Jesus o exemplo perfeito. Embora o seu ministério tenha sido manifesto em apenas três dos seus 33 anos, sua renúncia foi de uma vida inteira, desde deixar o seu lugar ao lado Pai e toda a glória que tinha até, nascer em um estábulo e viver como o filho de um carpinteiro e, morrer como maldito. Essa com certeza foi uma trajetória que não se resume a apenas sua morte na cruz, mas relata a morte de um homem em vida! Jesus não vivia para fazer a sua vontade, mas a vontade do Pai que o enviou. “Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma. Como ouço, assim julgo; e o meu juízo é justo, porque não busco a minha vontade, mas a vontade do Pai que me enviou.” (Jo. 5:30)
Jesus não tirou vantagens por ser igual a Deus, mas se esvaziou e se tornou servo de todos. Por que é então que, muitas vezes, queremos justificar os nossos atos maus com a fraqueza da nossa carne, com a nossa humanidade, achando que temos “direito” de revidar porque somos iguais aquele que nos feriu? Mas Jesus nos deu o exemplo perfeito e nos ensinou a amar! “Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos. Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros. Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à morte, e morte de cruz!” (Fp. 2.3-8)
Cristo se tornou semelhante aos homens para que nós pudéssemos nos tornar semelhantes a Ele. Ah, que maravilhas o seu sacrifício nos rendeu! Ele foi humilhado (Ele tinha poder para não ser, mas não usou disso enquanto viveu aqui); cuspiram nele, não o consideraram alguém de prestígio – pra muitos era apenas o filho do carpinteiro -, não creram nele, e por fim Ele se entregou aos que desejavam a sua morte. Em suas mãos as marcas dos cravos revelam toda a abnegação da sua vontade para realizar o propósito do Pai, as mesmas mãos usadas para salvar uma prostituta ao escrever algumas palavras na areia, e fazer lodo do barro para curar um cego, agora expostas à vergonha como um sacrifício agradável a Deus fazendo propiciação pelos nossos pecados, liberando de uma vez por todas o perdão a cada prostituta que ainda iria se arrepender e a cura a cada doente que clamaria pela restauração. Os pés que percorreram caminhos para anunciar a chegada do Reino de Deus, que foram lavados pelas lágrimas de uma mulher e enxugados pelos seus cabelos, agora imobilizados e cravados na madeira, no lugar para onde, pela vontade de Deus, caminhou até chegar. E ali estava Ele, no lugar da consumação, como cordeiro mudo, tudo suportou, por amor.
É importante entendermos que Jesus não veio ao mundo somente para morrer na cruz, mas para nos ensinar como caminhar e como é o seu viver, sendo um exemplo para nós, para que com Ele possamos morrer e viver a sua vida. Pode ser que muitos nos julguem bobos, inocentes, burros, e até mesmo loucos pelo nosso modo de agir em mansidão, perdoando, dando a outra face, mas assim como Cristo, seremos honrados por Deus ao andar como o seu amado Filho andou; é a Ele que desejamos agradar. O que podemos dizer de uma Deus que deixou a sua glória para se fazer carne e morrer por homens injustos? Isso sim é loucura para os que não compreendem, mas para nós que cremos é o poder de Deus! (I Co. 1.18). Este mesmo poder que opera em nós e nos habilita a viver como Ele!