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Série de Davi: Uma alma quebrantada

devocional

A vida do rei Davi é extremamente inspiradora para nós cristãos, não apenas pelas inúmeras aventuras que ele viveu, mas principalmente pelo seu caráter. Pois, um simples pastor de ovelhas se tornou rei em Israel, sem duvida Deus tinha um propósito e Davi sempre soube como responder ao Senhor.

Podemos aprender inúmeras lições através da história de Davi.  Como ele lidou com pecado, com liderados e no seu relacionamento com o Pai. Como ele amou a Deus de todo o coração e com toda a sua força. Mesmo no deserto e diante dos perigos e perseguições encontramos um homem corajoso que também nos ensina a orar:

“Ouve, ó Deus, o meu clamor; atende à minha oração. Desde o fim da terra clamarei a ti, quando o meu coração estiver desmaiado; leva-me para a rocha que é mais alta do que eu. Pois tens sido um refúgio para mim, e uma torre forte contra o inimigo.” Salmos 61.1-3

Neste devocional, lembraremos algumas ocasiões da vida do rei Davi e como ele reagiu nas mais diversas situações.

Davi em Adulão – I Samuel 22

Davi retirou-se dali e se refugiou na caverna de Adulão; quando ouviram isso seus irmãos e toda a casa de seu pai, desceram ali para ter com ele.  Ajuntaram-se a ele todos os homens que se achavam em aperto, e todo homem endividado, e todos os amargurados de espírito, e ele se fez chefe deles; e eram com ele uns quatrocentos homens. I Samuel 22.1-2

Depois de derrotar o gigante Golias, Davi precisou fugir do ciúme do rei Saul pois sua vida corria perigo. Por sentir medo do rei Aquis, ele se fingiu de louco (Samuel 21.10) em Gate. Ele  continuou a fugir até se esconder na caverna de Adulão, onde se encontrou com sua família e se tornou chefe de um grupo de pessoas de caráter um tanto duvidoso, eram eles:

  • Homens que se achavam em apertos
  • E todo homem endividados
  • Homens de espírito desgostosos

Muitas vezes, quando  lideramos, encontramos pessoas e processos desafiadores. Por mais difícil que isso possa ser, não podemos desistir, pois se Davi tivesse desistido de sua equipe não conheceríamos  a história dos seus valentes. Alguns daqueles homens foram transformados em guerreiros corajosos com quem Davi pode contar.

“Ia Davi crescendo em poder cada vez mais, porque o Senhor dos Exércitos era com ele. São estes os principais valentes de Davi, que o apoiaram valorosamente no seu reino, com todo o Israel, para o fazerem rei, segundo a palavra do Senhor, no tocante a esse povo. Eis a lista dos valentes de Davi…” 1 Crônicas 11.9-11a

Portanto, ore por sabedoria e discernimento para servir aqueles a quem o Senhor colocou ao seu lado para trabalhar. Deus é aquele que molda o barro e o transforma em vaso, então não desista de exercer liderança amorosa sobre os seus.

O rei Davi amava a beleza de Deus

“Uma coisa peço ao Senhor, e a buscarei: que eu possa morar na Casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a beleza do Senhor e meditar no seu templo.” Salmos 27:4

Não sabemos ao certo quando começou o amor de Davi pelo Senhor. Mas, gosto de imaginar que foi desde quando ele era um pastor de ovelhas cuidando de seu rebanho. Pois, quando Samuel foi enviado a casa de Jessé para ungir um novo rei ele viu  Eliabe, irmão de Davi e disse: “Certamente, está perante o Senhor o seu ungido.” Mas, o Senhor lhe respondeu: “Não atentes para a sua aparência, nem para a sua altura, porque o rejeitei; porque o Senhor não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o Senhor, o coração.” (1 Samuel 16.6-7)

Deus conhecia o coração de Davi como Davi ansiava por Ele. Como sua alma o desejava. A casa de Deus era sua morada todos os dias. Havia deleite sem fim, e Davi chamou os levitas para adorarem dia e noite perante o Senhor.

Sim, Davi era extravagante. Ele dançou diante de Deus sem ter vergonha da exposição. Ele se quebrantava e reconhecia sua total dependência no Senhor. Não havia outro lugar melhor para estar, não havia onde se esconder, na verdade, Deus é quem era o seu esconderijo.

O rei Davi era humilde para reconhecer seus pecados

Um dos aspectos mais surpreendentes da vida de Davi era sua humildade diante de Deus. A Bíblia não esconde seus pecados e transgressões, nem mesmo suas emoções diante dos problemas que lhe cercavam. Podemos perceber isso em seus Salmos, ele derramava seu coração e suas angústias e reconhecia suas limitações perante o Senhor.

“Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia. Porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim, e o meu vigor se tornou em sequidão de estio. Confessei-te o meu pecado e a minha iniquidade não mais ocultei. Disse: confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a iniquidade do meu pecado.” Salmos 32:3-5

O rei Davi sabia o que era depender da graça

Davi sabia o que era depender da graça. Quando Ele cometeu adultério e assassinato, foi confrontado pelo profeta Natã. Possivelmente fora desse episódio que nasceu o Salmo 51 – “Compadece-te de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; e, segundo a multidão das tuas misericórdias, apaga as minhas transgressões. Lava-me completamente da minha iniquidade e purifica-me do meu pecado. Pois eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim.” Salmos 51:1-3. Ele continua:

“Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável. Não me repulses da tua presença, nem me retires o teu Santo Espírito. Restitui-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito voluntário.” Salmos 51:10-12

“Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus.” Salmos 51:17

Com Davi, aprendemos o princípio da humildade, como devemos nos aproximar de Deus e ter em nós um coração enternecido. Precisamos orar para que o Senhor mova em nós esse coração quebrantado, que se dobra e reconhece que Deus é o Senhor  e que nós somos seus filhos, dependemos de sua graça.

