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Dia 01: O que a bíblia nos ensina sobre casa de oração

Bem-vindos ao nosso devocional!

Nessa semana especial do blog, todos os dias vamos resgatar alguns textos que já foram publicados aqui sobre Casa de Oração. Na leitura deles você irá compreender mais sobre as bases da oração persistente, um dos nossos valores aqui na FHOP. Além disso, você será incentivado em seu tempo a sós com o Senhor, a busca-lo de maneira mais intensa e com entendimento. Você está pronto?

Então, aproveite os nossos textos e boa leitura!

Casa de oração – movimento de oração

Conforme vivo no movimento de oração, o tempo vai passando. Nesse período, tenho aprendido sobre o contexto e também alicerces fundamentais para fazer o que faço como missionária intercessora. Não é fazer parte de uma casa de oração porque aparentemente está na moda. Mas sim compreender que faço parte de algo bíblico e que Deus ama. Muito além de um movimento moderno, o movimento de oração global tem uma história e suas raízes fundamentadas nas escrituras.

Preste atenção na porção das escrituras que nos dizem assim:

“Lembra-te, SENHOR, de Davi, e de todas as suas aflições. Como jurou ao Senhor, e fez votos ao poderoso Deus de Jacó, dizendo: Certamente que não entrarei na tenda de minha casa, nem subirei à minha cama. Não darei sono aos meus olhos, nem repouso às minhas pálpebras. Enquanto não achar lugar para o Senhor, uma morada para o poderoso Deus de Jacó.”  Salmos 132:1-5

Vemos que este foi um voto feito por Davi.  O propósito era de que louvores, adorações, cânticos fossem entregues a Deus, pois havia um desejo intenso no coração de Davi de  fazer uma morada para o Poderoso Deus de Jacó.

O Sonho de Davi

O mais impressionante e se é que podemos dizer que esse foi o fato mais intrigante, é a organização davídica dos levitas. Ele faz um decreto onde os levitas louvariam ao Senhor diariamente.

“Davi também ordenou aos líderes dos levitas que encarregassem os músicos que havia entre eles de cantar músicas alegres, acompanhados por instrumentos musicais: liras, harpas e címbalos sonoros.” 1 Crônicas 15:16

“Davi nomeou alguns dos levitas para ministrarem diante da arca do Senhor, fazendo petições, dando graças, e louvando o Senhor, o Deus de Israel.Desses, Asafe era o chefe, Zacarias vinha em seguida, e depois Jeiel, Semiramote, Jeiel, Matitias, Eliabe, Benaia, Obede-Edom e Jeiel. Eles deviam tocar lira e harpa, enquanto Asafe tocava os címbalos. Os sacerdotes Benaia e Jaaziel deviam tocar diariamente as trombetas diante da arca da aliança de Deus. Foi naquele dia que pela primeira vez Davi encarregou a Asafe e seus parentes de louvar ao Senhor com salmos de gratidão.”  1 Crônicas 16:4-7

Músicos, cantores ministrando ao Senhor

Assim que a arca foi depositada em sua tenda, os levitas realizavam, com as devidas formalidades, coros diante da arca. Esse era um de seus deveres. Um seleto número de músicos foi O Desejo de Davi escolhido para o serviço da lista daqueles que tiveram um papel proeminente na recente procissão. Músicos, cantores e sacerdotes diante da arca ministrando ao Deus de Israel.

Davi na verdade queria mais. O seu desejo era construir um templo onde o Nome do Senhor fosse colocado. Um lugar onde os holocaustos e sacrifícios de animais do tabernáculo de Moisés se mesclassem com os sacrifícios de louvor da tenda de Davi como um só incenso subindo ao trono de Yahweh.

Embora esse desejo tenha agradado o coração de Deus, o próprio Senhor incubiu a Salomão e não a Davi essa tarefa. O sonho de Davi seria realizado por seu filho e herdeiro e ele deixou tudo preparado para a construção do templo.

Após a construção do templo, na sua oração de dedicação, nós vemos o desejo primordial de Salomão de fazer daquele lugar, um lugar onde o povo pudesse se voltar para o Senhor e ser ouvido pelo seu Deus. O seu desejo era: “Senhor, faça da Tua Casa, a Casa de Oração do teu povo.”

Nosso papel como casa de oração

E gostaria de deixar claro as escrituras nos revelam sobre o movimento de oração. E este texto não conseguirá transmitir o todo desse assunto. Há muito a ser dito, pois existem muitas coisas a serem abordadas sobre esse assunto. O desejo principal desse texto é que você, querido(a) amigo(a), seja instigado(a) em ler e estudar sobre o movimento de oração e seus alicerces.

Como missionária intercessora, o meu papel é entender que os louvores, as orações e as súplicas estão fazendo o nome de Deus engrandecido. Assim como Davi e até mesmo seu filho salomão, que tinham grande anseio que o povo se voltasse para Deus. Nós, como casa de oração ansiamos, que louvores, súplicas e orações saiam do Brasil, fazendo com que o povo brasileiro se volte em adoração ao poderoso de Deus de Jacó.

Originalmente publicado em 13 de novembro de 2018

Perdoar não é tarefa fácil para seres caídos. Eu sinceramente entendo sua dor e indignação ao se sentir injustiçado. Mas vamos um pouco mais profundo no coração humano no tema do perdão? Quero sinceramente que com a ajuda do espírito santo você chegue a se perguntar: por que não perdoar? Que pareça o caminho mais óbvio ainda não seja o mais fácil. Minha oração e desejo é que você receba e sinta o amor e o perdão de Deus, pois quem muito é perdoado muito ama. 

Portanto, eu lhe digo, os muitos pecados dela lhe foram perdoados, pelo que ela amou muito. Mas aquele a quem pouco foi perdoado, pouco ama“.  Lucas 7:47

O QUE É O HOMEM? – AMADO & PECADOR

Primeiro, vamos começar nos definindo. O salmista faz uma pergunta que nos cabe: Senhor, que é o homem para que te importes com ele, ou o filho do homem para que por ele te interesse? Salmos 144:3. Quem somos nós? O que Deus vê quando nos vê?

