falsas e infundadas. Mas, em uma postura de arrependimento e mudança. É o que muitos chamam de processo de santificação.

Para aqueles que querem se aprofundar neste tema, estude a vida do rei Davi e os seus Salmos.  Que hoje nos juntemos as estrelas e a natureza para adorarmos a Jesus que é Digno de todas as canções.

“e eles cantavam um cântico novo: “Tu és digno de tomar o livro e de abrir seus selos, porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, língua, povo e nação.” Apocalipses 5.9 

Nações todas, louvai o Senhor; povos todos, glorificai-o! Porquanto seu amor nos ultrapassa, e a fidelidade do Senhor é para toda a eternidade. Aleluia! Salmos 117.1-2

Contemplação como forma de adoração a Deus

É possível adorar a Deus através da contemplação? Quando você pensa sobre adoração, você logo pensa no momento do louvor da sua igreja? Não se preocupe, esse ainda é um pensamento bem comum. Por isso, quero te ajudar a ampliar seu olhar sobre a adoração. 

Como igreja, já avançamos muito nesse quesito e isso é maravilhoso e com certeza faz parte da obra do Espírito Santo. Vou te dar um exemplo, sou da época em que havia louvor e adoração nos cultos no sentido em que, o louvor seriam as músicas mais agitadas e adoração as músicas mais lentas. Se você também presenciou esse tempo, já percebeu que não agimos mais assim hoje em dia. 

A adoração não se inicia na terra, mas no céu

Com efeito, ainda precisamos de alguns alinhamentos em nossa forma de pensar sobre a adoração.  Primeiro porque achamos que a adoração é algo que começa na terra em direção ao céu. Pensamos nela como algo que tem origem em nós, é o nosso presente para Deus. Talvez seja por isso que alguns de nós encontramos dificuldade em nos engajar nesse momento do louvor no culto. 

Porém, quando olhamos para algumas passagens da bíblia, vemos que a adoração começa com Deus e desce para a terra.  Lembre-se de João que foi levado ao céu e pode ver seres em adoração constante diante de Deus. “Então olhei e ouvi a voz de muitos anjos, milhares de milhares e milhões de milhões. Eles rodeavam o trono, bem como os seres viventes e os anciãos, e cantavam em alta voz: “Digno é o Cordeiro que foi morto de receber poder, riqueza, sabedoria, força, honra, glória e louvor!”“. (Apocalipse 5:11,12).

Da mesma forma, quando lemos os muitos Salmos, vemos isso acontecendo também: “Aleluia! Louvem a Deus no seu santuário, louvem-no no seu poderoso firmamento. Louvem-no pelos seus feitos poderosos, louvem-no segundo a imensidão de sua grandeza! (Salmos 150:1,2). Consegue perceber a intenção desses textos em mostrar a adoração começando com Deus? 

Como se o que fazemos é justamente uma continuação do que já é feito no céu. A adoração é também uma resposta do que está acontecendo no céu mas não se inicia em nós e claro, não é sobre nós. Não adoramos a nós mesmos, adoramos a Deus e ele precisa estar no centro de todo nosso culto e ser alvo de nossa adoração. Por isso que a contemplação como forma de adoração a Deus é algo que faz muito sentido.

A beleza na contemplação da criação

Nesse sentido, vale a pena pensar que todo ser humano por natureza adora algo. E a  música pode ser uma forma de adoração sim, mas é também uma forma de adoração, uma visita e cuidado com idosos e crianças, fazer nosso trabalho da melhor forma, o ato de nos fazermos acessível a todo tipo de ajuda que se faz necessário. Ou seja, tudo que fazemos que glorifica a Deus é uma forma de adoração. Assim, quer vocês comam, bebam ou façam qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus”. (I Coríntios 10:31).

Por conseguinte, outra maneira de adoração é a contemplação. Podemos ver isso também muito presente nos Salmos. A forma de perceber a criação como algo que foi muito planejado por Deus é uma maneira que nós reconhecemos aquilo que é um atributo do Deus como Criador na harmonia da sua criação.  Veja o que está em Salmos 19: “Os céus declaram a glória de Deus; o firmamento proclama a obra das suas mãos. Um dia fala disso a outro dia; uma noite o revela a outra noite. Sem discurso nem palavras, não se ouve a sua voz”.

