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Há uma revolução em amar

Não categorizado

Ao conhecermos o nosso Deus é inevitável a descoberta que Ele é um Deus de amor, na verdade Ele é amor. Como não recorrermos a Ele quando se trata de aprender a ama? É sobre isso que vamos falar nesse texto, a segunda posição que precisamos tomar para Virar o mundo de cabeça para baixo é amar! Você na pratica como isso funciona? Estamos juntos nessa caminhada

Atualmente, em nosso cotidiano, seja no nosso trabalho, na nossa escola, em nossa casa, não temos tempo para mais nada, nem para falar com quem amamos ou com as pessoas que admiramos. Vivemos a vida muitas vezes no automático, resolvendo problemas e tentando sobreviver em um mundo que ninguém mais se importa com o próximo.

Constantemente tentamos andar sozinhos, ser mais independente e pensamos que não precisamos andar com ninguém. O pecado faz isso conosco. Quando ouve a queda do Éden, dois relacionamentos foram quebrados: a do homem com Deus e a do homem com o seu próximo. (Gênesis 3:9-12).  Nascemos para ter comunhão com Deus, para andar em comunidade e amar pessoas.

O QUE SIGNIFICA AMAR?

Primeiramente, você sabe o significado de Amor no dicionário? “Afeição baseada em admiração, benevolência ou interesses comuns; forte amizade”. Porém, o que as pessoas não sabem muitas vezes, é que não temos capacidade de amar, porque o amor não vem de nós mesmos, mas vem do próprio Deus porque Ele é o AMOR, o verbo que se fez carne por amor a nós.

Certamente para amarmos o nosso amigo ou alguém próximo a nós, precisamos amar a Deus. Ou seja, precisamos cumprir o primeiro mandamento que é: “Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as suas forças; este é o primeiro mandamento.” (Mc 12:30). Só assim iremos começar a cumprir o segundo mandamento: “Ame o seu próximo como você ama a si mesmo.” (Mc 12:31). A partir do momento em que entendermos isso, nossa vida nunca mais será a mesma.

Existem 3 tipos de amor: O Amor Eros que representa o amor sexual, carnal, repleto de paixões inebriantes, a pura atração física. O Amor Philos que envolve lealdade, igualdade e mútuo benefício, além de dedicação ao objeto amado. E o Amor Ágape que está ligado ao amor divino, incondicional e com sacrifício. Esse último é o amor de Deus por nós, aquele amor que não deseja nada em troca, aquele amor que coloca o outro superior a você sempre.

RESPONDENDO NA PRÁTICA

É esse amor que devemos viver e colocar em prática. Os dois mandamentos estão muito conectados. Sem o primeiro nós não conseguimos praticar o segundo. Para que façamos Jesus conhecido você não precisa fazer o difícil, como por exemplo: ser um pregador, um evangelista ou missionário. Basta somente amar seu próximo como Cristo ama a igreja (Efésios 5:25). Para que as pessoas possam ver a glória de Jesus através da sua vida, é só você fazer a diferença onde você está e amando aqueles que estão a sua volta.

Existem maneiras práticas de como você pode passar esse amor de Cristo: agindo com compaixão em relação ao outro, entendendo que o outro é como você, amando, pensando e colocando o bem do outro acima do seu. Começa nas pequenas coisas, onde morremos por nós mesmos. Amamos as pessoas servindo, fazer aquilo que ninguém quer fazer pelo outro, dar a outra face ser gentil e amoroso, chorar com os que choram, dentre outros exemplos. Nós amamos perdoando (ato de amor), não gerando fofoca do outro, não falando mal. Amar o outro é ser vulnerável, sem máscaras.

Com certeza através dessas pequenas praticas, as pessoas verão algo diferente em você, irão perceber que você é diferente não apenas de atitudes que está tomando, mas que é muito maior que isso. Através das suas atitudes você mostrará a Cristo; Se todos nós conseguirmos fazer isso, quantas pessoas conhecerão a Cristo? Muitas ao nosso redor. As pessoas precisam conhecer esse mundo de cabeça para baixo que Cristo oferece. Lembre-se que tudo passará, mas o Amor nunca passará (1 Coríntios 13:8).

 

Thayná Carvalho – Facilitadora Fhop School

Ansiamos por Beleza, ela nos atrai. Nossos olhos gostam de ver beleza. Pense comigo a respeito disso. Quem não gosta de belas paisagens? Após um longo dia, após várias horas preso em um trânsito terrível, ao som de buzinas, ou mesmo após longos dias exaustivos de rotina em um hospital, você almeja por dias de descanso. Se for a um lugar conforme seu gosto, com belas paisagens, pessoas queridas por perto, melhor ainda.

Ansiamos por beleza. A beleza nos atrai, chama nossa atenção. Pense na sensação de chegar a um lugar bonito, um lugar de belas montanhas, uma praia tranquila ou, quem sabe, um belo jardim ao som de pássaros. Ou ainda quando contemplamos uma belíssima obra de arte, ouvimos uma boa música. Parece que nossa alma se expande, conseguimos respirar novamente de forma intensa, podemos descansar. Nós queremos que momentos assim durem pra sempre, queremos sentí-los todos os dias.

 Quando a idolatria dá lugar à beleza

 Ah, mas não estamos rodeados apenas por beleza. De fato, há muita feiura agora ao nosso redor. Sabemos que essa feiura é efeito do pecado agora existente, do mal que nos cerca. Após a Queda, longe do Éden, vivemos assim, nossas vidas agora estão cheias de ervas daninhas e espinhos, não temos garantia de sucesso, cada dia parece um grande teste e vivemos com esse anseio ardendo em nós. Fomos criados para viver em mundo de harmonia, mas agora estamos no caos.

Mas esse mal, essa feiura que rouba de nós o viver beleza, não consiste pelo fato de ter sido criado mas na idolatria rebelde praticada por nós seres humanos, ao darmos adoração e honra as coisas criadas e não ao Deus Criador. Abandonar a adoração a Deus, praticando idolatria ao que é transitório, causa essa reação em cadeia, com conseqüências incalculáveis, como vemos. Perdemos-nos ao buscarmos prazeres em curto prazo e por isso essa desordem. A beleza está distorcida, pois veja, a criação é boa, mas ela não é Deus.

Veja que até o que é belo se perdeu, beleza e verdade agora se opõe. O pecado desestrutura, cria caos, desorganiza. Agora não há o equilíbrio, ou idolatram a criação ou a odeiam. Muitos cristãos tem a certeza que esse mundo irá se acabar e assim desprezam a criação de Deus. Outros fazem dela seus deuses. Percebe a confusão causada, onde tudo é relativo? Tudo agora é superficial e a beleza passa rapidamente. Mas o nosso coração ainda anseia por beleza, como pode?