Quando se trata de definição do homem duas coisas paradoxais se destacam das escrituras. Logo em Gênesis vemos a cúpula da trindade reunida criando o homem: “Então disse Deus: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança. (Gn 1:26). O homem é em primeiro lugar a imagem e semelhança de Deus. É uma verdade imutável e que não podemos não destacar. Seu amor e desejo pela criação foi tanto que Ele colocou seus próprios atributos comunicáveis no homem. 

A imensidão disso é que  em João Jesus fala que da mesma forma que Deus Pai ama Deus Filho, Ele nos ama. Consegue mensurar isso? Deus ama o ser humano com o mesmo amor que ama Deus. O homem foi criado para sua glória, para representar Deus a criação. Fomo feitos de modo especial e admirável, como diz o salmista. Essa é uma verdade irrefutável sobre nós: somos profundamente amados!

Como o Pai me amou, assim eu os amei; permaneçam no meu amor. João 15:9

“Que eles sejam levados à plena unidade, para que o mundo saiba que tu me enviaste, e os amaste como igualmente me amaste. João 17:23

PORÉM

Porém, já em Gênesis 3 o homem ganha uma nova marca, certamente você conhece a história: Eva e Adão caem na conversa da serpente, desobedecem a Deus e como Paulo bem destaca, “o pecado entrou no mundo por um homem, e pelo pecado a morte, assim também a morte veio a todos os homens, porque todos pecaram;” (Rm 5:12). O pecado não retirou a imagem e semelhança de Deus do homem, mas a deformou, redirecionou os afetos e buscas do coração para algo que não era Deus. 

Essa é a nova condição do ser humano: caído, pecador. Se por um instante você for franco sobre seu próprio coração reconhecerá, como Paulo que “nada de bom habita em mim, isto é, em minha carne. Porque tenho o desejo de fazer o que é bom, mas não consigo realizá-lo.” (Rm 7:18)

A PERCEPÇÃO ERRADA BLOQUEIA O PERDÃO

A falta de nos percebermos, ou seja, de reconhecer a nossa condição de pecadores, injustos e maus, nos distancia de oferecermos perdão a quem nos fez mal.

Lembro-me que certa vez relutava com uma questão de perdão, e em uma conversa pastoral eu insistia em dizer que já havia perdoado uma pessoa, mas o pastor percebia como no fundo minhas palavras e afirmações me denunciavam. Foi aí que ele me perguntou: – Você acredita que a outra pessoa tem mais culpa do que você na situação? Você se sente melhor [moralmente] do que ela? – Ele queria saber se na minha mente a dívida dela era maior que a minha.

Eu não poderia fugir da resposta automática do meu coração ali, eu estava convicta que a outra pessoa tinha mais “culpa no cartório” do que eu. Meu erro foi esse: achar que na minha condição de criatura pós-queda haveria a possibilidade de ser melhor ou mais santa que a pessoa que eu precisava perdoar. 

“Todos se desviaram, igualmente se corromperam; não há ninguém que faça o bem, não há nem um sequer.” Salmos 14:3

NÃO HÁ UM JUSTO SEQUER

Diante de Deus todos pecamos e carecemos da glória de Deus. Não existe um justo sequer, somos todos – igualmente – dignos de juízo e castigo severo, mas recebemos do único que poderia nos condenar, graça e misericórdia. Misericórdia de não receber o que merecemos – castigo, juizo e morte. E Graça de recebermos o que não merecemos – amor, perdão e salvação. É constrangedor e humilhante. Porque isso me diz que no pior cenário não recebemos o que realmente merecemos receber, lembra que a cruz de cristo e tudo que acompanhou seu sofrimento era nosso E no melhor cenário que podemos viver estamos usufruindo do que não erámos dignos de receber, é puramente graça do Senhor..

Talvez na situação prática você foi mais prejudicado, mais ferido, mais afetado do que o lado que você precisa perdoar. Mas a verdade sobre todos nós é que isso não nos justifica. Em moral e santidade diante do Senhor não somos melhores que o agressor, abusador, traidor, ladrão, infiel, acusador. Todos carregamos em nós o mesmo potencial de pecado e maldade, acredite! 

ORAÇÃO POR ARREPENDIMENTO

Sugiro que antes de tentar  fazer uma oração liberando perdão para seu opositor, coloque seu próprio coração em arrependimento. Confesse ao Senhor o orgulho e prepotência de acreditar que possa ser melhor que alguém, reconheça a maldade de guerreia em seu coração e até mesmo as más intenções e desejos provocados pela raiva que resiste em perdoar. 

Deixe humildemente que o Senhor te dê perdão, porque quem muito é perdoado, muito ama e quem pouco é perdoado, pouco ama.  A nossa capacidade de perdoar será proporcional à percepção do tanto de perdão que nos foi oferecido. Quem muito é perdoado consegue oferecer perdão, Então, tenha em mente que você é pior do que imagina, porém mais amado do que pode imaginar, mas perdoado do que merecia ser. Olhe para a cruz e perceba: o que nos define é o Senhor em sua Graça. 

O que é o perdão? Precisamos entender o poder que carrega essa palavra…

Isso é o que o dicionário diz: 

¨Ação de se livrar de uma culpa, de uma ofensa, de uma dívida; indulto. Ação através da qual uma pessoa está dispensada do cumprimento de um dever ou de uma obrigação.¨ 

 Neste mês os textos do blog irão nos ensinar um pouco mais sobre essa preciosa e poderosa palavra

Aliás, quem de nós não tem uma história para contar sobre perdão? 

