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Sobre o autor

Nayla Cintra

Nascida em Mato Grosso, Nayla é missionária em tempo integral desde 2011, tendo já servido durante 4 anos na JOCUM (Jovens Com Uma Missão) e quase 2 anos como missionária intercessora no FHOP (Florianópolis House of Prayer). Nayla carrega um coração para pessoas em situação de vulnerabilidade social, ama o mundo artístico e criativo, é apaixonada por missões, mas tem como maior desejo ver o nome de Jesus sendo conhecido entre todos os povos e tribos da Terra.

Certamente o coração do homem é enganoso, mas há uma promessa de Deus sobre nós. O Senhor é Aquele que nos sonda e nos conhece. Ele tem o poder para mudar os nossos sentimentos e quebrar toda estrutura mental de pensamento. Tudo o que nos impede de confiar em seu amor e de realizar sua vontade na terra é rompido pelo conhecimento da Verdade, descrita em Sua Palavra Viva. Precisamos ser ousados como Davi e pedirmos ao Senhor que Ele sonde o nosso coração e nos livre de todos os caminhos maus.

“Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno.” Salmos 139.23-24

Não importa quanto de escuridão possa existir. Cada pedacinho do nosso ser não está oculto aos olhos de Deus. Esquadrinhar significa: examinar minuciosamente, procurar algo em todos os cantos, palmo a palmo… Ou seja, há calabouços que precisam serem abertos para que de fato possamos experimentar liberdade em cada área de nossas vidas. A Bíblia nos ensina como encontrar a felicidade e ela não está fora de Jesus. Por esse motivo é tão importante que Deus sonde o coração do homem.

“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá? Eu, o Senhor, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos; e isso para dar a cada um segundo os seus caminhos e segundo o fruto de suas mãos.” Jeremias 17.9-10

Quatro Princípios para a felicidade:

A Bíblia nos ensina como obter a felicidade. E quais princípios podem conduzir nosso coração em alegria. A felicidade nos termos bíblicos se difere do conceito humano, é mais profundo e independe de circunstâncias externas. Assim, podemos dizer que, bem-aventurado é o mesmo que feliz. De acordo com o Salmo 84 há características bem específicas que se manifestam na vida do homem bem-aventurado. Esses são apenas alguns exemplos. Porém, podemos encontrar muito outros.

I – Habitar na casa de Deus

Ainda no  Salmo 84, o escritor descreve sua ânsia pela presença de Deus, afirmando que a própria alma suspira e desfalece pelos átrios do Senhor. Ele chama o Tabernáculo de Deus de amável. E destaca: “o meu coração e a minha carne exultam pelo Deus vivo.” O prazer de estar no átrio do Senhor era tamanho que seu corpo respondia com intensa alegria.

Existe um lugar de plenitude onde cada um de nós pode habitar. Deus escolheu nos fazer filhos. Enviou a Jesus para nos trazer salvação e quebrar todo jugo que nos separava do Pai. Temos livre acesso a Sua Presença. O véu se rasgou e podemos entrar. Podemos adorá-lo de todo o nosso coração e este é um dos segredos da felicidade. Sermos adoradores extravagantes, reconhecendo que nossa força vem dele assim como nossa esperança. Habitar em Sua Casa é viver Coram Deo.

“Bem aventurado os que habitam em tua casa; louvam-te perpetuamente.” Salmos 84.4

“Bem aventurado o homem cuja força está em Ti, e cujo coração se encontra os caminhos aplanados, o qual, passando pelo vale árido, faz dele um manancial; de bênçãos o cobre as primeiras chuvas. Ó Senhor dos Exércitos, feliz é o homem que em ti confia” Salmos 84.5-6,12

II – A força está em Deus

“Bem aventurado o homem cuja força está em Ti…”

Mesmo que passando por aflições o Senhor tem nos chamado a olhar para Ele e superarmos os desafios que a vida nos proporciona. A tendência humana é se cansar. Mas aqueles que esperam no Senhor renovam as suas forças. Deus nos olha e diz: seja forte, seja corajoso, assim como falou a Josué, Ele também nos afirma.

Inúmeras histórias Bíblicas revelam milagres. Pessoas aparentemente irrelevantes tornam-se desbravadoras e marcam a história de gerações futuras. “Davi ficou profundamente angustiado, pois os homens falavam em apedrejá-lo; todos estavam amargurados por causa de seus filhos e de suas filhas. Davi, porém, fortaleceu-se no Senhor, o seu Deus.” 1 Samuel 30.6

Não sei qual a sua história Bíblica preferida, nem mesmo qual é o seu “herói”, mas lembre-se: as narrações são verdadeiras e são exemplos que nos inspiram a ir além de nossas fraquezas. Quando a força nos faltar, vamos lembrar que a graça do Senhor nos basta, pois o seu poder nos aperfeiçoa mesmo em nossas fraquezas.

III – O Coração se encontra os caminhos aplanados

“… bem aventurado o homem… cujo coração se encontra os caminhos aplanados, o qual, passando pelo vale árido, faz dele um manancial; de bênçãos o cobre a primeira chuva.” Salmos 84.5-6

Às vezes, nosso coração se torna duro, como o coração de pedra descrito pelo profeta Ezequiel (36.26). Mas o Senhor tem o poder de amolecer nosso coração e o encher de ternura. Retirando todo peso e raiz de amargura – “Que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe e muitos sejam contaminados por meio dela.” (Hebreus 12.15b).

Este homem bem-aventurado, mesmo no vale de Baca (que significa lágrimas), faz dele um manancial. Mesmo no deserto haverá água fresca, sombra e proteção. Os tempos áridos produzirão bons frutos. Caminhos aplanados sugerem liberdade, nivelamento e ausência de obstáculos para prosseguir. Essa realidade nem sempre é física, mas espiritual e começa de dentro para fora.

“Por isso, restabelecei as mãos descaídas e os joelho trôpegos; e fazei caminhos retos para os pés, para que não se extravie o que é manco; antes, seja curado.” (Hebreus 12.12-13)

“O caminho do justo é todo plano; tu retamente pesas o andar do justo.” Isaías 26:7

Gratidão é uma palavra que está em voga. Infelizmente no excesso do uso de uma palavra ela perde o significado. Pode se tornar descartável, sem o devido peso e valor. E mesmo que essa palavra esteja sendo usada em excesso, de fato, pensar em caminho plano é ser agradecido a Deus e poder caminhar em fé.

IV – Confia no Senhor

“Ó Senhor dos Exércitos, feliz é o homem que em ti confia.” Salmos 84.12

O segredo da felicidade está na confiança em Deus. E o que é confiar? É parar de tentar controlar tudo à nossa volta e saber que não estamos sós. É contar com a ajuda do céu. É se jogar sem medo de cair ou se machucar. Descansar é repousar seguro nos braços do Pai, sabendo que Ele é Soberano sobre todas as coisas que acontecem e que nada pode fugir do seu controle e permissão. Nada pode impedir o seu braço forte de agir.

Podemos dizer que confiar é saber que, mesmo que não entendamos certas circunstâncias, ainda assim, o amor de Deus nos basta. Não tem a ver com paralisia física ou emocional, mas tem a ver com fé e convicção de cuidado. Deus nunca nos abandona ou deixa de nos amar. Precisamos mudar o padrão de pensamentos e reconhecê-Lo pelo caminho.

“Confie no Senhor de todo o seu coração e não se apoie em seu próprio entendimento; reconheça o Senhor em todos os seus caminhos, e ele endireitará as suas veredas.” Provérbios 3:5-6

O mais importante é o amor

“Eu, porém, confio em teu amor; o meu coração exulta em tua salvação.” Salmos 13:5

Acima de tudo, amor de Deus nos dá confiança para adentrarmos em Seus átrios, isto é: para viver diante de Sua Presença. É o Seu amor que nos fortalece e nos faz corajosos. É o Seu amor que nos faz livres no caminho. É o Seu amor que nos faz confiar.

Como está o teu coração? Qual tem sido os teus desafios? E como construir caminhos planos? Que hoje Jesus possa iluminar nossas vidas e gerar em nós a felicidade que vem d’Ele. Não deixe de compartilhar conosco sua história. 