 Alinhando nosso anseio por beleza

 Nós jamais teremos completa paz, ou real segurança, ou teremos nossos anseios supridos se continuarmos a olhar esse mundo sem a visão bíblica sobre ele. Deus não nos criou e criou esse mundo e nos deixou a mercê dos acontecimentos. Não! Ele está ativo, envolvido em cada processo. Jesus disse que Ele restaurará TODAS as coisas e já podemos, como mordomos dele, contribuir para isso. Precisamos urgentemente conhecer sua palavra e nos familiarizarmos com o plano de Deus descrito nas escrituras. Ele está restaurando inclusive nosso anseio por beleza, nos preparando para voltar a viver em harmonia, a verdadeira Shalom que é o nosso real relacionamento com Deus, com os outros e com a criação.

Primeiro vamos reconhecer beleza de verdade. Todos nós somos imagem e semelhança de Deus, logo, todos os seres humanos possuem valor e dignidade. Precisamos identificar a beleza de Deus escondida nos rostos, quem sabe em rostos sofridos de homens e mulheres ao nosso redor. Mudando nossa maneira de enxergar, pela ótica cristã, nós renovaremos nossas mentes e em verdade veremos a beleza que nos liberta

Mas então, como esse anseio em nós será finalmente satisfeito? Pois, quando lemos finais de grandes histórias, quando contemplamos um lindo pôr do sol, quando vamos até o mar e ouvimos o seu som, ansiamos que isso perdure. A beleza é tão profunda, ela transcende. Ela faz-nos lembrar de um Éden que nunca conhecemos, mas que sabemos que fomos criados para ele. A beleza nos atrai à eternidade, nos remete a um lugar de harmonia. A beleza nos diz: existe uma fonte de glória que está nos chamando. Sim, a beleza nos atrai a Deus. Ansiamos por beleza. Por isso, precisamos alinhá-la com o olhar cristão.

 Até o Dia em que Nosso Anseio por Beleza Será Suprido

 Deus não nos abandonou e nem abandonou sua criação, mas Ele está nos redimindo e nos renovando, assim como toda a criação. O mundo inteiro aguarda ansiosamente pela fonte de beleza que encherá a terra com a glória de Deus. Ansiamos pelo dia em que se cumprirá o que Jesus orou: “Venha a nós o teu reino”, onde em Cristo será convergido céu e terra. É essa beleza que encherá nossos olhos no momento que tanto ansiamos e aguardamos, tendo a cruz como meio pelo qual a boa criação se reconcilia com seu criador.

Nós, cristãos, temos um caminho adiante para amar a Deus com toda nossa alma encontrando o equilíbrio em viver com a criação. Até o dia em que seremos completamente capturados pela verdadeira beleza. Ficaremos como João, sem palavras suficientes para descrever a beleza do que ele estava vendo em sua visão. João tenta descrever o que ele estava vendo: “Aquele que estava assentado era de aspecto semelhante a jaspe e sardônio. Um arco-íris, parecendo uma esmeralda, circundava o trono… E diante do trono havia algo parecido com um mar de vidro, claro como cristal”. Apocalipse 4:3, 6 

Você e eu viveremos isso, até lá faremos da oração de Davi nossa oração: “Uma coisa pedi ao SENHOR; é o que procuro: que eu possa morar na casa do Senhor todos os dias da minha vida para contemplar a beleza do SENHOR e meditar no seu templo” Salmo 27:4

Hoje, o tema de justiça é mais relevante do que nunca antes. Com o crescimento da tecnologia e a globalização das nossas comunidades locais conectados aos mercados globais, nunca fomos tão cientes das dores, caos e sofrimento humano que invadiu o nosso mundo hoje. Imagine que uma bomba cai na Síria e momentos depois tem pessoas no Brasil assistindo, em seu feed do Facebook, essas imagens de um pai caindo em meio às ruas, destruído, carregando o corpo de seu filho, cheio de sangue e sem vida. Quando foi um tempo que tivemos tanta exposição e acesso, em tempo real, às injustiças que invadem as comunidades globais?

Assumindo a responsabilidade

Tem crescido o entendimento de que nós, como seres humanos, temos uma responsabilidade de lutar pela justiça, falar contra corrupção e ser parte de uma mudança positiva na nossa geração e a igreja precisa estar na linha de frente liderando esse movimento para uma mudança social. Mas, a maneira que caminhamos nisso é crítica à integridade da nossa fé e à promessa da glória de Jesus enchendo a terra como as águas cobrem o mar (Habacuque 2:14). 

Respondendo à injustiça:

Como que respondemos à injustiça? Quando olhamos os evangelhos e vemos os ensinamentos de Jesus, de todas as coisas que Ele poderia falar sobre justiça ele disse isso:

E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles? Digo-vos que, depressa, lhes fará justiça. Quando, porém, vier o Filho do Homem, porventura, achará fé na terra?” Lucas 18:7-8

Nessa parábola, Jesus podia ter nos dado um texto sobre como escrever uma legislação de Deus, como eleger líderes justos ou como criar respostas sociais estratégicas. Mas, ele não fez isso. Jesus conectou a liberação de justiça rápida ao Corpo de Cristo, que persistentemente clama em oração dia e noite. Oração é o fundamento para a justiça ser liberada na nossa sociedade. 

O poder da oração

Há duas coisas que a oração faz que nada mais consegue fazer: 

  1. Oração conecta o nosso coração ao Deus da Justiça. No lugar de oração nós encontramos, em Isaías 42, o Rei Servo que “não mostrará fraqueza nem se deixará ferir, até que estabeleça a justiça na terra.” (Isaías 42:4). Enquanto contemplamos Jesus, entramos em comunhão e ouvimos seu coração, então oramos isso de volta a Ele e concordamos com o que Ele quer fazer na terra. 
  2. Oração nos engaja na batalha espiritual que está acontecendo atrás dos sistemas da injustiça, atos de abuso e das guerras que invadem nossa sociedade hoje. A injustiça está prosperando porque o inimigo está lutando contra aqueles que carregam a imagem de Deus. Neste lugar de oração abrimos nossas bocas, declaramos a Palavra e lutamos contra esse fatores espirituais (Efésios 6:12).

O Segundo Mandamento

Precisamos ser uma igreja que não desvia o olhar da depravação e injustiça do nosso mundo hoje. Temos quer ser um povo que vê a injustiça da mesma forma que Deus vê e que está engajado em oração para que justiça divina seja derramada. E sermos aqueles que mantêm os corações vivos em esperança e que são dispostos a ir aos pobres e aos oprimidos com uma mensagem e ações de esperança, cura e restauração. 

À medida que amamos o Senhor nosso Deus com todo o nosso coração, mente e força, tendo comunhão com Ele, o transbordar natural é que Jesus comece a compartilhar seu coração conosco, em amizade. Enquanto oramos por justiça em nossa cidade, Jesus começa a abrir nossos olhos ao sofrimento em nossa cidade e, então, Ele nos compele a ir. Amar o nosso próximo, o segundo mandamento, se torna um resultado direto e natural do primeiro mandamento. 