Assim que me converti entendi que os fortes são aqueles que aprendem o poder do perdão, ao contrário do que muitas vezes escutamos sobre que os fracos são aqueles que perdoam. 

Certamente, para perdoar necessitamos nos posicionar e obedecer ao nosso Deus. 

Inegavelmente, perdoar alguém nos liberta e gera paz.  

Somente não vive perdão aquele que ainda não entendeu o quão poderoso foi o que Jesus passou na Cruz por cada um de nós. 

Muitas vezes não entendemos a grandiosidade do sacrifício que Jesus fez por toda a humanidade. 

Somos muito rápidos ao pensar em perdão somente com o entendimento de quando  alguém é devedor para conosco. 

Esquecemos que igualmente somos devedores de alguém –  mas podemos exercitar o perdão porque fomos perdoados de muitas transgressões. 

Deixando o passado e a dor para trás

 

Suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também. Colossense 3:13 

 

Quando entendemos o que Jesus fez por nós, primeiro, podemos estender esse ato de perdoar aos que nos cercam. 

Aquele que não perdoa é muito mais aprisionado do que quem cometeu a falta. Assim, não viver o poder do perdão pode nos levar a uma vida de doenças físicas e emocionais. 

Por isso, precisamos exercitar o perdão constantemente. Seja ao nos aproximarmos de Jesus e pedirmos perdão quando cometemos algum pecado ou até mesmo para com as pessoas da nossa vida. 

Peça ao Senhor hoje que sonde o seu coração para te mostrar se você precisa pedir perdão por algo ou alguém, e até mesmo perdoar quem te ofendeu. 

Antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo. Efésios 4:32 

Precisamos entender que se mantemos problemas com pessoas  à nossa volta e não perdoamos, isso de muitas formas irá refletir em nosso relacionamento com Deus. 

Então, se você tem situações que exigem perdão, escolha perdoar ou se for o caso peça perdão se feriu alguém. 

E quando estiverem orando, se tiverem alguma coisa contra alguém, perdoem-no, para que também o Pai celestial lhes perdoe os seus pecados”. Mas se vocês não perdoarem, também o seu Pai que está no céu não perdoará os seus pecados. Marcos 11: 25,26 

Vamos orar? 

Senhor neste dia queremos entender mais profundamente o poder do perdão. Primeiramente te agradecemos pelo sacrifício na cruz que nos deu direito não somente a vida eterna mas também a uma vida de perdão. Neste dia queremos liberar nosso coração de qualquer ofensa que possamos ter praticado ou até mesmo sofrido. Perdoa-nos e  ensina cada dia mais como perdoar os nossos irmãos. Amém. 

Neste texto quero compartilhar uma das histórias que mais amo. Ela tem haver com o poder da oração.

Hoje vamos falar de Jabez. Talvez essa história tenha passado em branco por você ao ler a Bíblia.

Enfim, quem foi Jabez e por que a vida dele é relevante para nós?!

Abaixo vemos os dois únicos versículos onde aparece a história desse nosso personagem:

Jabez foi o homem mais respeitado de sua família. Sua mãe lhe deu o nome de Jabez, dizendo: “Com muitas dores o dei à luz”.
Jabez orou ao Deus de Israel: “Ah, abençoa-me e aumenta as minhas terras! Que a tua mão esteja comigo, guardando-me de males e livrando-me de dores”. E Deus atendeu ao seu pedido. 1 Crônicas 4: 9,10

Geralmente, nome é uma marca ou um decreto de algo. Jabez recebeu um como uma marca que lembrava a dor que sua mãe passou quando ele nasceu.

Aliás, essa história sempre me chamou atenção e ela tem me acompanhado por causa desta oração. No meio de genealogias como em muitos textos da bíblia nós encontramos essa história grandiosa.

Portanto, Jabez orou e mudou o que era uma marca sobre sua vida. Aqui, mais uma vez vemos o poder da oração.

Deus mudou a história

Contudo, Jabez ousou orar ao Deus de Israel e o Senhor o escutou. Temos tantos segredos  à compreender no poder dessa oração.

Jabez pediu a benção do Senhor, pediu por terras, para que a mão do Senhor o livrasse de males e dores e o final do versículo fala que Deus o atendeu.

Aliás, este homem entendeu que Deus tinha o poder de mudar a sentença que ele carregava através do seu nome.

Uma das lições mais poderosas que devemos aprender em relação a nossa jornada com nosso Deus é que: Ele é Aquele que tem a última palavra a nosso respeito.

Certamente, Jabez entendeu isso e viveu o poder de uma oração respondida.

Assim, o começo da nossa história conta que Jabez foi o mais respeitado de sua família. Isso só foi possível porque ele ousou orar ao Senhor.

Portanto, Deus mudou a sentença que estava sobre Jabez e ainda hoje Ele está fazendo isso.

Afinal, o Deus todo poderoso está mudando sentenças, mudando nomes e histórias.

Somente nosso Deus é capaz de transformar dor em alegria, fracassos em sucessos, ódio em amor.

Inegavelmente, nosso personagem realmente viveu o versículo abaixo:

“Seja-vos feito segundo a vossa fé”. Mateus 9:29a

Que assim como Jabez, seja feito segundo nossa fé. Que possamos orar ao Senhor e ver nossas histórias serem impactadas por uma realidade dos céus.

Jabez experimentou orar e viver o sobrenatural e teve sua jornada contada através da história.  Você também pode.

Originalmente publicado em 08 de fevereiro de 2019

Nessa breve reflexão vamos estudar um pouco sobre o Salmo 27 e o que a vida de Davi nos ensina sobre contemplar a beleza de Deus.