Muitos de nós estamos em uma longa jornada esperando que as promessas do Senhor em nossas vidas, se tornem realidade. Temos impressões em nossos corações, grandes sonhos e o desejo de sermos profundos em nosso relacionamento com Cristo Jesus. Mas tudo quanto se relacionam as promessas, ainda parecem muito distante. Em meio a espera, podemos ficar exaustos. É preciso coragem e determinação para mantermos nossos corações em fé.

Lembro-me da história de Josué. E de como Deus o encorajou a manter-se firme diante dos desafios que teria que enfrentar para conquistar a terra prometida. Além disso, o Senhor o exortou a ter o cuidado de guardar a lei e não se desviar dela. Nem para a direita e nem para a esquerda.

“Tão somente sê forte e mui corajoso para teres o cuidado de fazer segundo toda a lei que o meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies nem para a direita nem para a esquerda, para que sejas bem-sucedido por onde quer que andares.” Josué 1.7

O cumprimento das promessas de Deus estão diretamente ligadas a obediência. Significa que é preciso guardar aos princípios estabelecidos por Deus em sua Palavra. E isso, não é nenhum tipo de legalismo, mas de vida para os que amam a Deus.

Então, a pergunta que não quer calar é: Quanto o nosso coração tem sido amoroso para com o Deus ao ponto de obedecermos a sua Palavra?

A história de Josué e a promessa da terra prometida

Você já leu o livro de Josué? Já imaginou todas as guerras que ele lutou e sua relação com Deus? Em como se tornou corajoso a medida em que obedeceu as ordenanças do Senhor? Quando lemos a Bíblia é muito importante usarmos a imaginação para nos conectarmos com a história.

Coragem não é algo que vem do nada, ela se torna real à medida que andamos com Deus e obedecemos aos seus mandamentos. Josué foi um homem corajoso porque experienciou em sua caminhada o que Deus pode fazer. Ele foi o sucessor de Moisés. Presenciou os milagres e atravessou o deserto servindo seu líder. E quando sua hora de liderar chegou, já havia muita sabedoria em seu coração. Também havia grande referência do que Deus tinha feito no deserto. Seu livro começa com uma promessa feita por Deus:

Todo lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo tenho dado como eu prometi a Moisés.” Josué 1.3

Aquilo que Deus prometeu aos hebreus saídos do Egito, transpassou gerações. Não era apenas para Moisés, mas foi o legado de Josué. Além disso, Deus também disse a Josué:

 

“Ninguém te poderá resistir todos os dias de tua vida; como fui com Moisés, assim serei contigo; não te deixarei, nem te desampararei.” Josué 1.5

Sê forte e corajoso

“Sê forte e corajoso, porque tu farás esse povo herdar a terra que, sob juramento, prometi dar a seus pais. (v-6) Tão somente sê forte e mui corajoso para teres o cuidado de fazer segundo toda a lei que o meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies nem para a direita nem para a esquerda, para que sejas bem-sucedido por onde quer que andares. (v-7) Não te mandei eu? Sê forte e corajoso; não temas nem te espantes, porque o Senhor teu Deus, é contigo por onde quer que andares. (V-9)” Josué 1.6,7,9

Se observarmos o primeiro capítulo de Josué, concluímos que por três vezes Deus manda que ele fosse: forte e corajoso. Deus sabia dos grandes desafios que o povo teria que enfrentar e a chave estava em permanecer n’Ele e se manter perseverante.

Em nossas vidas também não é diferente. Todos os dias há inúmeras provas de fé que temos que passar. Muitas vezes, nos sentimos fracos e desencorajados. Isso, sem falar na ansiedade que tenta roubar nosso coração de Deus e nossa paz.

Os desafios vão se tornando maiores à medida que caminhamos. Jesus nos avisou que neste mundo passaríamos por aflições, mas que mantivéssemos o bom ânimo. Pois Ele venceu o mundo.

Onde construímos nossa casa?

Onde temos construído nossa casa? Na rocha ou na areia? Quais têm sido nossos alicerces? Pois, certamente tempestade vai soprar. Se estivermos firmados na Palavra, teremos vida e esperança. Mas se nosso coração e alma oscilam, nossa força se esvai pelos dedos, como areia do mar.

Quando nosso coração se sentir duvidoso e as crises em nossa fé baterem na alma, devemos voltar nosso coração a Jesus e nos lembrar que, sem Ele, nada podemos fazer. Devemos nos lembrar do Salmo 1, que não andamos no conselho dos ímpios. Antes, o nosso prazer está na Lei do Senhor, e na sua lei meditamos dia e noite.

Assim, seremos como árvores plantadas junto a corrente das águas. Que no devido tempo dá o seu fruto e cujo a folhagem não murcha. E TUDO quanto ele faz será bem-sucedido.

A mesma palavra também está presente no texto Bíblico de Josué: “… para teres o cuidado de fazer segundo toda a lei que o meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies nem para a direita nem para a esquerda, para que sejas bem-sucedido por onde quer que andares.”

O padrão de sucesso do mundo é bem diferente do padrão de Deus. A presença de Jesus nos dá forças para caminharmos em fé independente de circunstâncias externas. Independente do quanto aparentemente demore suas promessas. Mas também é verdade que, quando obedecemos a Palavra Viva e suas diretrizes, benção estará sobre nós e será como um sinal para que os ímpios creiam em quem Deus É.

Conclusão

Começamos esse artigo sendo encorajados a sermos fortes e corajosos da mesma forma que Josué foi instigado a fazê-lo. Aprendemos que obediência a Palavra está diretamente ligado a sermos abençoados e bem sucedidos. E isso independente de circunstância externas. Há grande alegria em conhecermos ao Deus que nos salva e nos ensina a sermos corajosos. Mantenhamos nosso coração Nele.

Em que circunstâncias Deus tem te feito forte e corajoso? Lembre-se de suas promessas. Conte-nos como tem sido sua jornada de fé e como a Palavra tem sido firmada em seu homem interior? Vamos amar saber o que Deus tem feito em sua vida.

Seus olhos são como chama de fogo, há paixão em seu coração e vivemos Coram Deo. Há amor indescritível que nos aproxima ao invés de nos causar afastamento. Quando descobrimos a verdade intensa do coração de Deus, entendemos que podemos ser inteiros diante Dele, movidos pelo Espírito em tudo o que fizermos, e tudo, exatamente tudo em nossas vidas se tornará adoração. Se tornará em alegria plena e satisfação em Jesus. Nós O percebemos em nossa jornada, tanto nos dias felizes como nos dias tristes.

Este amor nos comove e nos envolve, destrói a culpa e nos chama a viver em liberdade. Passamos a ver através dos seus olhos de amor e a sentir através de seu coração apaixonado que fez tudo por nós. Tão radical que se fez justiça na cruz. Para que pudéssemos ter acesso a Ele e vivermos em Sua presença.

Jesus se tornou homem como nós. Apesar de ser Deus, se despiu de sua glória. O Varão perfeito nos chama pelo nome. Ele nos conquista em amor. Não deseja nos transformar em seres angelicais e sim nos ensinar a ser manso como Ele é. Jesus nos criou para seu deleite.

“Nunca mais te chamarão Desampara… mas chamar-te-ão minha delícia… porque o Senhor se delícia em ti…” Isaías 62.4

Coram Deo – Diante da Face de Deus

Coram Deo é um termo latino cunhado nos primórdios da Igreja Cristã na Reforma Protestante, literalmente significa “viver diante da Face de Deus.” É a essência da fé cristã. É o nosso chamado mais sublime. Pois propõe que tudo o que façamos, façamos para o louvor Daquele que nos chamou da morte para a vida.

Porém, é preciso compreender que Deus não deseja apenas que levantemos as nossas mãos em adoração e as nossas vozes em louvor. É além disso, somos chamados para o amor. Não é este o primeiro mandamento? Amar a Deus sobre todas as coisas? O Senhor deseja um amor sincero que seja dado de todo o coração, alma e força. Isso não é mecânico e nem feito por cobrança ou obrigação. Jesus derramou sua vida na cruz para que tivéssemos a liberdade de viver diante de Sua Presença – Coram Deo.

O Amor de Deus é a Fonte

O amor de Deus é a fonte de toda alegria, paz e esperança. Quando nos deparamos com as dimensões desse amor tão profundo e tão grande, há uma conexão dinâmica que nos leva a vivermos plenamente diante de Sua Face, em tudo o que somos e em tudo o que fazemos.