A verdadeira justiça

Nos evangelhos vemos 12 vezes onde Jesus foi “movido por compaixão”. Compaixão não é uma emoção que passa rapidamente, uma pena momentânea ou simpatia. Compaixão literalmente significa entrar no sofrimento do outro. Quando Jesus foi movido por compaixão, a fonte de toda vida foi movida e a ternura inesgotável e insondável amor de Deus foi revelada. Corpos foram curados, mortos se levantaram e Jesus foi visto como o Messias. 

Justiça para o pobre e oprimido nunca vai ser algo à parte de Jesus. Sim, nós podemos ver leis mudadas, programas sociais financiados, os necessitados sendo vestidos e alimentados. Mas, até que os necessitados conheçam o amor de Deus, sua salvação, e tenham suas vidas transformados por essa revelação, a justiça é incompleta. 

A Encarnação

Que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de cruz! Filipenses 2:6-8

Na encarnação vemos a natureza verdadeira da compaixão no nosso Rei lindo. Ele se dispôs a entrar em nosso sofrimento e em nossa condição como homens fracos. Ele deixou as alturas da glória com seu pai, para se humilhar e caminhar conosco. Jesus pagou o preço final para entrar em nosso sofrimento. Ele viveu uma vida sem pecado e redimiu a humanidade na cruz. 

O maior exemplo

À medida que Jesus se humilhou e redimiu nossa humanidade, Ele nos chamou para fazer igual. Nos chamou para também abrir mão da nossa reputação, nosso conforto, finanças e  tempo, a fim de nos humilharmos para sofrer com aqueles que sofrem. Nossa disponibilidade a fazer isso nos faz ser canais para revelar a sua beleza, poder e a salvação de Jesus a um mundo quebrado e machucado. 

Não há justiça fora de Deus

Nós, desesperadamente, precisamos de justiça nessa hora, no Brasil. Como povo de Deus, temos que entender que não há justiça fora de Deus. Sua presença, transformando nossa condição humana, de caídos a redimidos, é central à justiça. O humanismo abraça soluções para a justiça dentro dos recursos, razões e ingenuidade dos homens. Mas, fora de Jesus, embora essa resposta seja útil, não nos faz alcançar a justiça por completo.

A Igreja tem que tomar uma atitude no lugar de oração para contender para justiça. Tem também que ser enviada, nessa hora, como povo embaixador, representando a revelação de Jesus, o único Justo, e seu reino. Temos que influenciar as áreas chaves, que são necessárias para trazer uma mudança na sociedade, algo multifacetado, que começa com oração e que cresce para causar efeito na cultura, nos políticos, no governo, na mídia e etc. Finalmente, nós temos que caminhar como Jesus caminhou e ser um testemunho de seu grande amor nos lugares escuros, onde a injustiça prospera. 

A igreja tem passado por grandes mudanças nas últimas décadas. Cristãos têm se movimentado de forma renovadora anunciando o evangelho. Cada vez mais círculos universitários são tocados por jovens apaixonados por Deus que não têm descansado até que todos à sua volta ouçam sobre o poder da salvação. Todos os dias ouvimos sobre novas mobilizações de evangelismo, treinamentos e envios missionários, temos impactado nossa “Judeia” e, quando digo isso, me refiro a estarmos alcançando aqueles que estão próximos a nós para, então, avançar e conquistar as nações. E, porque precisamos ter fome por Deus?

Assim como em Atos 1:8, quando Jesus ressurreto, prestes a ascender aos céus, disse àqueles que estavam reunidos com ele que eles seriam Suas testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judeia e Samaria, e até aos confins da terra. E por todas essas iniciativas, somos felizes e damos graças ao Senhor. Porém, em contrapartida, em meio a tamanha oferta de alimento ao perdido, há algo essencial que pode estar nos faltando: A fome.

Veja essa conhecida frase de A. W. Tozer:

“Nós somos a soma da fome que temos”. Isso me faz pensar sobre o que é  que temos desejado, e como Deus tem respondido à sua igreja nesses dias. Estaríamos nós desejando e pedindo por fome? E, por que precisamos tanto assim da fome?

 Você, possivelmente, sabe que a falta de fome é um sinal de alerta. Quantas vezes já ouvimos nossos pais conversando preocupados a respeito do nosso estado de saúde ou de nossos irmãos ou irmãs, e eles dizem: “ele está sem fome, não quis comer nada o dia todo”.  A falta de apetite físico é um dos mais evidentes sinais de que algo não está bem com o estado físico de alguém. Essa mesma verdade se aplica à nossa vida espiritual. 

O que aprendi

Quando eu era criança, frequentemente buscava uma oportunidade de abrir um pacote de salgadinho antes das refeições ou tinha vontade de comer alguma “besteira” essa era a forma que minha mãe chamava os alimentos que não tinham o valor nutricional que eu precisava para me manter saudável, mas que, na minha opinião infantil, era a melhor refeição que eu poderia ter e, constantemente, nos comportamos da mesma forma na nossa vida espiritual, nos alimentando de “besteiras”, comendo de tudo, mas pouco sendo nutridos por um relacionamento profundo com Deus.

E esses falsos alimentos nos mantêm saciados e impedem que a fome exerça seu papel fundamental: fazer com que comamos aquilo que vai definitivamente nos sustentar e nutrir. A fome, quando não saciada, resulta em fraqueza. Portanto, ao ter fome nosso corpo naturalmente se encarrega de nos mostrar que precisamos nos alimentar. E, se nos sentirmos mal, é por conta da falta de alimento que pode ser altamente prejudicial às atividades relacionadas à sobrevivência. E mais que isso, a inanição pode dar fim à vida.

Continuando nosso paralelo com nossa vida espiritual, comumente estamos dentro da igreja rodeados de bons ensinamentos, lemos bons livros, temos acesso à informação e a pessoas que são boas influências para nós espiritual e intelectualmente. Temos um lugar saudável para crescer e, ainda assim, nos encontramos incompreensivelmente apáticos. Este é um enorme perigo na vida do cristão. Temos ao nosso alcance tudo que precisamos para nos satisfazer, mas escolhemos viver uma vida distante dos banquetes que a presença de Deus pode nos oferecer. Precisamos aprender a nos posicionar contra a apatia e a falta de ânimo. Precisamos clamar para ter fome por algo de Deus. 

Observe como é paradoxal:

Ao mesmo tempo que saímos da igreja em busca do perdido, intensificando trabalhos evangelísticos e investindo em mobilizações específicas em escolas, hospitais, orfanatos, casas de prostituição e em muitos outros lugares, para atender a todas essas pessoas famintas e oferecer-lhes a verdadeira comida, dentro da igreja experimentamos um aumento da frieza e indolência que só a falta de fome pode explicar.

Sei que pode parecer confuso, acredito que paradoxos geralmente têm essa característica: nos movem a pensar em busca de entendê-los no início e, depois que o compreendemos, terminam nos impactando por sua força contraditória. Observar algo que não corresponde à lógica ou ao senso comum deve rapidamente nos despertar para a realidade e nos impulsionar a caminhar com intencionalidade e clareza. O que está acontecendo que as pessoas chegam à igreja famintas, mas depois, contentam-se com a apatia?

