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Sobre o autor

Nayla Cintra

Nascida em Mato Grosso, Nayla é missionária em tempo integral desde 2011, tendo já servido durante 4 anos na JOCUM (Jovens Com Uma Missão) e quase 2 anos como missionária intercessora no FHOP (Florianópolis House of Prayer). Nayla carrega um coração para pessoas em situação de vulnerabilidade social, ama o mundo artístico e criativo, é apaixonada por missões, mas tem como maior desejo ver o nome de Jesus sendo conhecido entre todos os povos e tribos da Terra.

O amor cobre multidão de pecados, é uma força condutora que nos dá vida e esperança. Outrora fomos pessoas quebradas e totalmente destituídas da glória de Deus, mas hoje, somos chamados a outorgar graça e misericórdia da mesma forma como as recebemos de Jesus. Ele nos ensina a perdoar aqueles que têm nos perseguido. Nos ensina a nos doar sem pedir nada em troca. Nos ensina a caminhar mais uma milha até mesmo com os nossos “inimigos”.

“Acima de tudo, porém, tende amor intenso uns para com os outros, porque o amor cobre multidão de pecados.” 1 Pedro 4.8

O amor que o Senhor nos propõem é para ser vivido de forma intensa. Essa palavra: Amor, pode estar desgastada para muitos de nós, mas a questão é que Deus quer nos ensinar o verdadeiro amor, aquele que lança fora todos os nossos medos, aquele que nos dá uma visão profunda a respeito de quem somos em Deus e como podemos amar o nosso próximo assim como Ele ama.

Pedro continua nos dando formas práticas de demonstrar o amor fraterno aos nossos irmãos. Ele ressalta: “Sede hospitaleiros uns para com os outros, sem vos queixar.” (1 Pedro 4.9 – KJ). Receber alguém na intimidade do nosso lar é uma tarefa desafiadora para alguns de nós, não é mesmo? Pois isso, altera a nossa rotina e nos deixa sem a nossa tal “privacidade” e, às vezes, é bem cansativo ter que fazer “sala”, mas essa também é uma forma prática de amar. O amor vem embutido de praticidade, não são apenas meras palavras ditas em momentos de muita emoção. O amor é ação e não apenas palavras.

Servi uns aos outros de acordo com o dom que cada um recebeu, como bons administradores da multiforme graça de Deus. 1 Pedro 4.10 – KJ

Você já parou para pensar em todas as habilidades e dons dado ao homem? Todo o nosso “jeito de ser”, nossas diferenças e expressões? Agora, paremos um pouquinho para pensar em como temos “administrado” tais dons. Avaliemos o nosso jeito de viver e nos lembremos da multiforme graça de Deus. Deus em sua sabedoria e bondade deu dons aos homens, diversos e cheio de riquezas e nós somos administradores desses dons.

“Concluindo, tende todos vós o mesmo modo de pensar, demonstrai compaixão e amor fraternal, sede misericordioso e humildes, não retribuindo mal com mal, tão pouco ofensa com ofensa; ao contrário, abençoai; porquanto foi justamente para esse propósito que fostes convocados, a fim de também receberdes bênção como herança.” 1 Pedro 3.8-9

Mas lembre-se, o amor genuíno vem de Deus. Você e eu não podemos amar com o amor d’Ele sem Ele. Apenas seu Espírito Santo em nós aplica esse amor em nosso coração. Então, que hoje, nossa oração seja para que Ele derrame amor dentro de nós e que esse amor flua e transborde para aqueles que precisam ser amados. Lembre-se de nosso chamado, fomos salvos para um propósito, fomos chamados para abençoar.  O amor de Deus cobre multidão de pecados. Sim, o amor de Deus fez isso, o amor de Deus fará isso.

“Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor.” 1 Coríntios 13.13

 

Quando eu era criança, minha mãe tinha esse versículo espalhado por vários lugares pela casa: “Não é bom proceder sem refletir, e peca quem é precipitado.” (Provérbios 19.12). Talvez era porque éramos uma família um tanto barulhenta de cinco filhos, um pai e uma mãe, e ela queria nos ensinar o valor de pensarmos antes de agirmos no calor da emoção. Ainda hoje, é impossível ler essas palavras em Provérbios sem refletir na importância de cultivar a paciência  e o domínio próprio.

Quando eu era criança íamos à Igreja em vários dias da semana e não apenas no domingo pela manhã. Lembro-me de muitas vezes ter dormido no colo do meu pai ou de minha mãe, e das canções cantadas durante o meu adormecer. Quando eu era criança lembro-me das muitas músicas infantis e das historinhas contadas pelos professores da Escola Bíblica Dominical. Sobre tudo me lembro de muitas vezes acordar pela manhã com as orações e canções dos meus pais. Mas, o que quero ressaltar com todas essas lembranças, é a  importância de ensinar os filhos o caminho da salvação, assim como declara o autor de Provérbios.

“Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele”. Provérbios 22.6

Que maior herança podemos deixar para as próximas gerações? Como podemos pagar o preço para que a Cultura do Reino seja estabelecida e o coração de gerações possam ser transformados? Ensina a criança. Sim, ensina a criança o caminho em que ela deve andar. Quando o Senhor libertou o povo do Egito e depois deu a Lei a Moisés, Ele ordenou que a história fosse contada de pais para filhos e de geração a geração.

“Estes, pois, são os mandamentos, os estatutos e os juízos que mandou o Senhor, teu Deus, se te ensinassem, para que os cumprisses na terra a que passas para a possuir; para que temas ao Senhor, teu Deus, e guarde todos os seus estatutos e mandamentos que eu te ordeno, tu, e teu filho, e o filho de teu filho, todos os dias da tua vida; e que teus dias sejam prolongados. Ouve; pois, ó Israel, e atenta em os cumprires, para que bem te suceda, e muito te multipliques na terra que mana leite e mel, como te disse o Senhor, Deus de teus pais. Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força. Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te.” Deuteronômio 6.1-7

Se pararmos para pensar em nossa história, podemos perceber que os maiores problemas estabelecidos em nossas emoções vieram de nossa infância: insegurança, medo, baixa auto-estima etc. Pois o Diabo sabe onde nos marcar e ele veio para matar, roubar e destruir. Mas Deus também sabe onde nos marcar e  Ele cura o nosso coração e nos liberta das mentiras do passado para que sejamos melhores pais, amigos e mestres de nossas crianças. Precisamos ensinar a Palavra e a identidade que nossos “filhos” têm em Cristo e como elas podem amar a Deus sobre todas as coisas. E esse ensino vem pelo ouvir e pelo exemplo.

Que Deus derrame graça sobre nossas vidas para olharmos como Jesus olhou as crianças embaraçadas e, ensinando aos seus discípulos, falou: “deixai vir a mim os pequeninos, e não os embaraceis, porque dos tais é o reino de Deus. (Lucas 18.16).”

Existe um grande contraste entre o fariseu e o publicano, e Jesus fala dessa realidade em algumas parábolas. Não quero apenas jogar palavras em uma folha mas, na verdade, quero que você, que lê esse texto, possa entender aquilo que Jesus quer ensinar quando contou tais histórias. O contraste existe e cabe a nós escolher o nosso modelo.

“Propôs também esta parábola a alguns que confiavam em si mesmos, por se considerarem justos, e desprezavam os outros.” Lucas 18.9

O que primeiro podemos notar é que Jesus ensinava pessoas independente de quem elas eram ou de como estavam seus corações. Porque Ele ama ensinar seus caminhos e mudar nossos conceitos quebrados. Ele ama reconstruir nossa mentalidade. Ele quebra os nossos paradigmas e nos ensina a ter um olhar mais profundo sobre os assuntos mais simples e diversos dos quais possamos imaginar.