Paulo frisa muito bem essa verdade em sua carta aos Efésios. Ele ora para que seja possível compreender as dimensões desse amor tão profundo de Deus. E que a medida que entendamos, caminhemos na plenitude dessa realidade. Oh! Amados! Isso não é tão maravilhoso?

“Por essa causa, me ponho de joelhos diante do Pai, de quem tomo o nome toda família, tanto no céu como sobre a terra, para que, segundo a riqueza da sua glória, vos conceda que sejais fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito no homem interior; e, assim, habite Cristo no vosso coração, pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em amor, a fim de poderdes compreender, com todos os santos, qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais tomado de toda a plenitude de Deus.” Efésios 3.14-19

Entre o sagrado e o secular

O Evangelho precisa estar conectado com cada área da vida. É necessário desvencilharmos de toda dicotomia entre sagrado e secular. Tudo o que fazemos se torna santo se realizado para a glória de Deus e de acordo com os princípios bíblicos estabelecidos em sua Palavra.

Um pastor pregando em um púlpito não é mais digno ou mais santo que um engenheiro, um médico, um juiz ou uma dona de casa cumprindo suas funções. E mais ainda, vivendo a vocação em que foram chamados para frutificar. Não sei se conhece a história do irmão Lourenço, um ex-combatente de guerra que passou parte da vida em um mosteiro praticando a Presença de Deus em tudo o que fazia. Ele mantinha em seu espírito uma conversa interna com o Senhor em todos os instantes, elevando os pensamentos a Jesus o tempo todo.

A verdade é que não podemos fugir do Senhor. Mesmo assim acabamos por compartimentar as coisas que “julgamos” ser santas e as que são do “mundo”. Às que fazemos na igreja e a que realizamos em nosso trabalho “secular”, e aí mora o grande problema. Para os que entendem Coram Deo, não há secular, tudo é santo, é tudo vivido para a Glória de Deus e dentro de um relacionamento de intimidade com o Senhor. Oremos para que Ele confirme as obras de nossas mãos, nossas vocações e chamados.

“Seja sobre nós, a graça do Senhor, nosso Deus; confirma sobre nós as obras das nossas mãos, sim, confirma a obra das nossas mãos.” Salmo 90.17

Vivendo de forma proposital

Assim como o irmão Lourenço, podemos ser propositais na dinâmica do nosso relacionamento com Cristo. Ou será que fingimos que Deus está distante de nós e não nos vê quando estamos fora do gueto cristão? Tudo que não podemos fazer é fugir da presença de Deus. Por mais que não sintamos, Ele continua sendo onipresente e onisciente. E mesmo quando pecamos, Jesus nos vê.  E manifesta graça sobre nós nos levando ao arrependimento.

Ao iniciar este artigo, meu coração parecia que iria explodir de contentamento. Há alegria extrema quando aprendemos a viver cada área de nossas vidas em Cristo. E, é a esse profundo relacionamento que Ele nos chama. Ele quer participar da história que está escrevendo para cada um de nós na vida que Ele nos deu de graça para vivermos. Ele é nosso Senhor, mas também nos chama de amigos e nos conta tudo que o Pai tem falado.

“Vos sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor, mas tenho vos-chamado amigos, porque tudo o quanto ouvi do meu Pai vos tenho dado a conhecer.” João 15.14-15

Nada nos separará do amor de Cristo

A vida pode ser tão intensa e plena quando nos jogamos nos braços amorosos de Jesus. E aprendemos a andar com Ele em TUDO. Nada pode nos separar do Seu amor. Nem anjos, nem demônios e mesmo terríveis circunstâncias.

“Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? … Porque estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.” Romanos 8.35,38-39

Ungido com o óleo de alegria

“Amaste a justiça e odiaste a iniquidade; por isso, Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria como a nenhum dos teus companheiros.” Hebreus 1.9

Jesus foi ungido com o óleo de alegria. Quando gradativamente a profundeza do Seu amor é desvelada ao nosso espírito, somos intensamente transformados. Quando entendemos essa verdade, lutar contra o pecado se torna um problema de menor impacto. Porque a alegria de seu amor nos dá força e vigor pra resistirmos. Se vivemos diante de Sua Face e propositalmente o incluirmos em tudo, simplesmente seremos envolvidos de alegria porque haverá confiança n’Ele. E se confiamos que somos aceitos e amados, então vivemos plenamente e com liberdade. Em crescente alegria prosseguiremos Coram Deo e tudo Lhe ofereçamos como fruto desse amor e confiança. Do trabalho ao fôlego de vida.

Inteireza de coração, estímulo de fé, temor do Senhor

A verdade é que quanto mais conhecemos o caráter de Jesus, as profundezas de Seu amor e Sua alegria intrínseca, sentimo-nos estimulados em viver Coram Deo. Saber que a vida diante Dele pode ser uma incrível aventura apesar de todos os desafios e temores que tentam nos abalar. Isso não estimula nossa fé? Esse convite para a intimidade?

O temor do Senhor nos afasta do pecado e podemos viver em integridade diante de quem Jesus É. Diante de Deus e dos homens podemos ser testemunhas vivas de Sua glória. A vida pode ser intensa e plenamente bela se vivermos em integridade de coração e esse é o nosso chamado. Vamos romper com as dicotomias que nos foram ensinadas e ofereçamos a Jesus cada área de nossas vidas e cada partícula do nosso ser. Nosso trabalho, inspirações, sonhos e alegria. Ele é nossa esperança e a Eternidade começa agora se propositalmente vivermos para Ele a Sua glória, e com Ele.

“Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus.” 1 Coríntios 10.31

Conte-nos como tem sido a experiência de viver Coram Deo? No que você tem trabalhado? Vamos amar saber o que Deus tem feito em sua vida.

Jesus contou aos seus discípulos que iria partir. E disse que, quando isso ocorresse, eles não estariam sós. Então, o Senhor fez-lhes uma promessa amorosa, a que lhes daria o Consolador. Conhecemos a história descrita em João 16, e como Jesus já estava preparando os seus discípulos para tudo o que eles iriam sofrer. Veriam o Mestre ser pregado no madeiro. E, mesmo perseguidos, não ficariam órfãos.

“Mas eu vos digo a verdade: convém-vos que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá para vos outros; se porém, eu for, eu vo-lo enviarei.” João 16.7

Mas, quem é esse Consolador que nos fora dado? Qual é a sua obra? Qual é o seu papel em nossas vidas? O Espírito Santo de Deus faz parte da Trindade. Ele habita em nós e nos ajuda em nossas fraquezas. Ele nos ensina a orar, nos revela o Pai e o Filho, Jesus.

O Espírito Santo

Falar sobre o Espírito Santo e sua obra tem gerado certa confusão ao longo do tempo e até mesmo divisões. Já vimos que o Espírito deu dons aos homens para gerar unidade e para um fim proveitoso. Aprender sobre a Terceira Pessoa da Trindade é algo que precisamos nos empenhar em fazer. Pois Sua obra é linda e nós devemos conhecê-lo.

Muitas vezes podemos sentir medo de que, manifestações “espirituais” sejam apenas emoções. Podemos temer o engano, as heresias e os exageros. É verdade que, muitas vezes, o verdadeiro se mistura com o falso, assim como o joio cresce com o trigo. É preciso discernimento do Espírito e este é mais um dom que Ele liberou sobre o seu povo. Então, uma vez mais, precisamos apelar para o Consolador.

Primeiro, devemos entender que o Espírito Santo é uma pessoa. Sendo assim, Ele não é uma coisa ou uma força. Ele tem características, emoções, personalidade e intelecto. A Bíblia fala sobre sua obra e quem Ele É. E nós precisamos ser estudiosos de Sua Pessoa. Ele faz parte da Trindade e também É Deus. Será que temos apagado o Espírito ou temos tido um relacionamento de amor com Ele?

O Espírito tem voz

Quando falamos que Espírito tem voz, não significa que ela seja sempre audível ou mesmo humana. Sendo assim, Ele se manifesta como quer. O que queremos dizer com isso, é que o Espírito fala. E, nós podemos ouvi-lo ou nos fecharmos. Podemos resistir a Ele pela dureza do nosso coração. Por causa dos nossos pecados, podemos apagá-lo. Mas, não podemos fugir d’Ele. Não podemos nos esconder.

“Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas…” Apocalipses 2.7

“Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face? Salmos 139.7

No entanto, agimos como se pudéssemos nos esconder.  Contato, se aprendermos o caminho da humildade e chegarmos diante do Senhor independente das circunstâncias da vida. E  até mesmo das tentações enfrentadas. Vamos experimentar graça incomparável. E isso, muda toda nossa história.

O Espírito dá direção

No livro de Atos, podemos observar o Espírito sendo derramado sobre os homens de forma sobrenatural. Os discípulos e muitos outros seguidores de Jesus estavam em Jerusalém “esperando”, até que do alto fossem revestidos. Se moviam em oração e jejum. Sinais e maravilhas foram vivenciados por eles. Como resultado, o Evangelho estava sendo pregado entre aqueles povos.

Nesse ponto, observamos o Espírito dando direção clara a respeito da liderança da Igreja, em como deveriam se mover. Após um período de jejum, Barnabé e Saulo foram separados para a obra que estavam sendo chamados. Então, os discípulos impuseram as mãos sobre eles e os enviaram para a obra “missionária”.

“E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra as que o tenho chamados. Então, jejuando, e orando, e impondo sobre eles as mãos, os despediram.” Atos 13.2

O Espírito é nosso ajudador

“Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossas fraquezas; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis.” Romanos 8.26

Então, não é maravilhoso saber dessa verdade? Além de Jesus não ter nos deixados órfãos, nos deu o Consolador. Aquele que nos ajuda em nossas fraquezas. Quando o caminho se torna exaustivo, quando não temos mais forças para continuar. Quando, nem mesmo, temos palavras para orar. Porém, temos o Espírito Santo que nos ajuda. Que nos consola e que ora por nós.

Além disso, Ele não intercede de qualquer jeito. Se for preciso, até mesmo, intercede com gemidos. Nossa vida seria um tanto mais leve se observássemos essa realidade. Se nos colocássemos na posição de total dependência do Espírito santo. Muitas vezes, nos cansamos até a exaustão, porque tentamos lutar com nossas próprias forças. E somos esmagados pelos problemas. Pela luta contra o pecado. Pela vida.

É o Espírito que libera sobre nós a graça necessária para passarmos por qualquer tipo de luta nesta terra. Acima de tudo, não é pela nossa força, nem mesmo pelo nosso poder. Nós somos dependentes d’Ele e podemos experimentar consolo em meio às crises. Força e fé em meio aos desafios. Todo socorro vem d’Ele!

O Espírito dá Testemunho de Jesus

“Quando, porém, vier o Consolador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que dele procede, esse dará testemunho de mim.” João 16.26

O Espírito é que confirma a realidade de Jesus em nossos corações. Portanto, Ele é que nos faz ver a verdade sobre a Bíblia. Nos confirma a salvação e que somos amados pelo Pai. Que Jesus morreu pelos nossos pecados. Que todas as coisas foram criadas pelo poder da Palavra. Certamente, Ele convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo. E todos os que são guiados por pelo Espírito são filhos de Deus.  

“Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus.” Romanos 8.14

Ele vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar

Assim como os discípulos, nós também, não fomos deixados sós. Jesus nos deixou o Consolador. E há uma promessa tão gentil e amorosa sobre nós, filhos. O Espírito não apenas nos consola, mas nos ensina todas as coisas. Você deseja conhecer mais o Espírito Santo? De Seus atributos e como ele age? Você deseja conhecer tudo com Ele? Ele quer nos ensinar. Eu quero aprender, e você?

“mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito.” João 14.26

A Igreja de Jesus é o Corpo de Cristo na terra. Como corpo, precisamos viver em unidade, cumprindo o nosso chamado e propósito. Deus é extremamente criativo e já distribuiu muitos dons aos seus filhos. Cada um de nós carrega dentro de si essa realidade.

Leia comigo:

“Ora, os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo. E também há diversidade nos serviços, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade nas realizações, mas o mesmo Deus opera tudo em todos. A manifestação do Espírito é concedida a cada um visando há um fim proveitoso.” I Coríntios 12.4-7

“Existem diferentes tipos de dons, mas o espírito é o mesmo. Existem várias formas de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. E há diversas maneiras de atuação, mas é o mesmo Deus que efetua tudo em todos. A cada um, contudo, é concedida a manifestação do Espírito, com a finalidade de que todos sejam beneficiados.” I Coríntios 12.4-7 King James

Os dons são diversos como é diversa a forma deles se manifestarem. Mesmo na multiplicidade de realizações e serviços, é o mesmo Espírito que efetua tudo em todos. E tudo isso para um fim proveitoso. Para que todos, no corpo de Cristo, obtenham benefícios.. Os nossos dons são de suma importância para abençoarmos e sermos abençoados mutuamente.

Dom da Graça: Cárisma

A palavra grega cárisma (plural carísmata), foi usada no Novo Testamento para dar nome aos diversos dons dados pelo Espírito Santo. No sentido bíblico, significa: “dom da graça”. Estes dons são distribuídos pelo Espírito como lhe apraz. É Dele, exclusivamente Dele o direito de decidir a quem vai outorgar cada dom.

Um dia, todos nós estaremos diante de Deus. E teremos que dar conta de como usamos o dom da graça que nos fora liberado. Podemos orar pelos dons que desejamos e devemos buscá-los com intensidade. Paulo mesmo esclarece essa verdade:

“Contudo, buscai com zelo os melhores dons.” I Coríntios 12.31

No entanto, se ficarmos insatisfeitos com os dons que possuímos ou sentirmos inveja dos  nossos irmãos pelos dons que eles possuem, com certeza estaremos pecando. Além disso, devemos respeitar essa diversidade do Espírito. Não precisamos dos mesmos dons, se não, Deus nos teria dado.

Deus tem um propósito

Qual o propósito de Deus em distribuir dons aos santos? O Senhor deseja que o Corpo de Cristo seja edificado e que alcancemos a estatura de Sua plenitude. Quando Jesus subiu às alturas, Ele levou todo o nosso cativeiro e concedeu dons aos homens. A Bíblia nos revela que alguns, Ele chamou para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres. Com o fim de aperfeiçoar os santos. Sim, este é o propósito de Deus: fortalecer a Igreja para que tenhamos a mesma estatura do Varão Perfeito.

“com o propósito de aperfeiçoar os santos para a obra do ministérios, para que o corpo de Cristo seja edificado, até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade,  atingindo a medida da estatura da plenitude de Cristo.” Efésios 4.12-13 King James

Dons do Espírito são concedidos para um fim proveitoso

Os dons Espirituais não devem ser usados para suprir nossas carências e desejos egoístas. Não devem ser aplicados para obtermos benefícios pessoais. Ao contrário, eles foram dados para servir ao próximo e encorajar aos que precisam de encorajamento. Da mesma forma, eles também foram concedidos para executar a obra do Pai com excelência.

Não fomos chamados para dividir o Corpo de Cristo e sim para promover unidade do Espírito pelo vínculo do amor. Nossa geração tem sido desafiada a se posicionar diante de Deus e dos homens. O Senhor quer contar conosco e podemos serví-lo de forma poderosa. Mas, precisamos estar alinhados com Seu coração.

Talvez, alguns tenham dúvidas a respeito dos dons Espirituais ou como identificá-los, não é mesmo? Quer saber mais sobre esse assunto? Então deixe-nos uma mensagem. Que o Espírito Santo possa nos revestir e nos usar conforme a sua vontade e para a sua honra!

A história de Ester não é apenas uma referência para a mulher cristã. Mas para toda aquela que quer ser uma mulher corajosa. Essa simples órfã, que se tornou rainha, nos inspira a sermos ousadas em fé. Mesmo diante das maiores adversidades e perigos que possamos enfrentar! Ela nos ensina o caminho da intercessão. Nos ensina a ousadia de uma mulher que crê e que sabe se preparar para as questões da vida. Tanto ao nível espiritual, como físico.

Portanto, diante do momento mais perigoso de sua vida, Ester decidiu arriscar-se. Ela entrou na presença do rei Assuero, mesmo sem ter sido convidada por ele. Esse ato seria mortal se o rei não lhe estendesse o cetro. Porém, ela percebeu que era seu papel clamar em favor dos Judeus exilados. Independentemente de sua vida correr risco. Isso não significa que no processo, não sentirá temor. Na verdade, ela teve que se preparar por meio de jejum. Ela ainda conclamou seu povo a jejuar. Ou seja, se posicionou de forma individual. E também levou seus irmãos a jejuarem, sendo assim uma líder excelente.