 Conclusão

Em resumo, esta é a vida do rei Davi, o homem segundo o coração de Deus. Sua vida é um modelo que podemos seguir, pois nos inspira e nos desafia a enfrentarmos nossos gigantes amando a Deus e contemplando sua beleza. 

Você já pensou que de todas as formas que Deus poderia ter deixado sua palavra registrada ele escolheu um livro? Isso não é fascinante? Tudo o que conhecemos sobre o nosso criador está de forma escrita no livro mais conhecido no mundo todo: a Bíblia. Deus escolheu se revelar e deixar registrado a vontade dele de forma escrita. Por isso acreditamos que nós como Cristãos devemos ser intencionais em crescer no hábito de leitura.

Ler todos os dias é um ótimo hábito e um caminho para adquirir conhecimento sobre muitos assuntos. Além disso, é também um dos mais importantes meios para o desenvolvimento do nosso intelecto. Mas, infelizmente, esse hábito tem ficado cada vez mais de lado devido ao avanço das tecnologias.

Um retrato da leitura no Brasil

Você sabia que segundo dados da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, nosso país perdeu, nos últimos quatro anos, mais de 4,6 milhões de leitores? De acordo com essa mesma pesquisa, de 2015 para 2019, a porcentagem de leitores no Brasil caiu de 56% para 52%. E 48% da população não leu sequer 1 livro nos últimos 5 anos.

Adquirir o hábito da leitura desde a infância pode trazer muitos benefícios: desenvolvimento da imaginação, escuta atenta e melhora da linguagem. Além de nos tornar seres humanos mais críticos, preparados para enfrentar e se posicionar diante de qualquer situação. Também, o hábito da leitura ajuda tanto no desenvolvimento do vocabulário quanto na interpretação, memória e concentração.

A leitura é considerada por alguns autores um alicerce da sociedade de conhecimento, pois ela promove a prática do exercício da cidadania. Nós acreditamos que como Cristãos é importante desenvolvermos o hábito da leitura. Não somente a leitura bíblica, mas livros que possam edificar as nossas vidas, como crescer no conhecimento da oração, jejum, vida cristã, presença de Deus.

Como Cristãos, se não temos hábito de leitura, não temos hábito de ler a bíblia. E a bíblia é a palavra de Deus, precisamos ler e conhecê-la. Além disso, a leitura bíblica é uma porta de entrada para crescer no hábito de leitura de outros livros que vão nos ajudar a crescer em conhecimento.

“Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor “Oséias 6:3

 

Mas como fazer com que isso se torne de fato um hábito prazeroso? Uma maneira efetiva de estimular a si mesmo a ler mais é incluir a leitura na rotina do dia a dia, como parte de um conjunto de metas ou “obrigações”.

Dicas de leitura

Para que se torne algo prazeroso, essa atividade não pode ser inerte. Seja um questionador do que está lendo, deixe seu celular de lado, se concentre, leia mais de uma vez se necessário, anote, deixe este momento se tornar algo dinâmico.

Se você tem dificuldade de incluir este hábito na sua rotina, mas deseja ser um leitor ativo, uma ótima dica é fazer parte de um grupo de leitura, seja ele da bíblia ou de livros de temas diversos. A leitura quando realizada em grupo se torna mais eficiente. Pois vários pontos de vista são levantados e debatidos sobre determinado assunto. É uma ótima forma de crescer em conhecimento e exercer esta atividade de forma mais efetiva e constante.

Queremos te convidar a não deixar este hábito de lado. E se tornar um leitor assíduo, apaixonado pelas escrituras e por livros que vão ser alicerces durante a sua jornada cristã.

Se você quiser saber mais como crescer no hábito da leitura, clique aqui!  Temos uma novidade para você.

“Bendirei o Senhor o tempo todo; os meus lábios sempre o louvarão. Minha alma se gloriará no Senhor;  ouçam os oprimidos e se alegrem.Proclamem a grandeza do Senhor comigo; juntos exaltemos o seu nome “ (…) Os que olham para ele estão radiantes de alegria; seu rosto jamais mostrará decepção”  (Sl 34: 1-3; 5)

Você já percebeu o quão profunda é essa declaração de Salmos 34? Além disso, o que de fato significam estas palavras de louvor proferidas pelo salmista? Ao analisarmos o contexto histórico em que foi escrito o Salmo 34, descobrimos que se refere ao episódio de quando Davi se fingiu de louco para escapar de Abimeleque, rei de Gate. Davi temia por sua vida, e nesse texto vemos que ele louva ao Senhor por sua bondade, pela bondade de Deus, pelo livramento que obteve e ainda chama toda a congregação para unir-se a ele em louvor. 

Confiando na bondade de Deus

Davi conhecia quem era Deus e ele sabia a quem estava orando. O texto bíblico nos mostra Davi cheio de confiança no Senhor, e suas declarações nos instigam a também depositar nossa esperança no caráter imutável de Cristo. Observamos que, em todo o tempo, o salmista diz que irá engrandecer o nome do Senhor. Você compreende o quanto é poderosa essa afirmação? 

O salmista obteve uma resposta favorável do Senhor ao que pedia. Ele respondeu sua oração e o livrou das ameaças de morte que o rondavam. Entretanto, mesmo numa possível situação de vulnerabilidade, Davi declara que os louvores não cessarão de seus lábios; apesar das circunstâncias, crises e ameaças. Ao estudarmos a vida de Davi vemos que seu coração sempre se voltava ao Senhor. 