O Senhor sonda o coração do homem, Ele conhece as nossas mazelas e as faltas em nosso caráter. Quando Ele vê nosso orgulho, egoísmo ou justiça própria Ele se aproxima e nos diz que tipo de coração lhe agrada. Ele nos conta o que espera de nós e como podemos encontrar êxito em nossa vida como filhos de Deus. Ele considera o nosso contraste, mas quer nos levar um passo além.  

Então, temos a história do fariseu e do publicano e o “formato” de oração seguido por eles. Pensemos que cada um orou segundo os conceitos e a estrutura de pensamento que possuíam. Eles oraram conforme viam a si mesmos e conforme se relacionavam com Deus.

“O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo” (Lucas 18.11). Isso é bastante interessante, não é mesmo? Até a postura corporal do fariseu condizia com suas palavras e o que ele pensava de si próprio. Ele se julgava superior por não ser como os “outros”, até mesmo como o publicano. Ele se julgava superior por cumprir a lei e os ritos religiosos estabelecidos em sua comunidade. Ele se comparou com base em comportamento e concluiu que seu estado era muito superior ao dos demais homens, roubadores, injustos e adúlteros e, por isso, o “zeloso” fariseu sabia como desprezar o seu próximo.

Todos temos que ser gratos pela salvação, mas também temos que guardar os nossos corações e saber que o que recebemos não é pelas nossas ações ou merecimento, mas sim, por causa da Cruz e do sacrifício remidor de Jesus. Que nossas orações sigam o modelo de humildade verdadeira, assim como o do publicano que reconheceu o seu estado de pecado e pediu para que a graça de Deus fosse derramada sobre si. Ele reconheceu que Deus poderia ser propício a ele e era esse o seu clamor. Qual é o seu contraste? Com quem você quer se parecer?

“O publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador!” (Lucas 18.13 – JFARA)

“Mas o publicano ficou à distância. Ele nem ousava olhar para o céu, mas batendo no peito, dizia: ‘Deus, tem misericórdia de mim, que sou pecador”. (Lucas 18.13 – NVI)

Jesus nos ensina a trocar a roupa de comparação e presunção por um coração cheio de fé e humildade. Trocar o desprezo por honra, o julgamento por graça e compaixão. Não, nós não queremos viver uma vida cheia de pecado e o Senhor é realmente poderoso para nos fortalecer e nos ajudar a vencer nossas lutas, mas é preciso cultivar o amor e a honra uns para com os outros e, principalmente, para com o nosso Deus. Lembre-se: “Todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado.” (Lucas 18.14)

Você já parou para pensar que, às vezes, podemos rejeitar aquele que Deus ama? Isso pode acontecer sem notarmos ou mesmo de forma sutil . Mas hoje, quero te convidar a olhar mais de perto para algumas situações da vida.

Isaías 58 nos descreve qual o tipo de jejum que agrada o coração de Deus. E todas aquelas palavras estão relacionadas com a forma como tratamos aos que estão ao nosso redor. Principalmente, o homem que se encontra em algum tipo de vulnerabilidade, seja ela social ou espiritual. Deus é aquele que pega o homem fraco e o faz assentar-se no meio dos príncipes do seu povo. Deus é aquele que toma o homem sem esperança e derrama luz sobre suas trevas, e faz dele homem livre.

“Ele ergue do pó o desvalido, e do monturo, o necessitado, para o assentar ao lado dos príncipes, sim, com os príncipes do seu povo.” Salmo 113.7-8

Jesus se entregou na cruz

Quando olho para o mundo e todos os problemas que existem por aí, são tantas histórias, tantas tragédias, que até mesmo podemos perder a esperança, mas ao olharmos para Jesus nosso coração vê uma luz e só o que nos resta a fazer é amar como Ele ama, é entregar nossa vida como Jesus se entregou na cruz.