O SENHOR é a minha luz e a minha salvação; a quem temerei?
O SENHOR é a força da minha vida; de quem terei medo?
Quando os malfeitores me atacaram para me destruir,
eles, meus adversários e meus inimigos, tropeçaram e caíram.
Ainda que um exército se acampe contra mim, meu coração não temerá;
ainda que a guerra se levante contra mim, ficarei confiante.
Pedi uma coisa ao SENHOR, e a buscarei: que eu possa morar na casa do SENHOR todos os dias da
minha vida, para contemplar o esplendor do SENHOR e meditar no seu templo.
Pois no dia da adversidade ele me esconderá na sua habitação;
no interior do seu tabernáculo me esconderá; sobre uma rocha me elevará. (…) Salmos 27:1-14

Observando o contexto

Ao lermos o salmo 27, notamos que o coração de Davi está cheio de temores por causa dos grandes desafios pelos quais vinha passando. Mas ao elevar os seus olhos para o Senhor, ele encontrou a forma de ter um coração não temente às más notícias e tribulações. Assim, ele permaneceu confiante ao contemplar a beleza do seu Deus.

Davi possuía um histórico de contemplar a narrativa de Deus ao longo da história. Quando ele afirma que verá a bondade do Senhor na terra dos viventes (v. 13), ele não tem em vista as suas circunstâncias, e sim, a ação do Senhor na história. Deste modo, ele põe a sua fé e confiança naquilo que Deus irá fazer.

Além disso, Davi não esperou a chegada dos momentos de crise para cultivar uma vida de devoção. Ele cultivou
esse estilo de vida desde sua juventude, ao estudar e meditar na história do seu povo. Ali ele contemplava a beleza da liderança de Deus.

Existe sempre uma oportunidade para começarmos a cultivar esta vida de contemplação.

Os diferentes aspectos da beleza de Deus

Existem várias facetas da beleza de Deus. Podemos contemplar a cruz e sermos fascinados pela beleza da sua obra nas nossas vidas. Gálatas 6:14 diz que devemos nos gloriar na cruz de Cristo; devemos nos fortalecer naquilo que foi conquistado na cruz, para assim perseverarmos até o fim.

Podemos contemplar a beleza da aparência física de Jesus, bem como o seu caráter. Apocalipse 5 descreve o Cristo glorificado que é adorado dia e noite por anjos fascinados pela Sua beleza.

Podemos contemplar a beleza da liderança do Senhor sobre nossas vidas. O salmo 23 nos revela que
Ele é um bom pastor que guia nossas almas, nos faz descansar e nos cerca de bondade e
misericórdia.

Como podemos perseverar?

Acima de tudo, contemplar a beleza de Deus é a chave para permanecermos fiéis até o fim, e perseverar em
tempos de crise e escuridão que ainda virão sobre a terra. Por isso, devemos escolher olhar para a beleza que
existe no Senhor, a beleza que existe na sua forma de liderar a história, e a beleza que Ele produz em
nós, mesmo em meio à dor, tribulação e perseguições.

Morar na casa do Senhor significa ter comunhão espiritual e pessoal com Ele, tendo garantia do Seu favor, do Seu amor e da Sua bondade. Devemos ansiar por habitar na Sua presença, habitar em comunhão com Ele. Como resultado, quando habitamos em Sua casa, nos tornamos familiares do Senhor e conhecemos o Seu coração. Ele está disposto a se revelar por meio de relacionamento com aqueles que desejam ser seus amigos.

Assim, a revelação de quem Deus é precisa ser real na nossa vida; precisa fazer parte do nosso dia a dia.
Em outras palavras, devemos diariamente nos examinar à luz de quem Ele é; à luz da Sua palavra e da Sua vontade. Essa é a única forma de conseguirmos caminhar na luz e perseverar até o fim: contemplando quem Ele é,
contemplando os seus feitos e contemplando a sua boa, perfeita e agradável vontade.

Perdoar nem sempre é uma tarefa fácil, porque não se trata de um impulso natural. Pelo contrário, o ato de perdoar nos custa algo. Ele exige a nossa iniciativa de reaver o relacionamento, passar por cima dos problemas, buscar fazer as pazes e principalmente de abrirmos mão até de termos razão muitas vezes.

Jesus nos ensinou a buscar o perdão em uma época que não valorizava esse tipo de atitude, e o fez de uma maneira revolucionária. Ele ensinou seus discípulos a orar “e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores” (Mateus 6:12).

Perdoa-nos as nossas dívidas

A oração do Pai Nosso foi um modelo precioso que Cristo nos deixou para orarmos a Deus e nos relacionarmos com Ele. Ela é fundamental para reconhecermos a Deus como Pai e sua vontade para o nosso relacionamento com Ele e com outras pessoas. 

O que pode nos estranhar, por um momento, é que sua vontade também é perdoarmos as ofensas que recebemos. É muito comum buscarmos o contrário e fazermos justiça. Porém, Jesus valoriza o auto sacrifício, até mesmo quando isso não gera uma recompensa. Por mais que não seja algo natural dos seres humanos, o poder de Deus pode ser visto até mesmo nessas circunstâncias.

Jesus estava ensinando vivermos segundo a realidade divina que é muito superior à nossa humanidade corrompida pelo pecado. Estávamos cegos para esta realidade, mas pela fé em Cristo agora podemos ver. Mesmo que a justiça também seja parte do caráter de Deus e certamente Ele fará justiça em sua segunda vinda, a misericórdia e o poder de Deus estavam sendo revelados àquele tempo.

Jesus nos ensina a agirmos como Ele, segundo a nova natureza redimida em Cristo. Ele quer que vivamos segundo sua vontade, iluminando o mundo com o amor de Deus que escapa de todo conhecimento do mundo.

“Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida pelos seus amigos.” João 15:13

Assim como temos perdoado

A realidade divina nos revela o poder de Deus e não o nosso próprio poder, porque agora somos como imagem e semelhança de Cristo, capazes, no poder do Espírito Santo, de perdoar.