Por certo há algumas formas de observar a natureza e eu te aconselho a observar ela como uma poesia que se renova todos os dias. Assim como o Salmista enxerga. Ele percebe ordem em tudo o que Deus cria, ou seja, tudo que é belo vem dessa ordem na criação divina. Deus se faz perceber inclusive por meio da beleza da criação. Perceba que aquilo que tratamos como ordinário na verdade, o salmista está tratando como extraordinário. E essa é a contemplação como forma de adoração.

A contemplação nos leva a adoração aquele que tudo criou

Em suma, o nosso ato de adoração está ligado a tudo que fazemos. Visto que nossas vidas pertencem a um único Senhor e Criador de tudo. Logo, tudo que fazemos é para o louvor de sua glória. Por isso, adore em suas ações diárias desde as menores e ordinárias e também adore em sua comunidade de fé mesmo em unidade no momento de louvor no culto semanal.  A contemplação nos leva a adoração aquele que tudo criou.

Por fim, adore a Deus contemplando a sua criação com a mesma postura dos Salmistas. Enxergando a beleza na criação de Deus. Ao contemplar a criação de Deus, estamos adorando seus feitos. Que um sentimento de prazer e alegria encha nossos corações, renovando nossa esperança de que essa criação que é boa e perfeita continuará sendo restaurada até que não haja mais nenhuma expressão de maldade, até que não haja mais nenhuma lágrimas e sofrimento naquilo que é obra das mãos de um Deus Criador. 

Deuteronômio 28, 29,30 

Confie na liderança de Deus

Deuteronômio conta com uma série de sermões pregados por Moisés em seu último mês de vida. Quando paramos para analisar o livro de Deuteronômio, temos um apanhado de reuniões nacionais que Moisés estava tendo com o povo. E no capítulo 28 Moisés fala suas últimas palavras para o povo de Israel. 

E se você soubesse que está falando com seus entes queridos pela última vez, aqueles que você ama, que investiu sua vida, dedicou seu esforço, seu dinheiro, que alerta você daria a essas pessoas em seus momentos finais de vida? O que realmente importa nessa hora final?

Uma instrução divina

Moisés termina o capítulo 29 do livro de Deuteronômio dando uma instrução divina:

As coisas encobertas pertencem ao Senhor, ao nosso Deus, mas as reveladas pertencem a nós e aos nossos filhos para sempre, para que sigamos todas as palavras desta lei.” – Deuteronômio 29:29

Essa passagem parece simples, mas é muito profunda. Ele está dizendo: Israel, as coisas que não foram da vontade de Deus dar um motivo, um destino, essas coisas não pertencem a nós conhecê-las, elas pertencem ao nosso Senhor. Mas, tem algumas coisas que Deus intencionalmente quis revelar a nós, e essas são nossas. Porque Deus as fez reveladas. 

A soberania de Deus

Depois de anos liderando o povo, essa foi a mensagem que Moisés deixou para eles – Existem duas maneiras para se viver, um caminho no qual a nação será abençoada e um caminho onde a nação será amaldiçoada.

Imagine que você faz parte desse povo e está ouvindo essa pregação final de Moisés. O que provavelmente todos nós pensaríamos neste momento: Moisés, qual será o futuro da minha família agora que vamos entrar na terra prometida? Como será a vida dos meus filhos, o futuro da nossa nação? Que tipo de mundo eles vão herdar, que tipo de nação teremos? 

Precisamos lembrar que a soberania divina se manifesta em duas formas: momentos em que você entende, e momentos que não entende. Momentos que o Senhor revela a nós os seus propósitos, e outros momentos que não nos é revelado. 

As coisas secretas pertencem ao Senhor

A verdade declarada de forma tão simples em Deuteronômio 29:29 é que as coisas secretas pertencem ao Senhor e as reveladas pertencem a nós, e nossa vida inteira é dividida nessas duas partes – coisas que Deus manteve em segredo, e outras que Deus lhe revelou e ele confiou a nós.

Como cristãos enfrentamos situações e fazemos perguntas para as quais não temos respostas. Além disso, pessoas ao seu redor, por sermos cristãos, farão perguntas esperando respostas, e você não terá. E com isso, podemos cair em uma armadilha muito perigosa – inventar e dar as respostas erradas, tentar ser como Deus, mas não nos compete ter todas as respostas. Nunca tenha medo de dizer “eu não sei”, principalmente se você é alguém que ensina a Bíblia. Não faz parte da fé fingir ter uma resposta para cada pergunta. Não faz parte da vida cristã elaborar eloquentemente todos os motivos. 