O texto me levou a pensar: Quantas vezes somos desafiados pelo Senhor a render graças a Ele em meio às tempestades que estamos vivendo? Uma das lições que podemos aprender em momentos de crises é perceber o quanto nosso coração está alicerçado no Senhor e na confiança de quem Ele é. Assim, as circunstâncias até podem mudar, mas o Senhor não. E, justamente, as provações podem revelar como o nosso coração está, e elas ajudam a forjar nosso caráter.

Em meio às crises como em momentos bons, quando temos a atitude de abrir nossa boca para expressar palavras que exaltam a bondade de Deus, há poder liberado pelo Espírito Santo, capaz de tocar e mudar as motivações do nosso coração. Por isso, quando declaramos Sua fidelidade, Sua grandeza, Seu amor e seus incontáveis atributos, nossa alma e coração começam a ser novamente alinhados com os desejos e intenções do Senhor.  Consequentemente, começamos a receber da verdadeira paz, mesmo que ainda estejamos passando pelos vales. Recebemos da graça Dele para enfrentar as circunstâncias difíceis. 

Cheios do conhecimento de Deus

No verso 2 do mesmo capítulo diz que: “Minha alma se gloriará no Senhor;  ouçam os oprimidos e se alegrem.” Em outras versões da bíblia a palavra “oprimido” é substituído por “humildes” e mansos”, isso significa que o coração tenro que glorifica o   Senhor encontra Nele a verdadeira alegria e paz. 

E mais adiante no capítulo 34:5 o salmista ainda diz: “Os que olham para ele ficarão radiantes; no rosto deles não haverá sombra de decepção”. Particularmente, eu amo essa verdade que Davi disse sobre o Senhor. 

Essa atitude de louvar e proclamar com nossos lábios a bondade de Deus, muda quem somos e fascina a nossa atenção para a beleza Dele. Então, passamos a contemplar sua formosura, e as as circunstâncias e emoções não ditam mais quem somos, como devemos reagir e o que iremos fazer. Nossa atenção é capturada pela beleza de quem Ele é. Nós tiramos os nossos olhos de nós mesmos e passamos a fixá-los no Senhor. Assim, à medida que fazemos isso, rompemos com o nosso egocentrismo e passamos a entender que é tudo Sobre Ele, por Ele e para Ele. Dessa forma, ao olharmos para Cristo, o caráter Dele começa a ser forjado em nós.

Uma oração

O salmista diz que o resultado de olharmos para o Senhor é que seremos radiantes. Portanto, conforme O contemplamos, seremos cheios do conhecimento de quem Cristo é, e de Sua obra na Cruz. Essa luz que iremos resplandecer será o entendimento de quem Ele é. E  aqueles que estão à nossa volta começarão a conhecer o Senhor através de nós. 

Portanto, hoje convido você a fazer do Salmos 34 sua oração. A pedir ao Senhor que encha seus lábios de palavras de gratidão, que exaltem o nome e a majestade Dele.  Perceba, que à medida que seu coração começar a declarar a bondade do Senhor, seu interior irá mudar. Assim, você começará a conhecer o coração Dele e ver as situações ao seu redor pela perspectiva da Palavra. Ao contemplá-Lo será inevitável não irradiar sua Sua luz, e outros serem alcançados por ela.

Nós vivemos em meio a um mundo caótico que, em todo tempo, demanda nossa atenção e consome nosso tempo e energia. Porém, a Bíblia diz que uma coisa deve estar acima de todas  as outras: A palavra de Cristo.

Somos chamados a deixar que a palavra de Cristo reine e habite em nossos corações. Esse chamado, ou esse mandamento, demanda obediência da nossa parte para que isso se cumpra. Exige uma resposta, um posicionamento e nos chama a redefinir prioridades em nossa vida.

“A palavra de Cristo habite ricamente em vós, em toda a sabedoria; ensinai e aconselhai uns aos
outros com salmos, hinos e cânticos espirituais, louvando a Deus com gratidão no coração.”  Colossenses 3:16

A Palavra de Deus e a habitação

A palavra de Deus precisa fazer morada em nossas vidas. Não devemos tratá-la como um “convidado”, mas ela deve habitar como um morador permanente – a Palavra deve ter todo o acesso e controle em nossa vida.

Quando a palavra de Deus encontra habitação, ela traz coisas boas para nós, como por exemplo: a convicção dos pecados (a necessidade de arrependimento, por meio do qual alcançamos perdão e graça), e conforto em meio à dor (a Palavra é um bálsamo para as dores mais profundas do coração).

O mandamento paulino não se aplica de maneira individual apenas, mas no coletivo – o texto enfatiza a reunião corporativa da igreja.  Pois, é na congregação dos santos, na pluralidade da fé, que a palavra de Cristo habita ricamente.

Nesta época de conteúdo ilimitado e individualismo, os cultos presenciais e corporativos ainda são essenciais.
O Novo Testamento prioriza a pregação do evangelho como forma de ensinar e aconselhar na igreja. O ensino corporativo foi a base da igreja primitiva. A igreja de Atos se reunia para ensinar e aprender a respeito de Cristo (At 5:42).

A palavra de Cristo é ensino e exortação.

Por isso, a reunião dos santos deve ser um lugar de ensino e exortação – ambos os lados são necessários para a fé cristã. Ao servirmos uns aos outros, devemos também nos provocarmos à santidade e retidão.