Perdoar é algo que buscamos, porque Cristo nos perdoou muito além do que podíamos imaginar. Ele deseja que oremos desta forma, para que o nosso coração seja transformado neste processo. Através desta oração, também reconhecemos nossas limitações e facilmente podemos nos colocar no lugar de outras pessoas e não julgá-las. É neste momento que reconhecemos quem somos diante de Deus e o porquê o buscamos.

Esta pandemia nos mostrou o quanto somos dependentes da graça, propósito, vontade e misericórdia de Deus. Ela também nos ajudou a nos colocar no lugar de outros que passavam por necessidades e nos mobilizarmos em favor deles.

Por que devemos perdoar?

O perdão não se trata de auto sacrifício como um fim em si mesmo. Mas de nos tornarmos seres humanos melhores, pessoas que amam a Deus e vivem segundo o seu propósito, isto é, revelando o amor dele ao mundo.

Fazemos isso porque a maior expressão do amor de Deus aconteceu na Cruz, onde fomos profundamente amados mesmo sendo pecadores. Buscar a glória de Deus é algo que conduz as nossas decisões até mesmo quando recebemos ofensas. 

E assim como Cristo, perdoamos, porque sabemos que mesmo sendo pecadores fomos aceitos pelo Pai Celestial e recebemos o tesouro celestial que é sua presença.

Há quem goste de histórias de perdão. Cresci em uma família cristã e desde pequena fui inundada pelas Palavras da Bíblia. Uma de minhas narrativas preferidas foi contada por Jesus após Pedro perguntar-lhe quantas vezes se deveria perdoar. Na versão, “A Mensagem” de, Eugene Peterson, lê-se:

“O reino de Deus é como um rei que decide acertar contas com seus serviçais. Trouxeram à sua presença um servo que lhe devia o equivalente a trezentas toneladas de prata. Ele não podia pagar uma dívida tão vultosa. Então, ordenou que o homem, com a esposa, filhos e bens, fosse leiloado no mercado de escravos. “O infeliz lançou-se aos pés do rei e implorou: ‘Dá-me uma chance, e pagarei tudo’. Sensibilizado com o pedido, o rei deixou-o ir, cancelando a dívida.

“O servo perdoado mal havia saído da sala quando se encontrou com um companheiro que lhe devia apenas uma moeda de prata. Furioso, agarrou-lhe pelo pescoço e ordenou: ‘Pague-me! Agora!’. “O pobre homem lançou-se aos pés dele e implorou: ‘Dê-me uma chance e pagarei tudo’. Mas o outro continuou irredutível. Mandou-o para a cadeia, com ordem de ser solto só depois de pagar a dívida. Alguns servos que presenciaram a cena ficaram revoltados e relataram o fato ao rei. “O rei mandou chamar o servo de volta e disse: ‘Você é mau-caráter! Perdoei sua dívida quando você implorou por misericórdia. Não deveria você também ser misericordioso?’ O rei estava furioso e mandou que aquele servo ficasse na prisão até pagar toda a dívida. Meu Pai, no céu, fará exatamente a mesma coisa com aquele que não perdoar incondicionalmente qualquer um que peça misericórdia.” Mateus 18:23-35

Perdoando para ser perdoado

“e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores” (Mateus 6:12)

Com a parábola do credor incompassivo, Jesus ensinou o valor que o Pai dá ao ato de perdoar. E apesar de ser esse um princípio básico para também se obter perdão, é importante reconhecer que nem sempre será fácil. Saiba, porém, que o Senhor nos dá graça para fazê-lo.

Ainda na infância, passei por um momento muito traumático. Nessa ocasião, fui extremamente desafiada a liberar perdão a um agressor. Não o fiz por mera obrigação cristã e  nem por me sentir pressionada por homem algum. Naquele episódio, a graça de Deus foi tão superabundante que me fez pensar no sacrifício de Cruz de Jesus, que pagou um alto preço pelos meus pecados. Mas também da mesma forma,  pagou um alto preço pelo meu ofensor. Não foi uma questão de sentimento, mas de ação prática diante da entrega de Cristo.

Porém, a verdade é que há situações e temporadas em que meu coração sente muita dificuldade em perdoar aqueles que me ofendem. Principalmente quando tenho expectativas sobre eles e me sinto injustiçada. Geralmente isso se refere a pessoas mais próximas.  Nestes momentos, em que o relacionamento está desgastado, pode haver ressentimento e acúmulos emocionais e muita dificuldade em perdoar.

É bom nos lembrarmos o que está escrito em Efésios:  

Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira. Não deis lugar ao diabo. Efésios 4:26,27

É natural sentirmos raiva e ira diante das ofensas. É uma resposta a ameaças e sentimento de injustiça, mas isso não nos dá desculpas para pecarmos dando lugar ao diabo. Quando o coração está cheio de amor e da benignidade de Cristo fica mais fácil estender graça aos que nos ferem. Mas quando estamos frios e provavelmente vivendo na carne é mais difícil liberar perdão.

Perdoar não é submeter-se ao caos

O perdão cura a alma combatendo a raiz da amargura que perturba e contamina o coração. Porém, Jesus nos chamou para vivermos de forma digna. Não podemos confundir perdão com a submissão a uma vida de dependência emocional, relacionamentos abusivos e tóxicos em nome de ser isso um ato de fé e saber “perdoar”. É preciso discernimento e coragem para se opor a agressões e relacionamentos que quebrem os princípios do Amor. Não o amor falado pelos homens, mas aquele que tem por base o que diz a Palavra de Deus.

O perdão é uma decisão sim, mas há um custo relacionado a ele. Não pode ser algo superficial e às vezes é preciso de um processo, nem sempre terá que ser liberado de forma instantânea. Há tantas situações únicas e se você é alguém que passa por esses dilemas, é importante aconselhamento. Perdoar é imprescindível para que sejamos verdadeiramente livres, mas isto não significa manter relacionamentos doentios. Lembre-se:

“Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens.” Romanos 12:18

Algumas pessoas não querem paz e nem perdão. Elas precisam ser respeitadas nessa escolha. Independente do outro, não alimente mágoas e ressentimentos.