É maduro abraçar o desconhecido de Deus, e saber que ele manteve coisas ocultas, porque a fé está nisso. Seguir a Cristo e seguir o Deus da história é sobre abraçar também os caminhos desconhecidos Dele, os caminhos que Ele não quis fazer conhecido a você. 

A fé é convidada a se curvar

A fé é convidada a se curvar diante do mistério daquilo que Deus manteve oculto de nós. Simplesmente confiar que o Deus da promessa tem o controle daquilo que não temos. As coisas reveladas, Moisés diz, elas são dadas para que você siga o Senhor. Para que depositemos a fé com incertezas em um Deus que não é abalado. Mesmo quando nos sentimos perplexos e não entendemos. Se há coisas não reveladas que você não entende, que sacodem sua vida, olhe para o lado e veja as coisas então reveladas, entenda-as como um convite para permanecer ancorado em Cristo. 

A Bíblia diz em 2 Coríntios 5.7Porque vivemos por fé, e não pelo que vemos.” Em outras palavras, Paulo está dizendo – nós vivemos pelo o que cremos e em quem cremos, não vivemos porque temos todas as respostas das nossas dúvidas e temores.  Vivemos e caminhamos não porque temos como alvo as respostas para tudo, mas pelo Senhor que orquestra todas as coisas. 

Medo e incerteza do futuro

Chegará o dia em que a fé se transformará em algo que poderemos ver. Chegará o dia em que nós o conheceremos, como por Ele somos conhecidos. Já parou pra pensar que quando estivermos face a face com o Senhor, esse elemento tão fundamental da vida Cristã, chamado Fé, não será mais utilizado. Você não precisará mais da fé, porque tudo que esperava se materializou. Mas, esse dia ainda não chegou e até aquele dia, a fé é convidada a se curvar diante do mistério que Deus manteve oculto. 

A incerteza do futuro estava sobre o povo de Deus naquela época. E muitas vezes nós também somos assolados pelo medo e incerteza do que virá. As perguntas que temos a respeito da nossa vida e daqueles que amamos de fato não pertencem a nós, mesmo quando achamos que sim.

Pois essa promessa é para vocês, para os seus filhos e para todos os que estão longe, isto é, para todos aqueles que o Senhor, nosso Deus, chamar. Atos 2:39

 

Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada. Romanos 8:18

 

Mas temos confiança e desejamos antes deixar este corpo, para habitar com o Senhor. – 2 Coríntios 5:8

Não se preocupe com a sua vida, com coisas que você não controla e não pode mudar. Viva de acordo como alguém que vive para o reino e a justiça de Deus. Deixe o amanhã de fato nas mãos de Deus. Sua vida dedicada ao Senhor não será em vão. 

Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor. – 1 Coríntios 15:58

Como encaramos as dúvidas do agora? 

Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser, mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, pois o veremos como ele é. – 1 João 3:2

Em meio a sua jornada de luta e resistência sobre o pecado, coloque seus olhos no Senhor e no dia em que você se parecerá mais com o que Ele é. E enquanto isso não acontece, aceite o convite de permanecer e confiar Nele, com uma fé rendida e que abraça a crença na soberania deste Deus. 

Confie no Deus do amanhã

Somos rápidos demais em nos preocupar com o amanhã e lentos em descansar e confiar no controle do Deus soberano. É tão fácil deixarmos os afazeres pra depois ou para o “infinito e além”, enquanto parece difícil que as preocupações do próximo mês não se façam presentes no dia de hoje.

Temos a tendência de andarmos ansiosos pelo que há de vir, como se pudéssemos resolver tudo. Entretanto, somos convidados a buscar o que realmente importa hoje, crendo que Deus tem a provisão necessária para o amanhã.

Cristo nos chama a uma vida plena, sem excessos ou faltas. É fato que a ansiedade é gerada pelo “excesso de futuro”. Não estou dizendo, de maneira alguma, que devemos viver como se não houvesse amanhã, é preciso sim responsabilidade. Mas andar demasiadamente preocupado com as circunstâncias vindouras revela a nossa falta de confiança no Dono do tempo.

É imperativo:

“Portanto, não se preocupem com o amanhã, pois o amanhã se preocupará consigo mesmo. Basta a cada dia o seu próprio mal”. (Mt. 6.34)

Deus está comprometido com todos

A garantia de que todas as demais coisas serão acrescentadas é vitalícia para aqueles que buscarem em primeiro lugar o Reino de Deus. Sendo assim, Deus está comprometido com todos aqueles que colocam nele a sua confiança. É impossível acrescentarmos sequer 1 hora a nossa vida por mais que nos preocupemos (Mt.6.27).Concluímos então, que o andar ansioso traz apenas desgaste e frustração.