Então, Deus a encheu de grande coragem. Ester entendeu seu propósito naquela geração e andou em fé. Enfrentou os medos e a própria insegurança. Foi ousada, sábia e estratégica. Então, em resposta aos temores, ela disse: “… se perecer, perecerei.”

Duas mulheres, dois destinos

No do livro de Ester, vemos a história sendo narrada. O rei Persa, Assuero, dá um banquete para mostrar toda a sua glória. Então, ele chama a rainha Vasti para se apresentar diante dos povos e príncipes. Pois, desejou que todos vissem o quanto ela era bela. Vasti se nega a atender o seu marido e rei. E isso foi motivo para grande escândalo. Pois os homens temeram que o gesto da rainha, fosse seguido por todas as mulheres do reino. Então, ela é banida e perdeu para sempre a sua coroa.

“… Vasti não entre jamais na presença do rei Assuero; e o rei dê o reino dela a outra que seja melhor do que ela.” Ester 1.19b

Em Susã, capital Persa, havia um Judeu exilado chamado Mordecai. Ele adotou a filha órfã de seu tio. Hadassa, também chamada de Ester: “era bela, de boa aparência e formosura”. O rei havia concordado que a rainha seria substituída. Aquela que caísse no agrado do rei, reinaria em lugar de Vasti. Assim, ajuntaram muitas moças e Ester estava entre elas.

“Em se divulgando, pois, o mandado do rei e a sua lei, ao serem ajuntadas muitas moças na cidade de Susã, sob as vistas de Hegai, levaram também Ester à casa do rei, sob os cuidados de Hagai, guarda das mulheres. A moça lhe pareceu formosa e alcanço favor perante ele; pelo que se apressou a dar-lhe os unguentos e os devidos alimentos, como também sete jovens escolhidas da casa do rei; e fez passar com as suas jovens para os melhores aposentos da casa das mulheres.” Ester 2.8-9

A órfã se torna rainha

Duas mulheres bonitas, histórias cruzadas e a vida dos Judeus por um fio. Uma rainha que perde a coroa e uma órfã que se torna rainha. Será que Ester havia imaginado que seu fim seria melhor que o começo? Nossas tragédias humanas não podem nos impedir de termos um fim magnífico quando aprendemos a enfrentar nossos medos, assim como agiu Ester.

A beleza de uma mulher

Mesmo sendo uma mulher bela, Ester teve que passar por um processo de embelezamento. Todo esse tratamento durava um ano. Eram-lhe dado banhos com óleo de mirra, unguentos, perfumes, especiarias. Nenhuma candidata poderia entrar na presença do rei de qualquer jeito. Era preciso se preparar.

Isso me faz pensar em nós como mulheres. E como devemos manter um padrão elevado de cuidado pessoal. Sei que pode ser um desafio. Principalmente, se cairmos em comparação. Precisamos respeitar nossas diferenças. Não é uma questão de padronizar a beleza, mas nos aceitarmos como somos. Devemos nos amar e nos cuidar. Devemos tirar o peso e nos dar o devido alento.

Lembro-me de uma vez que senti-me preterida por um rapaz. E, ao me olhar no espelho perguntei: “Quem você pensa que é? Você acha mesmo que ele te olharia?” Na verdade, a minha visão estava quebrada. A voz que ouvi não era minha, muito menos a de Deus. Muitas vezes, temos dado atenção às vozes do diabo que tenta distorcer e ferir a nossa identidade. É preciso arrependimento diante do Senhor e pedido de perdão por esse pecado, se temos agido assim.

A beleza mais importante

A beleza mais importante não é a externa. Não é a aparente. Mas é a que vem de dentro para fora. Tem a ver com o nosso caráter, com quem somos em essência e se nos parecemos com Jesus. Às vezes, vamos para extremos. Amamos a beleza ou odiamos o que ela possa representar. Principalmente, o que é nos dito pela moda. Precisamos nos ver através dos olhos amorosos de Jesus e beleza viverá em nós. Lembre-se:

“Como jóia de ouro em focinho de porco, assim é a mulher formosa que não tem discrição.” Provérbios 11.22

“Enganosa é a graça e vã a formosura, mas a mulher que teme ao Senhor, essa será louvada.” Provérbios 31.30

Coragem e sabedoria

A mulher corajosa precisa andar em sabedoria e graça diante de Deus e dos homens. Algo impressionante sobre Ester é que ele era notada. Precisamos nos perguntar: qual o motivo? Em várias ocasiões a vemos alcançando favor. Isso tem a ver com o propósito de Deus, mas também com a forma que ela se portava. Ela tinha um coração humilde e era sábia para ouvir os conselhos que lhe eram dados, tanto por Mordecai como por Hegai, guarda do rei.

Em primeiro lugar, quando órfã, Ester foi adotada por Mordecai. Lhe pareceu formosa a Hegai, guarda das mulheres, e “alcançou favor perante ele”. Ele lhe deu os melhores aposentos e as servas do rei, além disso, o eunuco lhe dizia o que fazer. Fico imaginando Ester curiosa perguntando aquelas servas, como o rei vivia, do que ele gosta… Ester recebia favor de todos quanto lhe viam e o rei a amou mais do que a todas as outras mulheres.

“Ester, filha de Abiail, tio de Mordecai, que a tomara por filha, quando lhe chegou a vez de ir ao rei, nada pediu além do que disse Hegai, eunuco do rei, guarda das mulheres. E Ester alcançou favor de todos quanto a viam. O rei amou a Ester mais do que a todas as mulheres, e ela alcançou perante ele favor e benevolência mais do que todas as virgens; o rei pôs-lhe na cabeça a coroa real e a fez rainha em lugar de Vasti.” Ester 2.15-17

Propósito e destino

A história de Ester certamente é inspiradora. Além disso, ela não perde para nenhuma outra heroína dos nossos tempos. Temos falado tanto em empoderamento feminino, mas a Bíblia já revela mulheres fortes que se sobressaíram em sua época. É verdade que a força de uma mulher corajosa está em Deus.

Se tornar rainha da persa foi apenas o início de novos desafios. A vida dela e de seu povo corria perigo por causa da perseguição de Hamã. Sendo assim, ela estava diante de uma escolha. Ou seja: compreender o que Deus iria fazer através dela e pedir ao rei pelo Judeus ou tentar salvar a própria pele. Quando questionada por Mordecai, ela decidiu ousar.

“Então Mardoqueu mandou que respondessem a Ester: Não imagines no teu íntimo que, por estares na casa do rei, escaparás só tu entre todos os judeus. Porque, se de todo te calares neste tempo, socorro e livramento de outra parte sairá para os judeus, mas tu e a casa de teu pai perecereis; e quem sabe se para tal tempo como este chegaste a este reino? Então disse Ester que tornassem a dizer a Mardoqueu: Vai, ajunta a todos os judeus que se acharem em Susã, e jejuai por mim, e não comais nem bebais por três dias, nem de dia nem de noite, e eu e as minhas servas também assim jejuaremos. E assim irei ter com o rei, ainda que não seja segundo a lei; e se perecer, pereci.” Ester 4.13-16

Uma mulher corajosa como eu e você

Cada uma de nós deseja ter uma vida relevante. Tanto homens como mulheres, devemos deixar nossas marcas. É verdade que Deus quer nos usar. Assim como Ester, devemos compreender nosso papel na história. Sim, quem sabe se foi para um tempo como este que estamos aqui?

Gosto de pensar em adoração como um convite. Um convite a se render. É semelhante a entrega que fazemos quando nos apaixonamos. Por exemplo, diante da possibilidade do amor, nos rendemos ou resistimos. Abrimos o coração ou o fechamos. Pois, não é como ser coagido por um bandido, alguém que vem para nos roubar. E, diante dessa arma apontada, não temos outra escolha, a não ser nos entregarmos. Quando reconhecemos quem Deus é e como somos dependentes Dele, adoramos com um coração sincero. Muitos Salmos expressam esse convite:

“Vinde, cantemos ao Senhor; jubilemos à rocha da nossa salvação. Apresentemo-nos ante a sua face com louvores, e celebremo-lo com salmos. Porque o Senhor é Deus grande, e Rei grande sobre todos os deuses. Nas suas mãos estão as profundezas da terra, e as alturas dos montes são suas. Seu é o mar, e ele o fez, e as suas mãos formaram a terra seca. Ó, vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do Senhor que nos criou.” Salmos 95:1-6

No jardim Deus nos criou

Deus criou um jardim e dentro dele formou Adão e Eva. Pois, foram feitos a própria imagem e semelhança do Senhor. Na viração do dia, Ele estava ali, passeando e conversando“E ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim pela viração do dia.” Gênesis 3.8a.