O perdão cura

Portanto, como povo escolhido de Deus, santo e amado, revistam-se de profunda compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência. Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou. Acima de tudo, porém, revistam-se do amor, que é o elo perfeito. Que a paz de Cristo seja o juiz em seus corações, visto que vocês foram chamados a viver em paz, como membros de um só corpo. E sejam agradecidos. Colossenses 3:12-15

O rancor, mágoas e  ressentimentos pesam o coração humano e cristaliza a alma. Mas o perdão a eleva. Perdoar é ser livre. Quando não perdoamos, nós nos mantemos presos ao outro e ele está sempre presente mesmo estando longe, nos fazendo lembrar das feridas que carregamos.

Jesus perdoou  Pedro antes mesmo dele o negar, pois sabia que seria traído pelos seus amigos.  E ao subir a Cruz, o Senhor orou pelos seus ofensores. Este é o modelo de Deus: “E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. E, repartindo as suas vestes, lançaram sortes.” (Lucas 23:34).

Outra história radical sobre perdão é a história de Estevão, que ao ser apedrejado pediu em favor dos seus assassinos. Ele seguiu o exemplo de Jesus.

Enquanto apedrejavam Estêvão, este orava: “Senhor Jesus, recebe o meu espírito”.
Então caiu de joelhos e bradou: “Senhor, não os consideres culpados deste pecado”. E, dizendo isso, adormeceu. Atos 7:59-60

Oração:

Jesus, reconhecemos que nem sempre será fácil perdoar aqueles que nos ofendem. Libere sobre nós a sua graça para nos posicionarmos como o Senhor. Queremos orar até mesmo pelos nossos inimigos, pois é isso que nos ensina através da tua Palavra. Desejamos ser como tu, mas não conseguiremos fazer isso sem que teu Espírito. Nos ajude em nossas fraquezas. E que  a mesma medida de graça que nos alcançou nos seja dada para perdoarmos aqueles que nos machucam. Em teu nome, nós oramos. Amém!

Você acredita que possa existir uma medida para o perdão? Leia mais em nosso blog!

Certa vez ouvi uma pregação da missionária Heidi Baker em que ela dizia que oração e missões são como as duas asas de um avião… Não se faz missões sem oração, da mesma forma que o contrário é verdadeiro. Por muito tempo, fiquei pensando nessa frase e no quanto ela é mais profunda do que conseguia imaginar. E, é sobre essas duas questões que me atentarei nesta breve reflexão. 

Ao redor do mundo o Senhor tem despertado Sua Noiva para clamar e se posicionar nos muros da intercessão. É lindo e poderoso o que Ele tem feito e, especificamente aqui no Brasil, centenas de salas de oração iniciaram-se nos últimos anos. Ao estudarmos sobre o significado de oração, a partir da bíblia e de literaturas que nos ajudam a compreender o que as Escrituras dizem sobre isso, entendemos que a oração está intimamente ligada com quem estamos nos tornando. Orar é entrar em parceria com o que o Senhor quer fazer, declarar quem Ele é, e suas promessas para as nossas cidades, situações e pessoas. A oração alinha nossas expectativas. À medida que estamos sensíveis a voz do Senhor, o caráter de Cristo vai sendo formado em nós.  

Um chamado para as cidades

“Vocês são o sal da terra. Mas se o sal perder o seu sabor, como restaurá-lo? Não servirá para nada, exceto para ser jogado fora e pisado pelos homens. “Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte. E, também, ninguém acende uma candeia e a coloca debaixo de uma vasilha. Pelo contrário, coloca-a no lugar apropriado, e assim ilumina a todos os que estão na casa. Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus.” Mateus 5:13-16

Interessante observar nas Escrituras, tanto nas cartas de Paulo quanto em Atos, como o apóstolo conhecia bem o contexto das cidades por onde passava. Em Atos 17: 16 em diante vemos Paulo anunciando as boas-novas em Atenas e denunciando os ídolos daquele povo. Paulo era um profundo conhecedor da cultura e do que se passava na sociedade do local. Ele sabia como manejar a Palavra de forma a contextualizar o evangelho e expor com propriedade os problemas da sociedade ateniense. 

Como vemos no texto bíblico citado acima, o Senhor nos envia para sermos sal e luz nessa terra. E tudo começa em amarmos o que o Ele ama. O Senhor nos chama a fazer discípulos de todas as nações. E onde estão essas pessoas? Nas cidades. De acordo com os dados de 2014 da Organização das Nações Unidas (ONU), 54% da população mundial vive em áreas urbanas e esse índice só tende a crescer. Até 2050 serão 66% da população morando nas cidades. Diante de tudo isso é necessário que olhemos para as cidades em caráter de urgência. 

O serviço da Grande Comissão

“E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.” Mateus 28:18-20

O Senhor nos chama para trabalhar, buscar a paz e servir às cidades (Jeremias 29:4-7). Como cristãos não criamos uma “sub-cultura” ou uma cultura paralela a das cidades, mas somos enviados para sermos um agente transformador da cultura. Para isso, precisamos conhecer e interpretar a realidade da nossa sociedade. Os seus desejos, anseios, angústias. Quais são os seus medos? Seus sonhos? Qual tem sido a cosmovisão que tem regido nossa sociedade? Como iremos levar as boas-novas para as pessoas que estão na cidade se não as conhecemos?  

Steve Turner em seu livro, “Engolidos pela cultura pop”, provoca e toca no âmago da questão. Diz que a igreja da Inglaterra estaria mais bem preparada para lidar com os desafios dos anos 60 se ela tivesse prestado atenção nas músicas das jukeboxes, nos anúncios e nas cafeterias já na década de 1950. E Turner vai além. Ele também cita a música de Paul Simon “The Sound of Silence” [O som do silêncio] que diz: “um lugar para se buscar as declarações proféticas são as paredes dos metrôs e dos cortiços”.