Sabedoria é conhecimento aplicado. É tolice aprender muitas coisas e não aplicar aquilo que aprendemos. O mesmo pode ser dito quando conhecemos a Bíblia e não a aplicamos.

Somos alertados a não nos submetermos a ouvir a palavra de Deus e nada fazer a respeito (Tiago 1:22-24). Que sejamos mansos e humildes diante de Jesus. Reconhecendo nossos erros e sendo rápidos em nos arrepender, realinhar nossa vida e nossas prioridades.

Podemos sentir a doce exortação do Espírito Santo através do ambiente de adoração congregacional. Cantar não é apenas uma tradição ou um aquecimento para a pregação, mas também é uma forma pela qual as boas novas de Cristo entram nos corações das pessoas e transformam as suas vidas. Por isso, as canções devem ter uma boa teologia e ser cheias de verdades sobre as Escrituras.

O único pré-requisito bíblico para cantar é ter um coração cheio de gratidão. Visto que, fazemos isso adorando com fervor, cantando com sinceridade e entregando verdadeira adoração ao Senhor.

É dessa maneira que acendemos a chama espiritual uns nos outros.

A vida de fé não foi chamada para viver a sós. Devemos lembrar uns aos outros da entrega, da sinceridade e do júbilo no lugar da oração. Assim, exortamos uns aos outros na congregação dos santos.

Deus decepcionado, eu frustrado. O que a mensagem da graça de Deus nos ensina?

Nosso coração foi doutrinado a acreditar que Deus está frustrado e decepcionado conosco. É fácil crer que dificilmente “Ele se agradaria de nós, pois Ele é muito irritável e exigente”.

Durante toda a vida crescemos ouvindo e construindo uma imagem de Deus – grande parte dela distorcida. Inúmeras vezes ouvimos dos nossos pais: “não faz isso que Deus castiga”, “Papai do céu vai ficar triste com você”, e várias outras frases com estas. Depois de crescermos essas vozes amadurecem, mas a mensagem é a mesma.

Se torna inevitável, diante desse pensamento, nós mesmos não ficarmos frustrados com nossa vida cristã. É tudo uma questão de expectativa e realidade. Se a realidade fica aquém da expectativa, nasce a frustração.

Insistimos em acreditar que Deus tem grandes expectativa sobre nossa performance. Porém ao nos deparamos com nossa realidade, cheia de fraqueza e envolvida por uma natureza caída o que sobra dessa equação é apenas frustração. Mas os pensamentos de Deus não são como os nossos (Is 55:8).

É BOM DEMAIS PARA SER VERDADE?

Preciso dizer que a mensagem da graça é umas das coisas mais lindas, confrontantes e humilhantes que devemos aprender e entender como cristãos. A mensagem da Graça é uma daquelas notícias que pensaríamos:

É bom demais para ser verdade, Mas é verdade, graças a Jesus Cristo!

Podemos então nos vangloriar de ter feito algo para sermos aceitos por Deus? Não, pois nossa absolvição não vem pela obediência à lei, mas pela fé. Portanto, somos declarados justos por meio da fé, e não pela obediência à lei. (Rms 3:2728)

O salário daquele que trabalha não é um presente, mas um direito. Contudo, ninguém é considerado justo com base em seu trabalho, mas sim por meio de sua fé em Deus, que declara justos os pecadores. (Rm 4:4,5)

 Esses versículos são autoexplicativos: A Graça dispensa nosso esforço para sermos salvos e para agradar. Ela nos aceita como um favor que nunca vamos conseguir pagar. A Graça pagou nossa dívida e mesmo se tentássemos pagar com juros de uma vida inteira seria insuficiente. Além disso, a redenção que não nos custou nada, custou tudo pra Jesus e não há nada que possamos fazer, senão crer e recebê-la.

O CORAÇÃO DA GRAÇA

Portanto, uma vez que pela fé fomos declarados justos, temos paz com Deus por causa daquilo que Jesus Cristo, nosso Senhor, fez por nós. Foi por meio da fé que Cristo nos concedeu esta graça que agora desfrutamos com segurança e alegria, pois temos a esperança de participar da glória de Deus. Rm 5:1-2

O coração de Deus é o coração da Graça. E conhecer a verdade sobre o coração que se deleitou em Davi, Abraão, Moisés e tantos outros homens imperfeitos, mas estimados, na Bíblia é indispensável para nossa jornada. Hebreus 11 – a galeria dos heróis da fé – traz inúmeros homens do quais não aprovaríamos seus currículos, mas Deus os exaltou. Com isso posso ter certeza de que a aprovação deles tem mais a ver com o coração que despende Graça do que com o receptor dela.

 

O QUE A GRAÇA NÃO É?

É assustador pensar que uma mensagem assim pode desviar corações do alvo correto. A mensagem (mal-entendida) que a Graça fez tudo que foi necessário já levou e tem levado pessoas a se entregarem aos seus próprios desejos. Isso é o que Dietrich Bonhoeffer chamou de “graça barata”. Então cabe deixar claro aqui o que a Graça não é.

A mensagem da graça não é a nossa licença para pecar sem castigo. Ela não é a proclamação de nossa independência, o passaporte para a redenção dispensando a cruz e o caminho largo. Muito menos não é pecado sem arrependimento e não iguala Deus ao nosso status e esvazia o temor à Santidade. A graça também não é produtora de obras mortas e não divide a glória. Por fim, ela não é nossa tentativa e esforço de nos achegarmos a Deus por nosso caminho.