Sempre que um ano chega ao fim eu começo a perguntar para Deus qual será o tema da minha vida na próxima estação e qual é a área em que eu devo focar no próximo ano. Peço um versículo bíblico que indique algum âmbito da minha vida em que Deus queira revelar mais do Seu caráter. Há alguns anos atrás, quando comecei a orar neste sentido, percebi que eu já vinha sentindo meses antes um desejo grande de ver uma manifestação maior dos dons do Espírito Santo, tanto na minha vida, quanto na das pessoas que eu liderava e na minha igreja. Era um clamor por avivamento, uma vontade de ver as evidências da manifestação do poder de Deus no meio do seu povo.

A fome por Deus como um presente

Então, senti claramente o Espírito Santo falar ao meu coração: “Peça por fome de Deus, esse é o melhor presente (dom) que você poderia receber”. Essa frase me deixou vulnerável diante de Deus. Eu comecei a perceber que, embora estivesse me alimentando nEle, precisava manter-me em um lugar de fome. E que isso não está relacionado ao meu tempo de devocional com Deus, a preparar meus estudos bíblicos ou manter uma vida cristã saudável. Mas a um desejo desesperado por mais de Deus que só Ele mesmo poderia gerar em mim. Do que adianta o poder sendo manifesto, pessoas sendo tocadas e milagres acontecendo, se estamos saciados?

Se não temos um intenso clamor por um encontro pessoal com Deus e nos contentamos em tocar apenas Suas manifestações externas, quando estamos espiritualmente desnutridos por estarmos nos alimentando somente do mover, é assim que, quando menos esperamos, a indiferença e mornidão são mascaradas por um senso de sucesso espiritual, porque vemos o Reino sendo manifesto. Em outras palavras, do que adianta este Reino se manifestar externamente enquanto em nosso interior permanecemos apáticos e inertes em nossa busca pessoal rumo ao coração de Deus? E eu não penso que desejar a manifestação do poder de Deus seja errado. Penso apenas que esse desejo deveria ser uma consequência de quem está desesperado por Deus e tem uma fome que transforma e reorganiza a intenção pela qual buscamos poder. 

Sermão do Monte

Muitos chamam o Sermão do Monte de constituição do Reino de Deus, isso significa que nele nós encontramos direções para viver um estilo de vida que aponta para esse Reino. Nesta mensagem, Jesus nos chamou à perfeita obediência e sua própria vida na terra é o modelo em que devemos nos espelhar. No sermão do monte Jesus menciona oito bem-aventuranças, que são direcionamentos para nós, além de servirem como parâmetros para analisarmos nossa jornada em Deus ao longo dos anos. Quero destacar uma dessas bem-aventuranças que está escrita em Mateus 5:6:

“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, pois serão saciados”. 

A fome por Deus

Trata-se primeiramente de um clamor no íntimo, um anseio ardente por uma vida que esteja alinhada com a santidade de Deus e de uma busca incansável por amá-lO com todo o coração, mente e forças. Quando Jesus declara que é bem-aventurado, feliz ou alegre aquele que tem fome e sede por JUSTIÇA, Ele não está se referindo à justiça no sentido de justificação ou salvação, nem de julgamento e condenação. Jesus diz por justiça a retidão moral, o desejo profundo por ter uma vida separada e de total entrega, estes terão seus anseios satisfeitos.

Entendemos justiça como um alinhamento, como a criação funcionando corretamente, da maneira que o criador a formou para estar. A justiça a qual aqueles que têm fome receberão é a da integridade em suas próprias vidas, nas vidas daqueles que os cercam e na sociedade. Sim, estes que têm fome estendem este desejo às pessoas que influenciam e aos ambientes que frequentam. A palavra “saciados” também tem neste texto uma conotação diferente daquela a qual estamos acostumados.

Quando, literalmente falando, temos fome de comida, comemos e então ficamos saciados, a fome passa. Diferente do “saciar-se” que recebemos como recompensa pela fome e sede de justiça, dito por Jesus, que tem em si a capacidade de gerar ainda mais fome. Você consegue entender como isso funciona? Você tem fome, é saciado, e em consequência, você fica com mais fome.

Por exemplo, sabe quando em um culto ou conferência você é tomado pelo Espírito e experimenta algo novo em Deus e tem um profundo encontro com Ele? E quando você volta para casa, você quer continuar vivendo aquela experiência em cada segundo da sua vida? Quer ler a bíblia todo o tempo, ouvir músicas que falem sobre Jesus e mudar tudo para viver só para Ele? É isso! Uma fome por Deus e por tudo dEle, nEle e para Ele que vai ser saciada. E isso, ao invés de diminuir a sua fome, vai aumentá-la.

É o que podemos chamar de saciedade insatisfeita: Você é saciado, mas não deixa de ter fome! 

Eu amo que estamos nos movendo, que temos em mente que precisamos de avivamento e falamos disso como nunca antes. Avivamento é o tema de conferências e o alvo de estudos. Quando buscamos a palavra “avivamento”. Mas o avivamento é apenas o fruto, sua semente é a fome. Seria viável obter o fruto sem a semente? Possivelmente há uma inversão de valores. Nosso anseio maior não deve ser o avivamento, mas a fome por Deus, e em consequência, o avivamento virá.

Quando cristãos famintos começarem a lamentar, clamar e se arrepender de seus pecados e dos pecados da sua geração, pedindo que a justiça e retidão de Deus invada sua sociedade, Deus se moverá para saciá-los, e Sua resposta será o verdadeiro avivamento esperado há tempos. Um avivamento que se inicia em corações quebrantados dá espaço para o Espírito de Deus agir. Então, a sujeira é lavada, o arrependimento é evidente. Um anseio para que a terra conheça Deus em verdade toca o povo tão profundamente, que homens são tomados por uma fome sem tamanho, não conseguem se conter e utilizam-se das plataformas para tornar Jesus conhecido. A fome gera o avivamento e o avivamento gera mais fome.

Por mais que você não possa produzir a fome em si mesmo, você pode posicionar-se para recebê-la do Senhor. Peça! É assim que você receberá a fome. Faça como aquela viúva persistente de Lucas 18 e bata até que a porta se abra. Persiga!

Minha oração

Que Deus aumente a fome pelo conhecimento de quem Ele é na igreja brasileira. Que o Seu povo tenha a certeza de que esta fome será satisfeita e a resposta trará um avivamento que resultará em retidão e alinhamento. Não só para a igreja, mas para nossa nação em todas as suas esferas. E se, porventura, a resposta não vier neste tempo, diante dos meus olhos, minha certeza é que mais cedo ou mais tarde ela virá. A promessa é sobremaneira encorajadora. Deus está dizendo que a fome será saciada, que este clamor será respondido e que o Seu povo receberá uma resposta às suas orações. Isso ocorrerá nestes dias ou no Reino que está por vir!