Quero deixar algo claro: Nós não somos chamados para “mudarmos” o mundo. Mas somos chamados a iluminar a terra com a luz de Cristo. E essa luz precisa brilhar de dentro para fora. Do nosso interior fluirão rios de águas vivas e tem muita gente com sede por aí.

Se apenas tentarmos lutar contra as injustiças podemos desfalecer diante de tanta maldade da humanidade caída. Mas se entendermos o nosso papel e tudo o que Deus tem nos convidado a viver, nós andaremos na lei do amor, e Cristo encherá o nosso coração de graça e misericórdia porque Ele é o Deus que sente compaixão. Porque Deus ama.

Deus ama tanto que nos deu Jesus

Jesus se importa com o menor abandonado, Ele se importa com o morador de rua, Ele se importa com o trabalho escravo, Ele se importa com o abuso infantil, Ele se importa com a pobreza e Ele nos convida a olharmos para isso sendo desafiados a orar e agir. Ele quer nos dar ideias, Ele quer gerar empregos, Ele quer multiplicar o pão, Ele quer alimentar a multidão.

Então, hoje quando você estiver caminhando pelas ruas da cidade, pergunte ao Senhor o que Ele sente! O que Ele pensa sobre aqueles que cruzam o seu caminho? Como você pode ser um príncipe que se assenta ao lado do homem a quem Deus quer levantar e honrar! Que grande privilégio temos de olhar pelos olhos de Deus. Ver o que Ele quer fazer e participar desse processo na vida de muitos irmãos. Deus ama, então também quero aprender a amar, e você?

“se abrires a tua alma ao faminto e fartares a alma aflita, então, a tua luz nascerá nas trevas, e a tua escuridão será como como o meio dia.” Isaías 58.10

É difícil ter quando nos sentimos distante dos nossos sonhos e promessas. Esperar contra a esperança pode ser um desafio em tempos de crise e insegurança. Mas hoje podemos escolher crer ao invés de duvidar. Podemos escolher confiar. Podemos nos jogar nos braços do Senhor Jesus que nos amou e continuará nos amando até o fim.

Pela fé nós podemos lidar com aquilo que ainda não vemos. Pela fé podemos ver a noite escura e ter esperança que o amanhã vai raiar trazendo um sol quente e crescente. Pela fé cremos que todas as coisas foram criadas pela Palavra e cremos que a Palavra se fez carne, habitou entre nós e nos dá uma nova história.

“Ora, a fé é a certeza das coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem. Pois, pela fé, os antigos obtiveram bom testemunho. Pela fé, entendemos que foi o universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem. ” Hebreus 11.1-3

Às vezes fico pensando na vida de e em como o seu mundo desmoronou-se do dia para a noite e de repente tudo o que ele tinha acabou-se em questão de minutos. Que fé existia no coração desse homem, que mesmo ao se deparar com as maiores tragédias da vida, não blasfemou, mas continuou honrando a Deus com seus lábios. Mesmo quando ele perdeu tudo que amava, ele não pecou contra o Senhor.

“e disse: Nu saí do  ventre da minha mãe e nu voltarei; o Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor! Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma.” Jó 1.21-22

Após isso, Jó teve seu corpo tomado por tumores. Sua própria esposa lhe sugeriu amaldiçoar a Deus e que Jó se entregasse à morte. Ainda assim, ele manteve a sua integridade para com o Senhor.

“Então, sua mulher lhe disse: Ainda conservas a tua integridade? Amaldiçoa a Deus e morre. Mas ele lhe respondeu: Falas como qualquer doida; temos recebido o bem de Deus e não receberíamos também o mal? Em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios.” Jó 2.9-10

Podemos continuar observando sua história, todos os seus questionamentos para com Deus, o seu pedido de morte, o seu desejo de desistir e até alguns conselhos equivocados da parte de seus amigos. E toda essa jornada foi um processo em que seus olhos e sua fé foram dilatados. Pois Jó passou a conhecer a Deus mais profundamente.