Pois bem, uma vez que a graça nos libertou da lei, quer dizer que podemos continuar pecando? Claro que não! Vocês não sabem que se tornam escravos daquilo a que escolhem obedecer? Podem ser escravos do pecado, que conduz à morte, ou podem escolher obedecer a Deus, que conduz à vida de justiça.
Romanos 6:15,16

A MENSAGEM DA  GRAÇA 

A Graça que estamos falando aqui é o entendimento que nos dará ferramentas e meios de viver a vida cristã, a vida no seu projeto original.

A Graça pela qual Cristo morreu nos dá justificação e poder para obediência e para o relacionamento. Ela nos dá poder para sermos parecidos com Jesus. Além disso, não infla nosso ego e nos humilha ao nosso lugar de dependentes da obra da cruz. Ademais ela produz em nós a resposta adequada contra o pecado, é o poder que nos levará até o fim; no dia de Cristo. Ela é o que nos apresenta redenção para todas as áreas, completa, poderosa e graciosa.

A INTENÇÃO DA LEI É O CORAÇÃO DA GRAÇA

A lei não foi feita para ser obedecida como lista de regras. O propósito dela era revelar o coração do Criador. A intenção da lei é a mesma da graça: nos conduzir de volta a Deus. A lei nos mostra um Deus que quer nosso coração, nossas afeições e nossa vida. O Designer da vida ainda tem o projeto original bem estabelecido e ele é envolvido de amor e vida em abundância.

No final das contas Deus se deleita naqueles que sabem que são fracos, mas continuam voltando para ele, mesmo na sua fraqueza. Deus recebe os humildes que não se esquivam do relacionamento, aceitam o perdão e a graça e vivem por meio Dele.

O VERDADEIRO HERÓI

O verdadeiro herói dos heróis da fé e de tantos outros que vieram depois, glória da nossa salvação, redenção e santificação é toda de Cristo. O segredo de todos os grandes homens que nos ensinam na Bíblia está no coração da Graça que justifica aquele que crê que o amor cobre multidão de pecados. Naquele que mesmo envergonhado pelo seu pecado sabe que sua condição de pecador não o desqualifica da posição de amado por Deus.

Tudo isso é bom demais para ser verdade, mas é a verdade! Por isso foi chamada de boas-novas do evangelho. É a história que o Senhor escolheu escrever para a humanidade. Ás vezes, Ele vai deixar parecer que fizemos algo que mereceu o sorriso de Deus, mas tudo sempre será “Dele, por Ele e para Ele” (Rm 11:36), tanto o querer quanto o realizar vem dele (Fp 2:13), e tudo é obra de sua Graça.

 

Um dos atributos de Deus é a sua fidelidade e podemos associá-la a vários aspectos de nossas vidas. Entretanto, podemos resumir a fidelidade de Deus como o seu compromisso em cumprir suas promessas. Por isso, gostaria de meditar com vocês sobre uma das promessas mais belas nas Escrituras: Cristo apresentará para Ele mesmo uma Igreja gloriosa. Ainda que para nós pareça impossível a tarefa, Ele prometeu que quando voltasse, buscaria uma Igreja santa e irrepreensível, lavada e purificada pela Palavra (Ef 5:25-27). Nos dias mais difíceis e desafiadores, me lembro dessa promessa e creio que Ele cumprirá o que prometeu.

 

“Embora os montes sejam sacudidos e as colinas sejam removidas, ainda assim a minha fidelidade para com você não será abalada, nem será removida a minha aliança de paz”, diz o Senhor , que tem compaixão de você.” (Is 54:10 NVI)

O significado do noivado

Para nós, cristãos pós-modernos ocidentais, o noivado não tem um peso tão forte quanto o casamento. Mas para o judeu, dizer que Cristo é o Noivo da Igreja traz muitos significados. Isto é, o noivado para eles não era meramente um período de espera antes do casamento, mas quando eles firmavam o noivado já estabeleciam uma aliança o noivo e a noiva já estavam comprometidos um com o outro. Nesse contexto, o dia do casamento era apenas a celebração e consumação desse compromisso. Sendo assim, todo cristão está teologicamente comprometido com e prometido a um Noivo, aguardando o grande dia da consumação e celebração desse casamento.

Não importa quanto tempo esperemos ou o quanto a sua Igreja pareça estar distante dessa realidade, o Senhor mesmo garante que essa aliança não será quebrada. Porque Ele é um Deus fiel, e Ele não é homem para mentir. Porém, se nós somos inconstantes e infiéis, como vamos manter uma aliança tão importante? A resposta está em Gálatas 5:22, onde podemos ver que uma das virtudes do fruto do Espírito é a fidelidade. Ou seja, Ele mesmo, pelo seu Espírito Santo, frutifica em nós a fidelidade para respondermos em amor, para perseverarmos até a sua volta, e nos atermos às suas promessas.

 

“Porque tenho ciúme de vós, e esse ciúme vem de Deus, pois vos prometi em casamento a um único marido, que é Cristo, para vos apresentar a ele como virgem pura.” (2 Co 11:2, AS21)

Ele irá cumprir

Como Paulo já dizia, que grande mistério é esse de Cristo e a Igreja. Isso me empolga e ao mesmo tempo me consola. Afinal, quem somos nós para um Deus tão perfeito e fiel fazer um relacionamento de aliança? Porém, mesmo nos dias em que me deparo com a minha natureza pecaminosa, posso crer e pedir que Ele me purifique, me lave pela Sua Palavra, porque Ele disse que o faria.