Confiar em Deus não é como se estivéssemos entregando a produção do “pão” de amanhã nas mãos do açougueiro. Estamos confiando naquele que criou o próprio “trigo”, que sabe o que fazer e quando fazer para atingir o resultado perfeito. Ele faz com que todas as coisas cooperem para o bem daqueles que o amam (Rm.8.28).

A resposta eficaz diante das preocupações e ansiedade é o nosso posicionamento. Perante situações que geram desconforto precisamos orar. Ao nos depararmos com uma necessidade, devemos pedir a Deus a provisão. Em frente ao medo e incertezas é necessário clamar ao Senhor por direção e clareza.

“Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus.
E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os seus corações e as suas mentes em Cristo Jesus.” (Fp.4.6-7)

A oração traz a completa convicção de que Deus,  muito mais sábio do que eu, e capaz de me encher de toda a sabedoria, está no controle do que há e do que ainda virá. Orar muda não só as circunstâncias ao meu redor, mas muda tudo dentro de mim!

O foco do nosso coração determina os rumos de nossas vidas. Portanto, nossas escolhas são feitas, instintivamente, baseadas em onde está nosso foco. Estudos recentes da neurociência indicam que nossas reações, escolhas e linguagem baseiam-se em 10% de uma memória consciente e 90% no inconsciente.

Inegavelmente, desde o nascimento e até mesmo na gestação, acumulamos experiências, lembranças e aprendizado que formam quem somos. Decidir assumir o controle de nossa mente e emoções é tarefa que não conseguimos exercer sem a parceria do Espírito Santo.

Por isso, Paulo orientou sobre a importância da renovação da mente. O conhecido texto de Romanos 12.2 diz: “E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.”

A renovação da mente a que Paulo se refere, nada mais é do que manter o foco, ou seja, permanecer olhando para o autor e consumador de nossa fé (Hebreus 12.2). A determinação deste ato define o quanto experimentaremos dEle nesta era.

Restabelecendo o foco

No entanto, não é incomum perdermos o foco. Já que, mais do que em outras gerações, as distrações são diversas e atraentes em nossos dias. Elas disputam nosso olhar e são apelativas. Salomão entendeu que sobre tudo o que devíamos guardar, nosso coração deveria receber maior atenção.

“Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.” Provérbios 4.23

Portanto, quando perdemos o foco, o caminho de volta precisa ser trilhado. É importante reconhecer o que nos distraiu ou quiçá nos encantou mais do que o próprio Deus. O ponto de partida será sempre usar nosso livre arbítrio para escolher olhar para Ele novamente.

Certamente, o arrependimento é parte integrante de nossa jornada. Ele não acontece de uma única vez, como quando nos convertemos. Ao contrário, o ato de se arrepender será repetido inúmeras vezes ao longo de nossa jornada. Já que, faz parte do processo de santificação.

O processo de justificação é instantâneo e pode ser comparado a um elevador que nos eleva de uma posição inferior à posições superiores em segundos. Já o processo de santificação é diário e é como subir degraus de uma escada.

Na eternidade, a posição que adquirimos na conversão equivalerá a posição conquistada com a santificação. Até lá, nosso papel é vigiar em relação ao que permitimos que entre e ocupe lugar em nosso coração.

A beleza por trás de manter o foco

Saber que Deus está empenhado em chamar nossa atenção nos envaidece. Imaginar que o Criador do universo se importa conosco a ponto de saber quantos cabelos temos em nossa cabeça (Mateus 10.30) é assustador.

Quando entendemos que o Deus de Abrãao não deseja que Isaque ocupe um lugar que é só dEle no coração do patriarca, começamos a discernir o quanto esta disputa é séria. Portanto, não podemos negligenciar nosso papel de estar atento às distrações, eliminando-as sempre que necessário.

Ter o olhar capturado pela beleza e santidade de Jesus é permitir que Ele nos tome por completo. Os olhos dEle passeiam por toda terra buscando aqueles cujo coração é totalmente dEle (II Crônicas 16.9).