Chegamos ao capítulo 42 do livro de Jó: “Então, respondeu Jó ao Senhor: Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado.” (v-1-2). Quando Jó fez essa afirmativa, ele ainda não tinha tido a sorte restaurada. Diante do processo, a fé e a convicção de Jó continuou a crescer. Ele prosseguiu declarando que os propósitos de Deus não poderiam ser frustrados. Que suas promessas seriam, de fato, cumpridas e realizadas.

Não sei qual estação você está vivendo, se perto ou longe das promessas. Mas, sei que hoje podemos declarar em alta voz: Deus, eu sei que tudo tu podes fazer e que nenhum dos teus planos e projetos se perderão pelo caminho, porque sim, eu sei que teus planos não serão frustrados.  

Também sou daquelas pessoas que ama o livro de Provérbios. Pois afinal, o livro de Provérbios traz conselhos tão práticos para tantas áreas de nossas vidas. Que tal hoje refletirmos a respeito do trabalho pela perspectiva desse livro que nos ensina sabedoria?

Mas antes de começarmos, quero te propor uma pequena dinâmica. Sente-se em um lugar confortável, respire bem fundo e olhe carinhosamente para as suas mãos. Estenda-as a sua frente, gire-as e coloque-as em uma posição de receber algo, como um presente bem carinhoso e especialmente preparado a você. Você consegue imaginar? Agora, imagine que esse presente pode ser o seu trabalho.

Muitas vezes, nós pensamos no trabalho como uma forma de castigo pelo pecado cometido, mas trabalho é algo que foi pensado por Deus antes mesmo do pecado surgir no cenário do Éden, pois o Deus que criou todas as coisas, deu a incumbência ao homem de “dominar” sobre tudo que havia criado. Sim, eu sei que o pecado transformou em labor o trabalho, mas nos lembremos da Cruz e que Cristo levou sobre si todos os nossos pecados.

Existe uma grande diferença entre o diligente e o preguiçoso. Pois, “O preguiçoso morre desejando porque as suas mãos recusam trabalhar. ” – Provérbios 21.25. Este, vai ter com a formiga, que apesar de ser bicho pequeno, ou melhor, minúsculo, sabe muito bem discernir o tempo e aproveita o verão para guardar provisão para os dias de inverno.

“Vai ter com a formiga, ó preguiçoso, considera os seus caminhos e sê sábio. Não tendo ela chefe, nem oficial, nem comandante, no estio, prepara o seu pão, na sega, ajunta o seu mantimento.” Provérbios 6.6-8

Eu gosto tanto da forma prática em que o conselho nos é dado. “Considera os seus caminhos e sê sábio”. A sabedoria é uma escolha objetiva diante de uma reflexão a respeito da forma como temos vivido. Primeiro: precisamos olhar para nossas vidas, olhar para o nosso trabalho e discernir nosso coração diante do todo. Qual é a nossa motivação em desenvolver nossas funções, as escolhas que fazemos quanto aos nossos recursos, e o futuro que estamos plantando hoje? Que o Senhor nos sonde. Pois, “Todo caminho do homem é reto, aos seus próprios olhos, mas o Senhor sonda os corações. ” Provérbios 21.1

Existe prazer em nosso trabalho quando não o fazemos apenas pelo dinheiro que vamos receber no fim do mês. Que não vivamos apenas para os fins de semana, férias e futuro. Que tenhamos prazer e alegria em nossas atividades diárias e rotineiras em fazer o que Deus tem nos convidado a fazer.

Deus nos deu dons e habilidades únicas, há um motivo para isso. Quero te encorajar em sua jornada a encontrar prazer e contentamento em tudo o que você fizer, inclusive em seu trabalho de todos os dias. Lembre-se: “… digno é o trabalhador do seu salário. ” – (Lucas 10.7).