O futuro é brilhante porque nele Cristo vem buscar a Sua Noiva. E ela não estará afogada na lama dos seus pecados, mas pronta e vestida para o grande banquete. Por mais que pareça impossível aos nossos olhos, Jesus virá buscar e se casará com uma Igreja gloriosa. Não somente isso, mas essa Igreja será encontrada fiel e amadurecida, porque Ele mesmo vai garantir que isso aconteça. Por isso, nos dias bons e nos dias maus, eu me lembro da sua fidelidade e confio no seu interesse em nos preparar.

Nessa breve reflexão, vamos estudar o finalzinho da  carta de Tiago. Visto que, nos últimos capítulos o autor fala sobre o poder da paciência até a vinda do Senhor. 

A paciência de um agricultor

A vida espiritual é como o trabalho de um agricultor. Ela tem o seu tempo de plantação, de uma longa espera e, finalmente, de uma colheita abundante. Assim como para o agricultor, o coração do cristão é moldado ao longo de toda a sua vida para que a semente da Palavra  seja constantemente firmada em todas as épocas de sua vida 

O agricultor não pode ter pressa e impaciência para cuidar de sua plantação.  Porque nem a chuva e o  tempo estão sob o seu controle. Por outro lado, ele precisa confiar que eles virão no tempo certo e não há nada que possa fazer.

“Portanto, irmãos, sede pacientes até a vinda do Senhor. O lavrador espera o precioso fruto da terra, aguardando-o com paciência, até que receba as primeiras e as últimas chuvas.” Tiago 5:7,8

 

Tiago nos ensina que é preciso fortalecer o coração até a vinda do Senhor.  Aguardando-o com paciência e sabendo que assim iremos nos alegrar.  

A certeza de que o Senhor trabalha nesta colheita é o motivo pelo qual vale a pena esperar o tempo certo.

A paciência dos profetas

Os profetas do Antigo Testamento foram homens escolhidos por Deus para falarem em seu nome a todo o povo de Israel. Eles precisavam ser destemidos, não terem vergonha do que os outros iam pensar e buscar agradar a Deus e responder à vontade de Dele.

Eles também passaram por muitas aflições e sofrimentos e, mesmo assim, aprenderam a abraçar os desafios com todo o coração e força, por causa de sua confiança no Senhor. 

“Irmãos, tomais os profetas que falaram em nome do Senhor como exemplo de paciência e de perseverança diante do sofrimento.” Tiago 5:10

 

Veja o exemplo de alguns deles: 

Por causa da fidelidade a Deus, Daniel foi jogado na cova dos leões. Oséias passou por grande traição fazendo a vontade do Senhor. 

“Isaías não foi ouvido pelo seu povo. Ele foi serrado ao meio. Jeremias foi preso, jogado num poço e maltratado por pregar a verdade.(…) Ezequiel também foi duramente perseguido.” Hernandes Dias Lopes

Assim também foi com os apóstolos que foram perseguidos, presos e morreram pregando a verdade do evangelho. A fé deles em Deus era à prova de campos de extermínio. Eles encontraram o sentido das suas vidas em Deus para perseverarem até mesmo sob pressões.

São felizes os que suportam aflições

“Chamamos de felizes os que suportaram as aflições. Ouvistes sobre a paciência de Jó e vistes o fim que o Senhor lhe deu. Porque o Senhor é cheio de misericórdia e compaixão.” Tiago 5:11

 

O Senhor não nos poupa das aflições, mas ele está conosco em cada uma delas. Ele dá condições e graça para suportar os sofrimentos. Jó é um exemplo de como a vitória precede a luta.

Jó havia perdido a família, os amigos, os bens e sua saúde, mas Jó esperou pacientemente no Senhor. No final, o maior bem que Jó recebeu não foram riquezas, mas um conhecimento mais profundo do Senhor.

Se Jó fosse impaciente em sua jornada de sofrimento, ele seria uma arma nas mãos do inimigo. Mas depois de sua peregrinação, ele se tornou uma bênção maior para todos à sua volta.

 

Os frutos da paciência

Sendo assim, Tiago deseja que sejamos encorajados a viver o tempo de espera, a passar pelos sofrimentos como um agricultor que espera a chuva e a colheita. Além disso, a  suportar as aflições como os profetas que foram fortalecidos no Senhor. 

Ao invés de irarmos com as injustiças que são acometidas a nós, Deus nos ensina a sermos obedientes a sua Palavra. Pois, numa vida com Deus, até os sofrimentos ganham propósito. Ele nos promete encontrar com alegria  e força suficientes para testemunharmos de sua fidelidade.

O Pastor que nos restaura

Embora o Pastor nos conduza, muitas vezes erramos ou perambulamos pelo caminho – isso é verdade tanto para quem perde a intimidade com o Senhor quanto para aqueles que se desviaram do caminho.

Quando o povo de Israel é liberto no Egito, o Senhor os lidera visivelmente através de uma coluna de fogo e uma nuvem. E mesmo assim, em seu coração, o povo não quis seguir a liderança do Senhor e perambulou pelo deserto.

Para nós é difícil nos submetermos à liderança do Bom Pastor. 

Há uma contradição em nossa jornada de fé: amamos ao Senhor, mas flertamos com as coisas que não são de Deus e com emoções contrárias à Cruz.

Assim, se nossa salvação dependesse do quão focados somos na liderança do Bom Pastor, nós nunca chegaríamos ao descanso eterno, que está descrito no salmo 23. 

Por isso, o Bom Pastor nos recupera quando nos perdemos e quando tropeçamos. 

Antes de Deus entrar em nossa história, éramos como ovelhas perambulando sem um pastor. Assim como o Filho Pródigo, nosso coração é duro e propenso a resistir à liderança do Bom Pastor. Dessa forma, nosso coração é propenso a vagar e nos desviar dos nossos caminhos

Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos. Isaías 53:6

 

Resgatados pelo bom Pastor

Nós somos do rebanho de Deus, pertencemos ao Pai, remidos como Nova Criatura, e ainda assim permanece dentro de nós um impulso para vagar e resistir à liderança de Deus. 