Em primeiro lugar, Deus os criou para Si, assim como também nos fez para o Seu deleite. Criou Adão e Eva para um relacionamento de profundo amor. O jardim, era para ser o lugar de comunhão, alegria e contentamento entre o homem e seu Senhor. Portanto, quando nos perguntam para que o homem foi criado? Podemos responder que o fim principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre. Mas, você já imaginou: o que isso significa?

Quando  pensamos na palavra gozo, nos lembramos de intensa alegria,  um prazer sem igual. Deus nos criou para desfrutar de nós. E, para que nós, desfrutemos dele. Sendo assim, esse é o nosso chamado principal. Nosso fim em essência é  em Sua presença dia e noite. Sim, esse é nosso propósito aqui na terra: Viver em comunhão com o Senhor. Nos alegrar Nele. Caminharmos em obediência a sua Palavra, em fé e devoção. O convite de se render está lançado. 

Verdadeiros adoradores X falsos adoradores

Jesus ensinou a mulher no poço que Deus está a procura dos verdadeiros adoradores. Aqueles que adoram  ao Pai em “espírito e em verdade”. Se existe o verdadeiro, também existe o falso. Precisamos que Espírito Santo sonde os nossos corações. Ele esquadrinha e conhece nossas motivações. Lembra que Ele ensinou que não se trata de um lugar? Não é sobre um monte ou outro. Mas é sobre um coração quebrantado. Você também quer se render?

O Pai tem procurado adoradores que sejam verdadeiros. Homens e mulheres guiados pelo Espírito de Deus, cheios de autoridade e da Beleza de Jesus. Homens e mulheres que  resplandecem a glória do Pai. Que sejam cheios de de justiça e que manifestem os frutos do Espírito Santo. É mais do que palavras, são ações. Mais importante, não são apenas expressões externas, mas o fruto de mudanças interiores profundas. É o que chamamos de adoração como estilo de vida.

“Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.” João 4:23,24

O Canto das Estrelas

Não sei se você já teve a oportunidade de ver este vídeo no YouTube: “O Canto das Estrelas”. Sem dúvida é um dos meus preferidos. Pois, o Pastor Louie Giglio faz uma junção entre o canto de algumas estrelas (através de tecnologia apropriada é possível ouvir os sons que elas emitem). Então, ele acrescenta o canto das baleias. E, por último, adoração dos homens. Tudo isso porque Giglio ficou imaginando o que é estar no lugar de Deus por um minuto e escutar o que Ele escuta.

Jesus não está inseguro quanto a quem Ele É. Ele não precisa das nossas afirmações para demonstrar sua glória e poder. Ele nem mesmo precisa da nossa adoração. A verdade é que nós é que precisamos Dele. Nossa alma é que tem essa necessidade. Toda a natureza clama diante Dele, toda a natureza  adora. E nós, precisamos nos juntar a essa grande sinfonia. O se render está em nossas mãos.

“Louvai ao SENHOR. Louvai ao SENHOR desde os céus, louvai-o nas alturas. Louvai-o, todos os seus anjos; louvai-o, todos os seus exércitos. Louvai-o, sol e lua; louvai-o, todas as estrelas luzentes. Louvai-o, céus dos céus, e as águas que estão sobre os céus. Louvem o nome do Senhor, pois mandou, e logo foram criados. E os confirmou eternamente para sempre, e lhes deu um decreto que não ultrapassarão. Louvai ao Senhor desde a terra: vós, baleias, e todos os abismos; Fogo e saraiva, neve e vapores, e vento tempestuoso que executa a sua palavra; Montes e todos os outeiros, árvores frutíferas e todos os cedros; As feras e todos os gados, répteis e aves voadoras; Reis da terra e todos os povos, príncipes e todos os juízes da terra; Moços e moças, velhos e crianças.” Salmos 148:1-12

Adoração como fruto do amor

Adoração precisa ser fruto de nosso reconhecimento da Divindade de Deus. Ele é Sublime e nós filhos amados. Fomos criados para Sua glória e para Seu amor. Adoração que não seja fruto do amor, é vazia. Torna-se apenas barulho. Sem essência.

Ou seja, que nossa adoração seja fruto do amor que Deus tem por nossas vidas. Acima de tudo, que seja a resposta por tudo o que o Senhor tem feito, por nós, em nós e no mundo. Pois, temos tantos motivos para sermos gratos, só precisamos nos lembrar. O Senhor é nosso Rochedo, é nossa força, a alegria da nossa salvação. Se render é nossa decisão.

Escrevamos nossos próprios Salmos. Sejamos agradecidos. Pois o Senhor é Bom e a Sua fidelidade dura para sempre! 

 

Você conhece bem sua cidade? Interceder pela nossa terra é um chamado para cada cristão. E se tratando de ganhar nossa cidade para Jesus, precisamos conhecer a realidade que nos rodeia. Devemos ter uma visão ampla a respeito da identidade do nosso povo, das questões culturais e o máximo de detalhes que nos cercam. Para Israel conquistar Canaã, Deus mandou que Moisés enviasse espias para sondar a terra.

“E Deus disse a Moisés: Envie homens que espiem a terra de Canaã, que eu hei de dar aos filhos de Israel; de cada tribo de seus pais enviareis um homem, sendo cada qual príncipe entre eles.” Números 13.2

Para que uma terra seja conquistada é preciso que “batalhemos” por ela, seja no mundo espiritual e ativamente em nossas práticas de fé. Começamos com olhos atentos, observando e sendo sensíveis a Deus. Então, se você quer ganhar sua cidade para Jesus, preste atenção nesses princípios.

Primeiro Princípio: Seja um atencioso pesquisador

Quando era Missionária da Jocum, fiz o treinamento do Operation: Jonh (Operação: João). Esse ministério se baseia na vida de João Batista, que preparou o caminho para Jesus. Nosso objetivo era o mesmo, preparar o caminho para que o evangelho chegue em cidades e povos não alcançados.  Começávamos com uma pré-pesquisa, antes mesmo de chegarmos no local. Ao chegarmos na cidade escolhida, nós trabalhávamos com mapeamento (pesquisa), adoração e intercessão. 

O mapeamento pode ser um grande aliado para a intercessão, porque nos dá informações para orarmos de forma proposital. Então, mapeie! Isso mesmo. Divida a cidade em pontos. Descubro como ela funciona, sua origem, sua população. Faça perguntas e descubra pontos fracos e pontos fortes. Ouça seus moradores e as histórias que eles têm a contar.

“Vede a terra, que tal é, e o povo que nela habita; se é forte ou fraco; se poucos ou muitos e que tais são as cidades em que habita, se em arraiais, se em fortalezas.” Números 13.18-19

Segundo Princípio: Mantenha seu coração em fé 

Quando nos deparamos com o mal e a injustiça, nossa tendência é perder a esperança. Diante de grandes desafios nós podemos nos tornar aqueles que duvidam ou aqueles que continuaram crendo nas promessas.

No episódio com os espias não foi diferente. Os mesmos fatos despertaram reações divergentes. Quando só olhamos as circunstâncias também nos sentimos como gafanhotos em terra de gigantes.  

“A terra, pelo meio da qual passamos a espiar, é terra que devora os seus moradores; e todo o povo que vimos nela são homens de grande estatura.” Números 13.32

Mas, se olharmos através da fé e termos confiança Naquele que nos fez a promessa, não seremos abalados. Veremos as possibilidades e o grande milagre que Deus irá fazer. Podemos ganhar nossa cidade para Jesus se fizermos como Calebe e deixarmos nosso coração queimar em fé.

