Há uma porta aberta no céu, existe um acesso para que eu e você possamos experimentar o sobrenatural.
João, o discípulo amado em sua velhice esteve preso na Ilha de Patmos por causa do testemunho de Jesus, e foi nesse tempo de exílio que ele teve a maior revelação de sua vida, a revelação de Jesus Cristo. Eis o que ele nos diz: Depois dessas coisas, vi uma porta aberta no céu, e a primeira voz que eu ouvira, voz como trombeta, falando comigo, disse: Sobe aqui, e eu te mostrarei as coisas que devem acontecer depois destas. (Ap 4:1). A partir daí ele faz uma breve descrição daquele que está assentado sobre o trono, o que nunca fora visto por homens e que habita em luz inacessível está sendo descrito por João! Ele também escreve sobre o trono e o que há ao redor dele, e até mesmo as sentenças que serão lançadas sobre a terra no final dos tempos.
Existe um trecho que eu particularmente gosto muito nessa narrativa, acontece enquanto João está tendo outra visão e ele está pronto para escrever, vamos ver o que ele nos diz: E, quando os sete trovões acabaram de emitir as suas vozes, eu ia escrever; mas ouvi uma voz do céu, que me dizia: Sela o que os sete trovões emitiram, e não o escrevas. (Ap.10:4) Eu lembro de ter lido isso a primeira vez, balançado a cabeça de uma forma negativa e dito: Sério Deus? Só João vai saber sobre isso? Ah, como eu queria saber o que ele teria escrito, mas isso ficou somente entre ele e Deus. Isso faria mais sentido para mim um tempo depois, quando eu aprendi que o segredo do Senhor é com aqueles que o temem. Mas o que é temor? É um profundo respeito e reverência, João temia a Deus. Ele teve esse encontro quando estava preso, disposto a sofrer por obediência a Jesus. João não escreve muito sobre seu sofrimento, antes ele nos deixou capítulos tão ricos e preciosos sobre a glória do Cristo ressurreto.
Existe algo muito incomum na vida de João e os outros apóstolos, eles se alegravam no sofrimento. Paulo por exemplo, escreveu uma carta aos filipenses quando estava na prisão, dizendo o seguinte: Segundo a minha intensa expectativa e esperança de que em nada serei decepcionado; pelo contrário, com toda a ousadia, tanto agora como sempre, Cristo será engrandecido em meu corpo, seja pela vida, seja pela morte. (Fl 1:20)
Em nossos dias, será que a decepção não seria estar na prisão? Talvez para nós, mas não para Paulo. Ele havia experimentado algo muito superior, encontrou plenitude além de estar fora das grades, havia liberdade em seu coração para dizer sim a Jesus ainda que essa decisão tirasse a liberdade de seu corpo. Há uma frase de Martin Luther King que define muito bem a vida desses homens: Quem não tem uma causa pela qual morrer não tem motivo para viver. Eles encontraram O motivo pelo qual valia a pena todo sofrimento e até mesmo morte, encontraram uma porta aberta no céu, conheceram o Deus que compartilha segredos e experimentaram um prazer incomparavelmente superior.
Talvez você não esteja vivendo seus melhores dias, agora mesmo pode haver desafios com os quais você esteja lidando e parece que Jesus tinha questões mais importantes para lidar e te deixou por alguns momentos. Mas deixe eu te dizer algo, isso não é verdade, você tem as afeições de Deus e Ele está bem perto olhando cada movimento do seu coração. Responda sim para Ele e deixe Ele te levar a um lugar de plenitude em meio a todo esse caos, permita que Ele remova os seus apoios até que Ele seja suficiente. Deixe Ele mostrar a verdadeira alegria que não se baseia em coisas ou circunstancias. Paulo se alegrou na prisão e tinha intensa expectativa de que em nada seria decepcionado, João se alegrou exilado em uma ilha, Pedro e os apóstolos se alegraram após terem sido açoitados, pois foram julgados dignos de padecer afronta pelo nome de Jesus (At. 5:41).
Jesus disse: Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo (Jo 16:33). A plenitude mora do lado de dentro, podemos ter paz nas circunstancias mais desfavoráveis, podemos experimentar prazer inestimável nos momentos mais escuros. Jesus trouxe a nós o Reino e ele consiste em justiça, paz e a alegria, mesmo em meio as aflições. Não seremos privados das situações difíceis, mas da mesma forma não seremos privados de sua presença, a porta está aberta.