É um grande desafio esperar, especialmente quando se trata de promessas e sonhos que o Senhor depositou em nosso interior. Em grande parte porque os seres humanos possuem uma natureza moldada para o “movimento”, para produzir e ver resultados em pouca escala de tempo.
Um dos exemplos bíblicos mais simples, mas que marca o meu coração de forma profunda sobre esse assunto é a história de Ana e Simeão, que constantemente se colocavam no templo aguardando a promessa da vinda do salvador.
Leia com atenção essa passagem bíblica:
“Havia em Jerusalém um homem chamado Simeão, que era justo e piedoso, e que esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele. Fora-lhe revelado pelo Espírito Santo que ele não morreria antes de ver o Cristo do Senhor. Movido pelo Espírito, ele foi ao templo. Quando os pais trouxeram o menino Jesus para lhe fazerem o que requeria o costume da Lei, Simeão o tomou nos braços e louvou a Deus, dizendo: “Ó Soberano, como prometeste, agora podes despedir em paz o teu servo.Pois os meus olhos já viram a tua salvação, que preparaste à vista de todos os povos: luz para revelação aos gentios e para a glória de Israel, teu povo” (…) Estava ali a profetisa Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era muito idosa; tinha vivido com seu marido sete anos depois de se casar e então permanecera viúva até a idade de oitenta e quatro anos. Nunca deixava o templo: adorava a Deus jejuando e orando dia e noite. Tendo chegado ali naquele exato momento, deu graças a Deus e falava a respeito do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém”. Lucas 2:25-38
Penso que não conseguimos nem vislumbrar o que foi para o povo de Israel esperar por anos e anos a promessa de um libertador. A cada novo profeta que anunciava a esperança imagino que seus corações queimavam de expectativa sobre a possibilidade de verem o Rei vir a terra em seus dias.
Ana e Simeão não eram diferentes. Eu imagino toda a “ansiedade” em seus corações por contemplarem a salvação. Imagino suas orações diante de Deus sendo derramadas com um genuíno desejo de ver cada palavra da parte do Senhor sendo cumprida.
Olhe quanta fidelidade existia no interior deste homem e mulher de Deus, que provavelmente viram suas vidas passando sem deixar a incredulidade tomar conta dos seus dias!
Neste contexto, o que mais me chama a atenção é que a promessa veio como um bebê. Ela não chegou exatamente pronta, cumprindo o propósito pelo qual todo Israel aguardava. Realmente creio que Jesus veio dessa forma, não somente para se colocar em uma posição humana de fragilidade para assumir nossa forma e nos redimir, mas para nos ensinar que todas as coisas possuem um tempo e um modo que não correspondem a nossa forma de fazer nem mesmo ao nosso imediatismo.
Mesmo mediante tudo isso, Ana e Simeão reconheceram a promessa que se apresentou a eles em uma forma “embrionária”, justamente porque quando nos submetemos ao tempo e o modo de Cristo não somos frustrados ou decepcionados. Essa espera em fidelidade necessariamente nos ensinará a perceber aquilo que é verdadeiro, ainda que isso não esteja totalmente nítido aos nossos olhos. Ela nos treinará para distinguir o falso e nos posicionarmos diante de Deus, como foi com esses preciosos amigos do Senhor!
Eu realmente acho que a espera- ou esperança, libera um poder tão sobrenatural da parte de Deus para nós que na verdade o fato de nos colocarmos nessa condição de aparente inércia nos faz correr e alcançar as vivências mais lindas e preciosas que todos os nossos esforços não seriam capazes de produzir. Ela abre os nossos olhos para contemplar beleza e verdade!
Eu gostaria de te encorajar nesse dia: espere com fidelidade as promessas do Senhor, sabendo que você não será frustrado, mas desfrutará a vontade perfeita de um Pai que deseja surpreender o teu coração!