Mas, o que oração tem a ver com missões? 

Precisamos de graça e sabedoria do Senhor para lidarmos com tantas questões complexas. E entender a cultura e a realidade do nosso país, sem negar a questão da queda e do pecado, mas entender que ela deve ser levada cativa ao senhorio de Cristo (leia mais sobre isso, aqui). 

Visto tudo isso, qual deve ser nosso primeiro passo? Amar as cidades, as pessoas e começamos tudo isso através da oração. Lembra da história do avião que comecei contando neste texto? Não se faz missões sem oração e da mesma forma que a consequência da intercessão é sair para as ruas e proclamar as boas novas. 

Começamos com oração e sempre voltamos para o lugar de oração, porque missões ou atos de justiça em um entendimento bíblico não é um puro ativismo social.

Somos chamados para proclamar o Reino do Senhor e, ao passo que quando crescemos em intimidade com o Senhor, através da oração, ganharemos perspectiva e estratégia. Nossas expectativas se alinham com as Dele e começamos ter olhos de misericórdia para com aqueles que estão ao nosso redor. 

No lugar de oração

Ao orarmos, o Senhor libera sabedoria para atuarmos nas cidades. Nós tocamos as pessoas e entendemos sua realidade e voltamos para o Senhor. Apresentamos isso diante Dele. Não que Ele já não saiba, mas é para que nós mesmos possamos entender o coração Dele para os desafios que encontramos nas ruas. Além disso, é uma oportunidade de, através da oração, compartilharmos com o todo o Corpo de Cristo tais necessidades. Afinal, a intercessão não é um ato alienado das situações do mundo, mas sim um ato prático, vivo e que promove conhecimento e comunhão.

Minha oração hoje é para que todos nós, participantes do Corpo de Cristo, possamos compreender o coração do Senhor e o Seu amor pelas cidades. E, a partir do lugar de oração, nos movermos por uma perspectiva bíblica que O agrade; bem como aproveitarmos as oportunidades de tocar os necessitados e proclamarmos as verdades do Reino. E, por último, que sejamos um povo que saiba interpretar os tempos e os sinais dos tempos.

Originalmente publicado em 19 de novembro de 2019

Este mês, conversaremos sobre o perdão. Uma palavra tão pequena com uma importância gigantesca, capaz de colocar pessoas por anos em um tormento sem fim pela falta do perdão. Talvez você conheça alguém que, por falta de perdoar,  não consegue nem ficar perto da  pessoa que lhe causou mal. E  isso a faz mergulhar em culpa, raiva, ódio e vários sentimentos ruins. Sim, a falta de perdão pode causar tudo isso e muito mais.

Por outro lado, o perdão pode te libertar de sentimentos tão profundos e te proporcionar uma leveza de vida imensurável. Incrível não é mesmo?

O que Jesus disse sobre a medida para o perdão

Neste sentido, no evangelho de Mateus, temos uma cena que retrata bem o que queremos saber sobre a medida do perdão.  Jesus e seus discípulos estão conversando sobre ser grande no reino de Deus. Pedro, pergunta a Jesus: “Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? (Mateus 18:21).

Primeiramente, precisamos entender que apenas Mateus, dos quatro autores dos evangelhos,  cita esta parábola. Porque Mateus era judeu e estava escrevendo para os judeus. Então, no entendimento judaico, o que Pedro pergunta já está acima do pensamento deles. Pois na lei judaica, os rabinos limitaram o perdão até três vezes, a quarta já não precisaria mais. Então Pedro já está se colocando acima disso. Usando o número sete como o símbolo judaico da perfeição ele estaria sendo bem acima da média, ainda assim, Pedro está limitando o perdão, percebe?

Surpreendentemente, Jesus vai além. Veja que esta parábola está elevando o nível do perdão. Jesus diz: “setenta vezes sete” Ora, quem vai ficar contando, anotando quantas vezes já perdoou para chegar na 491ª vez, então não perdoar mais? Veja que o que Jesus faz é dizer-nos que precisamos perdoar, quantas vezes forem necessárias.

Ademais, Jesus está também se referindo às setenta semanas descritas em Daniel (Dn 9). Em que essas semanas se referem à consumação de tudo. Ou seja, devemos perdoar até o fim de nossas vidas.

A medida do perdão não olha valores

“Por isso o reino dos céus pode comparar-se a um certo rei que quis fazer contas com os seus servos; E, começando a fazer contas, foi-lhe apresentado um que lhe devia dez mil talentos”; Mateus 18:23,24

Nesta parábola a quantia que aquele servo do rei devia era também uma quantia impagável. Ele devia tanto, que mesmo ele dizendo para o rei que pagaria, o rei sabia que não tinha como realizar isso. “Então aquele servo, prostrando-se, o reverenciava, dizendo: Senhor, sê generoso para comigo, e tudo te pagarei. Então o Senhor daquele servo, movido de íntima compaixão, soltou-o e perdoou-lhe a dívida”.(Mateus 18:26,27)

Porém, o foco de Jesus ao contar esta parábola não está na quantia. Então, não precisamos ficar focando em quanto seria essa quantia que foi perdoada, mas sim focar no perdão sem medidas. O perdão não mensura o valor ou o tamanho da dívida. O perdão deve ser praticado e ponto. Sim, independente do que seja. E eu sei que agora você está pensando em um monte de atrocidades que já aconteceram ou podem acontecer e sim, a resposta é: deve-se perdoar.

Da mesma forma, Deus não mediu a nossa dívida para então nos perdoar. Ele perdoou e nos perdoará até a consumação dos séculos. E nós, devemos fazer o mesmo. Era isso que Jesus estava demonstrando nesta parábola, de que não há limites para o perdão.