“Senhor, tu me sondas e me conheces. Sabes quando me assento e quando me levanto; de longe penetras os meus pensamentos.” (…) Salmo 139:1

“Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face? Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também;” Salmo 139: 7-8

“Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me (…) formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem.” Salmo 139:1-2,7-8, 14

Você já parou para refletir nas declarações de Davi contidas no Salmo 139?

Um cântico que expressa quem o Senhor é

Este salmo demonstra que Davi sabia para quem estava prestando culto. E, por diversas vezes, ao lermos esse texto não percebemos a profundidade desses versos e o quanto eles revelam os preciosos atributos de Deus. Mas antes de prosseguirmos, gostaria de perguntar: você sabe o que significam esses atributos?

O Deus triúno possui diversas qualidades e características através das quais Ele escolhe revelar-se a nós. Conforme o teólogo Bavinck, “seus atributos coincidem com o seu ser”. Portanto, os atributos expressam quem Deus é. E Ele não muda. Seus atributos não se alteram e não se perdem com o tempo. 

Ao estudarmos o Salmo 139, podemos conhecer alguns dos atributos de Deus, tais como: onisciência, onipresença e onipotência. E sobre essas três características é que iremos observar aqui. Então, te convido a fazer um breve mergulho comigo para descobrirmos juntos o que o Salmo 139 diz sobre quem Deus é.

Não pretendo esgotar o assunto, mas trazer reflexões iniciais para que, em seu momento de devocional, você se aprofunde nesse texto e transforme esse salmo num diálogo com o Senhor. E a medida que a Palavra encher seu coração e você compreender mais quem o Senhor é, isso gere confiança, cura e liberdade em seu interior. 

Ele conhece tudo

“Senhor, tu me sondas e me conheces. Sabes quando me assento e quando me levanto; de longe penetras os meus pensamentos.” (Salmo 139:1-2) 

A primeira palavra expressa por Davi: “Senhor”,traduzida do hebraico “Yahweh”, significa “aquele que existe”, o único Deus verdadeiro”. Em outras palavras podemos escrever que o salmista expressa nesse primeiro verso que Deus é único e verdadeiro, portanto, aquele que é soberano nos sonda e nos conhece. 

O grande Deus é também “Senhor de perto”. Aquele que esquadrinha nossos corações e que nada está oculto diante Dele. Ele sabe todos os nossos pensamentos, desde os pequenos até os grandes. Como disse o salmista nos versos seguintes: “Antes mesmo de eu falar, Senhor, já sabes tudo o que vou dizer”.

A onisciência do Senhor

Em outro trecho das Escrituras, Isaías 66:18, também confirma que o Senhor vê todas as coisas que fazemos e o que pensamos. Isso significa que nossa natureza é completamente conhecida por Ele. A onisciência do Senhor, seu saber absoluto, nos gera temor. Além disso, nos remete ao fato de que podemos descansar Nele. Podemos confiar que nada está fora do controle, porque Ele está vendo todas as coisas e as intenções dos corações dos homens.

No verso 139:6 ainda diz que “Tal conhecimento é maravilhoso demais para mim; é sobremodo elevado, não o posso atingir.” Ou seja, diante de poderosas verdades é como se faltassem palavras para o salmista expressar o quão incrível é saber isso. De fato, a mente humana não consegue compreender completamente e precisamos que o Espírito Santo nos revele a profundidade dessa verdade, que os olhos do Senhor estão sobre o nosso coração

Ele é onipresente

“Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face? Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também;” Salmos 139:7-8 

Ao lermos essas frases, o salmista declara que não há nenhuma maneira de escapar do olhar do Senhor. Estamos a todo momento diante de Deus e, a partir disso, cabe a nós vivermos um estilo de vida consciente de Sua onipresença. 

Muitas vezes a reação que temos ao pecarmos é a de nos afastarmos do Senhor diante de Sua tamanha grandeza e santidade. Realmente, em nós mesmos não há nada de bom. Por isso, devemos nos voltar ao Senhor. Somente através do sangue de Cristo, através da Sua graça e ao arrependermos é que obtemos perdão do Senhor. É pela graça que somos salvos.  Podemos nos lançar ao amor do Senhor mesmo que estivermos passando por densas escuridões. 

“pois todos pecaram e carecem da glória de Deus , sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus.” Romanos 8:24

Conscientes da Sua onipresença

Viver consciente da onipresença do Senhor enche nosso coração de esperança, coragem e fé, porque podemos ter a plena convicção de que Ele não nos desamparará e que não há escuridão tão grande que a luz Dele não brilhe. Ele é Deus Emanuel. 

“Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem.” Salmos 139:14

O salmista começa este verso louvando e agradecendo ao Senhor por ter sido obra das mãos do criador. A trindade em perfeita comunhão, como um habilidoso artista, planeja e arquiteta toda a criação. Davi louva ao Senhor, porque ele reconhece que tudo o que Deus faz é bom. A sua criação é bela.

Toda a criação é a manifestação do poder de Deus, é isso que Davi também expressa com essas declarações. E por ser obra das mãos do Senhor, toda a criação está submetida a sua autoridade (Romanos 11:36). 

Em outra passagem bíblica podemos observar mais uma vez um homem se deparando com o poder e autoridade do Senhor. Nesse trecho a seguir o Senhor responde a Jó: 

“Onde você estavas tu, quando eu lançava os fundamentos da terra? Diga-me, já que sabe tanto. Quem definiu suas dimensões e estendeu a linha de medir?” (Jo 38:4-5)

Onipotência: como viveremos? 

Diante então da onipotência do Senhor, o salmista não vê outra opção a não ser render louvores ao Senhor. Viver com base na consciência desse atributo de Deus gera, dentre várias coisas, gratidão e humildade, pois Ele nos formou no ventre de nossa mãe e em suas mãos reside o pleno domínio. 

Assim, primeiramente, podemos aprender com as declarações de Davi em salmos 139, que de fato ele sabia quem era Deus, e isso o levava adorá-lo. Além disso, Deus é aquele que detém o saber absoluto e está atento a todos os detalhes do coração humano. Ele é Deus Emanuel, por sua graça podemos desfrutar do seu amor. Por fim, de forma bela e demonstrando seu poder nos criou.

 

A correria frenética por satisfação, prazer e felicidade nos cerca e é bem conhecida por nós. A todo instante postagens e textos aparecem na nossa frente, de como podemos viver mais felizes ou aumentar nosso bem-estar e satisfação com a vida. A sensação bem presente nessa busca, porém, é muitas vezes a de correr em círculos. Nunca se alcança a plenitude dessas coisas com os recursos que temos disponíveis para isso.

PEÇAS QUADRADAS PARA O ESPAÇO REDONDO?

Primeiramente, vamos pensar um pouco. Parece um tanto sádico pensar que Deus, nosso Criador, idealizador dos nossos anseios, tenha nos criado com anseios que ficarão sem resposta. Imagina só se Deus tivesse criado nosso estômago, decretado que funcionaríamos para sentir fome, mas não tivesse inventado o alimento. Não faz sentido, certo? Soa cruel.