“Bem-aventurado aquele que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos! Do trabalho de tuas mãos comerás, feliz serás, e tudo te irá bem. ” Salmos 128.1-2

Eu não sei quanto a você que lê esse post, mas a mim, o Salmo 23 traz boas recordações. Me lembro das canções que eu cantava, das divertidas melodias e da alegria que gerava em mim ser desafiada a confiar no cuidado de Deus. Sim, “o Senhor é o meu pastor e nada me faltará” (Salmo 23.), esse foi um dos primeiros versículos que aprendi em minha infância e que marcou minha história com o Senhor.

Acho incrível que a Palavra do Senhor se renova, porque aquilo que nos é ensinado se torna cristalizado dentro de nós e em meio a nossa caminhada. Essas palavras se destacam em letras garrafais saltando brilhante as nossas vistas. Elas não são apenas recordações, mas são vida em nós. 

As ovelhas felpudas e branquinhas de nossas histórias infantis são tão lindas ao nosso olhar de criança e o pastor está sempre ali perto delas para lhes cuidar. Ele as leva para pastos verdejantes, ele as leva junto à mansas águas, ele as protege de animais ferozes e perigosos.

O pastor amigo é alguém corajoso que enfrenta o leão e o urso. Ele não mede esforços para cuidar do seu rebanho. Ele conhece cada ovelha pelo nome, pois foi ele mesmo que as nomeou. Davi foi um pastor de ovelhas que se tornou um rei. Ele conhecia a realidade de pastor e, por isso, utilizou essa metáfora em seus escritos. Mas, além disso, ele também entendia que diante de Deus ele é que era ovelha necessitando de cuidado. Ele sabia que precisava de descanso e em Deus ele depositava confiança e dependência.

Jesus é o supremo pastor que conhece suas ovelhas e dá a vida pelas ovelhas. As ovelhas ouvem a sua voz. O mercenário não é assim, ao ver um lobo a se aproximar do rebanho, ele foge porque seu coração não ama. Mas o Senhor Jesus nunca nos abandona, nem um minuto sequer Ele nos deixa só, mas nos ensina confiança mesmo nos momentos mais difíceis de nosso viver.

“Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas. O mercenário, que não é pastor, a quem não pertencem as ovelhas, vê vir o lobo, abandona as ovelhas e foge, porque é mercenário e não tem cuidado com as ovelhas. Eu sou o bom pastor, conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim. ” João 10.11-14

Hoje, Ele quer nos mostrar o caminho que devemos seguir. Hoje, Ele quer nos pegar sobre os ombros para que conheçamos o seu perfume e a melodia de sua voz. Sabe por que ouvimos e conhecemos a sua voz? Porque estamos perto o suficiente para ouvi-lo e sentirmos o seu cheiro.

Hoje Ele quer nos levar a pastos verdejantes, hoje Ele simplesmente quer nos fazer repousar. Então, faça uma oração de entrega e lance sobre Ele tua ansiedade. Viva seu dia a partir desse lugar de repouso e descanso. Ouça a sua voz e sinta o seu perfume.

“Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele comigo. ” Apocalipse 3.20

O Maravilhoso Deus ama se revelar, Ele quer se fazer conhecido. Ele esconde muitos segredos de homens sábios e reis poderosos e simplesmente escolhe mostrar seus mistérios a pessoas tão comuns como eu e você. Ele nos chama a prosseguir em conhecê-lo e se colocando à porta nos diz: “Sim, estou aqui para conversar enquanto comemos”.

Pense agora nos melhores amigos que você tem, e como é bom quando se encontram para partilhar gostosas refeições. Há tanto barulho e liberdade diante da mesa, brincadeiras e sorrisos. Há amor e alegria, além do prazer de estarem juntos. São nesses momentos que alma e coração são alimentados, não apenas corpo físico, mas sublimes sentimentos e emoções co-criados. Da mesma forma o nosso espírito se torna vivo porque Jesus sopra sobre nós o fôlego de sua presença.

Comer é algo tão cotidiano, não é mesmo? Todos os dias fazemos as nossas refeições, é necessário, é imprescindível para nosso fortalecimento e para a vida. E essa é a figura que Ele se utiliza para dizer que todos os dias Ele quer estar conosco. Basta apenas abrirmos o nosso coração e deixar que Ele entre, e Ele estará cotidianamente em nossa mesa.