“Um coração feliz é o resultado inevitável de um coração ardente de amor.” Madre Teresa de Calcutá

Nosso foco estando nEle, e nEle somente, é garantia de felicidade verdadeira. Ele não se contenta com menos e não é sábio que desejemos menos que isso. Nosso olhar deve ser capturado pela audiência de um único homem: Jesus.

Existem níveis diferentes de criatividade inseridos em nosso DNA. Fomos criados à imagem e semelhança de Deus. Portanto, nada mais óbvio que identificar criatividade em nossa essência.

Algumas pessoas não se classificam como criativas. A própria palavra assusta alguns, que se consideram tímidos e introspectivos. Mas, nada poderia estar mais longe da verdade. Temos um potencial criativo que precisa e deve ser explorado.

Na criação, Deus convida o homem a fazer parte do que havia criado. Por exemplo, quando Adão teve a chance de dar nome aos animais. Seu poder criativo inerente era exercido enquanto fazia isso.

Havendo, pois, o Senhor Deus formado da terra todo o animal do campo, e toda a ave dos céus, os trouxe a Adão, para este ver como lhes chamaria; e tudo o que Adão chamou a toda a alma vivente, isso foi o seu nome.” Gênesis 2:19

O medo nos impede de exercer criatividade

Embora nossa essência seja criativa, o medo é o vilão que se apresenta sempre que algum aspecto criativo vem à tona. Já que, ele vem disfarçado sob forma de prudência, zelo, perfeccionismo e uma série de outras máscaras que adotamos.

Na verdade, são todos disfarces de um mesmo agente. O medo nos paralisa e nos rouba deste lugar de descoberta. Temos medo do fracasso, do julgamento, de ser mal interpretado, de arriscar, da mudança, enfim, são muitas variações.

O fato é que teremos que escolher se o deixamos tomar as rédeas, ou se o enquadramos em seu devido lugar. A escolha será sempre nossa, portanto, deixemos de lado as desculpas e encaremos de frente este inimigo mortal da criatividade.

A criatividade por Elizabeth Gilbert

Li, recentemente, o livro “A Grande Magia de Elizabeth Gilbert”. Apesar da autora não ser cristã, ela aborda o tema com muita propriedade. Extraio do livro este trecho em que ela simula um diálogo com o medo:

Querido Medo: Criatividade e eu estamos prestes a fazer uma viagem juntas. Entendo que quer juntar-se a nós, porque você sempre aparece quando iniciamos uma jornada. Reconheço que você pensa ter um trabalho importante em minha vida e que leva o seu trabalho a sério.

Aparentemente, seu trabalho é induzir pânico completo sempre que estou prestes a fazer algo interessante – e, posso dizer, você é excelente em seu trabalho. Então, por todos os meios, continue fazendo seu trabalho, se achar que precisa.

Mas, também estarei fazendo meu trabalho nesta viagem, que é de me esforçar para manter o foco. E a criatividade estará fazendo o seu trabalho, que é permanecer me estimulando e inspirando. Há muito espaço neste veículo para todos nós, então sinta-se em casa, mas entenda isso: Criatividade e eu somos as únicas que tomarão todas as decisões ao longo do caminho.

Reconheço e respeito que você faz parte desta família, e por isso nunca vou excluir você de nossas atividades, mas ainda assim – suas sugestões nunca serão seguidas. Você tem permissão para se sentar e terá permissão para falar, mas você não tem permissão para votar.

Você não tem permissão para tocar nos mapas das estradas; você não tem permissão para sugerir desvios; você não está autorizado a mexer na temperatura. Cara, você nem está autorizado a tocar no rádio. Mas acima de tudo, meu querido e velho amigo familiar, você está absolutamente proibido de dirigir.”

Elizabeth Gilbert (A Grande Magia)

Quando a criatividade vence

A criatividade vence quando o medo é encarado de frente. Portanto, quando o identificamos e entendemos que o perfeito amor lança fora todo medo (I Jo. 4.18), já estaremos avançando na direção correta. Ouse dar vazão ao seu potencial criativo.

Então, comece com coisas simples. Busque meios de implementar criatividade em sua rotina diária. Invente novas maneiras de usar uma mesma peça de roupa. Mude o trajeto da escola ou do trabalho. Acredite no potencial criativo que existe dentro de você.

Com a ajuda do Espírito Santo, ocupe seu papel de protagonista de sua história. Impacte sua geração com seus dons e talentos. Tenha coragem de ser quem Deus te criou para ser. Você é insubstituível e importante no plano que Deus tem com a humanidade.