Da mesma maneira, não faz sentido sermos dotados de anseios de prazer, amor, relacionamento, apreço, alegria e não haver uma maneira de sacia-los.

O problema que quero trazer aqui não é exatamente com o que saciamos esses anseios, mas uma maneira sadia de saciá-los. Qual o plano original que Deus teceu para nos saciar?

A FÁBRICA DE ÍDOLOS x SER SATISFEITO

Certamente, aquilo que nos sacia têm uma boa parte do nosso coração. O coração humano vaga em busca daquilo que o transcenda. E essa tem sido uma preocupação do meu coração ultimamente. Pois, não falo de pecados necessariamente, mas de coisas legitimas e boas. Qualquer coisa, que não é o Deus verdadeiro, que ganhe o nosso coração, nos motiva, nos controla, servimos, ou onde buscamos esperança é um ídolo em potencial.

“O coração humano é uma fábrica de ídolos” (João Calvino)

Obviamente, nós temos nossos meios de nos prover satisfação. Na verdade, muitas vezes a um click encontramos alguns segundos de aparente alegria. O problema reside em fazermos das coisas a fonte que nos sacia. O fato é que, Deus, o criador de todas as coisas (Dt 10:14; Sl 24:1), é também a fonte da vida. Nele vivemos, nos movemos e existimos (At 17:28).

Ele criou as boas dadivas, como a comida, os relacionamentos, a beleza, arte, música, esporte, trabalho, a natureza e tantas coisas. Mas, todas as dádivas são meios de desfrute e não o fim ou a fonte do nosso prazer e alegria. Nosso coração tende a colocar as coisas criadas no lugar do Criador, fazendo delas ídolos e não instrumentos para glorificá-lo.

A FONTE

Portanto se nossa fonte for Senhor, e encontrarmos deleite, prazer e completude Nele, estaremos com o coração no lugar correto para desfrutar de relacionamentos profundos sem idolatrá-lo, beber e apreciar comidas deliciosas sem fazer disso uma compulsão, trabalhar diligentemente sem fazer do serviço nossa fonte de significado e identidade. Servir outros com a motivação correta. Cuidar do nosso corpo sem cultuá-lo.

É certo que, consumir e abusar do uso dessas coisas para nos satisfazer e encontrar prazer, apenas nos expõe não só a idolatria, mas a encontrar o vazio que não se preenche. A sensação de correr em círculos que falamos inicialmente. Certos que mesmo fazendo qualquer dessas coisas, compulsivamente, não seremos plenamente saciados.

POR QUE BUSCAR SATISFAÇÃO?

Diante disso, me resta pensar que o inicio e o fim da nossa satisfação é o Senhor. Pois, Dele, por Ele e para Ele existimos, fomos criados e seremos satisfeitos. Dele sai a verdadeira fonte e quando encontramos a fonte Nele, nós nos voltamos para Ele.

Uma vez que nos encontramos com esse ponto, faz sentido o que John Piper diz: “Deus é mais glorificado em mim quando sou mais satisfeito nEle.” Adoração, ações de graça, e louvor fluem de um coração que encontrou contentamento. E a própria adoração nos trás deleite. Por isso devemos caminhar em satisfação. Fomos criados para sua glória. Um coração satisfeito vive integralmente em adoração, seja caminhando, se divertindo, conversando, comendo, descansando, trabalhando. Essa é a vontade do Senhor.

Sempre tenho o Senhor diante de mim. Com ele à minha direita, não serei abalado.
Por isso o meu coração se alegra e no íntimo exulto; mesmo o meu corpo repousará tranqüilo,
Tu me farás conhecer a vereda da vida, a alegria plena da tua presença, eterno prazer à tua direita.
(Sl 16:8-11)

 

Assim como em uma família natural, a família de Cristo não possui membros iguais. Isso significa que todos os cristãos são diferentes. Por essa razão, todos têm uma contribuição para dar e todos têm dons e talentos especiais. Na Palavra de Deus podemos encontrar listas de alguns dons do Espírito que Ele distribui individualmente, a cada um, como quer.

A cada um, porém, é dada a manifestação do Espírito, visando ao bem comum. Pelo Espírito, a um é dada a palavra de sabedoria; a outro, a palavra de conhecimento, pelo mesmo Espírito; para outro, fé, pelo mesmo Espírito; a outro, dons de cura, pelo único Espírito; para outro, poder para operar milagres; a outro, profecia; para outro, discernimento de espíritos; a outro, variedade de línguas; e ainda a outro, interpretação de línguas. Todas essas coisas, porém, são realizadas pelo mesmo e único Espírito, e ele as distribui individualmente, a cada um, conforme quer.” 1 Coríntios 12:7-11

Essa é a igreja que Deus quer que nós sejamos e só seremos essa igreja se buscarmos em Jesus a capacitação para ser esse tipo de cristão. 

Use seus dons e talentos para servir sua comunidade

Os dons são como ferramentas para que cada pessoa no corpo de Cristo possa cumprir sua parte. Assim todo o corpo de Cristo é edificado pelo bom funcionamento de cada parte.

Os dons são concedidos ao corpo (à igreja). Eles são para a edificação do corpo todo, não meramente para o desfrute ou enriquecimento individual dos membros que os possuem (1 Cor. 12.7; 14.5,12).

O que as igrejas locais mais precisam, por exemplo, de membros e líderes que possuam profunda compaixão. Além disso, que sejam bondosos, saibam controlar sua força, restringir seu poder, suportem sofrer injustiças, amem a ponto de suportar pessoas desagradáveis. Que tenham entendido e saboreado o perdão de Jesus a ponto de estarem dispostos a perdoar. E da mesma forma, pedir perdão sempre que necessário.

A Igreja segundo o coração de Deus

A igreja precisa de membros e líderes gratos e satisfeitos que abram caminho para a paz de Cristo reinar em nosso meio. Precisa que todos os membros sejam cheios da Palavra e dispostos a usar a Palavra para edificar a vida uns dos outros.

Em conclusão, a igreja precisa de membros e líderes que vivam a vida de Jesus em suas comunidades de fé. Acima de tudo, nós precisamos de mais Jesus em nossas vidas.

Portanto, convido você a fazer essa oração: “Senhor, nos faça ser esses membros e líderes que, por estarem tão focados e satisfeitos na cruz de Jesus, se tornam pessoas que transbordam gratidão e amor. E que possamos viver a vida de Jesus em nossas comunidades de fé onde fomos colocados por Ele.”

 

Quantos de nós estamos familiarizados com a prática de parar e buscar conhecer a voz do Senhor através de um lugar de intimidade? Percebo que muitas vezes estamos tão atarefados em servir ao nosso Deus, que chegamos até mesmo a acreditar que essa seja a corrida que nos foi proposta. E constantemente, temos esquecido a melhor parte: estar com Ele e simplesmente ouvir a sua voz. Ouvir o que Ele tem pra nós a cada dia por meio da sua palavra. E assim, facilmente abrimos mão do nosso grande tesouro porque não conseguimos parar para conhecer o som da sua voz!