“Se alguém ouvir a minha voz” – Nossa capacidade de ouvir precisa ser apurada, porque de fato Ele é um Deus que fala, mas nossas inseguranças e medos podem fazer calar sua voz, sem falar na descrença que sentimos quando muitas vezes inconscientemente duvidamos de seu amor por nós, e queremos tomar a força ou por merecimento o que Ele nos deu na cruz.

Como ouvi-lo? Como vê-lo? Como senti-lo? Como deixar que Ele participe todos os dias, em todos os momentos? Deus não é um Deus carente, Ele não está desesperado a porta pedindo por atenção. Mas Ele nos dá o privilégio de caminhar com Ele e vivermos em amor, mas precisamos ouvir a sua voz.

Lembre-se: você tem liberdade para entrar no Santo dos Santos, o véu se rasgou. Pelo sangue de Jesus há acesso a sala do trono. Há um lugar de paz onde podes descansar. Ache o seu melhor lugar, não apenas externamente, mas dentro de seu próprio interior. Deixe que o Espírito de Deus que habita em você o leve a esse lugar de entendimento e de revelação do caráter de Jesus. Tome o livro de amor em suas mãos, sim, abra a sua Bíblia e deixe que o Espírito Santo de Deus te guie nessa aventura maravilhosa de conhecê-Lo, de sentar-se à mesa junto d’Ele apenas para cear.

A cruz é uma das maiores expressões do amor de Deus, ela me inspira a prosseguir. Ela suscita esperança, pois todo labor e sacrifício de Cristo tem um propósito claro e definido, além disso, sei bem que, “Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito…” Isaías 53.11


Olhe para dentro do seu coração, o que você vê? Você consegue perceber o quanto é amado e quanto o Senhor tem desejado te dar uma vida plena d’Ele. Sabemos que neste mundo teremos aflições, mas Ele nos diz: Eu venci o mundo. Ele nos diz: Tende bom ânimo!

“Eu vos preveni sobre esses acontecimentos para que em mim tenhais paz. Neste mundo sofrereis tribulações; mas tende fé e coragem! Eu venci o mundo. ” João 16.33 King James

Mas você pode se perguntar: e quando eu tiver medo, como faço para ter essa vida plena? Há tantas histórias Bíblicas que podem nos inspirar em caminhar com coragem. Hoje, quero te lembrar da história de Esdras.

Esdras era escriba, podemos dizer que ele era especializado na lei de Moisés. Ele foi enviado pelo rei Ataxerxes a voltar para Jerusalém juntamente com muitos de seus conterrâneos, para uma vez mais prestarem culto ao Senhor. Ele tinha um coração disposto a buscar o Senhor, a cumprir e ensinar os mandamentos e o que a Bíblia repete várias vezes é que “a boa mão do Senhor estava com ele”.

“Porque Esdras tinha disposto o coração para buscar a lei do Senhor, e para a cumprir, e para ensinar em Israel os seus estatutos e os seus juízos.” Esdras 7.10

Esdras era consciente de sua grande aventura e dos perigos que cercavam a sua viagem. Ele sabia que o caminho era longo e muitas tragédias poderiam acontecer. Então, vemos Esdras se posicionando diante dos seus sentimentos que de fato eram reais, ele apregoou um jejum ao Senhor.

“Então, ali perto do riacho de Aava, dei ordem para que tivesse um dia dedicado ao jejum. Todos nós deveríamos nos ajoelhar em sinal de humilhação e orarmos, suplicando a Deus que nos dirigisse nossa viagem, nos protegesse juntamente com nossos filhos e os bens que levávamos. ” Esdras 8.21 King James

É extremamente interessante que a Bíblia relata que Esdras teve vergonha de pedir uma escolta ao rei para os defenderem dos inimigos, pois ele já havia dito ao rei que a boa mão do Senhor é para o bem daqueles que O buscam e sua força contra aqueles que O abandonam (Esdras 8.22).