“Então Calebe fez calar o povo perante Moisés, e disse: Eia! Subamos, e possuamos a terra, porque certamente prevaleceremos contra ela… A terra pelo meio da qual passamos a espiar é terra muitíssimo boa. Se o Senhor se agradar de nós, então nos fará entrar nessa terra, e no-la dará: terra que mana leite e mel. Tão somente não sejais rebelde contra o Senhor, e não temais o povo desta terra, porquanto como pão os podemos devorar; retirou-se deles o seu amparo; o Senhor é conosco; não os temais. (Números 13.30 14.7-9

Terceiro Princípio: Veja pela perspectiva de Jesus

Às vezes, temos a tendência de agirmos com juízo diante das crises do mundo. Pegamos um texto Bíblico e o ateamos como fogo, lançamos sobre tudo e sobre todos. Mas, a Bíblia nos exorta a termos o mesmo sentimento que está em Jesus. Então, nossas respostas não podem ser simplistas ou mesmo precipitada.

Precisamos orar para que Jesus nos dê o coração Dele para a cidade e para as questões relacionadas a ela. E lembre-se: tudo o que Jesus fazia era pela lei do amor. Que na verdade é muito mais complexa e difícil do que seguir a Lei de Moisés. Mover por meio de regras é diferente do que Jesus nos ensinou. Mas é o modelo dele que deve ser seguido. É ir mais profundo no evangelho de Cristo. 

“Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em cristo Jesus.” Filipenses 2.5

Quarto Princípio: Ore pela paz

Em 2005, morei em uma cidade do interior do Mato Grosso. Não é fácil deixar uma capital, com toda estrutura de uma cidade grande e se mudar para o interior. Foram seis anos com períodos incríveis e períodos desafiadores. Em vários momentos perguntava a Jesus sobre a cidade e como orar por ela?

Logo que me mudei, pedi ao Senhor uma palavra sobre aquele tempo em Pontes e Lacerda e Deus me deu Jeremias 29. Resumidamente, o texto fala sobre orar pela paz da cidade a qual fomos desterrados, que a minha própria paz dependeria da paz daquela terra. Que eu não precisava ter pressa… que Ele sabia os pensamentos que tinha a meu respeito, que era pensamentos de bem e não de mal.  Então, foi isso que fiz: orei. E confesso que muitas vezes, isso foi tudo o que consegui oferecer a cidade.

“Procurai a paz da cidade para onde vos desterrei e orai por ela ao Senhor. Porque na sua paz, vós tereis paz.” Jeremias 29.7

Olhando para o Futuro

Jonh Dawson, em seu livro; “Reconquiste sua cidade para Deus”, elabora alguns princípios para ganharmos nossa cidade para Jesus. Um importante aspecto sobre isso é ficarmos de olho no futuro. Ele afirma que precisamos “observar as tendências”. Por exemplo: Como nossas cidades estarão daqui a dez anos? Logo abaixo destacamos alguns pontos a considerar:

  • Que tendências oportunizariam maior pregação do evangelho? (Por exemplo: chegada de refugiados…)
  • Existe algum problema crítico que deve ser alvo de muita oração e atenção? (Por exemplo: aumento do número de desabrigado…)
  • A Igreja continuará a crescer, existe possibilidade de expansão?
  • Que grupo social manifesta o maior grau de trevas espiritual?
  • Que problema social está causando maior preocupação em cada setor da cidade?
  • Quais são os grupos menos alcançados pelo evangelho?

Conclusão

Podemos perceber, que algumas informações sobre a cidade, são de cunho geral. Outras porém, só obteremos após pesquisa, mapeamento e análise de dados. Precisamos conhecer a história. Toda informação é relevante. E, de punho a essas informações, nos tornamos mais conscientes das revelações de Deus sobre estratégias. Mas, o mais importante é mantermos nosso coração sensível a Jesus, pois Ele mesmo nos conduzirá a conquista.

Estes são apenas alguns dos princípios que podemos considerar, há muito a se fazer se queremos ganhar nossa cidade para Jesus. Eu quero. E você? Que ações práticas tem feito nessa direção? Será muito bom saber das estratégias que o Senhor tem liberado sobre você e sua Igreja. Então, fique a vontade para nos contar. 

 

Como cristãos, uma das coisas das quais precisamos nos livrar, é da dicotomia entre “sagrado” e “secular”. E isto tem tudo a ver com nossa cosmovisão. Isto é, a forma como “vemos” o mundo. Dicotomia é uma palavra de origem grega que nos dá a ideia de divisão entre dois elementos. Ela é formada pela junção de “dikho” (dois) e “tomia” (cortar) sendo traduzido como “cortado em duas partes.”

Assim pois, quando pensamos em  algo dicotômico, pensamos em elementos opostos entre si. Por exemplo: corpo e alma, sagrada e secular, mundo e igreja. A verdade é que muitos dos conceitos que carregamos, não são respaldados pelo que a Bíblia ensina. Mas, herdamos essas ideias de nossa “cultura religiosa”.

Jesus nos diz que somos a luz do mundo. Que uma cidade não pode ser escondida sobre um monte. E que a luz tem o papel de iluminar os que se encontram em trevas. A luz clareia todo o ambiente e expulsa a escuridão. Quando homens veem as boas obras dos salvos, o testemunho de Jesus se faz glorioso entre eles.

“Vós, sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre o monte; nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa. Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam suas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está no céus.” Mateus 5.14-16

E se a igreja sumisse?

Que diferença faria se a sua ou a minha igreja desaparecessem? Seria notado o nosso sumiço? Ou a nossa existência tem passado despercebida? Provavelmente, se uma padaria ou uma bar fossem retiradas de seu endereço atual, causaria um tanto de alvoroço para seus clientes, não é mesmo? E, nós como “povo de Deus”? Que tipo de impacto temos causado em nossa rua, bairro e arredores? Apenas barulho e incomodação ou de fato mudanças e relacionamentos? Temos sidos testemunhos vivas de Cristo?

Houve momentos na história em que acreditamos que, como cristãos, não era preciso nos preocuparmos com a estrutura da sociedade. Para alguns, esse não é nosso papel, mas que devíamos nos concentrar apenas na salvação da alma. E que a medida que salvação acontecesse, a sociedade melhoraria.  

Por outro lado, temos aqueles que acreditam que não importa o que fazemos, pois as coisas continuarão piorando, então, apenas foquemos na eternidade. Segundo Don Grattus, esse tipo de pensamento causou a “teologia da retirada”, um afastamento deliberado do “mundo” e a criação de uma subcultura “religiosa”.

Impacto Social e mudanças relevantes

Há poucos dias, estive em uma palestra de um ativista social cristão. Ele contou seu testemunho de como começou a se envolver em movimentos sociais e se tornou um mobilizador de voluntários em prol da sociedade civil.

Tudo começou quando esse irmão foi “confrontado” por um vizinho. Ele conhecia detalhadamente como funcionava a célula em seu apartamento, pois narrou todos os detalhes do encontro. O vizinho, de fato, pontuou que apesar de todo “barulho” e “comilança”, nunca tinha visto eles fazerem nada além disso. É claro que estou contando tudo de forma bem resumida.

Mas o “confronto” gerou uma atitude extremamente positiva naquele grupo. Tinha ocorrido uma enchente e o grupo decidiu escrever e-mails para suas listas de contatos. Com a finalidade de levantar recursos para comprar colchões para os desabrigados. Que grande surpresa! Em poucos dias conseguiram levantar uma grande quantia em dinheiro, bem maior do que imaginavam. Então, eles se tornaram resposta para uma calamidade. Além disso, aquela experiência mudou radicalmente a cosmovisão de muita gente.

Abraçando uma teologia de comprometimento

Don Grattus é um missionário que trabalha com povos muçulmanos envolvidos em uma cultura arraigada em corrupção. Ele tem paixão pelo tema de transformação e conta o testemunho de como impacto pode ser gerado quando abraçamos uma teologia de comprometimento. Ele afirma:

“Abracei uma teologia de comprometimento, que rejeitava a dicotomia entre “sagrado” e “secular” e insistia em que Deus é soberano sobre todas as áreas da vida, e que Sua verdade deveria ser aplicada em todos os setores da sociedade. Era uma teologia de vitória (não de retirada) que declarava que mesmo uma pequena minoria de cristãos, se realmente comprometida com a Palavra, podem fazer uma diferença substancial na sociedade. Mas não era utopia, pois reconhecia que perfeição jamais será alcançada nesta era e que, cada geração de cristãos deve renovar seu compromisso de expressar a verdade bíblica em sua nação.” Don Grattus

Contextualizando nossa cosmovisão

Como vocês sabem, nossa sala de oração aqui na fhop é o coração do nosso “trabalho”. Acreditamos que Deus nos chamou para ter um relacionamento profundo de amor com Ele. Como Maria, sabemos que apenas “uma coisa” nos é necessária. Uma coisa é estar com Ele. Uma coisa é andar como Jesus andou. Uma coisa é sermos suas cartas e testemunho vivo.