OUVI-LO É A MANEIRA SEGURA DE CONHECÊ-LO

Eu tenho experimentado algo novo acontecendo dentro de mim sempre que me ponho diante do Senhor para ouvi-lO. É nesse lugar que eu tenho sido exposta às Escrituras, à sua forma clara e segura de falar comigo. É onde eu percebo o mover de grande expectativa em meu interior por conhecer as verdades a respeito de quem Deus é e de quem eu sou nEle. Porque é nesse lugar de aprender a ouvir a Deus que o meu coração é iluminado para contemplar a realidade de Deus que toca todas as circunstâncias que me cercam.

É nesse lugar que eu reconheço as minhas falhas e dificuldades diante da luz da sua palavra. E que gentilmente percebo a Graça que me capacita para vencer os desafios reais na minha jornada! Certamente, não há outro momento em que eu sinta ser tão propício para ouvir a sua voz: Quando eu simplesmente me coloco diante dEle para esperar a sua direção, os seus conselhos, a sua voz, de maneira pessoal.

NOSSA PRIMEIRA AÇÃO É PARAR

A verdade é que sempre será desafiador mudar as nossas prioridades, o nosso primeiro fazer. E quando nosso primeiro fazer for parar? Parar diante dAquele que concede toda a sua atenção a nós, que é fiel em nos procurar e pacientemente nos desejar? A medida que eu começo a pensar profundamente sobre isso, posso então caminhar por meio da sua Graça ao dar início a essa busca de ouvir o Senhor. E reconhecendo que deverá ser constante estar nesse lugar de intimidade com Ele, eu busco a sua ajuda!

A boa notícia é que à medida que eu confio Nele, dia após dia, tudo vai se tornando mais leve, mais alinhado ao seu desejo em relacionar-se comigo, em compartilhar o som da sua voz. Então o meu coração não consegue ser nada menos que flexível, nada menos que facilmente ajustável ao Seu querer.

OUVIR OS SEUS CONSELHOS

Uma grande verdade sobre nós é que temos o íntimo desejo de conhecer os seus conselhos, saber quais são as suas palavras, discernir o som da sua voz ao ponto de que seja apenas ela que cerque os nossos passos, encha o nosso coração e renove os nossos pensamentos vez após vez.

Deus, o íntimo daqueles que te seguem deseja as tuas palavras, não apenas por um momento, mas por toda uma vida existe em nós o anseio de saber o que tens a dizer.

Ah, os seus sábios conselhos que jamais encontraríamos em nenhum outro lugar a não ser nesse em que podemos parar e renovar as nossas forças, em sua palavra. A forma como Ele fala nos constrange, nos levanta, nos faz chorar, nos consola e nos faz sentir a vida brilhando em nosso interior.

O LUGAR DE CONHECER TESOUROS

Ah esse lugar! Que presente é tê-lo disponível, que presente é saber que é possível ouvi-lo!

Tenho aprendido a desfrutar desse lugar de conhecer tesouros do coração de Deus enquanto estamos a sós, enquanto leio a sua palavra, rendendo o meu coração de volta a Ele. E eu sinto, sinceramente, como se eu me assentasse numa cadeira de madeira tão simples diante de sua majestade, do seu grande trono, e assim Ele me ensinasse! Eu ainda não conheci nada mais precioso do que ser ensinada por Ele, ser lembrada das palavras de Jesus por meio do Espírito Santo nesse lugar de intimidade e comunhão. Me dispor ao seu ensino e desejar mais do que qualquer outra coisa que possa ser legitimamente desejável.

Aceitai o meu ensino, e não a prata, e o conhecimento, antes do que o ouro escolhido. Porque melhor é a sabedoria do que joias, e de tudo o que se deseja nada pode se comparar com ela. Pv 8:10-11

A NOSSA GRANDE OPORTUNIDADE: OUVI-LO

Por fim, essa é a grande oportunidade da nossa jornada: ouvi-lo todos os dias!

Se pensarmos um pouco sobre o Salmo 19 em que “Os céus proclamam a glória de Deus!” Os céus que foram feitos por Ele dizem respeito a quem Ele é, imprimem honra ao seu nome! Quanto mais eu, reconhecerei o quanto devo buscá-lo, contemplando-O à luz da sua palavra, ouvindo a sua voz em meio a jornada, enquanto anuncio as obras que Ele faz!

É através dessa primeira coisa a fazer: estar com Ele, que devemos buscar nos mover antes de tudo! Conhecer quem Ele é e qual é o som de sua voz falando conosco todos os dias!

Por que um dia faz declaração a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a outra noite. Não há linguagem nem fala onde não se ouça a sua voz. A sua linha se estende por toda a terra, e as suas palavras até ao fim do mundo. A lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma; o testemunho do Senhor é fiel, e dá sabedoria aos símplices. Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro, e ilumina os olhos. O temor do Senhor é limpo, e permanece eternamente; os juízos do Senhor são verdadeiros e justos juntamente. Mais desejáveis são do que o ouro, sim, do que muito ouro fino; e mais doces do que o mel e o licor dos favos. (Sl 19: 2-4 e 7-10)

Quando criança, já sentia uma admiração enorme pela minha irmã Sydney. Ela já era muito ungida, profética e tinha um propósito. Com menos de 10 anos, ela subia em palcos e dava palavras de conhecimento muito precisos. Ela não tinha medo de falar em público. Eu ia nas mesmas aulas da igreja que ela, amava orar igual a ela e também tinha palavras de conhecimento às vezes. Eu queria era ser igual a ela. 

Certa vez, o pastor convidou a mim e a Sydney para contarmos um testemunho no culto principal. Na hora que ele nos pediu isso, me deu uma dor de barriga! Eu tinha medo de subir no púlpito, ficar na frente de todo mundo e ter que falar. E eu tinha a minha irmã como exemplo, e ela é incrível. Eu não podia subir ali e fazer tudo errado! Então, não aceitei o convite e chorei. Me senti confusa.

Depois desse acontecimento, comecei a entender algo importante: “por que eu quero ser igual a minha irmã, quando posso ser eu mesma?” Deus me deu dons e habilidades únicos, feitos apenas para mim. Se eu tento ser igual a outra pessoa, eu estou dizendo que os dons que o Senhor deu para mim são menores e desnecessários. 

Ninguém é igual a ninguém

Na nossa sociedade, somos ensinados desde pequenos a sermos como outros. Nas escolas, na mídia, muitas vezes até na nossa família querem que sejamos iguais a alguém, mas Deus não quer que lutemos para ser igual ao outro. 