Se não fosse a realidade da restauração que Deus tem para nós, o pecado teria sido o fim para Davi – e também para nós.

A boa notícia é que o Bom Pastor nos recupera quando nos perdemos. Ele restaura a nossa alma e força.  

O próprio Deus nos ensina como voltar ao primeiro amor:

Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres. Apocalipse 2:5

Totalmente dependentes Pastor

Como inicia a restauração do Senhor? Começa com um reconhecimento honesto de que nos perdemos. Assim, como vemos na história do filho pródigo, ele reconheceu seus erros e vai até a casa do pai. 

Em nós mesmos, não temos capacidade e recursos para nos restaurar. Somente o Senhor pode fazer isso e transformar o nosso coração, paixão e intimidade com Deus.  

Ele nos restaura por meio de um novo encontro, nos lembrando como é pertencer ao Bom Pastor.

Para acompanhar a série sobre salmos 23, clique aqui. 

O Senhor é o meu pastor

Hoje, começamos uma nova série sobre o Salmo 23. E nessa primeira parte, vamos nos debruçar nos primeiros versos e compreender o papel do pastoreio do Senhor em nossas vidas. A partir dos seus atributos e dos seus atos, descritos ao longo dos versos. 

O Salmo 23 foi escrito por Davi, que também era pastor de ovelhas e futuramente se tornou pastor de Israel. No texto, vemos os detalhes da função de um bom pastor, uma delas é a proteção. O pastor está em todos os momentos com as suas ovelhas para livrá-las de caminhos perigosos e animais selvagens. 

O bom pastor é aquele que tem consciência de que o seu trabalho é perigoso e que possivelmente viverá em constante ameaça, mas a sua principal missão é estar disposto a dar sua vida pelas ovelhas. 

O constante pastoreio

“Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas” – João 10:10

Este é o cuidado de Deus para com as nossas vidas. Ele é o bom Pastor, e neste salmo podemos ver todos os processos que nós, suas ovelhas, iremos passar. Desde o mais belo pasto verdejante ao vale da sombra da morte, porém sabemos que em todos esses momentos contamos com o pastoreio do Senhor. 

Comprados por um alto preço

“Porque fostes comprados por bom preço, glorificai, pois a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus” – 1 Coríntios 6:20

Em um rebanho, a qualidade de vida das ovelhas depende muito do quão bom é esse Pastor. Existem apenas duas formas de se ter ovelha em um rebanho e são elas: as que nascem no próprio rebanho ou aquelas que são compradas e trazidas.

Nós não tínhamos pastor éramos como ovelhas perdidas. No pecado estávamos sem donos e sem cuidado, então o nosso bom Pastor se torna ovelha e encara a morte para que nós, suas ovelhas, pudéssemos ser salvas.

 Nada nos faltará 

“ As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu as conheço-as, e elas me seguem; E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém arrebatará da minha mão.” – João 10:27-28

 Quando o bom Pastor afirma que nada nos faltará, é porque ele é o dono da ovelha. A  função dele é alimentá-la, protegê-la e guiá-la pela jornada do campo. 

As ovelhas não conseguem sobreviver sozinhas, elas precisam de um Pastor e serem cuidadas, pois sem isso elas morrem. O Pastor é o único que pode fazer isso. A ovelha não pode fazer por si própria.

O pastoreio do Senhor é leve

Além disso, entender o pastoreio do Senhor torna a nossa jornada mais leve, pois sabemos que temos o Pastor para nos conduzir onde devemos caminhar, nos corrigir, proteger e amar. Ele sabe o que é melhor para as suas ovelhas. 

Oro para que hoje possamos voltar os nossos olhos para o Salmo 23, sabendo quem é o nosso bom Pastor e o dono das nossas vidas. Caminhando com a plena certeza que Ele nos guia durante toda a jornada, sem que existam preocupações em nosso interior. Com o pastoreio do Senhor nada nos faltará, pois o bom Pastor é tudo o que precisamos. 

Ler a segunda parte da série aqui.

Chegamos ao fim de mais um ano. Não um ano qualquer, pois com certeza ele ficará em nossa memória. Talvez por perder pessoas queridas e amadas por nós, por precisar lidar com luto, com a frustração e o medo. E agora, você pode estar se perguntando: como prosseguir para 2021? Será que o próximo ano não vai ser uma continuação de 2020? O que espera por nós? 

Definitivamente não é possível nos apoiarmos em circunstâncias tão instáveis. Mas, hoje eu quero te ajudar a trazer à memória algumas verdades que têm consolado meu coração nesse último mês do ano. Não são verdades apoiadas em pensamentos humanos, em auto ajuda. Quero te relembrar sobre as verdades da Palavra de Deus, a respeito de esperança, fé e coragem.


Lembro-me da minha aflição e do meu delírio, da minha amargura e do meu pesar. Lembro-me bem disso tudo, e a minha alma desfalece dentro de mim. Todavia, lembro-me também do que pode me dar esperança: Graças ao grande amor do Senhor é que não somos consumidos, pois as suas misericórdias são inesgotáveis.” Lamentações 3:19-22

 

Olhando para a história 

Analisando o contexto histórico do texto de lamentações vemos que o livro foi escrito pelo profeta Jeremias. E ao longo dele, o foco central é descrever o sofrimento que sobreveio a Jerusalém, após os exércitos de Nabucodonosor, da Babilônia, invadirem a cidade, em 586 a.C. 