Não agimos pela força de um braço forte, mas na unção e no poder do Espírito Santo de Deus. Com uma cosmovisão bíblica e arraigada no Senhor. Olhemos para a vida de José que foi um líder em sua época. Olhemos para a vida de Daniel que não contaminou-se com as iguarias do rei. Manteve a fé. E, mesmo na corte foi luz e resposta em muitas ocasiões. Olhemos para a rainha Ester e como foi determinante seu papel em um período de perseguição para os hebreus.

Sua área de influência

Quem sabe você é um político, um professor, um empresário ou mesmo uma dona de casa. Lembre-se: Você pode fazer a diferença mesmo na vida de uma única pessoa. E independente das esferas em que Deus te plantou, você é importante e especial. Dê pequenos passos em fidelidade e observe o Senhor te surpreender. Que a luz de Jesus se manifeste brilhante através da sua e da minha vida. Que possamos andar sobre as águas, assim como Pedro andou. Em fé, em amor ao Senhor, em boas obras e em obediência a Palavra de Deus ordenada. Com uma cosmovisão Bíblica bem clara.

“Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus.” 1 Coríntios 10:31

Você tem servido voluntariamente em alguma área da sociedade civil? Tem algum projeto para o social que engloba crianças, jovens, idosos ou algum grupo minoritário? Tem vontade de fazer algo do tipo? Quer saber mais sobre cosmovisão Bíblica? Deixe-me saber como tem sido essa experiência para você e mesmo os seus sonhos para sua cidade e para o Brasil?

Sim, eu desejo ver minha nação transformada. Alguns de vocês já devem ter percebido que sou uma sonhadora. Na verdade, prefiro ver a vida sempre com muita esperança. Eu sei que os dias são maus. E que o mundo jaz no maligno. Contudo, também creio no poder transformador do Evangelho. Creio que a glória do Senhor será derramada sobre a terra, como as águas cobrem o mar. Então, me pego a imaginar, como essa realidade se dará?

Em Isaías 54.2 temos um versículo interessante. Diz assim:  “Alarga o espaço da tua tenda; estenda-se o toldo da tua habitação, e não o impeças; alonga as tuas cordas e firma bem as tuas estacas.”

Portanto, pensemos um pouco nesta palavra. Não lhe parece um convite? Um convite para vencer o medo e nossas inseguranças e nos tornamos corajosos e visionários? Não o impeças”! Será que de alguma forma nossa falta de entendimento tem nos impedido de vivermos as escrituras de forma integral? Jesus orou dizendo: “Venha o teu reino e seja feita a tua vontade; assim na terra como no céu.” – Mateus 6.10. Refletindo sobre tudo isso, diga-me: o que podemos e devemos fazer como Igreja de Cristo?

Qual deve ser a resposta da Igreja para os problemas da Nação?

É verdade que o primeiro mandamento é amar a Deus sobre todas as coisas. Esse é o coração do nosso chamado. O Senhor é o que temos de mais valioso, Ele é incomparável. Conhecer a Deus, andar com Ele e fazê-Lo conhecido é nossa maior missão. Entretanto, não pensa que é incoerente experimentarmos a graça desse amor e mesmo assim, não sentirmos nada pelo próximo? De fato, é contraditório amar a Deus e não nos movermos em direção às pessoas a nossa volta. Em direção às boas obras.

É muito claro nas escrituras o quanto Deus se importa com os povos. Ele se importa com o sofrimento do homem em uma sociedade. E como Igreja, o Senhor tem nos ensinado a cuidar do próximo. Somos chamados a realizar essas boas obras. A prestarmos um culto racional e verdadeiro. A nos importarmos com aquilo que importa para Deus. Afinal, Jesus entregou sua vida na Cruz por amor ao homem pecador. Para que fossemos redimidos. Ele deseja a nação transformada.

A Religião Pura

Semelhantemente, Tiago nos ensina qual é a religião pura e sem mácula: “A religião pura e sem mácula, para com nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo. (Tiago 1.27). Similarmente, em Isaías 58 temos alguns princípios sobre o jejum que Deus escolhe. E isso, tem tudo a ver com olhar para o outro e clamar por justiça. Precisamos ousar e sair das quatro paredes.

“Não é este o jejum que eu tenho escolhido? Soltar os grilhões da perversidade, desfazer as pesadas cargas e permitir ao oprimido ir livre, e que vós quebreis todo jugo? Não é este, distribuir teu pão ao faminto, e que albergues o pobre que está errante em tua casa? Quando tu vires o nu, que o cubras; e que tu não te escondas do teu irmão?

Então, tua luz irromperá como a alva e tua cura brotará de repente. E tua justiça irá diante de ti; a glória do Senhor será tua retaguarda. Então, tu chamarás e o Senhor responderá; tu clamarás e ele dirá: Aqui eu estou. Se tu removeres do meio de ti a opressão, o dedo ameaçador e o falar arrogante. E se tu dilatares tua alma para o faminto e satisfizeres a alma aflita, então tua luz crescerá dentro das trevas, e tua escuridão será como o meio-dia.” Isaías 58.6-10

Importando-se o bastante para nos envolvermos

Se queremos ver uma nação transformada, precisamos nos importar ao ponto de nos envolvermos. Sendo assim, como de forma prática, podemos ser agentes de mudanças em nossa sociedade?

Por exemplo: Vamos pensar na cultura. Como as ideias são disseminadas? O que tem formado nossa história? Quais são as bases? As crenças e os valores tão arraigados em nossa forma de ver o mundo. Como tudo isso tem sido gerado?

Pois, ao longo da história, vemos dois momentos distintos da Igreja. Muitas universidades surgiram através dela. Mas também, observamos a Igreja se retirando da sociedade em outras situações. Afinal, ela não queria se corromper com o mundo. Neste caso, foi aí que perdemos o cinema. Don Grattus, afirma que temos que ter um compromisso com o poder transformador de Cristo em todas as áreas da sociedade.

“A salvação envolve um compromisso sério com o amor, com a verdade e com o poder transformador de Cristo. Como diz o poeta T.S. Eliot, é “uma condição de completa simplicidade, (custando nada menos do que tudo)”. Uma conversão por completa irá afetar tudo o que tocamos, e isso significa a sociedade como um todo. As piores expressões da “teologia da retirada” – a divisão entre secular e sagrado, a cosmovisão dicotômica e a falta de envolvimento com a sociedade fora de contexto da igreja local – foi resultado tanto de um evangelismo falho como de uma perspectiva social limitada. O que os evangélicos precisam não é uma dose de “evangelho social”, mas uma descoberta do senhorio de Cristo. Don Grattus

Um convite para participar

Deus quer gerar em nossos dias, projetos que nem conseguimos imaginar. Ele tem nos dado algumas peças como de um quebra-cabeça. Tem conectado pessoas de forma surpreendente. E ainda, tem aumentado nosso potencial criativo e de geradores de ideias. Ele tem nos ensinado e nos guiado. E a realidade é que não podemos fazer nada sem Ele. Somos um ramo da Videira.

Uma nação é transformada quando amamos a Deus de todo o nosso coração. Quando cumprimos o primeiro e o segundo mandamento.  Quando amamos ao próximo como a nós mesmos ao ponto de nos importarmos. E  de nos envolvermos em todas as esferas da sociedade e com o homem em sua forma integral: corpo, alma e espírito. 

O que podemos dizer é, “sim” ou “não”, para esse desafio. Podemos nos ajustar ao planos do Rei ou impedir que o “espaço” seja alargado. Quero ver esta nação transformada pelo poder do Sangue de Jesus derramado na Cruz do Calvário. Foi Seu amor! É Seu amor por nós que nos transforma. Quero fazer minha parte para que isso aconteça, mesmo que seja uma parte irrisória. E você? Deseja ver a nossa nação transformada?