Todo mundo conhece o Salmo 139.14: Eu te louvarei, porque de um modo terrível e tão maravilhoso fui formado; maravilhosas são as tuas obras…”

Mas, será que a gente realmente crê nisso? Você acredita que você (a obra de Deus) é maravilhosa assim como você é?

Quando entendi que Deus me criou para ser eu mesma e nenhuma outra pessoa, comecei a me entender melhor. A minha personalidade começou a florescer e eu desenvolvi os meus dons e habilidades. Eu não queria ser igual a outra pessoa. Eu queria ser eu mesma! Comecei a ter mais coragem para compartilhar o que o Senhor falava para mim, e às vezes até ao lado da minha irmã nos púlpitos.

Comparação que traz divisão

A comparação é uma das maneiras pelas quais o inimigo tenta trazer divisão para o corpo de Cristo.

Em 1 Coríntios 12:14-21 diz:  “14 …também o corpo não é um só membro, mas muitos. 15 Se o pé disser: Porque não sou mão, não sou do corpo; não será por isso do corpo? 16 E, se a orelha disser: Porque não sou olho, não sou do corpo; não será por isso do corpo? 17 Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde estaria o olfato? 18 Mas, agora, Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis. 19 E, se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo? 20 Agora, pois, há muitos membros, mas um corpo. 21 E o olho não pode dizer à mão: Não tenho necessidade de ti; nem ainda a cabeça, aos pés: Não tenho necessidade de vós.”

Pensa comigo: se você é o pé, por que você está tentando ser a mão? O Senhor criou você de uma forma bela para um propósito específico! Então, pare de tentar ser igual a outra pessoa! Seja quem o Senhor te chamou para ser! Se gastarmos o nosso tempo para tentar ser igual a uma outra pessoa, nós gastamos menos tempo sendo quem nós somos! 

Viva seu propósito

Comparação rouba a nossa afeição de Jesus e coloca o nosso foco naquilo que consideramos errado em nós mesmos e o que queremos mudar. Em essência, tentando ser igual uma outra pessoa, você está dizendo “eu não gosto de quem Jesus me criou para ser.”

Mas, Deus sabia do que Ele estava fazendo quando te criou. Ele tem propósito para VOCÊ! Ele sonhou com sua existência! Chegou a hora da sabermos quem somos, celebrarmos quem as pessoas são (invés de ficar com ciúmes), e caminhar naquilo que o Senhor nos chamou para fazer! Está na hora da gente acreditar na verdade no que Davi escreveu: maravilhosas são as obras de Deus! 

 

 

 

Há quem diga que somos uma geração pronta para “mudar o mundo”. Somos otimistas, habilidosos, comunicativos, questionadores, carregamos fortes valores morais. Mas, por outro lado, também somos uma geração extremamente ansiosa, egocêntrica, imediatista e impaciente. 

Acredito que nossa geração tem muito a aprender com um grupo de pessoas que a Bíblia elogia: Os Bereianos

OS BEREIANOS

A Bíblia relata em Atos 17, sobre um grupo de pessoas, um povo que habitava na Macedônia, na cidade de Beréia que receberam a visita de Paulo e esse povo carregava características que se destacaram na Bíblia.

Os Bereianos eram conhecidos pela forma que recebiam com avidez a palavra de Deus, e ao ouvirem examinavam para ver se aquilo que ouviram estava de acordo com as Escrituras e além disso, eram chamado de um povo de caráter nobre.

Esse capítulo não só ressalta as características do Bereianos como faz um contraste com o povo que habitava em Tessalônica e em Atenas. Deveria ser natural para o povo Judeu receber a palavra, defender a mensagem que contia promessas, mais isso não aconteceu com o pessoal de Tessalônica.

“Os bereianos eram mais nobres do que os tessalonicenses, pois receberam a mensagem com grande interesse, examinando todos os dias as Escrituras, para ver se tudo era assim mesmo.” Atos 17: 11

Após passar em Tessalônica e Beréia, Paulo segue para Atenas e a Bíblia fala que ele ficou profundamente indignado ao perceber que os atenienses não se preocupavam com outra coisa senão falar ou ouvir as últimas novidades e construírem para si mais um ídolo. 

Enquanto isso, os bereianos não eram ávidos para ouvir os apóstolos por causa de uma mera curiosidade ou para estímulo ou entretenimento intelectual. Eles não estavam simplesmente abertos para qualquer nova teoria ou doutrina que pedisse sua atenção. Antes, eles estavam interessados em aprender a verdade e verificar se aquelas coisas eram assim, e não simplesmente em ouvir algo que soasse interessante ou incomum. 

O PROBLEMA DA NOSSA GERAÇÃO

Nossa geração possui inúmeras formas de meio de comunicação e isso de fato é bom. Sim, se constitui em um grande avanço! Por outro lado porém, o excesso de informações rápidas, as pressões do sistema globalizado tem criado uma mentalidade nos jovens de hoje de que tudo precisa acontecer muito rápido. Estamos acelerados e achando que já sabemos de tudo. Quando na verdade estamos só replicando informações, e acostumados com a rapidez para conseguir o que queremos. Nós dificilmente nos sujeitamos a tarefas que exigem de nós esforço e paciência.

POR QUE EXAMINAR?

É importante entendermos que não se trata apenas de características que um povo carregava. A Bíblia está repleta de versículos em que o próprio Jesus nos ordenou que fizemos isso. ”Examinais as escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam.”(João 5:39). “Vede, pois, como ouvis” (Lucas 8:18). Examinai, “provai todas as coisas”, “não deis crédito a qualquer espírito.”(1 João 4:1).

Devemos ouvir com o objetivo de aprender a verdade, para que andemos nela. Devemos examinar para encontrar o Cristo revelado nas Escrituras.

E isso requer esforço, paciência. Construir relacionamento com Deus requer tempo, demanda confronto,  exige que nós venhamos administrar o nosso tempo a fim de termos tempo para lermos, meditarmos, buscar orientação. 

Como o escritor A.W. Tozer disse:Deus não se curvou à nossa pressa nervosa, nem adotou os métodos de nossa era imediatista. O homem que deseja conhecer a Deus precisa dedicar-lhe tempo, muito tempo.” 

UM CONVITE NECESSÁRIO

Os Bereianos não foram elogiados porque eram suspeitos e hostis, mas porque eram ávidos em ouvir e receber a palavra de Deus. Humildes e ensináveis- e nobres, eles sussurram no seu interior “você tem nos trazido um boa mensagem, vejamos juntos a partir das escrituras.”

Diante dessas coisa, realmente acredito que existe um convite de Deus para nossos dias. Precisamos se opor ao imediatismo, impaciência presente em nossos dias. Se faz necessário examinar as pregações que temos ouvidos em nossos cultos e estudá-las na semana, precisamos examinar aquilo que temos visto e ouvidos no Instagram, Youtube, Facebook, antes de torná-las fundamentos para nossa vida cristã. Se atentarmos para isso, aí sim seremos uma geração pronta para “mudar o mundo”.

Escrito por: Jéssica Gotelip – Facilitadora Fhop School