Jerusalém foi devastada e levada a completa ruína. 

Além disso, Jeremias, já  havia profetizado durante muito tempo o que haveria de acontecer, caso o povo não se arrependesse e voltasse aos caminhos do Senhor. Porém, o povo não ouviu e tampouco abandonou a rebeldia. Tanto o rei Zedequias como seus filhos, seus homens de confiança, o sumo sacerdote e os líderes da cidade foram levados para o cativeiro. 

E, agora? Como estava o coração do profeta? Ele havia avisado e falado tanto para o povo de Deus se arrepender. Porém, Jeremias foi movido por grande compaixão e, então, o que lemos no livro de Lamentações é a sua profunda agonia e tristeza diante da destruição de Jerusalém. Além disso, lemos a respeito do seu clamor ao Senhor, para que Ele não rejeite seu povo para sempre e volte seus olhos para ele. 

 

O Clamor de Jeremias 

Há algo interessante quando analisamos o capítulo 3 de Lamentações. Ele começa em tom de profundo lamento:

“Eu sou o homem que viu a aflição trazida pela vara da sua ira. (…) Fez que a minha pele e a minha carne envelhecessem e quebrou os meus ossos. Ele me sitiou e me cercou de amargura e de pesar.” Lm 3:1,4-5 

Mas, ao longo do capítulo vemos uma mudança de narrativa, chegando no ápice, no verso 21: “Todavia, lembro-me também do que pode dar-me esperança” Lamentações 3:21

É sobre esse trecho que gostaria de me ater por um momento. Mesmo diante das adversidades que o povo de Jerusalém estava vivendo, mesmo com a ruína e destruição, o profeta tem fé. Em uma postura diante do Senhor, ele diz que quer lembrar o seu coração aquilo que pode dar esperança. 

Como vemos e estudamos na Palavra de Deus, o povo de Israel carrega muitas promessas do Senhor. Mesmo com todas as manifestações da graça de Deus, os livramentos que eles tiveram no Egito, e tudo que a história nos relata durante as gerações, isso não foi suficiente para que eles se mantivessem firmes no Senhor. 

E agora eles se encontram em ruína e no cativeiro. Como prosseguir diante dessa realidade? Jeremias entende e nos ensina nesse momento do versículo (Lm 3:21) uma importante lição sobre esperança e como podemos lidar com as adversidades a nossa volta. 

O profeta se lembra de trazer à memória o coração de Deus, quem Ele é, seus atributos imutáveis. 

Olhando para o Senhor

 

Todavia, lembro-me também do que pode dar-me esperança: Graças ao grande amor do Senhor é que não somos consumidos, pois as suas misericórdias são inesgotáveis. Renovam-se cada manhã; grande é a tua fidelidade!  Digo a mim mesmo: A minha porção é o Senhor; portanto, nele porei a minha esperança.  O Senhor é bom para com aqueles cuja esperança está nele, para com aqueles que o buscam; é bom esperar tranqüilo pela salvação do Senhor. “ Lamentações 3:21-26

Jeremias entende que ele precisa lembrar ao seu coração, não sobre as coisas do passado, mas lembrar sobre as que estão adiante e sobre quem o Senhor é. Ao longo dos versos (21-26), vemos os atributos de Deus serem descritos: sua misericórdia, compaixão, fidelidade, bondade e salvação. 

Lembrar e informar a sua mente sobre quem o Senhor é, foi o segredo de Jeremias. Isso que trouxe esperança. Lembrar sobre o caráter imutável de Deus, a sua soberania e misericórdia, traz descanso, consolo e paz ao coração. 

Deus é totalmente digno de confiança, pois ele não pode negar a si mesmo e sua natureza. É por isso que podemos nos apegar nesta rocha eterna, que não muda diante das imprevisibilidades da vida e do nosso coração frágil e instável.

O Deus que intervém na história

Depois, ao lermos a história do povo de Israel, vemos que o Senhor se voltou para o Seu povo. E declarou diversas promessas sobre restauração, livramento e cura para eles.

Pois, o Senhor, sempre se mantém no controle diante do caos. E provê um escape para o seu povo. Ele é especialista em reverter o mal em bênção. Porque Ele é rico em bondade e misericórdia. 

 

Trazer à memoria: a nossa verdadeira Esperança

Quanto a nós? Esse deve ser o nosso segredo também, devemos aprender com o profeta Jeremias. E lembrar de voltar o nosso coração e mente para quem é o Senhor, sua natureza infalível. 

Nós somos um povo que carrega promessas. A confiança de que o Senhor voltará para reinar na Terra. Ele irá  governar com justiça e retidão. O Rei enxugará todas as nossas lágrimas e vai restaurar todas as coisas (Ap.21:4). Ele encherá o nosso coração de completude e seremos plenos diante Dele. 

A nossa viva Esperança para os dias que estamos vivendo é o próprio Jesus. 

É estabelecermos nossas raízes no que Sua Palavra nos diz e relembrarmos todos os dias dela.

 

Olhos confiantes em 2021 

Nós podemos caminhar para o próximo ano, pois sabemos quem é o nosso pastor. Faça o exercício, e volte os seus olhos para Ele, hoje mesmo. Relembre sobre a fidelidade, bondade e paz do Senhor. 

Tenha expectativas em seu coração, pois você sabe o final dessa história: o Rei voltará em breve!

 

“Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça. Por isso, amados, aguardando estas coisas, procurai que dele sejais achados imaculados e irrepreensíveis em paz. “2 Pedro 3:13,14

 

Maranata, Ora Vem!