Deus se agrada quando nos colocamos nesse lugar de humildade e vulnerabilidade diante d’Ele. Ele não se chateia com o nosso medo. Mas se agrada da nossa confiança e quando demonstramos nossa dependência N’Ele.

Precisamos experimentar perseverança diante de nossos desafios. O caminho pode ser longo, mas temos uma voz no céu. Temos uma voz diante de Deus e Ele ama nos atender. Então, se você precisa de respostas quero de incentivar a ter um coração como o de Esdras, e com esse mesmo coração peça a liderança do Senhor. Certamente, Ele nos ouvirá.

“Nós, pois, jejuamos e pedimos isto ao nosso Deus, e Ele nos atendeu.” Esdras 8.23

Ao nos depararmos com a maldade humana é preciso lembrar que temos a quem recorrer, clamaremos a um Deus que tudo vê. Pois o Senhor não tem prazer na morte do ímpio, mas que o reino da Luz sobressaia sobre qualquer escuridão.   

“… Tão certo como eu vivo, diz o Senhor Deus, não tenho prazer na morte do perverso, mas em que o perverso se converta do seu caminho e viva…” Ezequiel 33.11

Quando paramos para ver os noticiários, muitas vezes, o nosso coração se torna perplexo diante de tantas perversidades. São tantas notícias ruins, tantas tragédias e tanta maldade da humanidade caída que podemos ficar sem nenhuma esperança. Nesses momentos, nós clamaremos por justiça, pois os que têm sede e fome de justiça serão saciados.

Mas é preciso saber que nem sempre aquilo que chamamos de justiça é, de fato, a mesma justiça de Deus. A justiça de Deus sempre tem um propósito redentor. Não é apenas um castigo ou vingança pelos pecados e maldades cometidos por um ser humano em escuridão e trevas.

Essa é uma questão complexa e precisamos pensar em como não exercer justiça própria e julgamento humano. Em contrapartida, não podemos fechar os nossos olhos e compactuar com a maldade. Precisamos nos levantar em favor da verdade e do amor sendo voz para aqueles que não tem voz, nos lembremos, porém, que Deus não tem prazer na morte do perverso, mas em que o perverso se converta dos seus maus caminhos e viva.

Mas, como exercer justiça com o coração certo? Só existe uma forma de fazermos isso: olhando através dos olhos de Cristo. Você já parou para pensar no significado da cruz? Todas às vezes em que nosso coração se deparar com a maldade diante de nós, com os crimes hediondos e com o abuso, temos que olhar para o sacrifício de Jesus na cruz, Ele verá o fruto do seu penoso trabalho e ficará satisfeito com o seu conhecimento, o Servo Justo, justificará a muitos. Isso não significa que liberar perdão não seja dolorido e desafiador, também não significa que temos que abrir as portas das cadeias e deixar homens maus soltos por aí em nome da graça. Mas, significa que nossa motivação estará alinhada com o coração de Deus.

Lembra da mulher pega em adultério e de como Jesus lhe estendeu as mãos e lhe disse: “onde estão os teus acusadores? Vá e não peques mais”. Precisamos clamar por justiça, mas precisamos fazer isso com a motivação certa e com a perspectiva do coração de Deus. Que sua esperança se renove n’Ele e que Ele nos dê sabedoria diante desse mundo mal, para exercermos justiça verdadeira e amor proposital.

“Pois nada está oculto, senão para ser manifesto; e nada se faz escondido, se não para ser revelado. ” “…. Com a medida com que tiverdes medido vos medirão também, e ainda se vos acrescentará. ” Marcos 4.22 e 24

Sim, diante deste mundo mal, nós levantaremos as nossas vozes e clamaremos por justiça. Clamaremos a um Deus que tudo vê e Ele prontamente nos responderá.