Perdão é uma questão de misericórdia

Definitivamente, o fim desta parábola não é animador. Ao ser perdoado, o servo do rei não teve a mesma atitude com o seu companheiro. Então, o rei sabendo do que o servo tinha feito,  ele o entrega aos atormentadores até que a dívida fosse paga, ou seja, até o fim da sua vida. E o versículo seguinte é um pouco preocupante: “Assim vos fará, também, meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas”.(Mateus 18:35)

O rei teve misericórdia do servo para com sua dívida. Sim, perdão é uma questão de misericórdia e não de justiça. Sabemos disto, pois obtivemos misericórdia da parte de Deus para conosco. Pois o justo seria a nossa condenação. O que Deus quer de nós, então, é que tratemos o próximo como ele nos trata. Se somos perdoados, devemos perdoar.

 “Suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também”. Colossenses 3:13

Deus nos capacita a perdoar

Como resultado, o que acontece quando não fazemos isso? Exatamente o que Jesus demonstra nesta parábola. O servo foi atormentado. A ausência do perdão faz isso conosco, se torna um tormento e coloca a alma em uma prisão. Perdoar é uma questão de conservação de sua vida. Por isso perdão é uma graça de Deus. E Ele é quem nos capacita a perdoar.

Por fim, podemos concluir que além de não haver medidas para o perdão, devemos perdoar sem olhar a quem e nem o tamanho da  dívida. Para não sermos atormentados e vivermos em uma prisão em vida. Se não perdoarmos, não receberemos perdão. Veja o que o rei fez com o seu servo ao vê-lo não perdoando seu companheiro. Só teremos comunhão com Deus e com nosso próximo, perdoando.

Assim, que Deus nos conceda essa graça de perdoarmos uns aos outros e de recebermos seu perdão eterno.

Onde quer que fosse, uma grande multidão seguia Jesus. No entanto, esta multidão não tinha os mesmos privilégios dos discípulos. Apenas os discípulos tinham o privilégio de pedir explicações mais profundas, de ouvir sobre seus planos, de vê-lo se alegrar em uma refeição, ou chorar com o Pai em uma oração.

Poucos eram os que de fato deixavam de ser multidão e eram chamados discípulos. Isso porque, ao chamar seus discípulos, Jesus tinha uma condição um tanto difícil e até ofensiva para alguns. O chamado de Jesus era para seguir o caminho da cruz, o mesmo que Ele iria trilhar.

E disse: “É necessário que o Filho do homem sofra muitas coisas e seja rejeitado pelos líderes religiosos, pelos chefes dos sacerdotes e pelos mestres da lei, seja morto e ressuscite no terceiro dia”.
Jesus dizia a todos: “Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida a perderá; mas quem perder a vida por minha causa, este a salvará. (Lucas 9:22-24)

 

Aquele que chama já carregou a cruz

O peso da cruz pode parecer esmagador, mas Aquele que chama a carregá-la o torna leve. Sendo assim, só conseguimos trilhar o caminho do discipulado, porque estamos imitando o Mestre. Apesar de falar como e se parecer com os mestres judeus, esse Mestre não é qualquer um, é o Filho de Deus encarnado. Aquele que através da sua morte e ressurreição tornou possível trilhar o mesmo caminho.

Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.
Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve. (Mateus 11:29-30)

Jesus tem um jugo a ser levado por aqueles que são chamados, mas Ele afirma que seu jugo é suave e seu fardo é leve. De fato, é leve à medida que nos apropriamos da sua graça para percorrermos o caminho da cruz. O que nos faz capazes de carregar a nossa cruz não é a nossa força de vontade, mas a graça que Ele nos dá ao obedecermos e respondermos ao chamamento.

 

A liberdade do discipulado

Na Bíblia, vemos que Jesus chamou seus discípulos a renunciar aquilo de mais precioso para eles, mas principalmente, renunciar a si mesmos. A liberdade oferecida pelo discipulado está em nos submetermos ao senhorio de Cristo. Jesus é nosso Mestre, mas também é nosso Senhor. Ainda assim, na sua natureza plenamente divina e plenamente humana, Ele serviu a todos. Seu jugo não é escravizante, mas libertador. Logo, encontramos a verdadeira liberdade e graça quando nos submetemos ao jugo e ao fardo do nosso Senhor: a cruz. 

Pode parecer contraditório dizer que estamos livres ao nos submetermos. Mas o verdadeiro discípulo de Jesus entende que para encontrar a vida deve perdê-la. Ou seja, Jesus nos oferece uma vida que não busca seus próprios interesses e sim os interesses do Pai e do próximo. O discípulo encontra vida dessa forma, pois é para esta vida que ele foi criado. A cruz não é pesada quando nela se encontra o verdadeiro sentido da existência.

Portanto, o convite de Jesus é para encontrar a redenção pelo caminho da cruz. É um caminho mais estreito e difícil, pois participamos do sofrimento de Cristo. Porém, é também nessa participação que encontramos alegria e temos revelação da Sua glória (1 Pedro 4:13). Que pessoa ao encontrar tamanha alegria pode guardá-la para si mesma?

 

Ensinar a obedecer

Sendo assim, faz parte do discipulado também ensinar outras pessoas a obedecer ao Mestre. Disto se trata a Grande Comissão: fazer discípulos de todas as nações. Um discípulo faz outros discípulos batizando-os e ensinando-os a obedecerem tudo o que nosso Senhor Jesus nos ensinou (Mateus 28:18). A promessa é que Ele estará conosco todos os dias. Que belo é esse caminho de redenção a ser trilhado, na companhia daquele que já o trilhou e daqueles que estão dispostos ao mesmo!

Abraçar o discipulado significa carregar a nossa cruz e negarmos a nós mesmos. Assim, encontramos a graça para praticar seus mandamentos e ensinar outros a fazê-lo. A promessa da leveza e da suavidade não está na cruz em si, mas naquele que trilhou este caminho primeiro, nosso Mestre e Senhor, Jesus Cristo.